sábado, 31 de dezembro de 2022

 

O agricultor já pode fazer um curso gratuito para aprender a produzir maracujá orgânico

 

Estão abertas as inscrições para o curso “Introdução à produção orgânica de maracujá”, o mais novo curso gratuito on-line da plataforma e-Campo, a vitrine de capacitações a distância da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. Com 20 horas de duração e organizada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), a capacitação é composta por três módulos: Introdução ao cultivo do maracujazeiro; Manejo fitotécnico, nutrição das plantas, irrigação e estratégias de controle de pragas; e Mercado, custos, oportunidades, zoneamento e depoimentos.

Ao final do curso, o aluno vai compreender a importância das variedades, produção e formação das mudas do maracujazeiro, saber aplicar as técnicas de irrigação, manejo fitotécnico, manejo de pragas e doenças na cultura e receber informações sobre a importância do maracujá no contexto do mercado, custos, oportunidades e zoneamento agrícola de risco climático.

Coordenado por Ildos Parizotto, analista do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura, o treinamento tem como conteudistas os pesquisadores Onildo Nunes, Fabiana Fumi C. Sasaki, Mauricio Coelho, Marilene Fancelli, Áurea Albuquerque Gerum e Aristoteles Pires de Matos (Embrapa Mandioca e Fruticultura), Raul Castro (Embrapa Agrobiologia) e Lucas Kennedy Silva Lima (Universidade Estadual de Feira de Santana). As gravações e a edição foram realizadas pela Superintendência de Educação Aberta e a Distância (Sead) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

Este é o quinto curso da Embrapa Mandioca e Fruticultura na plataforma e-Campo. Os anteriores são: “Irrigação da bananeira: necessidade hídrica da cultura”, “Métodos e sistemas de irrigação para bananeira”, “Introdução às estratégias de produção de materiais de plantio de mandioca – Reniva” e “Preparo e manejo do solo para produção orgânica de fruteiras”.

Autoinstrucional, o curso utiliza a plataforma Moodle e exibe o conteúdo sem tutoria e em videoaulas com material complementar disponibilizado em links para livros e apresentações. Haverá aplicação de avaliação de aprendizagem (questões objetivas de múltipla escolha), que deve ser preenchida após conclusão das aulas e leitura do material complementar. O participante terá 30 dias para conclusão da capacitação, a contar da data da sua inscrição.

 

Serviço:

 

Curso: Introdução à produção orgânica de maracujá

Formato: on-line, gratuito e assíncrono

Duração: 20 horas

Inscrições: https://www.embrapa.br/web/portal/e-campo/introducao-a-producao-organica-de-maracuja

Informações: cnpmf.ead@embrapa.br

 

Presidente Lula oficializa indicação de Jean Paul Prates para a Petrobras



O presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência da Petrobras. No anúncio, feito nas redes sociais, Lula elogiou o indicado, referindo-se a ele como um especialista da área.

“Gostaria de anunciar a indicação do Jean Paul Prates para a presidência da Petrobrás. Advogado, economista e um especialista no setor de energia, para conduzir a empresa para um grande futuro”, postou Lula em sua conta no Twitter.

Com a indicação, Jean-Paul Prates divulgou nota à imprensa na qual defende que a estatal precisa "conciliar" seu caráter de empresa de economia mista e estruturante na economia brasileira. Além disso, ele afirmou que vê a necessidade de a empresa atender as necessidades do país.

Agora Prates deverá passar pelo crivo dos órgãos de controle à luz da Lei das Estatais.

Nota do Blog: Tomara que o Senador atue na Petrobras com políticas voltadas para a população brasileira. Assim esperamos!

