quinta-feira, 30 de abril de 2015

Proteção ambiental no campo pode ser feita com o lago de múltiplo uso

lagoDesenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa, a tecnologia do Lago de Múltiplo Uso tem como objetivo a impermeabilização do solo para proteção ambiental. Essa impermeabilização evita a contaminação do lençol freático por dejetos poluentes. Ela pode também viabilizar o uso de água limpa, com valor agregado, para outros fins.
A tecnologia consiste em revestir o lago com uma lona de plástico comum, coberta com uma camada de solo de 25 a 30 cm de espessura, com o objetivo de fixá-la no fundo, protegê-la contra peixes e animais e, principalmente, contra os raios solares. Trata-se de tecnologia eficiente, de longa vida e baixo custo, cujas principais aplicações e respectivos benefícios são: a) lazer e turismo: lagos ornamentais em sítios, chácaras, shoppings, etc; b) ecológicos: acondicionar e tratar dejetos líquidos poluentes de suínos, bovinos, frigoríficos e urbanos, para posterior liberação aos córregos e/ou aplicação em lavouras; c) fazendas: como reservatório, em substituição a caixas d’água, a baixo custo.

Além disso, a tecnologia do lago de múltiplo uso pode ser usada para as propriedade que exploram a piscicultura, nesse caso, podendo ser  comercial e pesque-paque. A adoção dessa tecnologia possibilita um melhor aproveitamento da água da propriedade, eliminando as perdas pela infiltração. Outro ponto positivo é o abastecimento de comunidades rurais e hortas comunitárias gerando estabilidade do sistema irrigado. Também pode ser usada na  irrigação porque racionaliza o sistema de irrigação na propriedade, propiciando redução no consumo de energia e utilização de equipamentos e motores de menor potência e evita perdas por infiltração, além do uso de tarifa reduzida de energia.

Embrapa pode dar assessoria para melhorar o rebanho caprino e ovino geneticamente


bodes no sertãoIsso só é possível através do Programa de melhoramento genético de caprinos e ovinos de corte, o GENECOC. Trata-se de um serviço de assessoria genética prestado pela Embrapa Caprinos e Ovinos e seus parceiros, aos produtores e criadores de caprinos e ovinos de corte. Seu principal objetivo é dar suporte ao produtor na utilização dos recursos genéticos a sua disposição, de maneira a otimizar seu sistema de produção.
A base do programa é estimular e assessorar os participantes na escrituração zootécnica de seus rebanhos, gerando informações seguras e confiáveis que possam ser utilizadas na seleção de seus animais. Para isto o programa utiliza um sistema de gerenciamento online (SGR), por meio de um software em rede, via internet. Este sistema permite aos criadores, o acesso aos dados de seu rebanho em qualquer computador com acesso a internet, por meio de login e senha.
Com os dados coletados, os técnicos realizam avaliações genéticas de reprodutores, matrizes e animais jovens, de caprinos e ovinos, de raças puras e mestiços, de características produtivas e reprodutivas, visando maior produção de carne e pele por hectare, em determinado tempo, a menores custos. Assim, o programa disponibiliza informações para a escolha criteriosa de animais com adequado desenvolvimento muscular, bom ganho de peso, boa capacidade de acabamento e adequado tamanho adulto, reduzindo os custos de manutenção, além de eficiente capacidade reprodutiva e precocidade sexual.

Com as avaliações genéticas, os criadores dispõem dos valores genéticos dos animais, na forma de Diferença Esperada na Progênie (DEP), que podem ser usadas nas ferramentas que o SGR possui, como a de seleção de animais por mérito genético total, com a construção de um índice genético de seleção, e a de seleção dos acasalamentos que maximizam o ganho genético do rebanho, com controle da endogamia. Estas ferramentas são os maiores diferenciais do GENECOC, sendo inovadoras, e permitindo ao criador realizar a seleção de seus animais de acordo com os indicativos econômicos de sua região. O sistema também apresenta outras ferramentas, como a estimativa da endogamia média do rebanho e a listagem dos animais endogâmicos. 

