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 Quando
 se pretende introduzir uma raça em uma determinada região, é necessário
 o conhecimento das condições do habitat natural da mesma e selecionar 
aquela que mais se adapte ao meio no qual será criada. 
 Os
 caprinos acostumados a fazerem longas camin hadas a procura de 
alimentos como os tipos étnicos Moxotó, Repartida, Marota, Canindé, 
Gurguéia e Sem Raça definida (SRD), se adaptam mellhor ao sitema de 
criação extensivo.   
 
 
Moxotó 
 Das
 raças brasileiras, a Moxotó é a única reconhecida oficialmente, e com 
livro de registro genealógico. É rústica e bastante prolífica, com 
aproximadamente 40% de partos múltiplos. Sua pelagem é baia ou 
ligeiramente mais clara, com uma lista negra partindo da borda superiro 
do pescoço até a base da cauda. Uma outra lista circulando as cavidades 
orbitais descendo lateralmente até a ponta do focinho (Foto 1).   
 É
 uma raça de pequeno porte, pouco produtora de leite, mas boa produtora 
de carne e excelente produtora de pele. Tem pleos curtos, lisos e 
birlhantes. Com altura para macho e para fêmea variando entre 50 e 70 
centímetros (cm) e com peso médio ao nascer variando de 2,00  a 2,30 
quilos (Kg) e, para adultos, o peso está em torno de 34 quilos (Kg). 
Cabeça de tamanho médio e perfil reto, chanfro levemente cavado, chifres
 fortes, retilíneos, dirigidos para cima e para trás, orelhas bem 
implantadas, pequenas e eretas. Pescoço curto, forte, bem implantado e 
erguido, com ou sem brincos. Corpo musculoso, profundo e de comprimento 
médio; membros curtos, fortes e bem aprumados. Abaixo dos joelhos e 
jarretes são de uma coloração escura, o mesmo ocorrendo com o ventre, 
mucosa, úbere e unhas; garupa curta, larga e bem inclinada; úbere 
pequeno, bem inserido, e com tetas bem conformadas. 
 A
 produção de leite é em torno de meio litro por cabra por dia 
(0,5L/cabra/dia), durante um período de lactação médio, de 
aproximadamente quatro meses. 
 Esta
 raça encontra-se dispersa nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará, 
Piauí e Bahia. Nos últimos anos vem desaparecendo gradativamente em 
decorrência dos cruzamentos não orientados e da falta de um programa de 
preservação desse germoplasma. 
    
Figura 1: Indivíduo da raça Moxotó 
 
Marota 
 A
 raça de caprinos Marota é nativa da região Nordeste do Brasil. 
Originou-se através de um processo de selção natural dos ecotipos de 
caprinos intorduzidos pelos portugueses, na época da colonização. 
Trata-se de um tipo étnico, pouco produtor de leite, formado sob 
condições desfavoráveis, cuja rusticidade e adaptação lhe proporciona a 
capacidade de sobreviver e produzir em ambinete pouco favorável. 
 O
 caprino da raça Marota é de pelagem branca, de pequeno porte, apresenta
 cabeça ligeiramente grande e vigorosa, chifres desenvolvidos, 
divergentes desde a base, voltados levemente para trás e para fora, 
pontas reviradas quase sempre para frente, orelhas pequenas terminando 
em ponta arredondada, forma alargada com ocorrência de pequenas manchas 
escuras; pescoço delgado; tronco ligeiramente alongado, linha do dorso 
lombar reta, garupa inclinada; tórax e abdômen amplos; membros 
alongados, fortes e aprumados; pele e mucosas claras apresentando 
pigmentação na cauda e face interna das orelhas; pelos curtos e presença
 de baraba; úbere de desenvolvimento regular (Foto 2).   
 Apesar
 de conhecer a importânica e a necessidade da preservação e da seleção 
das raças nativas de caprinos, formadas no Nordeste, a raça Marota, como
 as demais, acah-se em processo de extinção. Isto se deve, 
principalmente, ao sistema extensivo de exploração ainda exixtente na 
região que permite a ocorrência de cruzamentos não controlados das raças
 nativas, entre si, e destas com as diversas raças exóticas 
introduziodas mais recentemente, dando origem a animais sem raça 
definida (SRD), que constituem o principal rebanho de caprinos da região
 Nordeste. 
Figura 2: Indivíduos da raça Marota 
 
