Publicado Marcelo Abdon
Segundo análise do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária
(Imea) divulgada nesta segunda, dia 17, no seu boletim semanal sobre o
milho, o relatório de fevereiro de oferta e demanda do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) elevou as
projeções de consumo e exportações mundiais ante queda em relação à
produção e estoques finais na safra 2013/2014.
Apesar de a expectativa de estoque/consumo mundial ficar próxima a
16,7%, a maior relação desde a safra 2009/2010, as perspectivas para as
cotações baseadas no último relatório trazem viés altista em longo
prazo, principalmente baseado no aumento de consumo e diminuição dos
estoques.
Em relação ao Brasil, a Conab também trouxe, em seu quinto
levantamento de safra, dados sobre a segunda safra de milho. A produção
nacional de milho de segunda safra foi estimada em 42,83 milhões de
toneladas para a safra 2013/2014, um recuo anual de 7,15%, motivado pela
baixa na área e na produtividade, com 4,8% e 2,4%, respectivamente.
O principal Estado que impactou nesta redução foi Mato Grosso, com
queda expressiva de 14,46% em sua produção, ocasionada, principalmente,
pela diminuição de investimentos na cultura frente a outras mais
rentáveis. Com importância significativa na produção nacional, Mato
Grosso encerra a primeira quinzena de fevereiro com 45,9% de sua área
semeada. As chances de semeadura dentro da janela ideal elevam-se,
podendo, com isso, garantir bons rendimentos.
Mercado futuro
O preço do milho no mercado futuro, tanto na Bolsa de Chicagp (CBOT)
quanto na BM&F, está apresentando valorização desde o final do ano
passado. As cotações na Bolsa de Chicago vêm sentindo pressões altistas
devido ao aumento da demanda interna e externa nos Estados Unidos. No
mês de fevereiro o milho ficou próximo a R$ 25 a saca em Chicago,
estimulado, sobretudo, pelos dados de oferta e demanda do USDA.
As cotações do milho na BM&F também vêm apresentando elevação nos
últimos meses, todavia, em maiores proporções. Um dos motivos que vêm
pressionando as cotações para cima é a expectativa de uma oferta do
cereal menor que a esperada internamente, ao lado de uma forte demanda
na safra 2013/2014. Na última sexta, dia 14, o cereal encerrou cotado a
R$ 30,74 a saca para vencimento em março deste ano, preço R$ 5,55 a saca
maior que o do fechamento da Bolsa de Chicago.
Exportações de Mato Grosso
Em janeiro de 2014, as exportações de milho mato-grossenses
registraram 2,23 milhões de toneladas, volume recorde de embarques
realizados no mês de janeiro. De julho do ano passado até janeiro, o
volume exportado da safra 2012/2013 acumulou 13,35 milhões de toneladas.
Esta quantia é 26% maior que a registrada no mesmo período
(julho/janeiro) da safra 2011/2012.
Além disso, levando em consideração que ainda restam os embarques de
cinco meses para encerrar a safra, esta já possui volume superior ao
total escoado no ciclo 2011/2012, que havia sido, até então, o maior em
volumes de exportação. Com certeza este recorde de escoamento ocorreu,
sobretudo, devido à produção recorde no Estado. O Imea projeta que a
safra 2012/2013 se encerre com volumes embarcados próximos a 14,5
milhões de toneladas. Se esse volume se consolidar, apesar de recorde,
apresentará a menor participação das exportações na produção das últimas
três safras (64,4%). (IMEA)