A
região Nordeste é uma das cinco
regiões do
Brasil definidas pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969. Possui área equivalente à da
Mongólia ou do estado do
Amazonas, população equivalente à da
Itália e um
IDH médio, próximo ao da
África do Sul. Em comparação com as outras regiões brasileiras, tem a segunda maior população, o terceiro maior
território, o segundo maior
colégio eleitoral (
36 727 931 eleitores em 2010), o menor IDH (2005) e o terceiro maior PIB (2009).
É a região brasileira que possui o maior número de estados (nove no total):
Alagoas,
Bahia,
Ceará,
Maranhão,
Paraíba,
Piauí,
Pernambuco,
Rio Grande do Norte e
Sergipe. Em função de suas diferentes características físicas, a região é dividida em quatro sub-regiões:
meio-norte,
sertão,
agreste e
zona da mata, tendo níveis muito variados de
desenvolvimento humano ao longo de suas zonas geográficas.
A região Nordeste foi o berço da
colonização portuguesa no país, de
1500 até
1532, devido ao
descobrimento por
Pedro Álvares Cabral e a posterior
colonização exploratória, que consistia, em suma, na extração
pau-brasil, cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da
nobreza europeia. Com a criação das
capitanias hereditárias, foi fundada a Vila de
Olinda, e, anos mais tarde, deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil,
Salvador, em
1549. Desde o início, foi criado o
governo-geral no país com a posse de
Tomé de Sousa. O Nordeste foi também o centro financeiro do Brasil até meados do
século XVIII, uma vez que a
Capitania de Pernambuco foi o principal centro produtivo da colônia e
Recife a cidade de maior importância econômica.
História
O Nordeste era habitado desde a
pré-história pelos
povos indígenas do Brasil, que, no início da colonização, realizavam trocas comerciais com
europeus, na forma de extração do
pau-brasil
em troca de outros itens. Mas, ao longo do período de colonização, eles
foram incorporados ao domínio europeu ou eliminados, em decorrência das
constantes disputas contra os senhores de
engenho.
A região foi o palco do descobrimento durante o
século XVI.
Portugueses chegaram em uma expedição no dia
22 de abril de
1500, liderados por
Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de
Porto Seguro, no estado da
Bahia.
Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a
França, que não concordavam com o
Tratado de Tordesilhas, realizavam constantes ataques ao
litoral com o objetivo de contrabandear madeira para a
Europa.
A costa norte do atual estado do
Maranhão foi invadida pela França, na chamada
França Equinocial. Os colonos franceses fundaram um povoado denominado de "
Saint Louis" (atual São Luís), em homenagem ao soberano,
Luís XIII de França. Cientes da presença francesa na região, os portugueses reuniram tropas a partir da
Capitania de Pernambuco, sob o comando de
Alexandre de Moura. As operações militares culminaram com a capitulação francesa em fins de
1615.
Em
1630, a Capitania de Pernambuco foi invadida pela
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (
West Indische Compagnie). Por ocasião da
União Ibérica (1580 a 1640), a então chamada
República Holandesa, antes dominada pela
Espanha,
tendo depois conseguido sua independência através da força, veem em
Pernambuco a oportunidade para impor um duro golpe na Espanha, ao mesmo
tempo em que tirariam o prejuízo do fracasso na
Bahia, uma vez que Pernambuco era o principal centro produtivo da colônia. Em 26 de dezembro de 1629, partia de São Vicente,
Cabo Verde, uma esquadra com 66 embarcações e 7.280 homens em direção a Pernambuco. Os holandeses, desembarcando na praia de
Pau Amarelo, conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e estabelecem a colônia
Nova Holanda. A frágil resistência portuguesa na passagem do
Rio Doce,
invadiu, sem grandes contratempos, Olinda e derrotou a pequena, porém
aguerrida, guarnição do forte (que depois passaria a ser chamado de
Brum), porta de entrada para o
Recife através do istmo que ligava as duas cidades.
O Recife, conhecido como
Mauritsstad (Cidade Maurícia), foi a capital do
Brasil Holandês, tendo sido governada na maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos
Países Baixos)
Maurício de Nassau. Neste período, Recife foi considerada a mais próspera e urbanizada cidade do continente americano.
[carece de fontes] O império holandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de fortalezas que iam do
Ceará à embocadura do
rio São Francisco, ao sul de
Alagoas. Os holandeses também possuíam uma série de feitorias na
Guiné e
Angola, situadas no outro lado do
Atlântico, o que lhes dava controle sobre o
açúcar e o
tráfico negreiro, administradas pela Companhia das Índias Ocidentais.
O conde desembarcou na
Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637,
acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto,
começa a construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e
canais para vencer as condições geográficas locais. O arquiteto
Pieter Post
foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o
palácio de Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do
prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro do Novo Mundo.
5 6
Em 28 de fevereiro de 1644, o Recife (atualmente o Bairro do Recife)
foi ligado à Cidade Maurícia com a construção da primeira ponte da
América Latina.
7
Maurício de Nassau realizou uma política de tolerância religiosa frente aos
católicos e
calvinistas. Além disso, permitiu a migração de
judeus ao Recife, que passou a abrigar a maior comunidade judaica de todo o continente, e a criação de uma
sinagoga, a
Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e considerada o primeiro templo
judaico das Américas do Sul, Central e do Norte.
8
Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de
Maurício de Nassau
do governo da capitania pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais,
o povo de Pernambuco se rebelou contra o governo, juntando-se à fraca
resistência ainda existente, num movimento denominado
Insurreição Pernambucana. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos em
1654, na segunda
Batalha dos Guararapes. Foi nesta ocasião que se diz ter nascido o
Exército brasileiro.
Durante o período colonial, no
século XVI, a resistência
quilombola se iniciou no
Brasil, com a fuga de
escravos para o
Quilombo dos Palmares, na região da serra da Barriga, atual território de
Alagoas. Nos vários
mocambos palmarinos chegaram a reunir-se mais de vinte mil pessoas. Em
1694, o Macaco, "capital" de Palmares, foi tomado e destruído,
Zumbi dos Palmares foi capturado e teve sua cabeça degolada e exposta em praça pública no
Recife.
A cidade de
Salvador foi a primeira sede do
governo-geral
no Brasil, pois estava estrategicamente localizada em um ponto médio do
litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder
para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de
crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola
da região.
Geografia
A área do Nordeste brasileiro é de
1 554 291,607 km²,
1 equivalente a 18% do território nacional e é a região que possui a maior
costa litorânea.
A região possui os estados com a maior e a menor costa litorânea,
respectivamente Bahia, com 932 km de litoral e Piauí, com 60 km de
litoral. A região toda possui 3338 km de praias.
Está situado entre os
paralelos de 07° 12' 35" de
latitude sul e 48° 20' 07" de latitude sul e entre os
meridianos de 34° 47' 30" e 48° 45' 24", a
oeste do
meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o
oceano Atlântico, ao sul com os estados de
Minas Gerais e
Espírito Santo e a oeste com os estados do
Pará,
Tocantins e
Goiás.
Relevo
Uma das características do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o
Borborema e a
bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a
Diamantina, onde se localiza o ponto mais elevado da região, o
Pico do Barbado, com 2.033 metros de altitude, na
Bahia, e a do
Araripe, nas divisas entre os Estados do
Ceará,
Piauí,
Pernambuco e a
Paraíba. Entre essas regiões há algumas depressões, nas quais está localizado o
sertão, região de clima
semiárido.
Segundo o professor
Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do
Projeto Radam
(Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais
rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já
citados planalto da Borborema e planaltos e chapadas da bacia do rio
Parnaíba, a
depressão Sertaneja-São Francisco e parte dos
planaltos e
serras do leste-sudeste, além das
planícies e
tabuleiros litorâneos.