 


Carne preparara em frigorífico. Indústria é a favor do autocontrole
Carne preparara em frigorífico. Indústria é a favor do autocontrole Getty Images

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou lei que institui o chamado autocontrole da produção agropecuária no País. Controversa e criticada pela categoria de auditores fiscais federais agropecuários, a nova lei cria na prática um novo modelo de controle do setor, compartilhando a fiscalização sanitária entre o Poder Público e os próprios produtores. A lei, publicada no Diário Oficial da União (DOU), obriga empresários e produtores a criarem seus próprios programas de defesa agropecuária.

"Os agentes privados regulados pela legislação relativa à defesa agropecuária desenvolverão programas de autocontrole com o objetivo de garantir a inocuidade, a identidade, a qualidade e a segurança dos seus produtos", diz a lei. "Compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: estabelecer os requisitos básicos necessários ao desenvolvimento dos programas de autocontrole; editar normas complementares para dispor sobre os requisitos básicos desses programas; definir os procedimentos oficiais de verificação dos programas de autocontrole", completa.

Em comunicado enviado à imprensa sobre a sanção, a Secretaria-Geral da Presidência diz que medida "visa a promover substituição da ação ativa estatal por um novo modelo de defesa agropecuária baseado em programas de autocontrole executados pelos próprios agentes regulados, produtores agropecuários e indústria, com o Estado que continua a deter prerrogativa de exercer a fiscalização plena. Nesse cenário, em vez de o Estado atuar com fiscalização ativa, muitas vezes por amostragem, passaria a atuar com gestão de informações e manteria o poder de atuação nos casos de cometimento de infrações".

A proposição, prossegue a pasta, vem proporcionar modernização da legislação de fiscalização no campo da defesa agropecuária, em busca de maior segurança jurídica, aprimoramento da qualidade dos produtos agropecuários, redução de gastos financeiros vultosos pelo Estado e aprimoramento de capacidade de pronta atuação por parte dos agentes de fiscalização.

Bolsonaro vetou dois trechos. Um que tratava de isenção de registro a insumos agropecuários produzidos ou fabricados pelo produtor rural para uso próprio e outro que atribuía à Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento julgar e emitir decisão de primeira instância sobre a interposição de defesa.

Neste último caso, o governo justificou o veto dizendo que a proposição legislativa incorre em vício de inconstitucionalidade, "uma vez que a competência da decisão deveria ser da direção superior da administração pública federal ou ser proferida por meio de regulamento ou de Decreto de organização e de funcionamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Mais de 170 mil documentos de titulação foram expedidos pelo Incra em 2022


Danielle Queiroz de Oliveira recebeu o Título de Domínio do lote no assentamento Maísa, em Mossoró (RN). - Foto: Acervo Incra/RN

O Incra já expediu 170.498 documentos de titulação este ano para famílias em assentamentos da reforma agrária e áreas públicas passíveis de regularização fundiária. O número representa o reconhecimento do direito de agricultores, regularizados após anos ou décadas de espera.

Na prática, os diferentes documentos de titulação emitidos pelo instituto garantem às famílias segurança jurídica para explorar a área, acesso a modalidades de crédito rural para investir na produção ou em infraestrutura, além de assistência técnica. A ação contribui também com a redução de disputas pela posse da terra e incentiva a regularidade ambiental.

Com o resultado, o Incra superou a meta deste ano de 170 mil documentos. O número garante também a maior emissão anual desde 2000. Além disso, o instituto alcançou a marca de 450.537 títulos expedidos no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022.

Beneficiados

Este ano, 148.257 documentos foram concedidos a famílias em assentamentos, e outros 22.241 para a regularização de ocupantes em áreas públicas. Desde 2019, o total chegou a 394.363 títulos em áreas de reforma agrária e 56.174 em terras públicas.

O Pará é a unidade da Federação com a maior quantidade de agricultores beneficiados pelo Incra. No estado, houve a emissão de 105.612 documentos desde 2019. Destacam-se também o Maranhão (57.004), a Bahia (27.488) e Mato Grosso (26.985).

