A 
região Nordeste é uma das cinco 
regiões do 
Brasil definidas pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969. Possui área equivalente à da 
Mongólia ou do estado do 
Amazonas, população equivalente à da 
Itália e um 
IDH médio, próximo ao da 
África do Sul. Em comparação com as outras regiões brasileiras, tem a segunda maior população, o terceiro maior 
território, o segundo maior 
colégio eleitoral (
36 727 931 eleitores em 2010), o menor IDH (2005) e o terceiro maior PIB (2009).
É a região brasileira que possui o maior número de estados (nove no total): 
Alagoas, 
Bahia, 
Ceará, 
Maranhão, 
Paraíba, 
Piauí, 
Pernambuco, 
Rio Grande do Norte e 
Sergipe. Em função de suas diferentes características físicas, a região é dividida em quatro sub-regiões: 
meio-norte, 
sertão, 
agreste e 
zona da mata, tendo níveis muito variados de 
desenvolvimento humano ao longo de suas zonas geográficas.
A região Nordeste foi o berço da 
colonização portuguesa no país, de 
1500 até 
1532, devido ao 
descobrimento por 
Pedro Álvares Cabral e a posterior 
colonização exploratória, que consistia, em suma, na extração 
pau-brasil, cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da 
nobreza europeia. Com a criação das 
capitanias hereditárias, foi fundada a Vila de 
Olinda, e, anos mais tarde, deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil, 
Salvador, em 
1549. Desde o início, foi criado o 
governo-geral no país com a posse de 
Tomé de Sousa. O Nordeste foi também o centro financeiro do Brasil até meados do 
século XVIII, uma vez que a 
Capitania de Pernambuco foi o principal centro produtivo da colônia e 
Recife a cidade de maior importância econômica.
História
O Nordeste era habitado desde a 
pré-história pelos 
povos indígenas do Brasil, que, no início da colonização, realizavam trocas comerciais com 
europeus, na forma de extração do 
pau-brasil
 em troca de outros itens. Mas, ao longo do período de colonização, eles
 foram incorporados ao domínio europeu ou eliminados, em decorrência das
 constantes disputas contra os senhores de 
engenho.
A região foi o palco do descobrimento durante o 
século XVI. 
Portugueses chegaram em uma expedição no dia 
22 de abril de 
1500, liderados por 
Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de 
Porto Seguro, no estado da 
Bahia.
Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a 
França, que não concordavam com o 
Tratado de Tordesilhas, realizavam constantes ataques ao 
litoral com o objetivo de contrabandear madeira para a 
Europa.
A costa norte do atual estado do 
Maranhão foi invadida pela França, na chamada 
França Equinocial. Os colonos franceses fundaram um povoado denominado de "
Saint Louis" (atual São Luís), em homenagem ao soberano, 
Luís XIII de França. Cientes da presença francesa na região, os portugueses reuniram tropas a partir da 
Capitania de Pernambuco, sob o comando de 
Alexandre de Moura. As operações militares culminaram com a capitulação francesa em fins de 
1615.
Em 
1630, a Capitania de Pernambuco foi invadida pela 
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (
West Indische Compagnie). Por ocasião da 
União Ibérica (1580 a 1640), a então chamada 
República Holandesa, antes dominada pela 
Espanha,
 tendo depois conseguido sua independência através da força, veem em 
Pernambuco a oportunidade para impor um duro golpe na Espanha, ao mesmo 
tempo em que tirariam o prejuízo do fracasso na 
Bahia, uma vez que Pernambuco era o principal centro produtivo da colônia. Em 26 de dezembro de 1629, partia de São Vicente, 
Cabo Verde, uma esquadra com 66 embarcações e 7.280 homens em direção a Pernambuco. Os holandeses, desembarcando na praia de 
Pau Amarelo, conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e estabelecem a colônia 
Nova Holanda. A frágil resistência portuguesa na passagem do 
Rio Doce,
 invadiu, sem grandes contratempos, Olinda e derrotou a pequena, porém 
aguerrida, guarnição do forte (que depois passaria a ser chamado de 
Brum), porta de entrada para o 
Recife através do istmo que ligava as duas cidades.
O Recife, conhecido como 
Mauritsstad (Cidade Maurícia), foi a capital do 
Brasil Holandês, tendo sido governada na maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos 
Países Baixos) 
Maurício de Nassau. Neste período, Recife foi considerada a mais próspera e urbanizada cidade do continente americano.
[carece de fontes] O império holandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de fortalezas que iam do 
Ceará à embocadura do 
rio São Francisco, ao sul de 
Alagoas. Os holandeses também possuíam uma série de feitorias na 
Guiné e 
Angola, situadas no outro lado do 
Atlântico, o que lhes dava controle sobre o 
açúcar e o 
tráfico negreiro, administradas pela Companhia das Índias Ocidentais.
O conde desembarcou na 
Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637,
 acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto, 
começa a construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e 
canais para vencer as condições geográficas locais. O arquiteto 
Pieter Post
 foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o 
palácio de Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do 
prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro do Novo Mundo.
5 6
 Em 28 de fevereiro de 1644, o Recife (atualmente o Bairro do Recife) 
foi ligado à Cidade Maurícia com a construção da primeira ponte da 
América Latina.
7
Maurício de Nassau realizou uma política de tolerância religiosa frente aos 
católicos e 
calvinistas. Além disso, permitiu a migração de 
judeus ao Recife, que passou a abrigar a maior comunidade judaica de todo o continente, e a criação de uma 
sinagoga, a 
Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e considerada o primeiro templo 
judaico das Américas do Sul, Central e do Norte.
8
Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de 
Maurício de Nassau
 do governo da capitania pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais,
 o povo de Pernambuco se rebelou contra o governo, juntando-se à fraca 
resistência ainda existente, num movimento denominado 
Insurreição Pernambucana. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos em 
1654, na segunda 
Batalha dos Guararapes. Foi nesta ocasião que se diz ter nascido o 
Exército brasileiro.
Durante o período colonial, no 
século XVI, a resistência 
quilombola se iniciou no 
Brasil, com a fuga de 
escravos para o 
Quilombo dos Palmares, na região da serra da Barriga, atual território de 
Alagoas. Nos vários 
mocambos palmarinos chegaram a reunir-se mais de vinte mil pessoas. Em 
1694, o Macaco, "capital" de Palmares, foi tomado e destruído, 
Zumbi dos Palmares foi capturado e teve sua cabeça degolada e exposta em praça pública no 
Recife.
A cidade de 
Salvador foi a primeira sede do 
governo-geral
 no Brasil, pois estava estrategicamente localizada em um ponto médio do
 litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder 
para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de 
crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola 
da região.
Geografia
A área do Nordeste brasileiro é de 
1 554 291,607 km²,
1 equivalente a 18% do território nacional e é a região que possui a maior 
costa litorânea.
 A região possui os estados com a maior e a menor costa litorânea, 
respectivamente Bahia, com 932 km de litoral e Piauí, com 60 km de 
litoral. A região toda possui 3338 km de praias.
Está situado entre os 
paralelos de 07° 12' 35" de 
latitude sul e 48° 20' 07" de latitude sul e entre os 
meridianos de 34° 47' 30" e 48° 45' 24", a 
oeste do 
meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o 
oceano Atlântico, ao sul com os estados de 
Minas Gerais e 
Espírito Santo e a oeste com os estados do 
Pará, 
Tocantins e 
Goiás.
Relevo
Uma das características do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o 
Borborema e a 
bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a 
Diamantina, onde se localiza o ponto mais elevado da região, o 
Pico do Barbado, com 2.033 metros de altitude, na 
Bahia, e a do 
Araripe, nas divisas entre os Estados do 
Ceará, 
Piauí, 
Pernambuco e a 
Paraíba. Entre essas regiões há algumas depressões, nas quais está localizado o 
sertão, região de clima 
semiárido.
