quarta-feira, 31 de maio de 2017

Emater-RN sedia 1ª reunião da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar



A Emater-RN abriu a primeira reunião de trabalho da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, realizada agora de manhã no auditório da instituição. A reunião é uma proposição do deputado estadual Souza (PHS). 
A diretora geral da Emater-RN, Cátia Lopes, falou sobre as ações desenvolvidas e a importância do trabalho da instituição em prol das famílias rurais. “A Frente Parlamentar é um apoio importante para desenvolvermos o nosso trabalho. As ações não chegam ao homem do campo se não através da Emater. Os agricultores são, infelizmente, invisíveis para muitos da sociedade. Essa é uma oportunidade para que a Frente Parlamentar traga a agricultura familiar para frente da visão da sociedade”. Para ela, o campo passa por uma transformação silenciosa, feita pelos pequenos produtores, com o apoio da Emater, garantindo seu sustento e produzindo alimentos saudáveis.
Um dos pontos defendidos pela diretora da Emater foi a necessidade de ampliar o quadro de funcionários, que vem diminuindo nos últimos anos devido ao crescente pedido de aposentadorias. Enquanto o quadro de pessoal, décadas atrás, já superou 1.000 servidores, atualmente, são 309 servidores próprios, sendo 89 aptos a se aposentar a qualquer momento. Além desses, 277 bolsistas de extensão desenvolvem projetos na instituição, contratados temporariamente através de fundações. “Somos uma instituição de formação e capacitação não formal. Acredito que é possível pleitearmos um concurso público sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal”, colocou a diretora, durante a sua apresentação.

A reunião contou também com a presença do secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Pesca, Guilherme Saldanha, do superintendente estadual do Incra, José Leonardo, dos titulares da Seara RN, Raimundo Costa Sobrinho, e da Secretaria de Recursos Hídricos do RN (Serhid), Ivan Lopes Jr, do presidente da Fetarn, Manoel Cândido, do representante, no Rio Grande do Norte, da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Rodrigo Líbero, entre outras autoridades ligadas ao tema em debate.
A Frente Parlamentar da Agricultura Familiar foi instalada na Assembleia Legislativa neste mês e conta com a participação, também, dos mandatos dos deputados estaduais Fernando Mineiro (PT), George Soares (PR) e Gustavo Carvalho (PSDB). A Frente tem como objetivo articular e acompanhar a execução das políticas públicas voltadas para o fortalecimento do campo e da agricultura familiar. Nesta primeira reunião foi apresentado o levantamento de temas e questões sugeridos pelos diversos participantes com a finalidade de compor a Agenda Política da Frente e que definirão as ações do ano de 2017.

Irrigação inteligente é tema de discussão na Bahia Farm Show

George Vellidis - André Torre Neto em experimento no município de Camilla, na Geórgia (EUA), onde fez mais um pós-doctor no tema irrigação.
André Torre Neto em experimento no município de Camilla, na Geórgia (EUA), onde fez mais um pós-doctor no tema irrigação.
A coleta de dados ambientais e os sistemas de monitoramento e controle no campo agrícola por rede de sensores sem fio estão na pauta da 13ª edição da Bahia Farm Show, em Luis Eduardo Magalhães (BA). O tema será abordado pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP), André Torre Neto, no dia 31, a partir das 9 horas, no auditório Pavilhão Coberto.
Conduzindo pesquisas em automação de irrigação há cerca de 20 anos e com dois pós-doutorados na área, um na Universidade da Flórida e outro na Universidade da Georgia, ambas nos Estados Unidos, o engenheiro elétrico André Torre Neto, formado pela Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu e tem trabalhado com aperfeiçoamentos de uma plataforma com dispositivos sensores e atuadores inteligentes, que são interligados por meio de rede sem fio.
A tecnologia segue o conceito do que hoje é denominado Internet das Coisas (Internet of Things, IoT, em Inglês).
O sistema pode permitir que o agricultor tenha acesso remoto ao sistema de irrigação, mapas de umidade do solo e dados climatológicos, tudo em tempo real, auxiliando-o no manejo da irrigação por zonas de manejo, segundo o conceito da agricultura de precisão.
A plataforma é empregada atualmente para automação do primeiro experimento FACE (Free Air Carbon-dioxide Enrichment, FACE) da América Latina com a finalidade de avaliar os efeitos do aumento da concentração de CO2 sobre a cultura do Café. O experimento está instalado em área de sete hectares de café da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP).
Comparado aos projetos existentes, a implantação do FACE brasileiro inova com a utilização da tecnologia de rede de sensores sem fio, cuja instrumentação necessária não era disponível comercialmente quando o projeto teve início em 2009. Torre Neto conta que o jeito foi, então, adquirir sensores e atuadores convencionais e módulos de comunicação sem fio para desenvolver um circuito de interface para propósito geral, a fim de se produzir os dispositivos de rede sem fio.
Com a instrumentação desenvolvida é possível monitorar e coletar dados da concentração do CO2, temperatura e umidade do ar e do solo, de precipitação, de radiação solar global e fotossinteticamente ativa, e de velocidade e direção do vento.
“Os dispositivos sensores e atuadores da rede comunicam-se através de enlaces de rádio de curta distância entre si e também com entidades de maior capacidade computacional, também estabelecidas no campo, denominadas estações de campo (EC). As ECs são a porta de entrada (Gateway, em Inglês) para a Internet, por onde os dados seguem para os serviços de nuvem e WEB”, explica. 

Blairo Maggi deve levar à Cosalfa estratégia de retirada da vacinação contra aftosa no Brasil