Tecnologia

A autarquia investiu em inovações tecnológicas a fim de agilizar e tornar mais seguros os processos de regularização de famílias no campo. A partir da criação da Plataforma de Governança Territorial (PGT), os interessados podem solicitar o título definitivo em assentamentos e áreas públicas e acompanhar todo o processo até a emissão do documento.

Os beneficiários da reforma agrária podem, ainda, consultar a relação de projetos aptos à titulação e requerer a emissão do Contrato de Concessão de Uso, primeiro documento titulatório expedido pelo Incra a esse público.

Assessoria de Comunicação do Incra

 

 

Uma boa alimentação pode reduzir o estresse calórico nos animais

 

Uma das preocupações mais recorrentes dos produtores, principalmente nos dias mais quentes do ano, tem sido em como impedir o temido estresse calórico na produção animal. Mas o que fazer, quando não se consegue evitar 100% o desconforto em todos os animais?  De acordo com o analista técnico comercial da Quimtia Brasil, o médico veterinário Solano Alex Oldoni, uma das alternativas é pensar em uma alimentação animal cada vez mais eficaz. Para ele, uma alimentação elaborada para as épocas mais quentes do ano pode ajudar a reduzir de forma significativa os males causados aos animais, devido ao estresse calórico.

Para o especialista, utilizar aditivos tamponantes na dieta, por exemplo, que segundo ele é um composto que tem como base o bicarbonato de sódio e óxido de magnésio, compensa de forma eficiente o fato de o animal não consumir a quantidade ideal de fibras, as quais são fundamentais para manter a saúde do rúmen, o que é muito comum durante os dias mais quentes do ano.

“Quando uma vaca leiteira passa pelo estresse calórico, a tendência é que elas se alimentem cada vez menos por conta das altas temperaturas e, com isso, ingerindo menos esses nutrientes acabam produzindo, além de menor quantidade de leite, menor teor de gordura”, explica.

Com os animais comendo menos em dias quentes, Oldoni salienta que outra possibilidade é proporcionar à produção animal o adensamento da nutrição, com a chamada dieta de verão. Segundo ele, “ela consiste em alimentos ainda mais reforçados nutricionalmente, em que, além de ter um melhor tamponamento, a cada quilo ingerido pelo animal, o índice de energia consumida pelo animal é consideravelmente maior do que em uma dieta tradicional”, afirma.

Ainda de acordo com o médico veterinário, além da importância de um ambiente cada vez mais confortável, com sombras e água corrente e fresca, outro manejo que pode ser bastante eficaz para reduzir as possibilidades de estresse calórico é bastante simples: adicionar água na alimentação dos animais. “Naturalmente, nos dias mais quentes, as dietas mais secas tendem a ser mais difíceis de ingeri-las. Por isso, adicionar água na ração pode ser um caminho interessante para facilitar a ingestão e evitar outros males causados pelo estresse calórico”, finaliza.

 

 
MEMÓRIA AGROLINK

MORREU PELÉ: O AGRO CHORA

CONHEÇA a relação do maior jogador de futebol de todos os tempos com a AGRONEGÓCIO
Por:  

O maior jogador de futebol de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente pela alcunha de “Pelé”, faleceu nesta quinta-feira (29 de Dezembro de 20222). O mundo inteiro chora sua perda e presta as condolências, solidarizando-se com a família e guardando com carinho suas lembranças.

Seus gols, conquistas e façanhas são conhecidas por todo o mundo. O que muitas pessoas não conhecem, porém, é a interação do chamado “Rei do Futebol” com o Agronegócio. Pelé teve uma relação intensa com a cultura do café, como também investir em gado, suínos e peixes, além de fazer muitas ações de marketing para o setor.

Aos 82 anos, Pelé faleceu nesta quinta-feira (29/12/2022) em São Paulo, onde se encontrava internado para tratamento de uma infecção no pulmão e um câncer no intestino. Para o mundo do agronegócio, Pelé é rapidamente lembrado por sua marca “Café Pelé”, que foi fundada em 1970 – logo após a Copa do Mundo realizado no México – e é ainda hoje uma das mais conhecidas no mercado brasileiro.