Segundo o professor 
Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do 
Projeto Radam
 (Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais 
rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já 
citados planalto da Borborema e planaltos e chapadas da bacia do rio 
Parnaíba, a 
depressão Sertaneja-São Francisco e parte dos 
planaltos e 
serras do leste-sudeste, além das 
planícies e 
tabuleiros litorâneos.
9
Clima
 
Triunfo, no estado de 
Pernambuco, tem temperatura amena apesar de estar localizada no 
Semiárido. Isso é possível graças à sua altitude (1.004m), uma das mais elevadas do sertão nordestino
10 .
 
 
 
A região Nordeste do 
Brasil apresenta 
média de anual de temperatura entre 20° e 28° 
C. Nas áreas situadas acima de 200 metros e no 
litoral oriental, as 
temperaturas variam de 24° a 26°C. As médias anuais inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas da 
Chapada Diamantina e do 
planalto da Borborema. O índice de precipitação anual varia de 300 a 2000 
mm. Quatro tipos de 
climas estão presentes no Nordeste:
Com precipitação média de chuvas de menos de 300 milímetros por ano, 
às quais ocorrem durante no máximo três meses, dando vazão a estiagens 
que duram às vezes mais de dez meses, 
Cabaceiras, na 
Paraíba, tem o título de município mais seco do país.
11 A Região Nordeste encontra-se com 72,24% de seu território dentro do 
polígono das secas, segundo dados da 
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
12
Vegetação
A 
vegetação nordestina vai desde a 
Mata Atlântica no 
litoral até a 
Mata dos Cocais no 
Meio Norte, com ecossistemas como os 
manguezais, a 
caatinga, o 
cerrado, as 
restingas, dentre outros, que possuem 
fauna e 
flora exuberantes, diversas 
espécies endêmicas e animais ameaçados de 
extinção.
- Mata Atlântica: também chamada de Floresta tropical úmida de encosta, a mata atlântica estendia-se originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul,
 porém, em consequência dos desmatamentos que ocorreram em função 
principalmente da indústria açucareira, hoje só restam cerca de 5% da vegetação original, dispersos em "ilhas". Foi na mata atlântica nordestina que começou o processo de extração do pau-brasil;
 existem também florestas semideciduais e úmidas nos estados do Ceará, 
Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia, que constituem encraves de Mata 
Atlântica de forma não contínua como no litoral, ocorrendo somente em 
serras e chapadas do interior desses territórios e caracterizando o 
chamado brejo de altitude.
- Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os climas semiárido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, além do buriti. Ocorre em parte do Maranhão, do Piauí, do Ceará, do Rio Grande do Norte e do Tocantins na região Norte. Representa menos de 3% da área do Brasil.
- Cerrado: ocupa 25% do território brasileiro, mas no Nordeste só abrange o sul do estado do Maranhão, o sudoeste do Piauí, o oeste da Bahia, áreas interioranas das regiões Sul e Centro-Sul do Ceará (nestas, ilhadas pela caatinga), Microrregião de Araripina em Pernambuco e algumas áreas da faixa litorânea que vai do Piauí até o Sergipe. Apresenta árvores de baixo porte, com galhos retorcidos, com o chão coberto por gramíneas e solos de alta acidez; no Cariri cearense também existe a formação do cerradão, um cerrado com árvores mais altas.
- Caatinga: vegetação típica do sertão, tem como principais espécies o pereiro, a aroeira, as leguminosas e as cactáceas.
 É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é
 rica ecologicamente. Ocorre em todos os estados nordestinos exceto o Maranhão, e no norte de Minas Gerais, na Região Sudeste.
- Vegetações Litorâneas e Matas Ciliares: na categoria de vegetação litorânea, pode-se incluir os mangues, um rico ecossistema local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios e lagoas. Também pode-se incluir as restingas e as dunas.
 As matas ciliares ou matas de galeria são comuns em regiões de 
cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata. São pequenas 
florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior 
concentração de materiais orgânicos no solo, e funcionam como uma 
proteção para os rios e mares.
Hidrografia
As 
bacias hidrográficas do Nordeste são:
- Bacia do São Francisco: é a principal da região, formada pelos rios São Francisco
 e seus afluentes. São praticadas atividades de pesca, navegação e 
produção de energia elétrica pelas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó. A bacia delimita as divisas naturais de Bahia com Pernambuco e também de Sergipe e Alagoas, que é onde está localizada sua foz.
- Bacia do Parnaíba: é a segunda mais importante, ocupando uma área de cerca de 344.112 km² (3,9% do território nacional) e drena quase todo o estado do Piauí, parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos poucos no mundo a possuir um delta em mar aberto, com uma área de manguezal de aproximadamente, 2.700 km².
- Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: ocupa uma área de 287.384 km², que abrange os estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Os rios principais são o Jaguaribe, Piranhas-Açú, Capibaribe, Acaraú, Curimataú, Mundaú, Paraíba, Itapecuru, Mearim e Una, (esses três últimos no estado do Maranhão).
- Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: situada entre o Nordeste e a região Norte, fica localizada, quase que em sua totalidade, no estado do Maranhão. Algumas de suas sub-bacias constituem ricos ecossistemas, como manguezais, babaçuais e várzeas.
- Bacia do Atlântico Leste: compreende uma área de 364.677 km², dividida entre 2 estados do Nordeste (Bahia e Sergipe) e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como atividade de subsistência.
Zonas geográficas
Em função de suas diferentes características físicas, a região Nordeste é dividida em quatro zonas ou sub-regiões:
- Meio-Norte: É uma faixa de transição entre a Amazônia e o Sertão nordestino. Engloba o estado do Maranhão e o oeste do estado do Piauí. Esta zona geográfica também é conhecida como Mata dos Cocais. No litoral, chove cerca de 2 000 mm anuais. Indo mais para o leste ou para o interior, esse número cai para 1 500 mm anuais, e, no sul do Piauí, uma região mais parecida com o Sertão, chove em média 700 mm por ano.
- Sertão: Está localizado, em quase sua totalidade, no interior da Região Nordeste, sendo sua maior zona geográfica. Possui clima semiárido. Em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, e, descendo mais ao sul, alcança a divisa entre Bahia e Minas Gerais. As chuvas nesta sub-região são irregulares e escassas, ocorrendo constantes períodos de estiagem. A vegetação típica é a caatinga.
- Agreste:
 É uma faixa de transição entre o Sertão e a Zona da Mata. É a menor 
zona geográfica da Região Nordeste. Está localizada no alto do Planalto da Borborema,
 um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão. Estende-se do
 Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Do lado leste do planalto estão
 as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o
 clima vai ficando cada vez mais seco (Sertão).
- Zona da Mata:
 Localizada no leste, entre o Planalto da Borborema e a costa, 
estende-se do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. As chuvas são 
abundantes nesta região. Recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de florestas. É a zona mais desenvolvida da Região Nordeste.13
Demografia
Segundo dados do 
IBGE,
 a região possui mais de 49 milhões de habitantes, quase 30% da 
população brasileira. É a segunda região mais populosa do país, atrás 
apenas da 
região Sudeste. É também a terceira região quanto à densidade demográfica, contando com 32 
habitantes por 
quilômetro quadrado. As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são: 
Salvador, 
Fortaleza, 
Recife, 
São Luís, 
Natal, 
Teresina, 
Maceió, 
João Pessoa, 
Feira de Santana, 
Jaboatão dos Guararapes, 
Aracaju, 
Olinda, 
Campina Grande, 
Caucaia, 
Paulista, 
Vitória da Conquista, 
Caruaru, 
Petrolina, 
Mossoró, 
Juazeiro do Norte, 
Itabuna e 
Juazeiro, todas com mais de duzentos mil habitantes.
Urbanização
Assim como acontece em todo o território brasileiro, a população 
nordestina é mal distribuída. Cerca de 60,6% dela fica concentrada na 
faixa litorânea e nas principais capitais. No 
sertão e interior, os níveis de 
densidade populacional são mais baixos, principalmente por causa do 
clima semiárido. Ainda assim, a densidade demográfica no semiárido nordestino é uma das mais altas do mundo para esse tipo de área climática.