9
Clima
Triunfo, no estado de
Pernambuco, tem temperatura amena apesar de estar localizada no
Semiárido. Isso é possível graças à sua altitude (1.004m), uma das mais elevadas do sertão nordestino
10 .
A região Nordeste do
Brasil apresenta
média de anual de temperatura entre 20° e 28°
C. Nas áreas situadas acima de 200 metros e no
litoral oriental, as
temperaturas variam de 24° a 26°C. As médias anuais inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas da
Chapada Diamantina e do
planalto da Borborema. O índice de precipitação anual varia de 300 a 2000
mm. Quatro tipos de
climas estão presentes no Nordeste:
Com precipitação média de chuvas de menos de 300 milímetros por ano,
às quais ocorrem durante no máximo três meses, dando vazão a estiagens
que duram às vezes mais de dez meses,
Cabaceiras, na
Paraíba, tem o título de município mais seco do país.
11 A Região Nordeste encontra-se com 72,24% de seu território dentro do
polígono das secas, segundo dados da
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
12
Vegetação
A
vegetação nordestina vai desde a
Mata Atlântica no
litoral até a
Mata dos Cocais no
Meio Norte, com ecossistemas como os
manguezais, a
caatinga, o
cerrado, as
restingas, dentre outros, que possuem
fauna e
flora exuberantes, diversas
espécies endêmicas e animais ameaçados de
extinção.
- Mata Atlântica: também chamada de Floresta tropical úmida de encosta, a mata atlântica estendia-se originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul,
porém, em consequência dos desmatamentos que ocorreram em função
principalmente da indústria açucareira, hoje só restam cerca de 5% da vegetação original, dispersos em "ilhas". Foi na mata atlântica nordestina que começou o processo de extração do pau-brasil;
existem também florestas semideciduais e úmidas nos estados do Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia, que constituem encraves de Mata
Atlântica de forma não contínua como no litoral, ocorrendo somente em
serras e chapadas do interior desses territórios e caracterizando o
chamado brejo de altitude.
- Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os climas semiárido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, além do buriti. Ocorre em parte do Maranhão, do Piauí, do Ceará, do Rio Grande do Norte e do Tocantins na região Norte. Representa menos de 3% da área do Brasil.
- Cerrado: ocupa 25% do território brasileiro, mas no Nordeste só abrange o sul do estado do Maranhão, o sudoeste do Piauí, o oeste da Bahia, áreas interioranas das regiões Sul e Centro-Sul do Ceará (nestas, ilhadas pela caatinga), Microrregião de Araripina em Pernambuco e algumas áreas da faixa litorânea que vai do Piauí até o Sergipe. Apresenta árvores de baixo porte, com galhos retorcidos, com o chão coberto por gramíneas e solos de alta acidez; no Cariri cearense também existe a formação do cerradão, um cerrado com árvores mais altas.
- Caatinga: vegetação típica do sertão, tem como principais espécies o pereiro, a aroeira, as leguminosas e as cactáceas.
É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é
rica ecologicamente. Ocorre em todos os estados nordestinos exceto o Maranhão, e no norte de Minas Gerais, na Região Sudeste.
- Vegetações Litorâneas e Matas Ciliares: na categoria de vegetação litorânea, pode-se incluir os mangues, um rico ecossistema local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios e lagoas. Também pode-se incluir as restingas e as dunas.
As matas ciliares ou matas de galeria são comuns em regiões de
cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata. São pequenas
florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior
concentração de materiais orgânicos no solo, e funcionam como uma
proteção para os rios e mares.
Hidrografia
As
bacias hidrográficas do Nordeste são:
- Bacia do São Francisco: é a principal da região, formada pelos rios São Francisco
e seus afluentes. São praticadas atividades de pesca, navegação e
produção de energia elétrica pelas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó. A bacia delimita as divisas naturais de Bahia com Pernambuco e também de Sergipe e Alagoas, que é onde está localizada sua foz.
- Bacia do Parnaíba: é a segunda mais importante, ocupando uma área de cerca de 344.112 km² (3,9% do território nacional) e drena quase todo o estado do Piauí, parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos poucos no mundo a possuir um delta em mar aberto, com uma área de manguezal de aproximadamente, 2.700 km².
- Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: ocupa uma área de 287.384 km², que abrange os estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Os rios principais são o Jaguaribe, Piranhas-Açú, Capibaribe, Acaraú, Curimataú, Mundaú, Paraíba, Itapecuru, Mearim e Una, (esses três últimos no estado do Maranhão).
- Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: situada entre o Nordeste e a região Norte, fica localizada, quase que em sua totalidade, no estado do Maranhão. Algumas de suas sub-bacias constituem ricos ecossistemas, como manguezais, babaçuais e várzeas.
- Bacia do Atlântico Leste: compreende uma área de 364.677 km², dividida entre 2 estados do Nordeste (Bahia e Sergipe) e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como atividade de subsistência.
Zonas geográficas
Em função de suas diferentes características físicas, a região Nordeste é dividida em quatro zonas ou sub-regiões:
- Meio-Norte: É uma faixa de transição entre a Amazônia e o Sertão nordestino. Engloba o estado do Maranhão e o oeste do estado do Piauí. Esta zona geográfica também é conhecida como Mata dos Cocais. No litoral, chove cerca de 2 000 mm anuais. Indo mais para o leste ou para o interior, esse número cai para 1 500 mm anuais, e, no sul do Piauí, uma região mais parecida com o Sertão, chove em média 700 mm por ano.
- Sertão: Está localizado, em quase sua totalidade, no interior da Região Nordeste, sendo sua maior zona geográfica. Possui clima semiárido. Em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, e, descendo mais ao sul, alcança a divisa entre Bahia e Minas Gerais. As chuvas nesta sub-região são irregulares e escassas, ocorrendo constantes períodos de estiagem. A vegetação típica é a caatinga.
- Agreste:
É uma faixa de transição entre o Sertão e a Zona da Mata. É a menor
zona geográfica da Região Nordeste. Está localizada no alto do Planalto da Borborema,
um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão. Estende-se do
Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Do lado leste do planalto estão
as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o
clima vai ficando cada vez mais seco (Sertão).
- Zona da Mata:
Localizada no leste, entre o Planalto da Borborema e a costa,
estende-se do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. As chuvas são
abundantes nesta região. Recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de florestas. É a zona mais desenvolvida da Região Nordeste.13
Demografia
Segundo dados do
IBGE,
a região possui mais de 49 milhões de habitantes, quase 30% da
população brasileira. É a segunda região mais populosa do país, atrás
apenas da
região Sudeste. É também a terceira região quanto à densidade demográfica, contando com 32
habitantes por
quilômetro quadrado. As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são:
Salvador,
Fortaleza,
Recife,
São Luís,
Natal,
Teresina,
Maceió,
João Pessoa,
Feira de Santana,
Jaboatão dos Guararapes,
Aracaju,
Olinda,
Campina Grande,
Caucaia,
Paulista,
Vitória da Conquista,
Caruaru,
Petrolina,
Mossoró,
Juazeiro do Norte,
Itabuna e
Juazeiro, todas com mais de duzentos mil habitantes.
Urbanização
Assim como acontece em todo o território brasileiro, a população
nordestina é mal distribuída. Cerca de 60,6% dela fica concentrada na
faixa litorânea e nas principais capitais. No
sertão e interior, os níveis de
densidade populacional são mais baixos, principalmente por causa do
clima semiárido. Ainda assim, a densidade demográfica no semiárido nordestino é uma das mais altas do mundo para esse tipo de área climática.