Sanidade

Mapa reúne fabricantes de vacinas para apresentar prazos e mudanças no produto


O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), deverá anunciar na reunião da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa) 2017, o cronograma da mudança da vacina contra a febre aftosa e maiores detalhes da retirada gradual da vacinação no país, com a apresentação das ações que serão adotadas para isto. O Mapa trabalha com a possibilidade de retirar a vacinação de 80 milhões de cabeças a partir de novembro de 2018.
O diretor do Departamento de Saúde Animal do ministério, Guilherme Marques, destaca que “a reunião será um divisor de águas pela sinalização que o Brasil vai dar de que é possível a retirada da vacinação  e  que outros países  vizinhos utilizem a estratégia, desde que tenham condição sanitária para tanto”. Além do Brasil, são integrantes da Comissão Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai.
Na terça-feira, Guilherme Marques reuniu-se com representantes dos fabricantes de vacinas e com  integrantes das áreas do ministério ligadas à questão, a de insumos pecuários (Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, DFIP) e de laboratórios (Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários, Cegal), para receber sugestões de como fazer a mudança do tipo da vacina e de prazos compatíveis para retirada gradual da vacinação.
 Segundo o diretor Guilherme Marques, “a retirada da vacinação está decidida, o que é preciso agora é definir  como e quando será realizada. E, para isso, serão promovidas reuniões no país com todos os integrantes da  cadeia produtiva. “Não haverá surpresas, tudo será feito de maneira organizada e tecnicamente defensável, respeitando também a situação sanitária dos estados”, garantiu.
Marques explicou que, primeiro a vacina será modificada, pois será retirado o vírus “C” (inativado) da composição do produto, que foi erradicado há mais de 13 anos na região, não sendo mais necessária imunização. A retirada do vírus C é possível e viável na avaliação do diretor do departamento. Atualmente o produto é trivalente e protege o rebanho dos vírus A, C e O. Em 2018, o produto será bivalente contendo apenas as cepas A e O. Com isso, a dose do produto também deverá diminuir de 5 ml para 2 ml, sem perder qualidade e com os antígenos (substância que provoca a produção de anticorpos, ativando o sistema de defesa do organismo) necessários à manutenção da erradicação da doença. Ele nfatiza que todo estoque da trivalente poderá ser totalmente utilizado.
 “Estamos em uma posição muito confortável, tanto pela inexistência de circulação de vírus da aftosa, no país e na região ( países que integram a Comissão), quanto à resposta imunológica alta dos nossos rebanhos, o que viabiliza mudanças na vacina, além da retirada gradativa do produto”, completou o diretor.
 Com a nova vacina, Marques prevê redução no custo do transporte, no armazenamento e na conservação das doses, tanto no processo de fabricação e distribuição, quanto na comercialização. Também haverá menor gasto com o manejo nas propriedades e menos reações nos animais, como os eventuais caroços no couro, que podem provocar  perda de até 2 Kg na toalete (preparação dos cortes).
NOTA DO BLOG: Medida correta e oportuna. Aqui na região central do estado do RN, não se tem notícias de surto de AFTOSA a bastante tempo. É uma vacina que possui uma reação muito forte ao animais, principalmente em época de escassez de chuvas, que o gado sempre fica debilitado. A medida chega tarde, mas oportuna.

Mapa confirma recursos para o seguro rural no primeiro semestre

Política agrícola

Valor se destina à subvenção principalmente das apólices de milho 2ª safra e trigo



O calendário de liberação dos recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), referente ao 1º semestre deste ano, não sofrerá qualquer mudança. A informação será dada pelo secretário de Política Agrícola, Neri Geller, nesta quarta-feira (31), durante reunião com representantes do setor. Segundo ele, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) garantiu a liberação de R$ 90 milhões para subvenção ao prêmio do seguro rural até o mês de junho.
Esses recursos já haviam sido aprovados pelo Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural (CGSR) no final de janeiro. O valor será utilizado para subvencionar principalmente apólices contratadas para as culturas do milho 2ª safra e trigo.
“Apesar de toda a dificuldade enfrentada pelo governo federal para equilibrar as contas públicas, conseguimos manter a programação definida na Resolução nº 52 do Comitê Gestor. Isso trará maior segurança para aqueles produtores que pretendem contratar o seguro e pleitear a subvenção federal através do PSR”, disse Geller.
De acordo com secretário, o governo ainda está em processo de discussão sobre o orçamento que será disponibilizado ao longo do 2º semestre, voltado para a safra de verão.

terça-feira, 30 de maio de 2017

As instabilidades oceânicas, os ventos úmidos e a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) vão provocar mais chuvas no Rio Grande do Norte nos próximos dias. De acordo com o meteorologista Gilmar Bristot, da Gerência de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), as precipitações devem ocorrer com intensidade maior nas regiões Leste e Agreste até por volta da quinta-feira, 1º de junho.
Das 7h do dia 26 às 7h desta segunda-feira, dia 29 de maio, os pluviômetros monitorados pela EMPARN em todo o estado registraram chuvas em 51 postos. O acumulado é o seguinte: Na mesorregião Oeste, choveu em Viçosa, 78,0 milímetros (mm); Rafael Fernandes, 62,0mm; São Francisco do Oeste, 55,6mm; São Rafael, 47,8mm; Serrinha dos Pintos, 35,0mm; Felipe Guerra, 29,0mm e Mossoró, 27,1mm. Choveu ainda em Apodi, 24,0mm; Umarizal, 20,0mm, Baraúna, Lucrécia, Antonio Martins, João Dias, Rafael Godeiro e Patu. Na mesorregião Central, choveu em Guamaré, 38,3 milímetros (mm); Pedro Avelino, 20,6mm; Acari e São Vicente 19,1mm, em cada, e ainda em Florânia, Lajes, Fernando Pedroza, Angicos e Lagoa Nova, entre outros municípios.

Na mesorregião Leste, choveu em Canguaretama (Emater/Barra de Cunhau), 83,2mm; São José do Mipibu, 35,2mm; Senador Georgino Avelino, 31,5mm; Natal, 14,0mm; Montanhas, 11,2mm; Parnamirim(Base Física da EMPARN), 10,8mm e Baía Formosa. Choveu ainda em São Gonçalo do Amarante, Taipu, Goianinha e  Ceará-Mirim.  Na mesorregião Agreste, choveu mais forte em Rui Barbosa, São Tomé, Bom Jesus, Jaçanã e Japi.
A pecuária mostrou sua força no semiárido durante a 44ª Exposição Agropecuária do Seridó, ocorrida no Parque Monsenhor Walfredo Gurgel, de 26 a 28 de maio, em Caicó. O Leilão “Seridó Terra do Leite”, um dos pontos altos do evento, foi considerado um sucesso, com boas vendas de tourinhos e matrizes em todas as raças bovinas participantes, como Girolando, Gir, Pardo-Suíço, Guzerá, Sindi e Nelore, além de caprinos Boer.
O total de vendas do leilão foi de R$ 230 mil. Foram comercializados 42 lotes a preço médio de R$ 5,5 mil. A EMPARN comercializou oito lotes de quatro raças, com um total de vendas de R$ 47 mil e média de R$ 5,9 mil.
O lote de fêmea mais caro do leilão foi a vaca pardo-suíça EMPARN LULU VIGOR, filha de touro americano, recém parida e com uma linda bezerra ao pé, comercializada por R$ 9,6 mil. Por esse mesmo montante, o macho de maior valor de arrematação foi o bezerro Nelore, Poseidon – II FIV Montana JG, da Agropecuária Montana.
Exposição