14
De acordo com os dados do 
IBGE (2004), 71,5% da dos nordestinos estão em 
áreas urbanas.
15 A urbanização do Nordeste foi mais lenta em relação ao resto do país, mas se acelerou nas últimas décadas.
16 No período 1991-1996, a população rural no total da população teve queda de 45,8%.
17
Áreas metropolitanas
Todas as capitais da região Nordeste possuem 
região metropolitana (RM), com exceção de 
Teresina, que possui 
região integrada de desenvolvimento econômico (RIDE), por abrigar municípios de diferentes 
unidades federativas. Além das capitais, outras áreas metropolitanas figuram no 
interior. As regiões metropolitanas mais antigas são as de 
Recife, 
Salvador e 
Fortaleza, as quais foram criadas pela 
Lei Complementar Federal do Brasil 14 de 1973, e são também as mais populosas. As outras foram criadas por meio de 
leis complementares estaduais, como a 
Região Metropolitana de Feira de Santana, a mais nova, criada em julho de 
2011.
Todos os nove estados nordestinos possuem ao menos uma 
área metropolitana
 em seu território, seja na sua totalidade (como Rio Grande do Norte e 
Sergipe) ou parcialmente (Piauí). Nesse sentido, Maranhão possui três no
 total. São duas (
São Luís e 
Sudoeste Maranhense), localizadas integralmente dentro do território maranhense, e outra (
Grande Teresina) expande-se pelo Piauí. O estado da 
Paraíba possui o maior número de regiões metropolitanas (oito no total).
Dados do 
censo de 2010 do 
IBGE confirmam a 
Região Metropolitana do Recife como a mais populosa do Nordeste Brasileiro, a quinta do 
Brasil e a 107ª do mundo. A 
Região Metropolitana de Salvador caiu uma colocação na classificação regional e nacional, sendo ultrapassada pela 
Região Metropolitana de Fortaleza; esta passa a ocupar a segunda posição no Nordeste, a sexta do Brasil e a 108ª do mundo.
18
Composição étnica
Para a formação do povo nordestino, participaram três 
grupos étnicos: o 
indígena, o 
branco e o 
negro.
A 
miscigenação étnica e cultural desses três elementos foi o pilar para a composição da população do Nordeste, porém, essa mistura de 
raças não aconteceu de forma uniforme. Em algumas regiões, como no 
Ceará, no 
Piauí, na 
Paraíba, no 
Rio Grande do Norte e no oeste e região central de 
Pernambuco predominam os 
caboclos. Já em outras, como a 
Bahia, e o leste de Pernambuco, os 
mulatos predominam. Os 
cafuzos também são muito comuns no Maranhão.
21
Os estados com maior população branca são 
Pernambuco (36,6%), 
Paraíba (36,4%) e 
Rio Grande do Norte (36,3%); os com maior população negra, 
Bahia (16,8%), 
Maranhão (6,6%) e 
Piauí
 (5,9%); os com maior população indígena, Maranhão (0,9%), Bahia (0,3%) e
 Paraíba (0,3%); e os com maior população parda, Piauí (69,9%), Maranhão
 (68,6%) e 
Alagoas (67,7%).
22
Estudos genéticos
De acordo com o estudo autossômico de 2011, levado a cabo pelo 
geneticista brasileiro Sérgio Pena, o componente europeu é o 
predominante na população do Nordeste, com contribuições africanas e 
indígenas. De acordo com o estudo realizado, a composição do Nordeste 
pode assim ser descrita: 60,10% de herança europeia, 29,30% de herança 
africana e 8,90% indígena.
25
 Esse estudo foi realizado com base em doadores de sangue, sendo que a 
maior parte dos doadores de sangue no Brasil vêm das classes mais baixas
 (além de enfermeiros e demais pessoas que laboram em entidades de saúde
 pública, representando bem, assim, a população brasileira).
26
 Esse estudo constatou que os brasileiros de diferentes regiões são 
geneticamente muito mais homogêneos do que se esperava, como 
consequência do predomínio europeu (o que já havia sido mostrado por 
vários outros estudos genéticos autossômicos, como se pode ver abaixo). 
“Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos a 
visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte 
abrigassem dois povos diferentes”, comenta o geneticista. “O estudo vem 
mostrar que o Brasil é um país muito mais integrado do que pensávamos.” A
 homogeneidade brasileira é, portanto, muito maior entre as regiões do 
que dentro delas, o que valoriza a heterogeneidade individual. Essa 
conclusão do trabalho indica que características como cor da pele são, 
na verdade, arbitrárias para categorizar a população.
27
Segundo um estudo genético autossômico de 2009, a herança europeia é a
 dominante no Nordeste, respondendo por 66,70% da população, o restante 
sendo africana (23,30%) e ameríndia (10%).
28 Já de acordo com um estudo genético autossômico feito em 2010 pela 
Universidade Católica de Brasília, publicado no 
American Journal of Human Biology, a herança genética europeia é a predominante no Brasil, respondendo por volta de 80% do total, sendo que no 
Sul esse percentual sobe para 90%.
29
 Os resultados também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência
 física, como cor da pele, dos olhos e dos cabelos, têm relativamente 
pouca relação com a ascendência de cada pessoa (ou seja, o 
fenótipo de uma pessoa não indica claramente o seu 
genótipo).
30
 De acordo com esse estudo, a contribuição europeia responde por 77,40% 
da ancestralidade dos nordestinos, a africana, 13,60% e a indígena, 
8,90%.
31 32
 Esse estudo foi realizado com base em amostras de testes de paternidade
 gratuitos, conforme exposto pelos pesquisadores: "os teste de 
paternidade foram gratuitos, as amostras da população envolvem pessoas 
de variável perfil socioeconômico, embora provavelmente com um viés em 
direção ao grupo dos 'pardos'".
32
De acordo com um estudo genético realizado em 1965, pelos 
pesquisadores norte-americanos D. F. Roberts e R. W. Hiorns, "Methods of
 Analysis of a Hybrid Population" (em Human Biology, vol. 37, number 1),
 a ancestralidade média do nordestino é predominantemente europeia (grau
 por volta de 65%), com contribuições menores, mas importantes, da 
África e dos indígenas brasileiros (25% e 9% respectivamente).
34
Já de acordo com um estudo de DNA autossômico mais antigo (de 2003), a
 herança no Nordeste pode assim ser caracterizada: 75% de ancestralidade
 europeia, 15% africana e 10% indígena. Os pesquisadores foram 
cautelosos quanto à conclusão do estudo, já que ele foi feito com base 
em amostras de pessoas que fizeram o teste de paternidade, o que poder 
ter contribuído, em parte, para alterar os resultados de certa maneira.
35 36
Pesquisas genéticas recentes feitas por um laboratório brasileiro 
mostraram que em torno de 1/5 dos nordestinos (19%) possuem um 
haplogrupo paterno tipo 2 originário da Europa, uma porcentagem maior 
que a presente (13%) na população portuguesa. Esse "excesso" na 
frequência do haplogrupo 2 poderia ser devido à influência genética da 
miscigenação com colonizadores holandeses, que estiveram no Nordeste 
entre 1630 e 1654.
37 Na época da 
invasão holandesa,
 embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada, há 
relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas
 estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais e colonos holandeses 
com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros
38 e, mais informalmente, destes com índias, negras, 
caboclas e 
mulatas locais. Esses colonizadores eram divididos em dois grupos: os 
Dienaaren ("servidores", sobretudo soldados à serviço da Coroa Holandesa) e os 
Vrijburghers ("homens livres", os colonos que vieram exercer a função de comerciantes).
[carece de fontes]
Análises genéticas podem revelar ancestralidade europeia em pessoas negras e mulatas. O cantor 
Djavan, de Alagoas, bem como o pai da atriz 
Ildi Silva,
 da Bahia, por exemplo, descobriram que possuem ancestralidade europeia 
na linhagem paterna, o que atribuem a hipotéticos ancestrais holandeses.
39 40
 
Localização de 
Ouro Branco-
RN, a cidade nordestina com o maior percentual de brancos (86,07%).