14
De acordo com os dados do
IBGE (2004), 71,5% da dos nordestinos estão em
áreas urbanas.
15 A urbanização do Nordeste foi mais lenta em relação ao resto do país, mas se acelerou nas últimas décadas.
16 No período 1991-1996, a população rural no total da população teve queda de 45,8%.
17
Áreas metropolitanas
Todas as capitais da região Nordeste possuem
região metropolitana (RM), com exceção de
Teresina, que possui
região integrada de desenvolvimento econômico (RIDE), por abrigar municípios de diferentes
unidades federativas. Além das capitais, outras áreas metropolitanas figuram no
interior. As regiões metropolitanas mais antigas são as de
Recife,
Salvador e
Fortaleza, as quais foram criadas pela
Lei Complementar Federal do Brasil 14 de 1973, e são também as mais populosas. As outras foram criadas por meio de
leis complementares estaduais, como a
Região Metropolitana de Feira de Santana, a mais nova, criada em julho de
2011.
Todos os nove estados nordestinos possuem ao menos uma
área metropolitana
em seu território, seja na sua totalidade (como Rio Grande do Norte e
Sergipe) ou parcialmente (Piauí). Nesse sentido, Maranhão possui três no
total. São duas (
São Luís e
Sudoeste Maranhense), localizadas integralmente dentro do território maranhense, e outra (
Grande Teresina) expande-se pelo Piauí. O estado da
Paraíba possui o maior número de regiões metropolitanas (oito no total).
Dados do
censo de 2010 do
IBGE confirmam a
Região Metropolitana do Recife como a mais populosa do Nordeste Brasileiro, a quinta do
Brasil e a 107ª do mundo. A
Região Metropolitana de Salvador caiu uma colocação na classificação regional e nacional, sendo ultrapassada pela
Região Metropolitana de Fortaleza; esta passa a ocupar a segunda posição no Nordeste, a sexta do Brasil e a 108ª do mundo.
18
Composição étnica
Para a formação do povo nordestino, participaram três
grupos étnicos: o
indígena, o
branco e o
negro.
A
miscigenação étnica e cultural desses três elementos foi o pilar para a composição da população do Nordeste, porém, essa mistura de
raças não aconteceu de forma uniforme. Em algumas regiões, como no
Ceará, no
Piauí, na
Paraíba, no
Rio Grande do Norte e no oeste e região central de
Pernambuco predominam os
caboclos. Já em outras, como a
Bahia, e o leste de Pernambuco, os
mulatos predominam. Os
cafuzos também são muito comuns no Maranhão.
21
Os estados com maior população branca são
Pernambuco (36,6%),
Paraíba (36,4%) e
Rio Grande do Norte (36,3%); os com maior população negra,
Bahia (16,8%),
Maranhão (6,6%) e
Piauí
(5,9%); os com maior população indígena, Maranhão (0,9%), Bahia (0,3%) e
Paraíba (0,3%); e os com maior população parda, Piauí (69,9%), Maranhão
(68,6%) e
Alagoas (67,7%).
22
Estudos genéticos
De acordo com o estudo autossômico de 2011, levado a cabo pelo
geneticista brasileiro Sérgio Pena, o componente europeu é o
predominante na população do Nordeste, com contribuições africanas e
indígenas. De acordo com o estudo realizado, a composição do Nordeste
pode assim ser descrita: 60,10% de herança europeia, 29,30% de herança
africana e 8,90% indígena.
25
Esse estudo foi realizado com base em doadores de sangue, sendo que a
maior parte dos doadores de sangue no Brasil vêm das classes mais baixas
(além de enfermeiros e demais pessoas que laboram em entidades de saúde
pública, representando bem, assim, a população brasileira).
26
Esse estudo constatou que os brasileiros de diferentes regiões são
geneticamente muito mais homogêneos do que se esperava, como
consequência do predomínio europeu (o que já havia sido mostrado por
vários outros estudos genéticos autossômicos, como se pode ver abaixo).
“Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos a
visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte
abrigassem dois povos diferentes”, comenta o geneticista. “O estudo vem
mostrar que o Brasil é um país muito mais integrado do que pensávamos.” A
homogeneidade brasileira é, portanto, muito maior entre as regiões do
que dentro delas, o que valoriza a heterogeneidade individual. Essa
conclusão do trabalho indica que características como cor da pele são,
na verdade, arbitrárias para categorizar a população.
27
Segundo um estudo genético autossômico de 2009, a herança europeia é a
dominante no Nordeste, respondendo por 66,70% da população, o restante
sendo africana (23,30%) e ameríndia (10%).
28 Já de acordo com um estudo genético autossômico feito em 2010 pela
Universidade Católica de Brasília, publicado no
American Journal of Human Biology, a herança genética europeia é a predominante no Brasil, respondendo por volta de 80% do total, sendo que no
Sul esse percentual sobe para 90%.
29
Os resultados também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência
física, como cor da pele, dos olhos e dos cabelos, têm relativamente
pouca relação com a ascendência de cada pessoa (ou seja, o
fenótipo de uma pessoa não indica claramente o seu
genótipo).
30
De acordo com esse estudo, a contribuição europeia responde por 77,40%
da ancestralidade dos nordestinos, a africana, 13,60% e a indígena,
8,90%.
31 32
Esse estudo foi realizado com base em amostras de testes de paternidade
gratuitos, conforme exposto pelos pesquisadores: "os teste de
paternidade foram gratuitos, as amostras da população envolvem pessoas
de variável perfil socioeconômico, embora provavelmente com um viés em
direção ao grupo dos 'pardos'".
32
De acordo com um estudo genético realizado em 1965, pelos
pesquisadores norte-americanos D. F. Roberts e R. W. Hiorns, "Methods of
Analysis of a Hybrid Population" (em Human Biology, vol. 37, number 1),
a ancestralidade média do nordestino é predominantemente europeia (grau
por volta de 65%), com contribuições menores, mas importantes, da
África e dos indígenas brasileiros (25% e 9% respectivamente).
34
Já de acordo com um estudo de DNA autossômico mais antigo (de 2003), a
herança no Nordeste pode assim ser caracterizada: 75% de ancestralidade
europeia, 15% africana e 10% indígena. Os pesquisadores foram
cautelosos quanto à conclusão do estudo, já que ele foi feito com base
em amostras de pessoas que fizeram o teste de paternidade, o que poder
ter contribuído, em parte, para alterar os resultados de certa maneira.
35 36
Pesquisas genéticas recentes feitas por um laboratório brasileiro
mostraram que em torno de 1/5 dos nordestinos (19%) possuem um
haplogrupo paterno tipo 2 originário da Europa, uma porcentagem maior
que a presente (13%) na população portuguesa. Esse "excesso" na
frequência do haplogrupo 2 poderia ser devido à influência genética da
miscigenação com colonizadores holandeses, que estiveram no Nordeste
entre 1630 e 1654.
37 Na época da
invasão holandesa,
embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada, há
relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas
estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais e colonos holandeses
com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros
38 e, mais informalmente, destes com índias, negras,
caboclas e
mulatas locais. Esses colonizadores eram divididos em dois grupos: os
Dienaaren ("servidores", sobretudo soldados à serviço da Coroa Holandesa) e os
Vrijburghers ("homens livres", os colonos que vieram exercer a função de comerciantes).
[carece de fontes]
Análises genéticas podem revelar ancestralidade europeia em pessoas negras e mulatas. O cantor
Djavan, de Alagoas, bem como o pai da atriz
Ildi Silva,
da Bahia, por exemplo, descobriram que possuem ancestralidade europeia
na linhagem paterna, o que atribuem a hipotéticos ancestrais holandeses.