Como em todos os eventos do Circuito Estadual de Exposições Agropecuárias, a EMPARN também esteve presente no estande da Secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca compartilhando com os visitantes material informativo a respeito das pesquisas realizadas pela instituição, além de amostras de sementes como sorgo, feijão e milho, mudas de bananeira e raquetes de palma forrageira irrigada e adensada, distribuídas entre produtores rurais da região. Também durante a exposição, a empresa de pesquisa comercializou mais de 500 pintos de um dia, oriundos do projeto Pró-Ave Caipira, desenvolvido na Estação Experimental da EMPARN em Caicó.
Blog do Xerife
Tecnologia transforma água imprópria para consumo em água potável

Parceria entre Banco do Nordeste e Coca-Cola, que prevê investimentos de R$ 20 milhões até 2020, já está permitindo o uso de uma tecnologia inovadora e de baixo custo, com potencial para levar água potável a comunidades rurais e urbanas. Ainda em fase de teste, o piloto desenvolvido no município de Caucaia (CE) consiste na instalação de um sistema de geração e transferência de ozônio, capaz de transformar água imprópria para o consumo em água potável.
Escolhida entre 150 iniciativas, a ferramenta é desenvolvida pela Brasil Ozônio, empresa apoiada pelo fundo de participação Criatec II, cujo segundo maior cotista é o Banco do Nordeste.
O apoio do Criatec para a empresa tem como objetivos estruturar sua área comercial, proporcionar foco e escalabilidade do negócio nos mercados mais atraentes, profissionalizar os processos e a forma de gestão, bem como aplicar o plano de marketing para garantir sua visibilidade e relevância no setor.
Criatec 2
Com capital comprometido de R$ 186 milhões, o fundo Criatec 2 tem como objetivo apoiar cerca de 36 empresas com perfil inovador e faturamento líquido anual inferior a R$ 10 milhões, de forma a promover a sua capitalização e crescimento acelerado.
Brasil Ozônio

A Brasil Ozônio é uma empresa que atua no mercado de tratamento de água, gases, alimentos, ambientes e agronegócio. Seu principal diferencial está na flexibilidade de aplicação que a empresa conseguiu atingir a partir do seu gerador de Ozônio. No mercado brasileiro, a empresa é a única que consegue atingir níveis altos de concentração de Ozônio com custo reduzido.

Embrapa lança novo sistema de produção de agricultura integrada

Tadeu Graciolli - Consórcio banana e feijão
Consórcio banana e feijão
Fruticultura integrada com lavouras e hortaliças. Essa é a base de um novo sistema de produção de agricultura integrada desenvolvido pela Embrapa: o Sistema Filho. O lançamento da tecnologia foi realizado na manhã da quarta-feira (17) na vitrine da Embrapa montada na Agrobrasília 2017. Trata-se de uma nova modalidade de Sistema Agroflorestal (SAF) considerada promissora para a agricultura familiar, fruticultores empresariais e até mesmo para a agricultura urbana. O nome do sistema faz referência às iniciais das palavras Fruticultura, Integrada, com Lavouras e Hortaliças, as quais designam a sua aptidão.
“O sistema surgiu como mais uma opção para se fazer agricultura integrada”, explicou o pesquisador da Embrapa Cerrados, Tadeu Graciolli. Segundo ele, os estudos começaram em 2008, e se buscava alternativas de cultivos para o aproveitamento agrícola das entrelinhas dos pomares. “Quando o produtor estabelece um pomar, como as mudas utilizadas são geralmente pequenas, o espaço físico disponível nas entrelinhas é muito grande e geralmente não aproveitado. Daí é que entra a ideia de se fazer cultivos em consórcio”. Seguindo o Sistema Filho, esse espaço disponível pode ser utilizado para a produção de culturas de ciclo curto, especialmente nos anos iniciais. “O objetivo final é promover a intensificação produtiva da área”, ressaltou o pesquisador.
Segundo ele, as entrelinhas dos pomares, apesar de ociosas, acabam dando trabalho ao agricultor. “Nos anos iniciais após a implantação das fruteiras, o produtor tem que se preocupar bastante com o controle de plantas daninhas, depois de já ter se dedicado às operações de preparo e correção do solo, com investimento de tempo e dinheiro. Além disso, existe a disponibilidade de luz e água para que se promovam cultivos simultâneos”, defendeu. Além de grãos e hortaliças, outras fruteiras também podem ser cultivadas na entrelinha das fruteiras, como o abacaxi plantado nas entrelinhas de graviola e acerola.
“Essa tecnologia tem tudo a ver com o momento atual da agricultura, que busca maior eficiência e rentabilidade por meio da integração, intensificação sustentável e diversificação”, afirmou o chefe da Embrapa Cerrados, Claudio Karia, durante o lançamento da tecnologia. “Com a implantação do sistema, o agricultor consegue girar mais rapidamente a roda financeira da sua exploração agrícola e produzir alimentos de maneira mais contínua. Por exemplo, o cultivo de feijão pode render a primeira colheita em torno de  90 dias após a implantação das fruteiras”, afirmou Graciolli. Assim, com a venda desse feijão, o produtor poderá amortizar mais rapidamente o investimento financeiro aplicado na fruticultura e reduzir o risco inerente às atividades agrícolas.
Durante o lançamento, o pesquisador Tadeu Graciolli apresentou alguns resultados obtidos nesses anos de pesquisa. Em um deles comparou-se as produtividades de cultivares de feijão plantadas no meio de um bananal com as obtidas em uma área ao lado, no mesmo solo, mas fora do plantio da banana. “O cultivo do feijão, na entrelinha da banana, rendeu apenas 6% a menos do que o cultivo de feijão solteiro”. Mas, ele contou que costuma fazer uma leitura um pouco diferente. “Na realidade, obtivemos uma colheita de feijão em uma área que não teria colheita de nenhum produto além da banana, que só seria iniciada quase um ano mais tarde”, ressaltou. No entanto, ele faz uma ressalva. “Não estamos aqui dizendo que é melhor plantar hortaliças ou grãos no meio da fruteira, em comparação com o cultivo solteiro. Essa é apenas uma opção para se aproveitar o espaço disponível nas explorações com fruteiras”, enfatizou.
As pesquisas para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do Sistema Filho foram conduzidas pela Embrapa Cerrados, em parceria com Embrapa Hortaliças. “As nossas visões diferenciadas acabaram se complementando”, afirmou o pesquisador da Embrapa Hortaliças, Nuno Madeira. Um dos pontos de destaque do Sistema, segundo ele, quando o assunto são as hortaliças, é a melhoria no ambiente de cultivo proporcionada pelas fruteiras. “Algumas espécies de hortaliças têm exigências climáticas muito específicas, como por exemplo a mandioquinha salsa que necessita de temperaturas mais amenas para o seu cultivo. Nesses casos, já recomendamos fazer, de qualquer forma, uma meia sombra para poder cultivá-las. Então, a sombra das fruteiras é mais do que bem-vinda”. Segundo o pesquisador da Embrapa Hortaliças, outras culturas olerícolas também exigem um clima mais ameno para seu cultivo. “É o caso da taioba, por exemplo. Na sombra ela produz durante o ano todo. Já em sol pleno, apenas de novembro a abril”, relatou.
Irrigação – de acordo com o pesquisador Tadeu Graciolli a irrigação é um componente chave no Sistema Filho. “Sem irrigação não se produz com alta produtividade. Banana, por exemplo, não tem como produzir sem irrigação, já que se trata de uma cultura muito exigente em água”. Segundo ele, na área implantada na vitrine da Agrobrasília utilizando as bases do Sistema colhe-se banana o ano todo. “Essa área está com três anos e meio, ela já está no quarto ciclo de cultivo anual e este ano já temos outras frutas em ponto de colheita para mostrar”, comemorou. Os cultivos de fruteiras integradas com lavouras e hortaliças ocupam uma área de 600 metros quadrados na vitrine da Embrapa na Agrobrasília.
Graciolli defendeu, inclusive, que a banana, ao lado da mandioca, são culturas que o pequeno produtor não pode deixar de ter em sua propriedade. “A banana é a vaca de leite da pequena propriedade rural. Com o cultivo da banana, o produtor tem uma movimentação de caixa semanal”, afirmou. Outro resultado importante já obtido pela pesquisa é que as fruteiras cultivadas nesse sistema requerem menos fertilizantes a partir do terceiro ano de cultivo. “As adubações realizadas nos cultivos de grãos e hortaliças resultam em aumento na fertilidade do solo das entrelinhas, possibilitando a redução das quantidades de fertilizantes para a adubação das fruteiras, colaborando para a redução de custos e aumento na eficiência do sistema como um todo”.
O pesquisador destacou, ainda, a viabilidade agronômica e operacional do Sistema. “A sequência de safras em sucessão é um diferencial importante, pois permite ao agricultor fazer a intensificação produtiva da área. E é importante destacar que quanto menor a área, mais eficiente ela tem que ser”, enfatizou Graciolli. Segundo ele, o Sistema tem aptidão para o Brasil inteiro, contando que se façam as devidas adaptações aos sistemas de produção locais já consolidados, considerando sempre clima, solo e culturas agrícolas para atender as demandas destes mercados.
O Sistema Filho já foi validado em áreas de produtor. Foi o caso, por exemplo, de alguns produtores rurais de Unaí (MG). “Eram produtores que tinham sérios problemas de fluxo de caixa. Faziam agricultura de baixa eficiência. Depois de implantarem gradativamente o sistema em suas propriedades e adquirem segurança para trabalhar com irrigação, conseguiram aumentar o lucro em mais de 200%. Eles passaram a ter uma oferta muito maior de produtos e ficaram bastante satisfeitos. Deixaram de ser vendedores de mão-de-obra e se tornaram microempreendedores”, relatou Graciolli. A expectativa é de que, a partir de agora, essas experiências exitosas possam ser replicadas e os benefícios do sistema alcancem cada vez mais pessoas.