Feijão tolerante à seca exige a metade da água usada nas plantas convencionais

Fernando Sinimbu e Kaesel Damasceno - Submetidas ao estresse hídrico, as linhagens de feijão-caupi apresentaram produtividade acima da média
Submetidas ao estresse hídrico, as linhagens de feijão-caupi apresentaram produtividade acima da média
Este ano, no centenário da seca de 1915, que matou milhares de pessoas e animais, arrasou plantações e cidades inteiras no sertão do Nordeste brasileiro, a Embrapa avança no desenvolvendo das primeiras cultivares de feijão-caupi tolerantes à estiagem. Dez linhagens do tipo grão sempre-verde, submetidas ao estresse hídrico, no Piauí, apresentaram uma produtividade em torno de 2 toneladas por hectare. Em média, cultivares que já estão no mercado têm produtividade de 1,1 tonelada por hectare.

A pesquisa é inédita no mundo. E a partir do segundo semestre deste ano, até 2016, as 10 melhores linhagens identificadas até agora serão testadas em diferentes ambientes dos estados do Piauí, Ceará, Pernambuco e Bahia, que têm poucas chuvas ao longo do ano. A equipe de pesquisadores prevê que até 2017, pelo menos duas cultivares de feijão-caupi tolerantes à seca chegarão ao mercado brasileiro, como resultado desse trabalho da Embrapa.

A maior produtividade dessas linhagens aconteceu nos meses de agosto e setembro de 2014, período historicamente de falta de chuvas e intenso calor em Teresina e no restante do Nordeste, com temperaturas chegando a 40 graus. A excelente produtividade ocorreu quando os genótipos de feijão-caupi receberam apenas 190 milímetros de água, "um pouco a mais da metade da lâmina de irrigação que a espécie requer para as condições de solo e clima do semiárido. É um resultado fantástico", comemorou Edson Bastos, pesquisador da Embrapa Meio-Norte (PI).

Para conduzir um experimento nessa linha de pesquisa e impor déficit hídrico, segundo o pesquisador, a irrigação é suspensa um pouco antes do florescimento das plantas, em torno de 35 dias após o plantio. A partir desse período, de acordo com Bastos, o teor de água no solo é monitorado pelo equipamento Diviner, que mede a umidade do solo a cada dez centímetros até uma profundidade de um metro. As leituras são feitas todo dia, e "quando a água do solo fica em torno de 20% da disponibilidade às plantas, volta-se a irrigar parcialmente".

Esforço para reduzir o problema do sertão

"Nosso objetivo é resolver o problema do pequeno agricultor, que com a seca praticamente não produz feijão nem mesmo para comer", diz o geneticista Kaesel Damasceno, pesquisador da Embrapa Meio-Norte e coordenador do estudo. O esforço para reverter o problema de milhões de agricultores começou a ganhar vida em 2010, com o cruzamento de linhagens do acervo do banco de germoplasma de feijão-caupi da Embrapa Meio-Norte. Do cruzamento de seis parentais, foram geradas 30 populações que passaram a ser avaliadas sob forte estresse hídrico.

O pesquisador revela que, das 30 populações, foram avaliadas 1.152 plantas, "das quais, após duas gerações de seleção, surgiram 42 linhagens, das quais dez se destacaram com uma produtividade de grãos acima da média". Essa produtividade, segundo o Damasceno, anima a equipe a aprofundar os estudos para desenvolver mais cultivares tolerantes à seca e que "possa dar soluções tecnológicas para os agricultores do semiárido e também da região dos cerrados, onde há falta de chuvas em alguns pontos". O CNPq é parceiro da Embrapa na pesquisa.

Historicamente, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média anual de chuvas no Nordeste e no Norte de Minas Gerais, região do polígono das secas, é de 550 milímetros, com distribuição irregular. A informação está na escala das Normais Climatológicas do Brasil, que é a referência para os estudos da Organização Meteorológica Mundial, com dados de 414 estações meteorológicas de superfície.

O polígono das secas abrange oito estados nordestinos – o Maranhão é a exceção. A área tem 1.108.434,82 metros quadrados e corresponde a 1.348 municípios. As secas são classificadas em hidrológicas, agrícolas e efetivas. A hidrológica é caraterizada por uma pequena, mas bem distribuída precipitação que dão suporte à agricultura de subsistência e às pastagens.

Já a seca agrícola, conhecida como seca-verde, acontece quando há chuvas em abundância, mas são mal distribuídas em termos de tempo e espaço. A seca efetiva é caracterizada quando há baixa precipitação e má distribuição de chuvas, o que torna difícil a alimentação das populações e dos animais. Os estados que têm maior percentual de área no semiárido são: Ceará - 91,98%; Rio Grande do Norte - 91,69%; Paraíba - 89,65%.