39 40
Localização de
Ouro Branco-
RN, a cidade nordestina com o maior percentual de brancos (86,07%).
No interior pernambucano, especialmente no Sertão do Araripe e em comunidades do
Agreste, há muitas pessoas de pele bem clara,
cabelos louros e olhos claros. A tradição afirma que são descendentes de holandeses que se esconderam durante a
Insurreição Pernambucana, o que possibilitou uma configuração étnica única no estado.
[carece de fontes] Um grupo exemplar deste fenômeno são os
Gangarras do Bandeira, população de pele, cabelos e olhos claros marginalizada do município de
Santa Cruz do Capibaribe.
41 42 43 44 45
Estudos genéticos realizados em habitantes de capitais nordestinas
têm confirmado a origem mestiça dessa população, formada pela
miscigenação de europeus, africanos e índios. A contribuição de cada
etnia varia de capital para capital, sendo que a europeia é a mais
preponderante. Por exemplo, para a população de
Natal, a ancestralidade encontrada foi 58% europeia, 25% africana e 17% indígena.
46 Para a população de
Aracaju, 62% europeia, 34% africana e 4% indígena.
47 No caso de
São Luís, a ancestralidade encontrada foi 42% europeia, 39% ameríndia e 19% africana.
48 . Em
Salvador
a ancestralidade predominante é africana (49,2%), seguida pela europeia
(36,3%) e indígena (14,5%). O estudo também concluiu que
soteropolitanos que possuem sobrenome com conotação religiosa tendem a
ter maior grau de ancestralidade africana (54,9%) e a pertencer a
classes sociais menos favorecidas.
49 Já a ancestralidade de migrantes nordestinos que moram em
São Paulo
seria de 59% europeia, 30% africana e 11% indígena, de acordo com um
estudo muito antigo de 1965, baseado em polimorfismos sanguíneos.
47
De acordo com um outro estudo, de 1997, para toda a população
nordestina, a ancestralidade estimada seria de 51% europeia, 36%
africana e 13% indígena.
50 De acordo com um estudo genético de 2011, pardos e brancos de
Fortaleza,
que constituem a maior parte da população, apresentaram ancestralidade
predominante europeia (maior que 70%), com importantes contribuições
africana e indígena.
51
De acordo com um estudo genético de 2013, a composição genética da
população de Pernambuco é 56,8% europeia, 27,9% africana e 15,3%
ameríndia.
52
No mesmo ano, outro estudo realizado em Alagoas concluiu que a
composição genética de 54,7% da população do estado é europeia, 26,6%
africana e 18,7% ameríndia.
53
Indivíduos braquicéfalos são comuns em parte do sertão nordestino, especialmente na área que hoje compreende o estado do
Ceará. Essa característica peculiar foi herdada dos seus antepassados: os
índios cariris.
Grande parte da população parda cearense, que corresponde a 66,1% da
população total do estado, compartilha essa característica. Alguns povos
de outros países têm o mesmo tipo de crânio.
54 55 56
Fluxos migratórios
Devido à enorme desigualdade de renda, à grande concentração fundiária e ao problema da seca no
Sertão Nordestino, o Nordeste é desde a época império de
D. Pedro II57 e especialmente na segunda metade do
século XX uma região de forte repulsão populacional. Devido à oferta de empregos em outras regiões do
Brasil, principalmente nas décadas de
60,
70 e
80,
a migração nordestina tem sido destaque na dinâmica populacional
brasileira, em especial nas regiões Norte e Sudeste do Brasil.
Na
década de 1990,
entretanto, devido às crises econômicas e à saturação dos mercados de
várias grandes cidades, a oferta de empregos diminuiu, a qualidade da
educação piorou e a renda continuou mal distribuída, fazendo com que a
maioria dos nordestinos que haviam migrado, fugindo da miséria, e seus
descendentes continuassem com estrutura de vida precária. Por causa da
visão propagada em décadas anteriores, o suposto ideal imaginário que se
formou em relação à região Sudeste e da promessa de uma
qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de
emprego,
salários
mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino
migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de vida,
normalmente acaba encontrando o contrário, além de sofrer, não raro,
preconceito social no dia-a-dia.
[carece de fontes]
Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido
ou até se invertido na região Nordeste. Segundo o estudo "Nova
geoeconomia do emprego no Brasil", da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os estados do
Ceará,
Paraíba,
Sergipe e
Rio Grande do Norte
receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras
regiões. O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo
mais radical da transformação por que tem passado os padrões migratórios
na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil
pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Em todos os outros estados que
continuam a contar com um saldo migratório negativo, o número de
migrantes diminuiu no mesmo período analisado: no
Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em
Pernambuco, de 115 mil para 24 mil; e na
Bahia, de 267 mil para 84 mil.
58
Problemas sociais
A região nordeste do Brasil mantém problemas históricos:
agricultura atrasada e pouco diversificada, grandes
latifundiários,
concentração de renda e uma
indústria pouco diversificada e de baixa produtividade; além do fenômeno natural de
secas constantes (ver:
Polígono das secas).
As distintas características entre o nordeste e outras regiões do país,
além de acentuar as desigualdades regionais, formaram um cenário
propício à
migração nordestina, em especial às áreas urbanas.
60
No entanto, apesar de vir apresentando grande melhora nos últimos
anos no que tange à qualidade de vida de sua população, tem ainda os
mais baixos indicadores sócio-econômicos do país, tais como o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os baixos indicadores são mais graves nas
áreas rurais e no sertão nordestino, que sofre longos períodos sem
chuva; no entanto, seus indicadores são melhores que os de países como
África do Sul (maior economia do continente africano),
Bolívia e
Guiana. 18,7% dos nordestinos eram analfabetos em 2009 segundo informação divulgada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)61 ; e, segundo o
Ibope, 22% eram beneficiados pelo programa de transferência de renda
Bolsa Família em 2010
62 . A
taxa de fecundidade do Nordeste era de 2,04 filhos por mulher em 2009, acima da média nacional (1,94 filho por mulher) e das taxas das regiões
Sudeste (1,75 filho por mulher),
Sul (1,92 filho por mulher) e
Centro-Oeste (1,93 filho por mulher), e abaixo da taxa da
Região Norte
(2,51 filhos por mulher). Ressalte-se que a taxa de natalidade
nordestina está abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1
filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é
necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a
idade reprodutiva – e é semelhante às taxas de alguns países
desenvolvidos, a exemplo dos
Estados Unidos e da
Islândia (ambos com taxa de 2,05 filhos por mulher).
63
Economia
Economia da região Nordeste do Brasil
O PIB de
Pernambuco cresceu 15,78% em 2010, mais que o dobro da média nacional do mesmo ano, que ficou em 7,5%.
64 O
Complexo Industrial de Suape, responsável por esse crescimento, abriga empreendimentos como o
Estaleiro Atlântico Sul.
65 O petroleiro João Cândido (na foto) foi o primeiro navio lançado pela indústria naval pernambucana.
A economia da Região Nordeste do Brasil foi a base histórica do começo da
economia do Brasil, já que as atividades em torno do
pau-brasil e da
cana-de-açúcar predominaram e foram iniciadas no Nordeste do Brasil. O Nordeste foi a região mais rica do país até meados do século XVIII.
66
A Região Nordeste é, atualmente, a terceira maior economia do Brasil
entre as grandes regiões. Sua participação no Produto Interno Bruto
brasileiro foi de 13,4% em
2011, após a
Região Sul (16,2% de participação no PIB) e à frente da
Região Centro-Oeste (9,6% de participação no PIB).
4 Ainda assim, é a região com o mais baixo
PIB per capita.