A marca Pelé Agropecuária, que foi criada no ano de 2009, iniciou suas operações operando no setor produção e criação de gado bovino e suíno, além de peixes. “É incrível como estamos sempre aprendendo na vida. Me faz lembrar as viagens que eu fazia pela Europa com o Santos e com a Seleção Brasileira, promovendo o Brasil e levando o número 10 nas costas e aprendendo. Por incrível que pareça isso é uma coisa de Deus”, disse o Rei ao jornalista Daniel Azevedo sobre suas iniciativas em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Pelé conquistou três Copas do Mundo e marcou 1281 gols. É considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos, e permanecerá para sempre na memória de todos os brasileiros.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

 

Doenças que afetam os rebanhos caprinos leiteiros no nordeste

   

Algumas doenças que atingem o rebanhos caprinos nordestinos e que oferecem riscos para o desempenho produtivo. É importante o acompanhamento e observação dos produtores para identificar os sinais dessas doenças e prevenir os problemas sanitários. É importante também, que se evite oferecer água represada sem higiene porque a contaminação da água pode ser bastante influente na qualidade de saúde dos animais. Veja abaixo algumas doenças e os sinais que ajudam a identificar a contaminação.

Agalaxia Contagiosa

Tipo de micoplasmose (infecção bacteriana) que, embora não apresente alta mortalidade, pode acometer todo o rebanho. Seu principal sinal clínico é a mastite com redução ou parada completa na produção de leite. Além disso, há problemas nas articulações, sistema ocular, vigilância e reprodução, incluindo abortos.

Artrite Encefalite Caprina

Doença infecciosa e contagiosa crônica, que afeta diversos órgãos e também é conhecida como joelho grosso. No Brasil, encontre-se disseminada nos rebanhos caprinos com leiteira. Causada por um vírus que acomete os caprinos de qualquer raça, sexo e idade. Pode resultar em diminuição da vida produtiva e da leiteira dos animais, redução na duração do período de lactação, predisposição para a ocorrência de bactérias recombinantes, especialmente na glândula mamária, crescimento deficiente ou aumento da mortalidade das crias e diminuição da eficiência reprodutiva

Clamidiose

Enfermidade que afeta ovinos e caprinos causando distúrbios reprodutivos como: aborto, infertilidade, natimortalidade e nascimento de animais falhou. Também conhecido como aborto enzoótico de ovinos, a infecção pode ocorrer em qualquer animal, independente da idade, raça ou período do ano. Representa riscos à criação de pequenos ruminantes, devido às perdas produtivas e falhas reprodutivas, tais como: aborto, crias fracas ao nascer ou mortalidade, o que leva ao aumento da sucessão de animais.

Paratuberculose

Enfermidade que causa inflamação crônica no intestino de caprinos, ovinos, bovinos e bubalinos adultos. Algumas espécies de animais selvagens podem ser fonte de infecção para os ruminantes. Os prejuízos estão relacionados à redução da produção de leite e carne, queda na produtividade dos animais, baixa eficiência reprodutiva, descarte prematuro, redução do valor e morte de animais.

Toxoplasmose

Infecção parasitária de ocorrência mundial que acomete hospedeiros domésticos e selvagens, aves e ser humano. Essa doença causa problemas reprodutivos e compromete a produção de caprinos e ovinos. A principal repercussão clínica e econômica é o aborto, entretanto pode ocorrer mortes neonatais.

Brucelose Ovina

Doença infecciosa de ovinos que causa aborto, nascimento de crianças fracas ou debilitadas e morte perinatal. Ela também é conhecida como Epididimite Ovina. Causa perdas reprodutivas, diminuição da fertilidade, problemas de parto e nascimento de animais doentes e fracos. Afeta o sistema reprodutor dos ovinos causando nenhuma inflamação masculina nos testículos, enquanto nas femininas, inflamação na placenta e no útero.