Nova atitude contra o desperdício

ARTIGO


O que é possível fazer com 15 milhões de toneladas de alimentos? Seria o suficiente para suprir a demanda alimentar de 19 milhões de pessoas diariamente. Poderia, também, saciar toda a população da Região Norte do Brasil, ou de países como Chile e Nova Zelândia. Essa quantidade, no entanto, representa tudo o que é desperdiçado por ano no nosso país. Estamos, infelizmente, entre as 10 nações que mais desperdiçam alimentos no planeta.


A cada dia, 40 mil toneladas de alimentos são jogadas fora por aqui. No mundo, segundo a ONU, cerca de 1,3 bilhões de toneladas têm esse destino — nada menos do que 30% da produção global. Uma perda que ocorre da colheita à casa do consumidor, por diversas razões: danos durante o manuseio e transporte, falhas no armazenamento e descarte pela imperfeição visual, entre outras.

Enquanto uma em cada nove pessoas ainda sofre com a fome, um terço da comida que compramos vai para o lixo por estragar ou por não ser reaproveitada. O efeito no bolso da população, muitas vezes, não é percebido: uma compra de mil reais se traduz em uma perda de 330 reais. As consequências também são sentidas no ambiente. A produção de alimentos não consumidos ocupa uma área que equivale ao tamanho do México – além de utilizar 24% de toda a água empregada no campo. O prejuízo total à economia internacional chega a R$ 3 trilhões.


A manutenção dessa lógica é incabível. Precisamos reduzir drasticamente o desperdício e garantir que todos tenham acesso à alimentação. Estamos falando de um direito universal. Um bom exemplo vem da Dinamarca. Após uma campanha com forte mobilização pelas redes sociais, o país se uniu contra o problema. Com atitudes simples como descontos em alimentos unitários, incentivo ao consumo de sobras e ações de conscientização, foi possível reduzir as perdas em 25% nos últimos cinco anos.

Mas precisamos de muito mais. E o Brasil, por sua posição privilegiada no cenário global, pode capitanear esse processo. Somos o quarto maior exportador na agropecuária, com um performance de destaque na proteína animal, ocupando a liderança em carne de frango e o quarto lugar na suína. Temos condições climáticas favoráveis, altos índices de produtividade e produção sustentável, capaz de atender a demanda interna e o mercado de mais de 150 países.


É hora de, a partir de nossa vocação, também tomarmos a frente na luta contra o desperdício. Governos, empresas, agricultores e consumidores, cada um deve fazer sua parte. Com união e uma nova atitude, será possível vislumbrar um futuro em que haja alimento para todos.

segunda-feira, 29 de maio de 2017


Boi

Nutrição bovina precisa de tecnologia, para que o Brasil possa alimentar o mundo.

Atualmente, em média, 25% da carne comercializada para abastecer o mercado mundial é brasileira

     
As previsões de estudos realizados pela FAO - organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura, indicam a necessidade extrema de produzir alimentos para suprir o crescente aumento da população mundial, que em 2040 deverá atingir 9 bilhões de pessoas. Não há como abastecer o mundo sem pensar em carne do Brasil, o que exigirá dos produtores brasileiros profissionalismo e somente com uso de tecnologias práticas e economicamente viáveis, esse crescimento sustentável da pecuária brasileira será possível. Atualmente, em média, 25% da carne comercializada para abastecer o mercado mundial é brasileira. Em 2040, deverá ser cerca de 60%.