A distribuição de renda nessa região melhorou significativamente na
década de 2000: segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) 2009, a renda média no Nordeste sofreu um aumento real
(já descontada a inflação) de 28,8% entre 2004 e 2009, passando de R$
570 para R$ 734. Entre 2008 e 2009, o incremento foi de 2,7%. Foi a
região que apresentou o maior incremento no salário médio do trabalhador
nesse período.
67
Em
2011 seu PIB nominal era de R$ 555,3 bilhões,
4 superando o de países como
Chile,
Singapura e
Portugal; e seu PIB nominal per capita, de R$ 10.379,55, superando o de países como
Ucrânia,
Tailândia e
China. As maiores economias da Região Nordeste são, respectivamente,
Bahia,
Pernambuco e
Ceará, estados que concentram, juntos, 8,5% do PIB nacional. Já os estados nordestinos com maior PIB per capita são
Sergipe,
Pernambuco,
Bahia e
Rio Grande do Norte, seguidos por
Ceará,
Paraíba,
Alagoas,
Maranhão e
Piaui. Em
2011,
Ipojuca, em
Pernambuco,
era o município com maior PIB per capita da Região Nordeste, com R$
116.198,31, além de décimo sexto do Brasil. Outros municípios
nordestinos também figuravam entre os 100 com maior PIB per capita do
país, como
Guamaré-
RN,
São Francisco do Conde-
BA,
Cairu-
BA e
Candeias-
BA.
68 Em contrapartida, no Nordeste também está localizada a cidade com o terceiro menor PIB per capita do Brasil:
São Vicente Ferrer, no
Maranhão,
com R$ 2.679,66. Os 56 municípios de menor PIB per capita (que
correspondem a 1,0% dos 5.570 municípios do país) tinham PIB per capita
inferior a R$ 3.492,99 e estavam localizados em seis estados: Maranhão
(19), Alagoas (7), Piauí (7), Bahia (6) e Ceará (1), na Região Nordeste;
e Pará (16), na Região Norte. Entre os estados nordestinos, apenas Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe não possuem município com
PIB per capita inferior a R$ 4.000,00.
69
A capacidade energética instalada é de 10.761
MW71 .
A Região Nordeste goza desde o final da
década de 2000 de um forte crescimento econômico. Mesmo durante a
Crise econômica mundial de 2008-2009 a Região apresentou aumento no PIB: enquanto o PIB do Brasil recuou 0,2% em 2009
72 , o PIB de
Pernambuco cresceu 4%; o PIB do
Ceará, 3,4%; e o PIB da
Bahia, 2,2%
73 . Esse crescimento amenizou o impacto da maior crise do capitalismo dos últimos 80 anos na
economia brasileira.
O
Banco do Nordeste
aumentou para 8,3% a projeção de crescimento para o Produto Interno
Bruto (PIB) do Nordeste em 2010. A previsão é de que o acréscimo seja
superior ao do Brasil, cuja evolução deve ser de 7,5% em 2010.
74
Turismo
O litoral é o principal atrativo da região. Milhões de turistas desembarcam nos
aeroportos nordestinos. Há alguns anos os estados vêm investindo intensivamente na melhoria da
infraestrutura, criação de novos polos turísticos, e alguns no desenvolvimento do
ecoturismo.
Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pelo
Vox Populi em novembro de
2009, a Bahia é o destino turístico preferido dos brasileiros
75 , já que 21,4% dos turistas optaram pelo estado.
Pernambuco, com 11,9%, e
São Paulo, com 10,9%, estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares nas categorias pesquisadas.
Entre as praias mais procuradas do Nordeste estão:
Arraial d'Ajuda e
Morro de São Paulo, na
Bahia;
Atalaia e
Pirambu, em
Sergipe;
Pajuçara e
Maragogi, em
Alagoas;
Porto de Galinhas e
Itamaracá, em Pernambuco;
Cabedelo e
Tambaba, na
Paraíba;
Genipabu e
Pipa, no
Rio Grande do Norte;
Jericoacoara e
Canoa Quebrada, no
Ceará;
Coqueiro e
Pedra do Sal, no
Piauí; e
Curupu e
Atins, no
Maranhão.
O
arquipélago de
Fernando de Noronha está ganhando destaque nacional e mundial. Pelas ilhas é possível avistar os
golfinhos saltadores. Destaque também para a
Chapada Diamantina
na Bahia, que encanta seus visitantes e surpreende pela quantidades de
grutas, cavernas, cachoeiras e trilhas que possui, sendo um excelente
local de visitação em qualquer época do ano.
Outro lugar de destaque é o
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um complexo de
dunas,
rios,
lagoas e
manguezais. Na Bahia, encontram-se a
Costa do Sauípe, maior complexo turístico do Brasil, e o
Arquipélago dos Abrolhos, que possui excelente área para
mergulho autônomo e livre além de atrações como a temporada das
baleias jubarte, que se inicia no mês de julho. No Piauí, encontram-se os parques nacionais
Sete Cidades,
Serra das Confusões e da
Serra da Capivara com formação rochosa e pinturas rupestres; além de seu litoral possuir o
Delta do Parnaíba. Outros destaques são o
maior cajueiro do mundo e o
Forte dos Reis Magos, ambos no Rio Grande do Norte.
O
ecoturismo
ainda é pouco explorado no Nordeste, mas tem grande potencialidade.
Ainda assim, dentre os dez principais destinos ecoturísticos
brasileiros, aparecem quatro paisagens localizadas na região Nordeste do
Brasil, onde é possível escolher entre ilhas (
Arquipélago de Fernando de Noronha em
Pernambuco), dunas (
Lençóis Maranhenses no
Maranhão),
mata atlântica em alta altitude (
Chapada Diamantina na
Bahia) e
arqueologia na
caatinga (
Parque Nacional da Serra da Capivara no
Piauí).
76
A
cultura da região é também um atrativo para o
turista. Todos os estados tem
folguedos e tradições diferentes.
Olinda, em
Pernambuco, com vestígios do
Brasil Neerlandês;
São Luís, no
Maranhão, com os da
França Equinocial;
São Cristóvão, em
Sergipe, e sua
Praça de São Francisco, rodeada de imponentes edifícios históricos;
Salvador, na
Bahia, com os da sede político-administrativa do
Brasil Colonial; e
Porto Seguro e
Santa Cruz de Cabrália, também na Bahia, com as marcas históricas da chegada das esquadras do
descobrimento do Brasil; são alguns dos principais atrativos histórico-culturais da região, sendo os quatro primeiros considerados
patrimônios culturais da humanidade pela
UNESCO.
O
turismo religioso vem crescendo na região, destacando-se os municípios de
Juazeiro do Norte e
Canindé, ambos no
Ceará; e
Bom Jesus da Lapa na Bahia. Também merece destaque o município de
Santa Cruz no
Rio Grande do Norte, com a estátua do
Alto de Santa Rita de Cássia, que é a maior
estátua da
América.
77 Outra cidade que tem se destacado é
São José de Ribamar, no
Maranhão, que no mês de setembro reúne grande quantidade de fiéis dos estados nordestinos e do Estado do
Pará. Há inclusive uma grande estátua de São José, que pode ser acessada por visitantes, que possui uma vista para o mar.
Infraestrutura
Ciência e tecnologia
O campo da
ciência e
tecnologia no Nordeste brasileiro está em pleno processo de crescimento e expansão, desde o final da
década de 1990 e continuado na
década de 2000. Cidades nordestinas estão recebendo reconhecimento nacional e internacional pelos seus
polos,
centros e
institutos tecnológicos. Um exemplo é
Recife, que abriga o
Porto Digital, um polo de desenvolvimento de
softwares criado em julho de
2000. Referência mundial,
78 o polo pernambucano é reconhecido como o maior
parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas.