Fonte: http://www.asccoper.com.br/exibe.jsp?id=105&tipo=Racas 
 
 
Canindé 
 A
 raça do tipo de caprino Canindé é nativa do estado do Piauí. 
Originou-se dos caprinos trazidos pelos portugueses, na época da 
colonização. Trat-se de um tipo étnico, com produção de leite superior à
 registrada nos demais caprinos nacionais. São caprinos de grande 
rusticidade, alta prolificidade e apresentam características fenotípicas
 bem definidas. 
 Os
 caprinos Canindé apresentam cabeça de tamanho médio, chifres dirigidos 
para trás, orelhas pequenas a médias; pescoço delgadoe bem implantado; 
linha dorso lombar reta, garupa curta e inclinada, membros delicados, 
pelos curtos e brilhantes, pelagem preta com barriga, pernas e região ao
 redor dos olhos avermelhados ou esbranquiçados (Foto 3). 
 Esses
 caprinos como so demais tipos étnicos estão sendo utilizados em 
cruzamentos com reprodutores de raças exóticas, com características 
fenotípicas semelhantes, visando a obtenção de cabras de maior produção 
de leite, com uniformidade de pelagem e que apresentem condições de 
melhor adaptação ao meio. 
 
 
Figura 3: Indivíduos da raça Canindé 
Fonte: http://www.asccoper.com.br/exibe.jsp?id=104&tipo=Racas 
 
 
Repartida 
 A
 raça de caprino repartida é nativa da região Nordeste. Como as outras 
raças nativas, originou-se de um processo de selção natural dos ecotipos
 de caprinos trazidos pelos portugueses, na época da colonização. É uma 
raça de pequeno porte, pouco produtora de leite, boa produtora de carne e
 pele, e de grande rusticidade. 
 O
 caprino da raça Repartida apresenta cabeça de tamanho médio a grande, 
chifres grandes, dirigidos para trás e para os lados, orelhas varinado 
de pequenas a médias, pescoço delgado com boa inserção no tórax, corpo 
alongado, linha dorso lombar reta, garupa ligeiramente inclinada, 
membros fortes e bem aprumados, pelos curtos, pelagem preta na parte 
anterior do corpo e castanha calara ou escura na parte posterior. Altura
 em torno de 80 centímetros (cm) e peso médio de 36 quilos (Kg) para 
cabras adultas (Foto 4). 
 Esta
 raça encontra-se dispersa nos estados do Nordeste, mas vem 
desaparecendo gradativamente em decorrência dos cruzamentos indesejáveis
 e da falta de um programa de preservação desse germoplasma. 
 
 
Figura 4: Indivíduo da raça Repartida 
 
Fonte: http://www.asccoper.com.br/exibe.jsp?id=115&tipo=Racas 
 
 
Gurguéia 
 A
 raça do tipo de caprinos Gurguéia é nativa do Nordeste brasileiro, 
tendo com possível berço de formação a região do Vale do Gurguéia, no 
estado do Piauí. Provavelmente esse tipó étnico seja descendente dos 
caprinos do tronco alpino, introduzidos no Brasil na época da 
colonização. 
 Apesar
 de não dispor de descirção oficial sobre os padrões raciais dos 
caprinos Gurguéia, eles apresentam características fenotípicas bem 
definidas (Foto 5), que se assemelham às raças Pardas Alpinas. A 
formação desse tipo se deu através de uma processo de seleção natural ao
 longo dos anos em condições ambientais adversas, dando origem a animais
 de grande rusticidade e adaptabilidade, porém de pequeno porte e de 
baixo potencial leiteiro. Sua pelagem é castanha com lista preta no 
dorso, ventre e membros. 
 Atualmente
 o ecotipo nativo Guerguéia vem sendo utilizado em cruzamentos com 
reprodutores de raças exóticas com características fenotípicas 
semelhantes, visando a obtenção de animais de maior produção leiteira, 
com uniformidade de pelagem e que apresentem condições de melhor 
adaptação ao meio semi-árido. 
 As
 cabras apresentam um bom desempenho reprodutivo cujos índices têm 
atingido: 98,33% de parição. 170,27% de prolificidade e 71% de partso 
múltiplos. 
 Com
 referência ao potencial leiteiro, Medeiros et al. 1988 registraram uma 
produção média diária de 0,390 litors por cabra por dia (L/cabra/dia), 
no período de 72 horas pós-parto até o final da lactação. 
 Esses
 animais acham-se me processo de extinção, devido principalmente, a 
afalta de uma programa de preservação e a ocorrência de cruzamentos não 
controlados com as raças nativas e/ou exóticas existentes na região. 
 
 
Figura 5: Indivíduo da raça Gurguéia |