Engenheiros agrônomos passam a ser responsáveis pelo receituário de agrotóxicos
Acordo de cooperação
Profissionais
 reproduziam as bulas dos produtos. Agora, também decidirão sobre a 
mistura em tanques, identificando incompatibilidades
Acordo
 assinado nesta quinta-feira (11) no gabinete do ministro da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, com o 
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), atribui ao 
engenheiro agrônomo a responsabilidade pelo receituário de aplicação de 
agrotóxicos. Até então, o receituário reproduzia o que é previsto nas 
bulas emitidas pelos fabricantes. “Empoderamos os engenheiros agrônomos,
 que também passam a definir as misturas que podem ser feitas desses 
produtos. Era uma demanda antiga dos profissionais”, disse o ministro.
Pelo acordo, assinado com o presidente 
do Confea, Joel Kruger, é delegada a edição de atos normativos no que se
 refere ao receituário agronômico, para incrementar o gerenciamento de 
risco no uso de agrotóxicos. “A gente ficava escravo da recomendação das
 indústrias. Hoje, a receita já pode ser incrementada pelo conhecimento 
técnico, pelas referências bibliográficas e cientificas disponíveis no 
mercado, na bibliografia acadêmica. E o engenheiro agrônomo tem mais um 
pouco de liberdade para fazer recomendações, do jeito que é necessário 
para o controle fitossanitário”, disse o secretário de Defesa 
Agropecuária do Mapa, Luís Rangel.
“Com o acordo de cooperação, podemos 
avançar, dar ao engenheiro agrônomo o que lhe é de direito pela lei que 
instituiu a sua profissão, que é fazer a recomendação com base técnica 
do produto usado no campo”, completou o secretário.
Além do receituário, a mistura em 
tanques, antes da aplicação na agricultura, também passa para a 
responsabilidade dos agrônomos, “utilizando o conhecimento que eles 
têm”,. Segundo o secretário, a medida também “tira da sombra de uma 
ilicitude involuntária, os agricultores. A prática era essa pela falta 
de responsável técnico na recomendação. Obviamente, a responsabilidade 
do Confea é fiscalizar o exercício profissional”.
“São usados vários produtos para 
otimizar o processo e existem riscos de eventual mistura criar 
incompatibilidade química no tanque de pulverização, precipitando uma 
substância, entupindo bico, criando fitotoxidade, dependendo da cultura,
 da forma como é aplicado. E só quem entende de fato desse assunto é o 
engenheiro agrônomo”, lembrou.
Por meio de portaria, foi instituído, 
no âmbito da agenda anual da Secretária de Defesa Agropecuária o 
Encontro Nacional de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos, evento 
que se realiza há 15 anos, mas que não estava no calendário oficial do 
Ministério da Agricultura. A partir de agora, será organizado em 
conjunto pela Secretária de Defesa Agropecuária e pelo Confea, com 
objetivo de discutir a fiscalização agropecuária, o uso de produtos, o 
contrabando de agrotóxicos e o exercício profissional.
As decisões foram tomadas um dia antes da comemoração ao Dia Nacional do Engenheiro Agrônomo, comemorado nesta sexta-feira (12)
Além disso, foi definida lista de 
pragas prioritárias do ministério, editada anualmente. A lista demonstra
 para as empresas que oferecem tecnologia quais são as principais 
preocupações fitossanitárias do Mapa. “Listamos quais são as pragas que 
nos preocupam e que precisam de inovações tecnológicas, de ofertas de 
produtos tecnológicos”, explicou Rangel.
 
                         
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