Para atender a essas necessidades do produtor, o Grupo Matsuda desenvolveu mais de 120 formulações específicas de suplementos minerais, proteicos e energéticos para bovinos de corte e de leite, equinos, ovinos, caprinos e bubalinos. São formulações que atendem desde a cria, recria, engorda, confinamento, semi confinamento e creep-feeding, conforme as estações do ano. Toda essa linha integra seu Programa Desempenho Máximo, um protocolo de manejo nutricional, desenvolvido pelo Departamento Técnico de Nutrição Animal da empresa, com o objetivo de facilitar o emprego das diversas formulações de suplementos minerais, energéticos e proteicos pelo pecuarista, para que ele obtenha o máximo de resultado possível, dentro de sua propriedade, seja ele produtor de bezerro, de carne, de leite a pasto ou em confinamento, independente do seu sistema de produção ou nível tecnológico adotado em sua propriedade.

Para o médico veterinário Marco Antônio Finardi, do Departamento Técnico de Nutrição Animal do Grupo Matsuda, “a pastagem, sozinha, não consegue suprir 100% das necessidades de minerais que o metabolismo dos animais exige. E na seca, os níveis de proteína do pasto não suprem o mínimo necessário, que é de 7% de proteína bruta, para o rúmen funcionar corretamente”. Segundo o técnico, “as forragens tropicais utilizadas no Brasil apresentam desbalanços e grandes oscilações nutricionais, digestibilidade razoável e minerais em quantidades insatisfatórias para o total atendimento da demanda animal. Por melhor que seja o manejo da pastagem, o teor de nutrientes do capim é insuficiente para o perfeito desenvolvimento do rebanho e a complementação da dieta dos animais exige o fornecimento adicional de macro e micro minerais, além de proteína, energia e vitaminas em determinadas épocas do ano”.

É nesse contexto, segundo Finardi, que se insere “o conceito de suplementação mineral, que visa, por definição, adicionar à dieta dos animais os minerais deficientes nas forrageiras. Quem busca produtividade e rentabilidade na pecuária não pode deixar de fornecer minerais, seja na seca ou na época das águas”. O técnico considera importa lembrar também “que ocorrem oscilações nutricionais no período de seca, sendo que isto também ocorre no período de águas, época que associamos a um pasto com todos os nutrientes essenciais para produção. Desta forma, através de formulações específicas para cada época do ano é possível que complementemos todos os minerais essenciais, mas também outros nutrientes que podem encontrar-se como limitantes e desta forma, aumentar o aporte destes nutrientes para que se consiga alcançar o desempenho máximo”. 


Impactos da reforma trabalhista para o trabalhador rural


     
Por Lidia Cristina J. Santos, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e advogada-sócia do escritório Figueiredo e Santos Sociedade de Advogados. 
Muito se tem discutido sobre a reforma trabalhista em curso. Ela se ampara basicamente na nova regulamentação da terceirização nas relações de trabalho, já aprovada pela lei nº 13.429/17, publicada no D.O.U. de 31/03/2017, e na prevalência da negociação entre empregador e empregado, sem prejuízos de outros pontos que serão alterados na CLT, com debates em andamento no Congresso Nacional acerca do PL nº 6.787/2016. 

Tal reforma, embora não trate especificamente do trabalhador rural, trará alguns reflexos à categoria, como, por exemplo, a possibilidade de alteração da jornada de trabalho e dos intervalos, a mudança no prazo do contrato temporário, o pagamento das horas de deslocamento entre casa e trabalho mediante valor fixo ou outra forma de benefício, dentre outros. 
A respeito da situação do trabalhador rural, em complementação às regras cuja aprovação se busca para os trabalhadores em geral, existe um PL em andamento, de nº 6.442/2016, da relatoria do Deputado Federal Nilson Leitão, do PSDB de Mato Grosso, presidente da Frente Parlamentar Agropecuária. 

Como indicado na justificativa do PL nº 6.442/2016, a lei nº 5.889/1973, que regula o trabalho rural, está defasada, sendo que a reforma trabalhista em curso foi idealizada com base nos conhecimentos adquiridos no meio urbano, em desprezo aos usos e costumes e especificidades do campo. 
Tais argumentos, aliados ao fato do agronegócio ser o motor da economia nacional e, por conseguinte, necessitar de segurança jurídica nas relações entre produtores e empregados rurais, seriam as molas propulsoras da iniciativa legislativa. 
Também está presente a ideia de acabar ou reduzir a informalidade que existe nas relações de trabalho no meio rural. 
Entre as inovações pretendidas pelo PL nº 6.442/2016, que são muitas em vista dos seus 166 artigos, merecem destaque: a possibilidade do trabalhador ser remunerado com salário mais moradia e/ou parte da produção local (alimentos ou animais); a flexibilidade da jornada de trabalho, mediante negociação entre empregador e empregado, para que este possa trabalhar até 12 horas por dia, com remuneração a título de hora extra do que ultrapassar as 8 horas diárias ou estipulação de banco de horas; o trabalho por 18 dias seguidos para o empregado que tiver residência em cidade distante do local de trabalho, mediante iniciativa deste, com a finalidade de usufruir de folga prolongada com a sua família;a venda de férias mediante iniciativa do empregado que morar na própria propriedade. 

Enfim, com o objetivo de formalizar muitas situações que já ocorrem no campo há tempos na prática e que não serão atingidas pela reforma trabalhista em curso, o PL nº 6.442/2016 procura tratar do trabalho rural de forma específica, baseado nas suas peculiaridades. 

OIE declara Brasil como livre da pleuropneumonia contagiosa bovina

Sanidade animal

Certificado facilita negociações internacionais e abertura de mercados, diz secretário de Defesa Agropecuária

 

O Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), por unanimidade, como país livre da pleuropneumonia contagiosa bovina (CBPP em inglês). A certificação foi entregue na quarta-feira (24) durante a reunião anual da OIE, em Paris. De acordo com a OIE, “a concessão reflete a transparência e a qualidade do serviço veterinário do país”.
“A declaração da OIE agiliza a negociação de acordos sanitários com outros países, e, consequentemente, a abertura de mercados, porque o Brasil não precisará mais declarar que o rebanho não tem esta doença”, diz o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Rangel. Ele participou encontro junto com o representante do Brasil na OIE, o diretor do Departamento de Saúde Animal, Guilherme Marques.
A pleuropneumonia contagiosa bovina é uma doença de bovinos e búfalos causada por bactéria. Ataca os pulmões e a membrana (pleura) que reveste o tórax. Por ser altamente contagiosa, com taxa de mortalidade de até 50%, causa altas perdas econômicas. Para reduzir a infecção, existe vacinação com um tipo atenuado da bactéria. Não há casos de contágio em seres humanos nem risco à saúde pública.
Na avaliação de secretário, o reconhecimento da OIE é mais uma conquista da defesa sanitária animal. O próximo passo será declarar o Brasil como país livre da aftosa com vacinação, o que deve ocorrerem maio de 2018.
O secretário disse também que o Brasil já apresentou sua estratégia para retirada gradual da vacinação contra a aftosa. Mesmo com a vacina sendo um seguro tecnológico do rebanho, Rangel pondera que se o país for declarado livre da doença, é natural que seja planejada a retirada da imunização, o que reduzirá os custos de produção. Mas será uma transição feita com cuidado, assinala Rangel.
“O plano foi muito bem elaborado, sendo um dos melhores dos últimos tempos, formulado com a participação de todos os setores da produção envolvidos, com muita segurança”, garante o secretário. No próximo dia 30 encerra o prazo para o setor privado enviar propostas sobre como deverá ser feita a retirada da vacinação.