 

Proposta de Guedes para substituir o teto deve ser usada pelo Centrão para pressionar o governo

 

BRASÍLIA - Nos últimos dias do mandato do presidente Jair Bolsonaro, o atual governo deixou pronta uma proposta para alterar o teto de gastos com a intenção de pautar o debate fiscal no ano que vem, antes que a equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva apresente sua sugestão. O Estadão/Broadcast teve acesso com exclusividade à íntegra de três textos redigidos por técnicos do Ministério da Economia a pedido do ministro Paulo Guedes. Integrantes do Centrão querem amarrar as ideias e apresentar no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no início de fevereiro.

A proposta de Guedes é incorporar a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no cálculo do teto de gastos, que teria crescimento real permanente, acima da inflação, dependendo do nível da dívida. Hoje, o teto é corrigido apenas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além de marcar posição política e se antecipar à equipe econômica petista, a ideia é abrir uma frente de negociação no Legislativo e deixar claro que haverá resistência em acabar com o teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação -, como tem sido defendido pelo PT.


Fonte: O Estadão

 

Regularização Ambiental

Medida Provisória altera prazo de adesão ao Programa de Regularização Ambiental

Medida visa evitar risco de proprietário rural ser responsabilizado por não ingressar no programa dentro do prazo previsto em razão de demora na análise do CAR


Foi publicada nesta segunda-feira (26) Medida Provisória n° 1.150 que altera o prazo para adesão ao PRA, originalmente previsto na Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, mais conhecida como Código Florestal.

De acordo com a Medida Provisória, o proprietário ou possuidor do imóvel rural terá 180 dias para aderir ao PRA após ser convocado pelo órgão competente estadual ou distrital. Pelo Código Florestal, o prazo de adesão terminaria no próximo dia 31 de dezembro de 2022.

A mudança ocorreu pois a adesão ao PRA requer que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) do imóvel rural tenha passado pela análise prévia dos órgãos estaduais e distrital. No entanto, as unidades federativas não terão condições de concluir as análises dos cadastros dentro do prazo previsto em lei. Desta forma, os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa ) e do Meio Ambiente (MMA) apresentaram a proposta de alteração do prazo de adesão ao PRA para evitar o risco de o proprietário/possuidor de imóvel rural ser responsabilizado por não ingressar no programa conforme o prazo previsto ou se tornar inelegível aos benefícios previstos na Lei nº 12.651 em razão de não ter o CAR analisado. 

A medida não gera impacto financeiro, orçamentário ou diminuição de receita para o Poder Público.

O que é o PRA

O programa prevê uma série de ações a serem adotadas pelo produtor rural com o objetivo de cumprir as normas de regularização ambiental.

O Mapa destaca que adesão ao PRA reduz os custos e viabiliza economicamente a adoção de medidas como recomposição, regeneração da vegetação e compensação nas propriedades rurais, que estão previstas na legislação. Além disso, contribui para o alinhamento da produção agropecuária nacional com a sustentabilidade, combate às mudanças climáticas e fortalece o papel do Brasil como fornecedor mundial de alimentos produzidos com respeito ambiental e social.

Informações à imprensa
imprensa@agro.gov.br

Agricultura e Pecuária

 

CI
 

Qual o cenário produtivo os suinocultores independentes podem encontrar em 2023?

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína com produção estimada em 4,8 milhões de toneladas em 2022
Por:

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína, com uma produção estimada em 4,8 milhões de toneladas em 2022, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento Conab. Neste ano, somente a China, a União Europeia e os Estados Unidos deverão produzir mais carne suína que o Brasil. Ao analisarmos os custos de produção da suinocultura brasileira observamos um comprometimento significativo com os insumos que compõem a ração, principalmente o milho e a soja, que juntos chegam a representar mais de 60% do custo operacional efetivo (COE) da suinocultura independente (não integrada). Esse fato, faz com que os produtores independentes sejam muito afetados por variações nos preços de milho e soja, impactando as margens da atividade. 