 
 
No interior pernambucano, especialmente no Sertão do Araripe e em comunidades do 
Agreste, há muitas pessoas de pele bem clara, 
cabelos louros e olhos claros. A tradição afirma que são descendentes de holandeses que se esconderam durante a 
Insurreição Pernambucana, o que possibilitou uma configuração étnica única no estado. 
[carece de fontes] Um grupo exemplar deste fenômeno são os 
Gangarras do Bandeira, população de pele, cabelos e olhos claros marginalizada do município de 
Santa Cruz do Capibaribe.
41 42 43 44 45
Estudos genéticos realizados em habitantes de capitais nordestinas 
têm confirmado a origem mestiça dessa população, formada pela 
miscigenação de europeus, africanos e índios. A contribuição de cada 
etnia varia de capital para capital, sendo que a europeia é a mais 
preponderante. Por exemplo, para a população de 
Natal, a ancestralidade encontrada foi 58% europeia, 25% africana e 17% indígena.
46 Para a população de 
Aracaju, 62% europeia, 34% africana e 4% indígena.
47 No caso de 
São Luís, a ancestralidade encontrada foi 42% europeia, 39% ameríndia e 19% africana.
48 . Em 
Salvador
 a ancestralidade predominante é africana (49,2%), seguida pela europeia
 (36,3%) e indígena (14,5%). O estudo também concluiu que 
soteropolitanos que possuem sobrenome com conotação religiosa tendem a 
ter maior grau de ancestralidade africana (54,9%) e a pertencer a 
classes sociais menos favorecidas.
49 Já a ancestralidade de migrantes nordestinos que moram em 
São Paulo
 seria de 59% europeia, 30% africana e 11% indígena, de acordo com um 
estudo muito antigo de 1965, baseado em polimorfismos sanguíneos.
47
 De acordo com um outro estudo, de 1997, para toda a população 
nordestina, a ancestralidade estimada seria de 51% europeia, 36% 
africana e 13% indígena.
50 De acordo com um estudo genético de 2011, pardos e brancos de 
Fortaleza,
 que constituem a maior parte da população, apresentaram ancestralidade 
predominante europeia (maior que 70%), com importantes contribuições 
africana e indígena.
51
De acordo com um estudo genético de 2013, a composição genética da 
população de Pernambuco é 56,8% europeia, 27,9% africana e 15,3% 
ameríndia.
52
 No mesmo ano, outro estudo realizado em Alagoas concluiu que a 
composição genética de 54,7% da população do estado é europeia, 26,6% 
africana e 18,7% ameríndia.
53
Indivíduos braquicéfalos são comuns em parte do sertão nordestino, especialmente na área que hoje compreende o estado do 
Ceará. Essa característica peculiar foi herdada dos seus antepassados: os 
índios cariris.
 Grande parte da população parda cearense, que corresponde a 66,1% da 
população total do estado, compartilha essa característica. Alguns povos
 de outros países têm o mesmo tipo de crânio.
54 55 56
Fluxos migratórios
Devido à enorme desigualdade de renda, à grande concentração fundiária e ao problema da seca no 
Sertão Nordestino, o Nordeste é desde a época império de 
D. Pedro II57 e especialmente na segunda metade do 
século XX uma região de forte repulsão populacional. Devido à oferta de empregos em outras regiões do 
Brasil, principalmente nas décadas de 
60, 
70 e 
80,
 a migração nordestina tem sido destaque na dinâmica populacional 
brasileira, em especial nas regiões Norte e Sudeste do Brasil.
Na 
década de 1990,
 entretanto, devido às crises econômicas e à saturação dos mercados de 
várias grandes cidades, a oferta de empregos diminuiu, a qualidade da 
educação piorou e a renda continuou mal distribuída, fazendo com que a 
maioria dos nordestinos que haviam migrado, fugindo da miséria, e seus 
descendentes continuassem com estrutura de vida precária. Por causa da 
visão propagada em décadas anteriores, o suposto ideal imaginário que se
 formou em relação à região Sudeste e da promessa de uma 
qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de 
emprego, 
salários
 mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino 
migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de vida, 
normalmente acaba encontrando o contrário, além de sofrer, não raro, 
preconceito social no dia-a-dia.
[carece de fontes]
Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido 
ou até se invertido na região Nordeste. Segundo o estudo "Nova 
geoeconomia do emprego no Brasil", da 
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os estados do 
Ceará, 
Paraíba, 
Sergipe e 
Rio Grande do Norte
 receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras 
regiões. O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo 
mais radical da transformação por que tem passado os padrões migratórios
 na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil 
pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Em todos os outros estados que 
continuam a contar com um saldo migratório negativo, o número de 
migrantes diminuiu no mesmo período analisado: no 
Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em 
Pernambuco, de 115 mil para 24 mil; e na 
Bahia, de 267 mil para 84 mil.
58
Problemas sociais
A região nordeste do Brasil mantém problemas históricos: 
agricultura atrasada e pouco diversificada, grandes 
latifundiários, 
concentração de renda e uma 
indústria pouco diversificada e de baixa produtividade; além do fenômeno natural de 
secas constantes (ver: 
Polígono das secas).
 As distintas características entre o nordeste e outras regiões do país,
 além de acentuar as desigualdades regionais, formaram um cenário 
propício à 
migração nordestina, em especial às áreas urbanas.
60
No entanto, apesar de vir apresentando grande melhora nos últimos 
anos no que tange à qualidade de vida de sua população, tem ainda os 
mais baixos indicadores sócio-econômicos do país, tais como o 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os baixos indicadores são mais graves nas 
áreas rurais e no sertão nordestino, que sofre longos períodos sem 
chuva; no entanto, seus indicadores são melhores que os de países como 
África do Sul (maior economia do continente africano), 
Bolívia e 
Guiana. 18,7% dos nordestinos eram analfabetos em 2009 segundo informação divulgada pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)61  ; e, segundo o 
Ibope, 22% eram beneficiados pelo programa de transferência de renda 
Bolsa Família em 2010
62 . A 
taxa de fecundidade do Nordeste era de 2,04 filhos por mulher em 2009, acima da média nacional (1,94 filho por mulher) e das taxas das regiões 
Sudeste (1,75 filho por mulher), 
Sul (1,92 filho por mulher) e 
Centro-Oeste (1,93 filho por mulher), e abaixo da taxa da 
Região Norte
 (2,51 filhos por mulher). Ressalte-se que a taxa de natalidade 
nordestina está abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 
filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é 
necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a 
idade reprodutiva – e é semelhante às taxas de alguns países 
desenvolvidos, a exemplo dos 
Estados Unidos e da 
Islândia (ambos com taxa de 2,05 filhos por mulher).
63
Economia
 Economia da região Nordeste do Brasil
 
O PIB de 
Pernambuco cresceu 15,78% em 2010, mais que o dobro da média nacional do mesmo ano, que ficou em 7,5%.
64 O 
Complexo Industrial de Suape, responsável por esse crescimento, abriga empreendimentos como o 
Estaleiro Atlântico Sul.
65 O petroleiro João Cândido (na foto) foi o primeiro navio lançado pela indústria naval pernambucana.
 
 
A economia da Região Nordeste do Brasil foi a base histórica do começo da 
economia do Brasil, já que as atividades em torno do 
pau-brasil e da 
cana-de-açúcar predominaram e foram iniciadas no Nordeste do Brasil. O Nordeste foi a região mais rica do país até meados do século XVIII.
66
A Região Nordeste é, atualmente, a terceira maior economia do Brasil 
entre as grandes regiões. Sua participação no Produto Interno Bruto 
brasileiro foi de 13,4% em 
2011, após a 
Região Sul (16,2% de participação no PIB) e à frente da 
Região Centro-Oeste (9,6% de participação no PIB).
4 Ainda assim, é a região com o mais baixo 
PIB per capita.