Seminário comemora Dia da Mata Atlântica


Divulgação/MMA
Mata Atlântica: 20 mil espécie vegetais
Governo e sociedade civil debatem, em São Paulo, medidas de proteção, gestão e recuperação do bioma. 


O Dia Nacional da Mata Atlântica, instituído em 1999 e comemorado, desde então, no dia 27 de maio, é um alerta para a urgência na preservação do bioma. Com mais de 2/3 da população brasileira vivendo nele, concentra 70% do PIB do país e tem menos de 22% de sua cobertura vegetal preservada.
NOSSATERRA - Em recente levantamento  dos estados que ainda preservam a mata atlântica, o RN foi o único que teve desmatamento 0% nos últimos anos.

sábado, 27 de maio de 2017

Emater-RN participa da 44ª Exposição Agropecuária de Caicó


Exposição de Caicó terá dois mil animais

Começou nesta sexta-feira (26) e segue até o dia 28 de maio, na região do Seridó, a 44ª Exposição Agropecuária de Caicó. O evento acontece no Parque de Exposições Monsenhor Walfredo Gurgel e contará com uma programação bastante diversificada. Este ano, serão expostos mais de 2.000 animais, entre bovinos, caprinos e ovinos, e a programação continua com julgamento de raças, oficinas, feira de artesanato, apresentações culturais e shows. O destaque da exposição será o Leilão Seridó Terra do Leite, no sábado (27), com 45 lotes de animais de alta genética.
A Emater-RN estará presente expondo as suas ações, e este ano o diferencial é a Fazendinha Agroecológica Adamilton Cunha Ribeiro. O espaço foi criado para demonstração das ações agroecológicas e de convivência com o semiárido, que são orientadas pelos técnicos nos municípios atendidos pela Emater-RN. A Fazendinha estará aberta ao público a partir do sábado (27), das 08h às 18h, e receberá caravanas de agricultores familiares de todos os municípios que compõem a região.
Uma parceria feita entre a Emater-RN, EMPARN, Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e prefeituras locais, possibilitará a doação de raquetes de palma aos agricultores participantes das caravanas. Serão doadas 20 raquetes a cada agricultor, objetivando que as mesmas sirvam de sementeira e sejam multiplicadas para futuros plantios. Também haverá doação de mudas de espécies nativas da caatinga, frutíferas e forrageiras da região.

Banco do Nordeste financia energia solar para agricultores familiares


Novo produto do Banco do Nordeste, lançado ontem, o Agroamigo Sol permite que agricultores familiares adquiram equipamentos para converter a energia solar em energia elétrica. As operações de crédito podem ter limites de até R$ 15 mil, com juros a partir de 0,5% ao ano.
Entre os equipamentos que poderão ser adquiridos, estão máquinas voltadas para irrigação, eletrificação de instalações rurais, dessalinizadores e eletrificação de cercas em condições de pastejo rotativo.
Dono de uma pequena propriedade em Itapipoca (CE), Nonato Brandão é um dos produtores que já assinaram contrato de financiamento com o BNB. Com cerca de R$ 4 mil, ele adquirirá equipamento capaz de bombear 18 mil litros d’água para irrigar suas plantações de cheiro verde, alface, pimentão, tomate e cenoura. “As coisas vão melhorar bastante”, afirma, em tom otimista.
Segundo o presidente do BNB, Marcos Holanda, o Agroamigo Sol é alternativa inovadora para atender o cliente e melhorar as condições de vida do homem do campo, que alia a eficiência e a preservação do meio ambiente.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Parabéns, Trabalhador Rural.

O Dia do Trabalhador Rural é comemorado anualmente dia 25 de Maio, no Brasil.

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Homem trabalhador rural

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Mulher trabalhadora rural
A data homenageia todas as pessoas que dedicam seu tempo trabalhando nas zonas rurais, campos, fazendas e etc.
Origem do Dia Nacional do Trabalhador Rural

A comemoração do Dia do Trabalhador e Trabalhadora Rural foi instituída no Decreto de Lei nº 4.338, de 1º de Maio de 1964. No dia 25 de Maio de 1963, morria o deputado federal Fernando Ferrari, um dos políticos mais engajados na luta dos trabalhadores rurais por seus direitos e questões sociais. A morte de Fernando se transformou em uma data símbolo para os profissionais da categoria.

Em 1971 foi instituído o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural, com a Lei Complementar nº 11, que ficou conhecida como Lei Fernando Ferrari, em homenagem ao parlamentarista que lutou pelos direitos destes trabalhadores.
Homenagens para o Dia do Trabalhador Rural

"Nossas homenagens para esses homens e mulheres, cujo trabalho no campo contribui para o crescimento da economia e sustento da população das cidades! Parabéns!"

"Se existe o 'COLHER' é porque seu suor e dedicação frutificaram! Agradecemos a todos os trabalhadores ruais o cuidado com a terra".

"Tudo que chega a nossa mesa, provém de sua natureza. Mas, a sua transformação tem a ver com a sua ação. Desde o preparo da terra, o seu trabalho encerra toda sua dedicação. Na pecuária ou agricultura, mesmo sem grande estrutura, ele garante a produção".


Projetos do Governo do RN voltam a ser citados em portal internacional



O Secretário Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Ivan Júnior,  voltou a conversar com o BN Americas, portal bilíngue de notícias que analisa desenvolvimento e oportunidades importantes na América Latina, sobre projetos elaborados pelo Governo na intenção de amenizar a crise hídrica que o Estado atravessa.
O Serviço de notícias publicou, na última segunda-feira (22), uma matéria falando da situação volumétrica da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que atualmente se encontra com apenas 19%, e citou alguns dos projetos protocolados recentemente pelo Governo, no Ministério da Integração, para captação de recursos emergenciais.
Um projeto se trata da construção de uma adutora emergencial entre os municípios Afonso Bezerra e Pendências e o outro é para mudança de captação dos Sistemas adutores Sertão Central Cabugi e Jerônimo Rosado.
De acordo com Ivan, a Defesa Civil Estadual está na luta por recursos emergenciais, no valor de R$ 88,4 milhões, para realizar obras que vão beneficiar mais de 500 mil pessoas. “Estamos aguardando a liberação do Governo Federal, pois já atendemos a todos requisitos solicitados. Essas ações são extremamente importantes para ajudar nosso Estado a atravessar essa estiagem”, frisa o Secretário.