Queda na receita

De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço real médio do suíno vivo passou de R$ 6,62/kg em dezembro de 2021 para R$ 6,84/kg em outubro de 2022, uma valorização de 3,4% no período. Entretanto, destacamos que o preço médio do suíno vivo chegou a R$ 11,19/kg em novembro de2020, acumulando uma queda de 38,9% se considerarmos o período de novembro/2020 a outubro/2022.  

O gráfico 1 mostra a evolução do preço real do suíno vivo nos últimos anos, assim como a média de preços por ano.

Os suinocultores independentes enfrentaram umas das mais graves crises de sua história no início de 2022, motivada pelos altos custos de produção e pelo baixo preço pago ao suinocultor que chegou a R$ 5,17/kg em fevereiro de 2022. Apesar do aumento de preços a partir de março de 2022, a média de preços reais de 2022 (R$ 5,92/kg) ainda é a menor do período de 2019 a 2022.

Esta queda acentuada nos preços dos suínos se justificou pelo excesso de oferta de animais no mercado brasileiro, tendo em vista a queda das exportações para a China, que se recuperou da crise sanitária causada pela peste suína africana (PSA) antes do tempo previsto.

Custos de produção em patamares elevados

Pelo lado dos custos de produção da suinocultura independente, segundo dados do Cepea, em termos médios, o preço real do milho passou de R$ 100,41 por saca de 60kg em 2021 para R$ 88,08/saca em 2022, até outubro, uma redução de 12,3% no período. No caso da soja, o preço real da saca se manteve praticamente estável em 2022 quando comparado a média de 2021, passando de R$ 186,49/saca no ano passado para R$ 187,70/saca este ano, na média até outubro.

O gráfico 2 mostra a evolução dos preços reais do milho e da soja entre janeiro de 2019 e outubro de 2022. Apesar do cenário de estabilidade dos preços da soja e queda dos preços do milho este ano, quando se comparam os preços médios de 2022 com os de 2019, o milho e a soja subiram 42,0% e 46,0%, respectivamente.

Portanto, em 2022, houve queda na receita do produtor e manutenção dos custos de produção em patamares elevados na suinocultura independente, ou seja, um cenário de pressão sobre as margens dos suinocultores.

Expectativas para 2023

O que podemos esperar para a atividade em 2023? Nesse sentido, foram simulados três cenários com expectativas de variações nos preços dos suínos e das sacas de milho e soja, com o objetivo de identificar os possíveis impactos dessas variações na margem bruta dos suinocultores no ano que vem. Os cenários foram divididos em: pessimista, moderado e otimista. 

No cenário moderado, levou-se em consideração que a variação do preço do suíno seria uma média do que observamos mês a mês quando comparado 2020 e 2021, portanto, uma queda de 10,3%. A credibilidade deste cenário segue em linha com a estimativa de continuo aumento da oferta de carne suína no mercado brasileiro em 2023, que deve atingir 5,0 milhões de toneladas, um incremento de 5,3% em relação à previsão para 2022, segundo dados da Conab.

Já para os insumos, ainda no cenário moderado, assumiu-se que os preços da soja devem diminuir cerca de 12,6% em 2023, valores que vão em linha com os contratos futuros comercializados com vencimento até maio de 2023, além da expectativa que a produção de soja cresça 21,3% no Brasil na safra 2022/2023, o que diminui a pressão sobre os preços no mercado nacional.

Por fim, para o preço da saca de milho em 2023 assumiu-se um aumento de 1,8%, novamente em linha com os contratos futuros comercializados até novembro de 2023, e expectativas de demanda firme e um aumento menor na produção na safra 2022/2023, de 3,8% (Conab).

Os cenários pessimistas e otimistas são desdobramentos do cenário moderado, sendo que o primeiro assume uma piora de 25% nos preços, e o segundo uma melhora de 25% nos preços para o suinocultor independente, ambos em comparação ao cenário moderado.