 A distribuição de renda nessa região melhorou significativamente na 
década de 2000: segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios (Pnad) 2009, a renda média no Nordeste sofreu um aumento real
 (já descontada a inflação) de 28,8% entre 2004 e 2009, passando de R$ 
570 para R$ 734. Entre 2008 e 2009, o incremento foi de 2,7%. Foi a 
região que apresentou o maior incremento no salário médio do trabalhador
 nesse período.
67
Em 
2011 seu PIB nominal era de R$ 555,3 bilhões,
4 superando o de países como 
Chile, 
Singapura e 
Portugal; e seu PIB nominal per capita, de R$ 10.379,55, superando o de países como 
Ucrânia, 
Tailândia e 
China. As maiores economias da Região Nordeste são, respectivamente, 
Bahia, 
Pernambuco e 
Ceará, estados que concentram, juntos, 8,5% do PIB nacional. Já os estados nordestinos com maior PIB per capita são 
Sergipe, 
Pernambuco, 
Bahia e 
Rio Grande do Norte, seguidos por 
Ceará, 
Paraíba, 
Alagoas, 
Maranhão e 
Piaui. Em 
2011, 
Ipojuca, em 
Pernambuco,
 era o município com maior PIB per capita da Região Nordeste, com R$ 
116.198,31, além de décimo sexto do Brasil. Outros municípios 
nordestinos também figuravam entre os 100 com maior PIB per capita do 
país, como 
Guamaré-
RN, 
São Francisco do Conde-
BA, 
Cairu-
BA e 
Candeias-
BA. 
68 Em contrapartida, no Nordeste também está localizada a cidade com o terceiro menor PIB per capita do Brasil: 
São Vicente Ferrer, no 
Maranhão,
 com R$ 2.679,66. Os 56 municípios de menor PIB per capita (que 
correspondem a 1,0% dos 5.570 municípios do país) tinham PIB per capita 
inferior a R$ 3.492,99 e estavam localizados em seis estados: Maranhão 
(19), Alagoas (7), Piauí (7), Bahia (6) e Ceará (1), na Região Nordeste;
 e Pará (16), na Região Norte. Entre os estados nordestinos, apenas Rio 
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe não possuem município com
 PIB per capita inferior a R$ 4.000,00.
69
A capacidade energética instalada é de 10.761 
MW71 .
A Região Nordeste goza desde o final da 
década de 2000 de um forte crescimento econômico. Mesmo durante a 
Crise econômica mundial de 2008-2009 a Região apresentou aumento no PIB: enquanto o PIB do Brasil recuou 0,2% em 2009
72 , o PIB de 
Pernambuco cresceu 4%; o PIB do 
Ceará, 3,4%; e o PIB da 
Bahia, 2,2%
73 . Esse crescimento amenizou o impacto da maior crise do capitalismo dos últimos 80 anos na 
economia brasileira.
O 
Banco do Nordeste
 aumentou para 8,3% a projeção de crescimento para o Produto Interno 
Bruto (PIB) do Nordeste em 2010. A previsão é de que o acréscimo seja 
superior ao do Brasil, cuja evolução deve ser de 7,5% em 2010.
74
Turismo
O litoral é o principal atrativo da região. Milhões de turistas desembarcam nos 
aeroportos nordestinos. Há alguns anos os estados vêm investindo intensivamente na melhoria da 
infraestrutura, criação de novos polos turísticos, e alguns no desenvolvimento do 
ecoturismo.
Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pelo 
Vox Populi em novembro de 
2009, a Bahia é o destino turístico preferido dos brasileiros
75 , já que 21,4% dos turistas optaram pelo estado. 
Pernambuco, com 11,9%, e 
São Paulo, com 10,9%, estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares nas categorias pesquisadas.
Entre as praias mais procuradas do Nordeste estão: 
Arraial d'Ajuda e 
Morro de São Paulo, na 
Bahia; 
Atalaia e 
Pirambu, em 
Sergipe; 
Pajuçara e 
Maragogi, em 
Alagoas; 
Porto de Galinhas e 
Itamaracá, em Pernambuco; 
Cabedelo e 
Tambaba, na 
Paraíba; 
Genipabu e 
Pipa, no 
Rio Grande do Norte; 
Jericoacoara e 
Canoa Quebrada, no 
Ceará; 
Coqueiro e 
Pedra do Sal, no 
Piauí; e 
Curupu e 
Atins, no 
Maranhão.
O 
arquipélago de 
Fernando de Noronha está ganhando destaque nacional e mundial. Pelas ilhas é possível avistar os 
golfinhos saltadores. Destaque também para a 
Chapada Diamantina
 na Bahia, que encanta seus visitantes e surpreende pela quantidades de 
grutas, cavernas, cachoeiras e trilhas que possui, sendo um excelente 
local de visitação em qualquer época do ano.
Outro lugar de destaque é o 
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um complexo de 
dunas, 
rios, 
lagoas e 
manguezais. Na Bahia, encontram-se a 
Costa do Sauípe, maior complexo turístico do Brasil, e o 
Arquipélago dos Abrolhos, que possui excelente área para 
mergulho autônomo e livre além de atrações como a temporada das 
baleias jubarte, que se inicia no mês de julho. No Piauí, encontram-se os parques nacionais 
Sete Cidades, 
Serra das Confusões e da 
Serra da Capivara com formação rochosa e pinturas rupestres; além de seu litoral possuir o 
Delta do Parnaíba. Outros destaques são o 
maior cajueiro do mundo e o 
Forte dos Reis Magos, ambos no Rio Grande do Norte.
O 
ecoturismo
 ainda é pouco explorado no Nordeste, mas tem grande potencialidade. 
Ainda assim, dentre os dez principais destinos ecoturísticos 
brasileiros, aparecem quatro paisagens localizadas na região Nordeste do
 Brasil, onde é possível escolher entre ilhas (
Arquipélago de Fernando de Noronha em 
Pernambuco), dunas (
Lençóis Maranhenses no 
Maranhão), 
mata atlântica em alta altitude (
Chapada Diamantina na 
Bahia) e 
arqueologia na 
caatinga (
Parque Nacional da Serra da Capivara no 
Piauí).
76
A 
cultura da região é também um atrativo para o 
turista. Todos os estados tem 
folguedos e tradições diferentes. 
Olinda, em 
Pernambuco, com vestígios do 
Brasil Neerlandês; 
São Luís, no 
Maranhão, com os da 
França Equinocial; 
São Cristóvão, em 
Sergipe, e sua 
Praça de São Francisco, rodeada de imponentes edifícios históricos; 
Salvador, na 
Bahia, com os da sede político-administrativa do 
Brasil Colonial; e 
Porto Seguro e 
Santa Cruz de Cabrália, também na Bahia, com as marcas históricas da chegada das esquadras do 
descobrimento do Brasil; são alguns dos principais atrativos histórico-culturais da região, sendo os quatro primeiros considerados 
patrimônios culturais da humanidade pela 
UNESCO.
O 
turismo religioso vem crescendo na região, destacando-se os municípios de 
Juazeiro do Norte e 
Canindé, ambos no 
Ceará; e 
Bom Jesus da Lapa na Bahia. Também merece destaque o município de 
Santa Cruz no 
Rio Grande do Norte, com a estátua do 
Alto de Santa Rita de Cássia, que é a maior 
estátua da 
América.
77 Outra cidade que tem se destacado é 
São José de Ribamar, no 
Maranhão, que no mês de setembro reúne grande quantidade de fiéis dos estados nordestinos e do Estado do 
Pará. Há inclusive uma grande estátua de São José, que pode ser acessada por visitantes, que possui uma vista para o mar.
Infraestrutura
Ciência e tecnologia
O campo da 
ciência e 
tecnologia no Nordeste brasileiro está em pleno processo de crescimento e expansão, desde o final da 
década de 1990 e continuado na 
década de 2000. Cidades nordestinas estão recebendo reconhecimento nacional e internacional pelos seus 
polos, 
centros e 
institutos tecnológicos. Um exemplo é 
Recife, que abriga o 
Porto Digital, um polo de desenvolvimento de 
softwares criado em julho de 
2000. Referência mundial,
78 o polo pernambucano é reconhecido como o maior 
parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas.