Assentados na Paraíba recebem R$ 947 mil em créditos do Pronaf


 
Famílias de 14 assentamentos da reforma agrária de 13 municípios paraibanos foram contempladas, no primeiro trimestre de 2017, com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os recursos, segundo a Superintendência do Banco do Nordeste (BNB) na Paraíba, totalizam R$ 947 mil e estão sendo investidos em atividades agropecuárias e de beneficiamento ou industrialização da produção, em sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos, em atividades não-agropecuárias e em tecnologias de convivência com o Semiárido, com prioridade para a infraestrutura hídrica.
 
No primeiro trimestre de 2017, de acordo com o gerente executivo da Superintendência do BNB no estado, Sílvio Carvalho, foram realizadas 39 contratações de Pronaf em 14 assentamentos, sendo 31 do Grupo A, em benefício de famílias dos assentamentos Monsenhor Luigi Pescarmona (no município de Alagoa Grande), Novo Horizonte (em Juarez Távora), São Sebastião (Catingueira), Fortuna (Santa Luzia), Riacho da Cruz e Riacho do Sangue (Barra de Santa Rosa), Padre Assis (Sossego), Pau Brasil (Itabiana), Santa Teresinha (Bananeiras) e Pedro Henrique (Solânea); uma do Pronaf Grupo A/C, para uma família do Assentamento Frei Anastácio (Conde). Também houve duas contratações do Pronaf Agroecologia, para famílias dos assentamentos Limão (no município de Araruna) e Amarelinha (em Pilõezinhos). E ainda cinco contratações do Pronaf Semiárido, em benefício de famílias do Assentamento dos 10, no município de Monteiro, no Cariri paraibano.
 
Os valores dos créditos contratados variam de R$ 4,8 mil a R$ 26,5 mil, conforme os grupos e linhas de crédito do Pronaf que foram acessados pelas famílias beneficiadas pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) no estado. 
 
De acordo com o superintendente regional do Incra/PB, Rinaldo Maranhão, o órgão tem atuado no sentido de ampliar o acesso a recursos do Pronaf. “O Incra tem se empenhado para que as famílias assentadas tenham cada vez mais acesso aos recursos disponibilizados pelo BNB e, dessa forma, possam desenvolver atividades cada vez mais sustentáveis economicamente”, disse Maranhão.
 
Investimentos na produção
O gerente executivo Sílvio Carvalho destacou o uso dos recursos do Pronaf no incremento da produção agrícola dos assentamentos paraibanos. Entre os casos de sucesso citados pelo gerente executivo do BNB na Paraíba está o Assentamento Mata de Vara, localizado no município de Pedras de Fogo.
 
Segundo Carvalho, em 2016, o BNB liberou R$ 123,6 mil em seis operações do Pronaf A para projetos de energia solar no Assentamento Mata de Vara. A energia produzida está sendo utilizada nas residências e em motores que fazem a irrigação de plantações de milho, inhame e abacaxi.
 
Pronaf
O Pronaf disponibiliza diferentes linhas de crédito, segundo a condição dos assentados da reforma agrária. 
 
O Pronaf A, por exemplo, financia atividades agropecuárias e não agropecuárias, e o Pronaf A/C é destinado ao custeio de atividades agropecuárias, não agropecuárias e de beneficiamento ou industrialização da produção.
 
Há também linhas de crédito para públicos e atividades específicas, como o Pronaf Semiárido, o Pronaf Mulher, Jovem, Agroecologia, Agroindústria, Floresta, Mais Alimentos e Eco.
 
O acesso às linhas de crédito do programa por assentados e beneficiários da reforma agrária só acontece após a emissão, pelo Incra, da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). O documento identifica o agricultor familiar e dá acesso a políticas do Governo Federal, a exemplo do Pronaf e dos programas de compra pública, como o de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae). 
 
Assessoria de Comunicação Social do Incra/PB

Manelito Vilar: Um Caprinocultor por Excelência

O Camelô das Secas




Manuel Dantas Vilar Filho (Dr. Manelito) é um defensor de atividades mais resistentes que a seca. Manelito Vilar tem três traços típicos dos povos do deserto: a teimosia eterna, a fé no que faz e acredita e uma cumplicidade incomensurável com a terra, seus bichos e suas plantas.
O interesse de Manelito há muito tempo é o Sertão e os fenômenos do Semiárido brasileiro, como a seca, por exemplo. De tanto oferecer ideias sobre o tema, ficou conhecido por muitos pesquisadores como “O Camelô da Seca”. Ele leva e traz, sempre, informações e conhecimentos sobre as secas. A Seca é sua mercadoria e ele, o camelô.
Engenheiro de profissão, sertanejo por obra e graça do destino, fazendeiro e criador de bichos por opção, Manelito “já fez mais pelo Semiárido Irregular que todas as universidades do Nordeste”, segundo o escritor e jornalista Otávio Sitônio Pinto, em seu livro “Dom Sertão, Dona Seca”.
Aos 70 anos, Manelito é o inventor da técnica de fenação tropical, introduziu o capim Buffel no Brasil e desenvolveu uma tecnologia original de hidrolização de bagaço de cana, com a ajuda do seu primo, Sebastião Simões Filho. A fazenda Carnaúba, em Taperoá, onde mora, trabalha e desenvolve suas experiências, é visitada por pesquisadores, estudantes, amigos, jornalistas e curiosos. 
As cabras
Primo de Ariano Suassuna, Manelito selecionou três grupos de raças de cabras para desenvolver o que chama de “preservação com regeneração”. As três raças são Moxotó Branca e Moxotó Parda e a Graúna, ou Preta Retinta. Essas três raças foram identificadas como descendentes das Brancas Pirenaicas, Pardas Pirenaicas e das Pretas Murcianas, melhorando os animais através do retrocruzamento com as respectivas avoengas europeias. Assim obteve as Brancas, Pardas e Pretas Sertanejas. Chegar a essas três raças tem uma explicação. “A Moxotó Branca representa o branco europeu colonizador; a Moxotó Parda representa os índios brasileiros e a Graúna representa o negro brasileiro que aqui chegou como escravo, vindo da África”, diz Manelito.
Essa estória de criar animais começou de muito longe, quando o pai de Manelito administrava a fazenda Carnaúba e criava gado Zebu. Em 1971, o escritor Ariano Suassuna lançou o romance “A Pedra do Reino”. Com ele, ganhou um prêmio literário.
Ariano convidou Manelito para uma sociedade. Ele topou. A partir daí, então, os dois primos percorreram a Ribeira do Pajeú, Sertão de Pernambuco, e os arredores de Patos, Sertão da Paraíba. “Nossa sociedade não é na base de uma cabra minha e outra dele; mas aquela lista que divide o espinhaço do bode, divide também as nossas partes: uma banda é dele e outra minha”, diz o escritor Ariano Suassuna, explicando como funciona a sociedade entre os dois.
Segundo Manelito, foi uma época difícil, de muita pesquisa e muito trabalho pelo interior. “Viajávamos nos finais de semana para frequentar feiras do interior, onde os sertanejos vendem, compram e trocam animais. Fomos comprando os animais e fazendo a seleção”, conta ele. O resultado é a preservação de animais adaptados ao clima, à seca e à região do Semiárido brasileiro.
Esses são animais de dupla função, ou seja, animais que servem ao corte e são bons produtores de leite.
- É desses animais que o povo do interior do Nordeste precisa para viver na região da seca e não o cultivo da terra para plantar grãos - afirma Manelito, realçando o que chama de “culturas lotéricas”. Para ele, “arar a terra significa desmontar o solo”.
É o próprio Manoel Dantas Vilar, ex-catedrático de Hidrologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que explica sua teoria: “Precisamos considerar a seca um componente intrínseco do trabalho rural e atuar racionalmente, reforçando a atividade mais resistente a ela, como é a criação de vacas, cabras e ovelhas”.
Hoje, Dr. Manelito está criando quase vinte raças diferentes, segregando e preservando o que a caatinga tem de melhor.
 