81
Já no interior da
Paraíba,
Campina Grande
ganha relevância como uma das nove cidades de destaque no mundo que
apresentam um novo modelo de centro tecnológico, a única citada de toda a
América Latina na edição de abril de
2001 da
revista estadunidense
Newsweek.
82 E em outro estudo, ela aparece ao lado da
cidade de São Paulo, as únicas latino-americanas, na área
inovação tecnológica
mundial. Todo esse destaque tecnlógico de Campina Grande é resultado da
formação de uma sólida base acadêmica, iniciada ainda na
década de 1960, quando a atual
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), então Escola Politécnica, adquiriu um dos cinco primeiros
computadores em
universidades do país (primeiro do Norte-Nordeste), dando origem aos atuais cursos de
graduação e
pós-graduação nas áreas de
engenharia elétrica e
computação.
83
Outra iniciativa notória é o
Instituto Internacional de Neurociências de Natal, inaugurado em
2006 na
capital potiguar e idealizado pelo
neurocientista Miguel Nicolelis
(considerado um dos 20 mais importantes neurocientistas em atividade no
mundo). Foi criado para descentralizar a pesquisa nacional, atualmente
restrita às
regiões Sudeste e
Sul do Brasil.
Ratificando o processo de descentralização da pesquisa da ciência e da tecnologia, em
Salvador, no dia
17 de julho de
2009, após um ano de construção e um investimento de 30 milhões de
reais, foi inaugurado o primeiro centro de
biotecnologia localizado nas regiões
Norte
e Nordeste: o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São
Rafael (CBTC), o mais moderno e avançado centro de estudos de
células-tronco da
América Latina.
84 85 86 Além disso, em
2010 foi inaugurado o chamado "
Campus do Cérebro" em
Macaíba no estado do
Rio Grande do Norte, que é um centro de pesquisa e desenvolvimento da neurociência e que conta com um projeto de
inclusão social, bem como a parte científica. Outros projetos são a
Cidade da Ciência e a
Metrópole Digital,
87 também no Rio Grande do Norte.
Transportes
A malha viária da região tem 394.700 km de
rodovias. As principais vias de escoamento e transporte rodoviário são a
BR-116 e a
BR-101, tendo a cidade de
Feira de Santana, na
Bahia como o maior entroncamento rodoviário da região.
Seu sistema
ferroviário ainda é precário, porém estão em curso obras como a
Ferrovia Transnordestina, que ligará o
Porto de Suape, na
Região Metropolitana do Recife, ao
Porto de Pecém, na
Região Metropolitana de Fortaleza, cruzando praticamente todo o território de
Pernambuco e
Ceará e ligando esses dois estados ao estado do
Piauí, e permitirá o escoamento da produção agrícola do sudoeste do Piauí e do
Vale do São Francisco e a produção do pólo gesseiro de
Araripina a um menor custo, o que tornará os preços mais competitivos;
88 89 90 e a
Ferrovia Oeste-Leste, que ligará a cidade de
Figueirópolis no
Tocantins ao
Porto Sul em
Ilhéus na
Bahia e permitirá o escoamento de soja dos estados de
Mato Grosso,
Goiás e Tocantins e do oeste da Bahia bem como minério de ferro, urânio, cacau e celulose do sul da Bahia.
91
Suas cidades mais importantes dispõem de adequada estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de
Recife,
Salvador e
Fortaleza os maiores. Os principais aeroportos do Nordeste recebem milhões de
turistas anualmente e mantêm voos regulares para as principais cidades da
Europa e
Estados Unidos, sendo que o de Salvador - Deputado Luís Eduardo Magalhães - é o mais movimentado
aeroporto de todo Norte, Nordeste e Sul
brasileiro e o quinto do país, embora o
Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre, no
Recife, seja maior em capacidade e área construída.
92 O Aeroporto Internacional do Recife figura entre os cinco melhores aeroportos do mundo.
93 Em
Natal está sendo construído o
Aeroporto Internacional da Grande Natal, que, quando totalmente concluído, será o maior da
América Latina.
94
Atualmente, apenas
Recife e
Teresina dispõem de sistema de
metrô. Os metrôs de
Fortaleza e de
Salvador já estão em construção e devem entrar em operação nos próximos anos. Há também projetos de
metrô de superfície (VLT) em estudo para serem implantados em
Natal e
João Pessoa. O de
Maceió já está em operação. Outros projetos fora das capitais são os VLT do Cariri em
Juazeiro do Norte e o de
Arapiraca.
95
Educação
O Nordeste do Brasil possui um longo histórico na área de educação, desde os primeiros jesuítas, que já no
século XVI
instalaram escolas nesta região. As principais instalações educacionais
estão concentradas nas capitais e nas cidades de médio porte.
Três universidades da Região Nordeste estão entre as mil melhores do mundo em
2014, de acordo com o estudo do CWUR (
Center for World University Rankings): a
Universidade Federal de Pernambuco (15ª colocação nacional e 940ª posição no ranking global); a
Universidade Federal do Ceará (16ª colocação nacional e 964ª posição no ranking global); e a
Universidade Federal da Bahia (17ª colocação nacional e 967ª posição no ranking global).
98 99
Segundo os indicadores do
ENADE, a
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estão entre as 20 melhores do país em
2012, na 15ª e 18ª posições, respectivamente.
101 O
Scimago Institutions Ranking (SRI) 2012 mostra a Universidade Estadual de Feira de Santana na 181ª posição no ranking
Ibero-americano entre as 1.401 instituições de ensino superior, e na 118ª posição no ranking de universidades da
América Latina e
Caribe no índice de produção científica.
102
A
Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, localizada em
Recife obteve o segundo melhor proveitamento no Exame de Ordem em 2010.1, com taxa de de 81,3%, superada pelo curso de Direito da
Universidade de Brasília.
96 103 Na Faculdade de Direito do Recife, importantes nomes da história brasileira estudaram, destacando-se nomes como
Ruy Barbosa,
Barão do Rio Branco,
Castro Alves,
Clóvis Beviláqua,
Tobias Barreto,
Joaquim Nabuco,
Eusébio de Queirós,
Teixeira de Freitas,
Marquês de Paranaguá,
Epitácio Pessoa,
Assis Chateaubriand,
José Lins do Rego e
Pontes de Miranda.
Outras três faculdades de Direito nordestinas figuram entre as dez
melhores do país. São elas, por ordem de alunos aprovados: Universidade
Federal da Paraíba (75,2%); Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(72,3%); e Universidade Federal do Ceará (69,4%).
O estado de
Pernambuco se destaca no ensino tecnológico. O
Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco
(CIn UFPE), responsável pelos cursos de Ciência da Computação, Sistemas
de Informação e Engenharia da Computação, é grande fornecedor de mão de
obra especializada em tecnologia para a
Microsoft.
105 106 Seus cursos são considerados dos melhores da América Latina.
107 A
UFPE
foi uma das cinco instituições de ensino selecionadas em todo o mundo
para o programa mundial de pesquisas da Microsoft, o que permitiu o seu
acesso ao código-fonte dos componentes do Visual Studio. As outras
quatro universidades selecionadas foram a
Yale University (Estados Unidos); a
Monash University (Austrália); a
University of Hull (Inglaterra); além da
UNESP, sendo o Brasil o único país que teve duas universidades escolhidas.
108
A UFPE foi homenageada pela Microsoft pela participação dos alunos do
Centro de Informática da instituição na Imagine Cup, evento promovido
dela empresa. Alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade
Federal de Pernambuco participaram, em 2011, da Competição Baja SAE
BRASIL-PETROBRAS e garantiram vaga para a Baja SAE Kansas, nos Estados
Unidos. Apenas a UFPE e duas universidades paulistas,
USP e
FEI, conquistaram o direito de representar o Brasil na edição internacional da competição.