81
Já no interior da 
Paraíba, 
Campina Grande
 ganha relevância como uma das nove cidades de destaque no mundo que 
apresentam um novo modelo de centro tecnológico, a única citada de toda a
 
América Latina na edição de abril de 
2001 da 
revista estadunidense 
Newsweek.
82 E em outro estudo, ela aparece ao lado da 
cidade de São Paulo, as únicas latino-americanas, na área 
inovação tecnológica
 mundial. Todo esse destaque tecnlógico de Campina Grande é resultado da
 formação de uma sólida base acadêmica, iniciada ainda na 
década de 1960, quando a atual 
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), então Escola Politécnica, adquiriu um dos cinco primeiros 
computadores em 
universidades do país (primeiro do Norte-Nordeste), dando origem aos atuais cursos de 
graduação e 
pós-graduação nas áreas de 
engenharia elétrica e 
computação.
83
Outra iniciativa notória é o 
Instituto Internacional de Neurociências de Natal, inaugurado em 
2006 na 
capital potiguar e idealizado pelo 
neurocientista Miguel Nicolelis
 (considerado um dos 20 mais importantes neurocientistas em atividade no
 mundo). Foi criado para descentralizar a pesquisa nacional, atualmente 
restrita às 
regiões Sudeste e 
Sul do Brasil.
Ratificando o processo de descentralização da pesquisa da ciência e da tecnologia, em 
Salvador, no dia 
17 de julho de 
2009, após um ano de construção e um investimento de 30 milhões de 
reais, foi inaugurado o primeiro centro de 
biotecnologia localizado nas regiões 
Norte
 e Nordeste: o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São
 Rafael (CBTC), o mais moderno e avançado centro de estudos de 
células-tronco da 
América Latina.
84 85 86 Além disso, em 
2010 foi inaugurado o chamado "
Campus do Cérebro" em 
Macaíba no estado do 
Rio Grande do Norte, que é um centro de pesquisa e desenvolvimento da neurociência e que conta com um projeto de 
inclusão social, bem como a parte científica. Outros projetos são a 
Cidade da Ciência e a 
Metrópole Digital,
87 também no Rio Grande do Norte.
Transportes
A malha viária da região tem 394.700 km de 
rodovias. As principais vias de escoamento e transporte rodoviário são a 
BR-116 e a 
BR-101, tendo a cidade de 
Feira de Santana, na 
Bahia como o maior entroncamento rodoviário da região.
Seu sistema 
ferroviário ainda é precário, porém estão em curso obras como a 
Ferrovia Transnordestina, que ligará o 
Porto de Suape, na 
Região Metropolitana do Recife, ao 
Porto de Pecém, na 
Região Metropolitana de Fortaleza, cruzando praticamente todo o território de 
Pernambuco e 
Ceará e ligando esses dois estados ao estado do 
Piauí, e permitirá o escoamento da produção agrícola do sudoeste do Piauí e do 
Vale do São Francisco e a produção do pólo gesseiro de 
Araripina a um menor custo, o que tornará os preços mais competitivos;
88 89 90 e a 
Ferrovia Oeste-Leste, que ligará a cidade de 
Figueirópolis no 
Tocantins ao 
Porto Sul em 
Ilhéus na 
Bahia e permitirá o escoamento de soja dos estados de 
Mato Grosso, 
Goiás e Tocantins e do oeste da Bahia bem como minério de ferro, urânio, cacau e celulose do sul da Bahia.
91
Suas cidades mais importantes dispõem de adequada estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de 
Recife, 
Salvador e 
Fortaleza os maiores. Os principais aeroportos do Nordeste recebem milhões de 
turistas anualmente e mantêm voos regulares para as principais cidades da 
Europa e 
Estados Unidos, sendo que o de Salvador - Deputado Luís Eduardo Magalhães - é o mais movimentado 
aeroporto de todo Norte, Nordeste e Sul 
brasileiro e o quinto do país, embora o 
Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre, no 
Recife, seja maior em capacidade e área construída.
92 O Aeroporto Internacional do Recife figura entre os cinco melhores aeroportos do mundo.
93 Em 
Natal está sendo construído o 
Aeroporto Internacional da Grande Natal, que, quando totalmente concluído, será o maior da 
América Latina.
94
Atualmente, apenas 
Recife e 
Teresina dispõem de sistema de 
metrô. Os metrôs de 
Fortaleza e de 
Salvador já estão em construção e devem entrar em operação nos próximos anos. Há também projetos de 
metrô de superfície (VLT) em estudo para serem implantados em 
Natal e 
João Pessoa. O de 
Maceió já está em operação. Outros projetos fora das capitais são os VLT do Cariri em 
Juazeiro do Norte e o de 
Arapiraca.
95
Educação
O Nordeste do Brasil possui um longo histórico na área de educação, desde os primeiros jesuítas, que já no 
século XVI
 instalaram escolas nesta região. As principais instalações educacionais
 estão concentradas nas capitais e nas cidades de médio porte.
Três universidades da Região Nordeste estão entre as mil melhores do mundo em 
2014, de acordo com o estudo do CWUR (
Center for World University Rankings): a 
Universidade Federal de Pernambuco (15ª colocação nacional e 940ª posição no ranking global); a 
Universidade Federal do Ceará (16ª colocação nacional e 964ª posição no ranking global); e a 
Universidade Federal da Bahia (17ª colocação nacional e 967ª posição no ranking global).
98 99
Segundo os indicadores do 
ENADE, a 
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estão entre as 20 melhores do país em 
2012, na 15ª e 18ª posições, respectivamente.
101 O 
Scimago Institutions Ranking (SRI) 2012 mostra a Universidade Estadual de Feira de Santana na 181ª posição no ranking 
Ibero-americano entre as 1.401 instituições de ensino superior, e na 118ª posição no ranking de universidades da 
América Latina e 
Caribe no índice de produção científica.
102
A 
Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, localizada em 
Recife obteve o segundo melhor proveitamento no Exame de Ordem em 2010.1, com taxa de de 81,3%, superada pelo curso de Direito da 
Universidade de Brasília.
96 103 Na Faculdade de Direito do Recife, importantes nomes da história brasileira estudaram, destacando-se nomes como 
Ruy Barbosa, 
Barão do Rio Branco, 
Castro Alves, 
Clóvis Beviláqua, 
Tobias Barreto, 
Joaquim Nabuco, 
Eusébio de Queirós, 
Teixeira de Freitas, 
Marquês de Paranaguá, 
Epitácio Pessoa, 
Assis Chateaubriand, 
José Lins do Rego e 
Pontes de Miranda.
 Outras três faculdades de Direito nordestinas figuram entre as dez 
melhores do país. São elas, por ordem de alunos aprovados: Universidade 
Federal da Paraíba (75,2%); Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
(72,3%); e Universidade Federal do Ceará (69,4%).
O estado de 
Pernambuco se destaca no ensino tecnológico. O 
Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco
 (CIn UFPE), responsável pelos cursos de Ciência da Computação, Sistemas
 de Informação e Engenharia da Computação, é grande fornecedor de mão de
 obra especializada em tecnologia para a 
Microsoft.
105 106 Seus cursos são considerados dos melhores da América Latina.
107 A 
UFPE
 foi uma das cinco instituições de ensino selecionadas em todo o mundo 
para o programa mundial de pesquisas da Microsoft, o que permitiu o seu 
acesso ao código-fonte dos componentes do Visual Studio. As outras 
quatro universidades selecionadas foram a 
Yale University (Estados Unidos); a 
Monash University (Austrália); a 
University of Hull (Inglaterra); além da 
UNESP, sendo o Brasil o único país que teve duas universidades escolhidas.
108
 A UFPE foi homenageada pela Microsoft pela participação dos alunos do 
Centro de Informática da instituição na Imagine Cup, evento promovido 
dela empresa. Alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade 
Federal de Pernambuco participaram, em 2011, da Competição Baja SAE 
BRASIL-PETROBRAS e garantiram vaga para a Baja SAE Kansas, nos Estados 
Unidos. Apenas a UFPE e duas universidades paulistas, 
USP e 
FEI, conquistaram o direito de representar o Brasil na edição internacional da competição.