Raça Moxotó, das preferidas no Semiárido.
O cultivo
As fazendas Carnaúba, Pau-Leite e Bonito são empreendimentos-modelo, onde não se planta nada além de capim para os animais. No início deste ano, quando caíram as primeiras chuvas na região de Taperoá, o capim surgiu viçoso do solo. Pouco mais de um mês depois, quando pequenos agricultores ainda plantavam milho e feijão, Manelito reuniu os seus e foi colher o capim para fazer feno, guardá-lo e alimentar o gado em períodos sem chuva.
- Chamei um dos meus filhos e mostrei os sertanejos plantando milho e feijão e disse a ele: “está vendo, meu filho, enquanto nós estamos colhendo, eles ainda estão plantando”.
Daniel, o filho, riu orgulhoso da sabença do pai que tem.
A cultura do regadio
O professor e Dr. Manelito Vilar é contra projetos de irrigação para o Nordeste e a isso chama de “cultura do regadio” - a prática de se cultivar grãos e frutas através do uso excessivo de água. E dá uma sentença:
- Não se irriga onde não há água nem para beber.
Estudioso do Semiárido, Manelito tem a pluviometria da região registrada ano a ano, desde 1901. “Quem foi que disse que aqui é seco? Em Taperoá chovem 600 milímetros por ano, igual a Paris, por exemplo. A diferença está no clima, no uso que se faz do solo”, alerta. Segundo ele, há 200 anos discutem-se projetos de irrigação para o Nordeste brasileiro, com gastos e estudos mirabolantes que nunca saíram do papel e - quando saíram - os resultados foram desastrosos. Até agora não se chegou a nenhum resultado positivo. Com exceção de Petrolina, em Pernambuco, Juazeiro e Barreiras, na Bahia, onde a água passa à porta de casa e as terras foram compradas a preço de banana, sem falar na exploração da mão-de-obra, principalmente nos períodos de seca, onde a força de trabalho é oferecida a preço muito barato.
Por isso, ele diz que a transposição de águas do São Francisco não dará certo, porque a interligação de bacias é uma técnica que precisa de muitos estudos para evitar a contaminação e salinização do solo.
A solução, para Manelito, está no estímulo à criação de animais resistentes à seca e a introdução e cultivo de plantas adaptadas ao Semiárido. Afinal, é o Semiárido mais rico do mundo em leguminosas, que vem a ser a proteína da ração animal. A vargem da faveira, por exemplo, contém 24% de proteína bruta, o que é raro entre os vegetais. No início do século passado os australianos estiveram em Taperoá para buscar sementes de pequenas plantas. O Nordeste brasileiro ajudou os australianos a montarem uma das maiores pecuárias do planeta. Fez lá o que ainda não fez aqui.
Mexer na vegetação nativa? Conta Manelito: “Para criar uma rês a gente precisa de 15 hectares de mata nativa. Se assumirmos a realidade do chão seco, sem regadio, basta um hectare de capim Buffel para sustentar mais de um animal e produzir bom leite”
Assim, a verdade está na cara: só não enxerga quem não quer e está acomodado ao salário de funcionário público para nada fazer. Se quiser fazer, o caminho é fácil e está escancarado. A solução para o Nordeste é óbvia, científica, racional, já deu certo em muitos países.

Cabras da raça Azul, desde o Brasil Colonial.
O planejamento público
Dr. Manelito se acha monótono e diz que está cansado de repetir suas teorias sobre o Semiárido brasileiro. “Há muito tempo fico dizendo as coisas e não há interesse dos poderes públicos em colocar em prática as políticas que possam tirar a região da miséria”, afirma. “Isso é muito maçante”, prossegue. Segundo ele, as coisas chegaram a um ponto tal que um repórter da Rede Globo veio fazer uma matéria sobre o Semiárido e perguntou a Manelito, na fazenda Carnaúba, em Taperoá, quantas secas teve o Nordeste no século passado. A resposta foi monossilábica:
- Cem - respondeu Mané.
O jornalista ficou intrigado e devolveu a pergunta:
- Como cem?
Foi aí que Manelito completou a resposta:
- Em cada ano nós temos uma seca no Nordeste. O problema é quando uma seca emenda com a outra e, então, acontece um verdadeiro desastre. Na caatinga, porém, isso é fenômeno comum - ensinou ao jornalista.
Segundo ele, nunca houve planejamento público para o Semiárido. “Até a Escola de Agronomia do Nordeste foi instalada em Areia, uma cidade localizada em região de clima temperado. Para Manelito, a Faculdade de Agronomia deveria ter sido instalada em cidade do Sertão, ou no Cariri.

- Mas aquele homem de Tambaú levou a Escola de Agronomia para sua terra com um argumento simplório: “precisamos casar bem as moças da minha terra”. O “homem de Tambaú” aqui em questão é o escritor José Américo de Almeida. Manelito não cita o nome dele, nem muito menos o de João Pessoa. Tanto que quando vai viajar para a Capital do Estado, diz: “Vou à Paraíba”. As razões para isto estão nos acontecimentos de 1930, quando a Paraíba foi colocada de joelhos e começou a se promiscuir com ditadores.