109
O
Ceará é o estado com o maior índice de aprovações no
ITA, considerado o vestibular mais difícil do país.
112
Todos os anos cerca de 30% dos calouros desta instituição de ensino
superior são deste estado nordestino. O desempenho exemplar em
ciências exatas alcançado pelos cearenses se deve ao trabalho realizado em um grupo de escolas da capital do estado,
Fortaleza.
113 Outro destaque da Região Nordeste no ITA é o estado de
Pernambuco,
que teve 12 estudantes aprovados no Vestibular 2011, o que representa
quase 10% das 130 vagas oferecidas por esta instituição. Pernambuco foi o
3º colocado em aprovações, superado apenas pelos estados do
Ceará e de
São Paulo.
114 O ITA, instituição fundada pelo cearense
Casimiro Montenegro Filho no estado de São Paulo, foi o embrião da
Embraer, e fornece mão de obra para esta que é a terceira maior fabricante mundial de aviões.
[carece de fontes]
A Região Nordeste foi a
segunda região do Brasil em número de escolas entre as entre as 20 melhores do ENEM 2009 ao lado da
Região Centro-Oeste: foram 4 escolas de cada uma destas duas regiões.
115 A Região Sudeste liderou o ranking, com doze escolas. Regiões
Sul e
Norte não figuraram na lista.
115 O destaque na Região Nordeste foi a cidade de
Teresina, no estado do
Piauí,
com três das vinte melhores escolas do país: o Instituto Dom Barreto
(2º lugar); o Instituto Antoine Lavoisier de Ensino (12º lugar); e o
Educandário Santa Maria Goretti (19º lugar).
115 116 A quarta escola nordestina que entrou na lista das vinte melhores instituições de ensino do Brasil foi o
Colégio Helyos, de
Feira de Santana,
Bahia, que ficou com a 9ª colocação.
115 Entre as instituições da rede pública, a melhor colocada da Região Nordeste foi o
Colégio de Aplicação do CE da UFPE, localizado em
Recife-PE, que obteve o 6º lugar entre as escolas públicas do país e a 40ª colocação na classificação geral.
116
A Região Nordeste, reconhecida historicamente por ter o maior número
de iletrados do país, logrou notáveis avanços nos seus indicadores
educacionais durante a década de 2000: a sua taxa de analfabetismo caiu
de 22,4% em 2004 para 18,7% em 2009, segundo informação divulgada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
61
Saúde
Os principais polos médicos da Região Nordeste são as cidades de
Recife,
Salvador e
Fortaleza.
Dentre os principais hospitais de Recife está o
Hospital da Restauração, maior emergência pública e mais complexo serviço de urgência e trauma do Norte-Nordeste,
118
recebendo pacientes de todo o estado e de estados vizinhos. O Hospital
da Restauração, referência nas áreas de trauma, neurocirurgia,
neurologia, cirurgia geral, clínica médica e ortopedia, possui 482
leitos registrados no Ministério da Saúde (MS), mas, incluindo os
extras, funciona com um total de 723 leitos para atender sua demanda. Os
hospitais particulares do Recife fazem da capital pernambucana o
segundo maior pólo médico e hospitalar do Brasil.
119
Em Salvador, na
Bahia, destacam-se o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) – o maior do estado – e o
Hospital Geral do Estado (HGE).
120
O HGRS presta em média mil atendimentos ambulatoriais e 350
atendimentos emergenciais em dias úteis; é referência em cirurgias
bucomaxilofacial e vasculares e clínica médica em neurocirurgia e
nefrologia; e conta com quase 2.600 funcionários. O prédio do Roberto
Santos abriga ainda o Centro de Informações Antiveneno, referência no
tratamento de intoxicações na Bahia.
120 Outros hospitais que merecem destaque: o
Hospital Santo Antônio (fundado por
Irmã Dulce);
121 o
Hospital Sarah Kubitschek; e o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos.
Em Fortaleza estão concentrados os principais hospitais públicos do estado do
Ceará. Dentre esses hospitais merecem destaque o
Instituto Doutor José Frota, mais conhecido como IJF, que é o maior hospital de emergência do estado, administrado pela prefeitura; e o
Hospital Geral de Fortaleza,
que é o maior hospital público, administrado pelo governo do estado. O
atendimento médico privado é bastante desenvolvido, com um total de 127
hospitais, destacando-se os hospitais
São Mateus,
Antônio Prudente,
Unimed,
Monte Klinikum e
SARAH-Fortaleza.
122
Cultura
Tendo sido a primeira região efetivamente colonizada por portugueses, ainda no
século XVI,
que aí encontraram as populações nativas e foram acompanhados por
africanos trazidos como escravos, a cultura nordestina é bastante
particular e típica, apesar de extremamente variada. Sua base é
luso-brasileira, com grandes influências africanas, em especial na costa
de
Pernambuco à
Bahia e no
Maranhão, e ameríndias, em especial no sertão semiárido.
Em
João Pessoa, encontra-se um grande projeto arquitetônico projetado pelo Arquiteto
Oscar Niemeyer.
Trata-se da Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes, onde
semanalmente acontecem exposições de projetos de artes, cultura e
tecnologia desenvolvidos na região.
Literatura
A literatura nordestina tem dado grandes contribuições para o cenário literário brasileiro, destacando-se nomes como
Jorge Amado,
Nelson Rodrigues,
José de Alencar,
João Cabral de Melo Neto,
Rachel de Queiroz,
Gregório de Matos,
Clarice Lispector,
Graciliano Ramos,
Gonçalves Dias,
Aluísio Azevedo,
Manuel Bandeira,
Joaquim Nabuco,
Tobias Barreto,
Arthur Azevedo,
Castro Alves,
Coelho Neto,
Álvaro Lins,
Jorge de Lima,
Ariano Suassuna,
Viriato Correia,
Ferreira Gullar,
José Lins do Rego,
João Ubaldo Ribeiro,
Dias Gomes,
Raimundo Correia,
Josué Montello, dentre muitos outros.
Gilberto Freyre representa um marco na história do Brasil, graças ao seu livro
Casa-Grande & Senzala, que demonstra a importância dos escravos para a formação do país. No
Ceará, o movimento da
Padaria Espiritual, no fim do século XIX, antecipou algumas das renovações trazidas com o modernismo, no anos 1920 do século seguinte.
Na literatura pode-se citar ainda a
literatura popular de
cordel que remonta ao
período colonial (a
literatura de cordel veio com os
portugueses e tem origem na
Idade média europeia) e numerosas manifestações artísticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de
repentes e de
embolada.
Música e dança
Na música erudita, destacaram-se como compositores
Alberto Nepomuceno e
Paurillo Barroso, assim como
Liduíno Pitombeira na atualidade, e
Eleazar de Carvalho como maestro. Ritmos e melodias nordestinas também inspiraram compositores como
Heitor Villa-Lobos (cuja Bachiana brasileira nº 5, por exemplo, em sua segunda parte - Dança do Martelo - alude ao sertão do
Cariri cearense).
Na
música popular, destacam-se ritmos tais como
coco,
xaxado,
martelo agalopado,
samba de roda,
baião,
xote,
forró,
axé e
frevo, dentre outros
ritmos. O
movimento armorial do Recife, inspirado por
Ariano Suassuna,
fez um trabalho erudito de valorização desta herança rítmica popular
nordestina. Um de seus expoentes mais conhecidos é o cantor
Antônio Nóbrega.