109
O 
Ceará é o estado com o maior índice de aprovações no 
ITA, considerado o vestibular mais difícil do país.
112
 Todos os anos cerca de 30% dos calouros desta instituição de ensino 
superior são deste estado nordestino. O desempenho exemplar em 
ciências exatas alcançado pelos cearenses se deve ao trabalho realizado em um grupo de escolas da capital do estado, 
Fortaleza.
113 Outro destaque da Região Nordeste no ITA é o estado de 
Pernambuco,
 que teve 12 estudantes aprovados no Vestibular 2011, o que representa 
quase 10% das 130 vagas oferecidas por esta instituição. Pernambuco foi o
 3º colocado em aprovações, superado apenas pelos estados do 
Ceará e de 
São Paulo.
114 O ITA, instituição fundada pelo cearense 
Casimiro Montenegro Filho no estado de São Paulo, foi o embrião da 
Embraer, e fornece mão de obra para esta que é a terceira maior fabricante mundial de aviões. 
[carece de fontes]
A Região Nordeste foi a 
segunda região do Brasil em número de escolas entre as entre as 20 melhores do ENEM 2009 ao lado da 
Região Centro-Oeste: foram 4 escolas de cada uma destas duas regiões.
115 A Região Sudeste liderou o ranking, com doze escolas. Regiões 
Sul e 
Norte não figuraram na lista.
115 O destaque na Região Nordeste foi a cidade de 
Teresina, no estado do 
Piauí,
 com três das vinte melhores escolas do país: o Instituto Dom Barreto 
(2º lugar); o Instituto Antoine Lavoisier de Ensino (12º lugar); e o 
Educandário Santa Maria Goretti (19º lugar).
115 116 A quarta escola nordestina que entrou na lista das vinte melhores instituições de ensino do Brasil foi o 
Colégio Helyos, de 
Feira de Santana, 
Bahia, que ficou com a 9ª colocação.
115 Entre as instituições da rede pública, a melhor colocada da Região Nordeste foi o 
Colégio de Aplicação do CE da UFPE, localizado em 
Recife-PE, que obteve o 6º lugar entre as escolas públicas do país e a 40ª colocação na classificação geral.
116
A Região Nordeste, reconhecida historicamente por ter o maior número 
de iletrados do país, logrou notáveis avanços nos seus indicadores 
educacionais durante a década de 2000: a sua taxa de analfabetismo caiu 
de 22,4% em 2004 para 18,7% em 2009, segundo informação divulgada pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
61
Saúde
Os principais polos médicos da Região Nordeste são as cidades de 
Recife, 
Salvador e 
Fortaleza.
Dentre os principais hospitais de Recife está o 
Hospital da Restauração, maior emergência pública e mais complexo serviço de urgência e trauma do Norte-Nordeste,
118
 recebendo pacientes de todo o estado e de estados vizinhos. O Hospital 
da Restauração, referência nas áreas de trauma, neurocirurgia, 
neurologia, cirurgia geral, clínica médica e ortopedia, possui 482 
leitos registrados no Ministério da Saúde (MS), mas, incluindo os 
extras, funciona com um total de 723 leitos para atender sua demanda. Os
 hospitais particulares do Recife fazem da capital pernambucana o 
segundo maior pólo médico e hospitalar do Brasil.
119
Em Salvador, na 
Bahia, destacam-se o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) – o maior do estado – e o 
Hospital Geral do Estado (HGE).
120
 O HGRS presta em média mil atendimentos ambulatoriais e 350 
atendimentos emergenciais em dias úteis; é referência em cirurgias 
bucomaxilofacial e vasculares e clínica médica em neurocirurgia e 
nefrologia; e conta com quase 2.600 funcionários. O prédio do Roberto 
Santos abriga ainda o Centro de Informações Antiveneno, referência no 
tratamento de intoxicações na Bahia.
120 Outros hospitais que merecem destaque: o 
Hospital Santo Antônio (fundado por 
Irmã Dulce);
121 o 
Hospital Sarah Kubitschek; e o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos.
Em Fortaleza estão concentrados os principais hospitais públicos do estado do 
Ceará. Dentre esses hospitais merecem destaque o 
Instituto Doutor José Frota, mais conhecido como IJF, que é o maior hospital de emergência do estado, administrado pela prefeitura; e o 
Hospital Geral de Fortaleza,
 que é o maior hospital público, administrado pelo governo do estado. O 
atendimento médico privado é bastante desenvolvido, com um total de 127 
hospitais, destacando-se os hospitais 
São Mateus, 
Antônio Prudente, 
Unimed, 
Monte Klinikum e 
SARAH-Fortaleza.
122
Cultura
Tendo sido a primeira região efetivamente colonizada por portugueses, ainda no 
século XVI,
 que aí encontraram as populações nativas e foram acompanhados por 
africanos trazidos como escravos, a cultura nordestina é bastante 
particular e típica, apesar de extremamente variada. Sua base é 
luso-brasileira, com grandes influências africanas, em especial na costa
 de 
Pernambuco à 
Bahia e no 
Maranhão, e ameríndias, em especial no sertão semiárido.
Em 
João Pessoa, encontra-se um grande projeto arquitetônico projetado pelo Arquiteto 
Oscar Niemeyer.
 Trata-se da Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes, onde 
semanalmente acontecem exposições de projetos de artes, cultura e 
tecnologia desenvolvidos na região.
Literatura
A literatura nordestina tem dado grandes contribuições para o cenário literário brasileiro, destacando-se nomes como 
Jorge Amado, 
Nelson Rodrigues, 
José de Alencar, 
João Cabral de Melo Neto, 
Rachel de Queiroz, 
Gregório de Matos, 
Clarice Lispector, 
Graciliano Ramos, 
Gonçalves Dias, 
Aluísio Azevedo, 
Manuel Bandeira, 
Joaquim Nabuco, 
Tobias Barreto, 
Arthur Azevedo, 
Castro Alves, 
Coelho Neto, 
Álvaro Lins, 
Jorge de Lima, 
Ariano Suassuna, 
Viriato Correia, 
Ferreira Gullar, 
José Lins do Rego, 
João Ubaldo Ribeiro, 
Dias Gomes, 
Raimundo Correia, 
Josué Montello, dentre muitos outros. 
Gilberto Freyre representa um marco na história do Brasil, graças ao seu livro 
Casa-Grande & Senzala, que demonstra a importância dos escravos para a formação do país. No 
Ceará, o movimento da 
Padaria Espiritual, no fim do século XIX, antecipou algumas das renovações trazidas com o modernismo, no anos 1920 do século seguinte.
Na literatura pode-se citar ainda a 
literatura popular de 
cordel que remonta ao 
período colonial (a 
literatura de cordel veio com os 
portugueses e tem origem na 
Idade média europeia) e numerosas manifestações artísticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de 
repentes e de 
embolada.
Música e dança
Na música erudita, destacaram-se como compositores 
Alberto Nepomuceno e 
Paurillo Barroso, assim como 
Liduíno Pitombeira na atualidade, e 
Eleazar de Carvalho como maestro. Ritmos e melodias nordestinas também inspiraram compositores como 
Heitor Villa-Lobos (cuja Bachiana brasileira nº 5, por exemplo, em sua segunda parte - Dança do Martelo - alude ao sertão do 
Cariri cearense).
Na 
música popular, destacam-se ritmos tais como 
coco, 
xaxado, 
martelo agalopado, 
samba de roda, 
baião, 
xote, 
forró, 
axé e 
frevo, dentre outros 
ritmos. O 
movimento armorial do Recife, inspirado por 
Ariano Suassuna,
 fez um trabalho erudito de valorização desta herança rítmica popular 
nordestina. Um de seus expoentes mais conhecidos é o cantor 
Antônio Nóbrega.