O Quadro 1 resume as variações utilizadas nos cenários simulados.

Resultados das simulações

A Tabela 1 mostra os resultados do impacto potencial das variações no preço do suíno nas receitas totais da atividade, e o impacto das variações dos preços do milho e da soja e, por consequência, nos desembolsos com estes componentes nas despesas com ração e no Custo.

Operacional Efetivo (COE). Além disso, na última linha da tabela são apresentados os impactos estimados na margem bruta dos suinocultores.

Vale ressaltar que, para as análises, foram mantidas constantes as quantidades produzidas de carne suína e de insumos adquiridos, além das mesmas despesas com os demais insumos que compõem o COE, que representam cerca de 38,1% dos custos. Estas informações derivam dos resultados médios de 5 modelos produtivos pesquisados pelo Projeto Campo Futuro (CNA/Senar) em três estados brasileiros.

Ao observar os resultados do cenário pessimista, a situação é muito prejudicial para os suinocultores. Apesar das despesas com ração terem uma queda de -1,5%, resultando em uma redução do COE em -1,2% neste cenário, as receitas podem cair -12,9%, resultando em uma margem bruta 117,9% menor para os suinocultores em 2023. 

No cenário moderado, o padrão se repete, porém com uma queda maior nas despesas com ração (-2,5%) e, por consequência, no COE (-2,1%), sendo as receitas afetadas negativamente em 10,3%. Com isso há uma queda menor na margem bruta (-84,3%) em comparação ao cenário pessimista. Por fim, no cenário otimista, observamos quedas maiores nas despesas com ração (-3,6%), no COE (-3,0%), e nas receitas (-7,7%), contudo a redução da margem bruta (-50,6%) persiste para os suinocultores. 

Diante do exporto, fica claro que, caso as expectativas de aumento da oferta de carne suína no país, aliado a uma manutenção dos preços de milho e soja em patamares observados entre 2020 e 2022, se concretizem, 2023 será um ano de aperto nas margens dos suinocultores independentes. 

Qual cenário os suinocultores podem estar mais próximos em 2023? 

Pela ótica dos custos de produção, a perspectiva é que o dólar se mantenha valorizado em relação ao real em 2023 (cotado por volta dos R$ 5,20), o que mantem elevada a competitividade dos grãos brasileiros no mercado externo, aumentando as exportações e pressionando os preços no mercado brasileiro. Por outro lado, é preciso ficar atento em relação as perspectivas de crescimento dos principais parceiros brasileiros, como a China. O aumento das taxas de juros globais devido ao cenário de alta inflação após os incentivos fiscais durante a pandemia da COVID-19 tende a reduzir os investimentos e o crescimento das principais nações mundiais em 2023. Caso isso aconteça, é possível que as exportações de grãos por parte do Brasil diminuam. 

Com relação à demanda por carne suína, a expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e, por consequência, a renda média da população, não acompanhe a expectativa de aumento da oferta de carne suína em 2023 (5,3%), novamente pode haver um desequilíbrio entre oferta e demanda por carne, o que contribui para o cenário de queda nos preços ao produtor no próximo ano.

Pelos cenários apresentados e as várias incertezas de mercado, o suinocultor deve se preocupar em reduzir os custos de produção com consciência em 2023, com o objetivo de diminuir as vulnerabilidades a variações de preços inesperadas, principalmente dos componentes da ração. Compras estratégicas de milho e soja em períodos que historicamente apresentam preços mais baixos podem ser importantes para reduzir as despesas e trazer maior previsibilidade ao final do ano produtivo. No caso do milho, historicamente, observam-se preços mais baixos entre junho e julho (colheita da segunda safra), e no caso da soja, preços mais baixos entre fevereiro e março (colheita). Infelizmente, o ano de 2023 não parece promissor para investimentos, e tais oportunidades devem ser observadas com cautela.