Na
dança, destacam-se o
maracatu, praticado em diversas partes do Nordeste, o
frevo, o
bumba-meu-boi, o
xaxado, diversas variantes do
forró, o tambor-de-crioula (característico do
Maranhão), etc. As músicas folclóricas quase sempre são acompanhadas de danças.
Artesanato
O
artesanato
é também uma parte relevante da produção cultural do Nordeste, sendo
inclusive o sustento de milhares de pessoas por toda a região. Devido à
variedade regional de tradições de artesanato, é difícil caracterizá-los
em totalidade, mas destacam-se as redes tecidas e, muitas vezes,
bordadas com muitos detalhes; os produtos feitos em
argila, madeira (por exemplo, da
carnaúba, árvore típica do
sertão) e
couro, com traços bastante particulares; além das
rendas,
que ganharam destaque no artesanato cearense. Outro destaque são as
garrafas com imagens feitas manualmente em areia colorida, um artigo
produzido para venda para turistas. No Maranhão, destacam-se artesanatos
feitos da fibra do
buriti (palmeira), assim como artesanatos e produtos do
babaçu (palmeira nativa do Maranhão).
Culinária
Munguzá, iguaria tipicamente nordestina.
A
culinária
nordestina é variada, refletindo as condições econômicas e produtivas
das diversas paisagens geoeconômicas dessa região. Frutos do mar e
peixes são bastante utilizados na culinária do litoral, enquanto, no
sertão, predominam receitas que utilizam a carne e derivados do gado
bovino,
caprino e
ovino. Ainda assim, há várias diferenças regionais, tanto na variedade de pratos quanto em sua forma de preparo. Por exemplo, no
Ceará, predomina o
mugunzá - também chamado macunzá ou mucunzá - salgado, enquanto em
Pernambuco predomina o doce). Na Bahia, os principais destaques são as comidas feitas com
azeite de dendê e com
camarão, como as
moquecas, o
vatapá, o
acarajé e os
bobós; porém não são menos apreciadas comidas acompanhadas de pirão como
mocotó e
rabada, além de doces como a
cocada, que está presente em todo o nordeste. No
Maranhão, destacam-se o
cuxá, o
arroz de cuxá, o
bobó, o
peixe pedra e a torta de camarão. Também no Maranhão se destaca o
Guaraná Jesus, patrimônio maranhense de fama nacional. Já o
bolo-de-rolo é patrimônio imaterial de Pernambuco.
Algumas comidas típicas da região são: o
baião-de-dois, a
carne-de-sol, o
queijo de coalho, o
vatapá, o
acarajé, a panelada, a
buchada, a
canjica, o feijão e arroz de coco, o
feijão verde e o
sururu, assim como vários doces feitos de
mamão,
abóbora,
laranja, etc. Algumas frutas regionais - não necessariamente nativas da região - são a
ciriguela, o
cajá, o
buriti, a
cajarana, o
umbu, a
macaúba,
juçara,
bacuri,
cupuaçu,
buriti,
murici e a
pitomba, além de outras.
Festividades
Nas
festividades, a região Nordeste dispõe de variados eventos que ocorrem ao longo do ano:
No
Carnaval os destaques são as festas de
Salvador e
Olinda-
Recife.
124 O primeiro é a maior festa popular do planeta segundo o
Guinness Book,
contando com cerca de 2,7 milhões foliões em seis dias de festa
(equivalente ao número de moradores da cidade), e internacionalmente
conhecido pelos desfiles de artistas famosos nos
trios elétricos; e o segundo é considerado popularmente o carnaval mais democrático do país, e é conhecido por seus característicos
bonecos de olinda, pelo ritmo do
frevo e do
maracatu, além de possuir o maior bloco carnavalesco do mundo, o
Galo da Madrugada.
125
As
micaretas (carnavais fora de época) de maior destaque são o "
Carnatal" em
Natal; o "
Fortal" em
Fortaleza; o "
Pré-Caju" em
Aracaju; a "
Micarande" em
Campina Grande. Há também o "
bumba-meu-boi" em
Maceió e em
São Luís do Maranhão e o "
Micareta de Feira" em
Feira de Santana.
Quando vai se aproximando o
São João, as cidades de
Caruaru em
Pernambuco e Campina Grande na
Paraíba disputam o título de "Capital do Forró".
Há também festivais de música, como o "
Festival de Verão de Salvador" (maior festival anual do
Brasil), o "
Piauí Pop" em
Teresina, o "
Mada" em
Natal, o "
Abril Pro Rock" no
Recife, o "
Ceará Music" em
Fortaleza, o "
Fest Verão Paraíba" em
João Pessoa, o "Maceió Fest" em Maceió e o "Festival de Inverno Bahia" em
Vitória da Conquista.
Esportes
Assim como no restante do país, a região Nordeste tem como principal esporte o
futebol. Os principais clubes nordestinos são
CRB e
ASA de Arapiraca em
Alagoas;
Bahia e
Vitória na
Bahia;
Ceará,
Fortaleza e
Icasa no
Ceará;
Sampaio Corrêa e
Moto Club no
Maranhão;
Treze,
Campinense e
Botafogo-PB na
Paraíba;
Sport,
Santa Cruz e
Náutico em
Pernambuco;
Ríver-PI e
Flamengo-PI no
Piauí;
América de Natal e
ABC no
Rio Grande do Norte; e
Sergipe e
Confiança em
Sergipe.
A
seleção brasileira de futebol costuma fazer partidas no Nordeste. O
estádio Castelão, em
Fortaleza, o
estádio do Arruda, no Recife, o
estádio Rei Pelé em
Maceió e, recentemente, o
estádio de Pituaçu, em Salvador, são os locais onde a seleção costuma jogar. O
Estádio da Fonte Nova, em Salvador, também recebe tais partidas, porém, ficou marcado por um acidente envolvendo vítimas fatais em 2007.
126
Durante a
Copa do Mundo FIFA de 2014, o Nordeste contou com quatro cidades-sede:
Salvador,
Recife,
Natal e
Fortaleza.
Redes de transportes, hotéis e hospitais foram construídos, ampliados
ou reformados, além da reforma e construção de novos estádios. Em
Salvador, o
Estádio da Fonte Nova foi completamente reformado, assim como o
Estádio Castelão, em
Fortaleza. Já em
Recife, foi construída a
Arena Pernambuco, situada em
São Lourenço da Mata. Em
Natal, o antigo
Machadão foi demolido e, em seu lugar, foi erguido o estádio
Arena das Dunas. Os quatro estádios foram remodelados ou construídos seguindo o padrão
FIFA. Outras capitais nordestinas também se candidataram para sediar a competição:
João Pessoa,
Teresina e
Maceió. Foi a segunda vez que o Nordeste participou de uma Copa do Mundo: em
1950, Recife realizou a partida entre
Chile e
Estados Unidos, sendo o palco do jogo naquela ocasião a
Ilha do Retiro.
No
automobilismo, a região Nordeste também recebe duas etapas anuais da
Fórmula Truck, uma no
Autódromo Internacional Ayrton Senna em
Caruaru, e uma no
Autódromo Internacional Virgílio Távora em
Eusébio,
Região Metropolitana de Fortaleza. Além disso, desde de
2009, uma etapa da
Stock Car Brasil ocorre na região, mais especificamente no
Circuito Ayrton Senna, nas ruas do
Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.
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Nos outros esportes, pode-se citar as seguintes
competições esportivas regionais:
Campeonato Nordestão Governador Miguel Arraes (
enxadrismo), Desafio Costa do Sol (
atletismo),
Nordeste Sevens (
rúgbi de sete),
Supercopa do Nordeste de Basquete (
basquetebol), dentre muitos.