Na 
dança, destacam-se o 
maracatu, praticado em diversas partes do Nordeste, o 
frevo, o 
bumba-meu-boi, o 
xaxado, diversas variantes do 
forró, o tambor-de-crioula (característico do 
Maranhão), etc. As músicas folclóricas quase sempre são acompanhadas de danças.
Artesanato
O 
artesanato
 é também uma parte relevante da produção cultural do Nordeste, sendo 
inclusive o sustento de milhares de pessoas por toda a região. Devido à 
variedade regional de tradições de artesanato, é difícil caracterizá-los
 em totalidade, mas destacam-se as redes tecidas e, muitas vezes, 
bordadas com muitos detalhes; os produtos feitos em 
argila, madeira (por exemplo, da 
carnaúba, árvore típica do 
sertão) e 
couro, com traços bastante particulares; além das 
rendas,
 que ganharam destaque no artesanato cearense. Outro destaque são as 
garrafas com imagens feitas manualmente em areia colorida, um artigo 
produzido para venda para turistas. No Maranhão, destacam-se artesanatos
 feitos da fibra do 
buriti (palmeira), assim como artesanatos e produtos do 
babaçu (palmeira nativa do Maranhão).
Culinária
 
Munguzá, iguaria tipicamente nordestina.
 
 
 
A 
culinária
 nordestina é variada, refletindo as condições econômicas e produtivas 
das diversas paisagens geoeconômicas dessa região. Frutos do mar e 
peixes são bastante utilizados na culinária do litoral, enquanto, no 
sertão, predominam receitas que utilizam a carne e derivados do gado 
bovino, 
caprino e 
ovino. Ainda assim, há várias diferenças regionais, tanto na variedade de pratos quanto em sua forma de preparo. Por exemplo, no 
Ceará, predomina o 
mugunzá - também chamado macunzá ou mucunzá - salgado, enquanto em 
Pernambuco predomina o doce). Na Bahia, os principais destaques são as comidas feitas com 
azeite de dendê e com 
camarão, como as 
moquecas, o 
vatapá, o 
acarajé e os 
bobós; porém não são menos apreciadas comidas acompanhadas de pirão como 
mocotó e 
rabada, além de doces como a 
cocada, que está presente em todo o nordeste. No 
Maranhão, destacam-se o 
cuxá, o 
arroz de cuxá, o 
bobó, o 
peixe pedra e a torta de camarão. Também no Maranhão se destaca o 
Guaraná Jesus, patrimônio maranhense de fama nacional. Já o 
bolo-de-rolo é patrimônio imaterial de Pernambuco.
Algumas comidas típicas da região são: o 
baião-de-dois, a 
carne-de-sol, o 
queijo de coalho, o 
vatapá, o 
acarajé, a panelada, a 
buchada, a 
canjica, o feijão e arroz de coco, o 
feijão verde e o 
sururu, assim como vários doces feitos de 
mamão, 
abóbora, 
laranja, etc. Algumas frutas regionais - não necessariamente nativas da região - são a 
ciriguela, o 
cajá, o 
buriti, a 
cajarana, o 
umbu, a 
macaúba, 
juçara, 
bacuri, 
cupuaçu, 
buriti, 
murici e a 
pitomba, além de outras.
Festividades
Nas 
festividades, a região Nordeste dispõe de variados eventos que ocorrem ao longo do ano:
No 
Carnaval os destaques são as festas de 
Salvador e 
Olinda-
Recife.
124 O primeiro é a maior festa popular do planeta segundo o 
Guinness Book,
 contando com cerca de 2,7 milhões foliões em seis dias de festa 
(equivalente ao número de moradores da cidade), e internacionalmente 
conhecido pelos desfiles de artistas famosos nos 
trios elétricos; e o segundo é considerado popularmente o carnaval mais democrático do país, e é conhecido por seus característicos 
bonecos de olinda, pelo ritmo do 
frevo e do 
maracatu, além de possuir o maior bloco carnavalesco do mundo, o 
Galo da Madrugada.
125
As 
micaretas (carnavais fora de época) de maior destaque são o "
Carnatal" em 
Natal; o "
Fortal" em 
Fortaleza; o "
Pré-Caju" em 
Aracaju; a "
Micarande" em 
Campina Grande. Há também o "
bumba-meu-boi" em 
Maceió e em 
São Luís do Maranhão e o "
Micareta de Feira" em 
Feira de Santana.
Quando vai se aproximando o 
São João, as cidades de 
Caruaru em 
Pernambuco e Campina Grande na 
Paraíba disputam o título de "Capital do Forró".
Há também festivais de música, como o "
Festival de Verão de Salvador" (maior festival anual do 
Brasil), o "
Piauí Pop" em 
Teresina, o "
Mada" em 
Natal, o "
Abril Pro Rock" no 
Recife, o "
Ceará Music" em 
Fortaleza, o "
Fest Verão Paraíba" em 
João Pessoa, o "Maceió Fest" em Maceió e o "Festival de Inverno Bahia" em 
Vitória da Conquista.
Esportes
Assim como no restante do país, a região Nordeste tem como principal esporte o 
futebol. Os principais clubes nordestinos são 
CRB e 
ASA de Arapiraca em 
Alagoas; 
Bahia e 
Vitória na 
Bahia; 
Ceará, 
Fortaleza e 
Icasa no 
Ceará; 
Sampaio Corrêa e 
Moto Club no 
Maranhão; 
Treze, 
Campinense e 
Botafogo-PB na 
Paraíba; 
Sport, 
Santa Cruz e 
Náutico em 
Pernambuco; 
Ríver-PI e 
Flamengo-PI no 
Piauí; 
América de Natal e 
ABC no 
Rio Grande do Norte; e 
Sergipe e 
Confiança em 
Sergipe.
A 
seleção brasileira de futebol costuma fazer partidas no Nordeste. O 
estádio Castelão, em 
Fortaleza, o 
estádio do Arruda, no Recife, o 
estádio Rei Pelé em 
Maceió e, recentemente, o 
estádio de Pituaçu, em Salvador, são os locais onde a seleção costuma jogar. O 
Estádio da Fonte Nova, em Salvador, também recebe tais partidas, porém, ficou marcado por um acidente envolvendo vítimas fatais em 2007.
126
Durante a 
Copa do Mundo FIFA de 2014, o Nordeste contou com quatro cidades-sede: 
Salvador, 
Recife, 
Natal e 
Fortaleza.
 Redes de transportes, hotéis e hospitais foram construídos, ampliados 
ou reformados, além da reforma e construção de novos estádios. Em 
Salvador, o 
Estádio da Fonte Nova foi completamente reformado, assim como o 
Estádio Castelão, em 
Fortaleza. Já em 
Recife, foi construída a 
Arena Pernambuco, situada em 
São Lourenço da Mata. Em 
Natal, o antigo 
Machadão foi demolido e, em seu lugar, foi erguido o estádio 
Arena das Dunas. Os quatro estádios foram remodelados ou construídos seguindo o padrão 
FIFA. Outras capitais nordestinas também se candidataram para sediar a competição: 
João Pessoa, 
Teresina e 
Maceió. Foi a segunda vez que o Nordeste participou de uma Copa do Mundo: em 
1950, Recife realizou a partida entre 
Chile e 
Estados Unidos, sendo o palco do jogo naquela ocasião a 
Ilha do Retiro.
No 
automobilismo, a região Nordeste também recebe duas etapas anuais da 
Fórmula Truck, uma no 
Autódromo Internacional Ayrton Senna em 
Caruaru, e uma no 
Autódromo Internacional Virgílio Távora em 
Eusébio, 
Região Metropolitana de Fortaleza. Além disso, desde de 
2009, uma etapa da 
Stock Car Brasil ocorre na região, mais especificamente no 
Circuito Ayrton Senna, nas ruas do 
Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.
127
Nos outros esportes, pode-se citar as seguintes 
competições esportivas regionais: 
Campeonato Nordestão Governador Miguel Arraes (
enxadrismo), Desafio Costa do Sol (
atletismo), 
Nordeste Sevens (
rúgbi de sete), 
Supercopa do Nordeste de Basquete (
basquetebol), dentre muitos.