Foco nas exportações

O Programa Nacional de Melhoramento Genético do Feijão-Caupi, liderado pela Embrapa Meio-Norte, já selecionou 26 linhas do tipo fradinho, que hoje é importado do Peru para abastecer o mercado brasileiro. Kaesel Damasceno prevê que em 2016 serão selecionadas as melhores linhagens para registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e, em seguida, lançadas as cultivares comerciais. Ele garante que essas linhagens se destacam pela alta qualidade dos grãos, no formato e tamanho, além do porte ereto, que facilita o manejo da cultura. Outro trabalho em execução é o pré-melhoramento de linhagens para o manejo de pragas e doenças.

O pesquisador anuncia também para daqui a três anos o lançamento de novas cultivares de feijão-caupi do tipo sempre-verde, que produzam plantas de porte ereto e com alto desempenho produtivo. O sempre-verde é o preferido no Nordeste brasileiro. Mas hoje o mercado ainda é limitado, já que não dispõe de novas cultivares que apresentem, além do tegumento sempre-verde, plantas de porte ereto. A carência de cultivares com esse perfil, segundo Damasceno, não anima os produtores dos cerrados, que adotam tecnologias avançadas, a investir nesse tipo de grão de feijão-caupi.

Rico em proteínas, ferro, zinco e fibras, o feijão-caupi é a base alimentar da população do Nordeste brasileiro, principalmente do semiárido. Gerando emprego e renda, a produção ganha espaço também no Norte, com destaque para o Estado do Pará, e alcança a melhor performance no Centro-Oeste. E é no Estado do Mato Grosso que ele reina absoluto avançando ano após ano, sempre em primeiro lugar na produção. Em 2014, segundo o IBGE, a produção brasileira de feijão-caupi foi de 303,6 mil toneladas. Na safra de 2013, foram produzidas 280,3 mil toneladas.

Também em 2014, o feijão-caupi ocupou um lugar de destaque na pauta de exportações de produtos agrícolas do Brasil. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, saíram do País quase 53 mil de toneladas com destino à Europa e países da Ásia e Oriente Médio. Índia, Egito, Turquia e Vietnã foram os países que mais compraram o produto brasileiro. O País faturou nada menos do que US$ 33,2 milhões. Mato Grosso foi o Estado que mais exportou: 48,4 mil de toneladas. De janeiro a fevereiro deste ano, o Brasil já exportou para oito países 873,6 mil toneladas de feijão-caupi, segundo a Secretaria de Comércio Exterior.
Fernando Sinimbu (MTb 654/PI)
Embrapa Meio Norte

Incra/RN - Assentados do RN comemoram conclusão de reformas e construções de 108 moradias

reformas das casas do PA 1o de Marco 

reformas das casas do PA 1o de Marco 

reformas das casas do PA 1o de Marco

 Inauguracao reformas das casas do PA 1o de Marco - Superintendente assinando

Inauguracao reformas das casas do PA 1o de Marco

Assentados do RN comemoram conclusão
de reformas e construções de 108 moradias
Agricultores assentados e servidores da Superintendência Regional do Incra no Rio Grande do Norte (Incra/RN), comemoraram, na última sexta-feira (24), a conclusão das obras de reforma de 63 casas do Assentamento 1º de Maio, em Caraúbas, no Oeste potiguar, a aproximadamente 303 quilômetros de Natal. No final de março, também foi concluída a construção de 45 casas no Assentamento Pereiros, em Parazinho, no Agreste do Rio Grande do Norte, a 116 quilômetros da capital do estado. O investimento total do Incra para a reforma e a construção das 108 casas foi de aproximadamente R$ 1,86 milhão.
As solenidades de inauguração das obras, realizadas através do Crédito Instalação nas modalidades Recuperação/Materiais de Construção e Aquisição de Materiais de Construção, respectivamente, contaram com a participação do Superintendente do Incra/RN, Vinícius Ferreira de Araújo, do Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamentos, Max Victor Bezerra Barbosa, de técnicos da Autarquia que acompanharam a aplicação dos créditos, de representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), de lideranças políticas e de integrantes de movimentos sociais do campo.
Além do crédito Aquisição de Materiais de Construção, o Assentamento Pereiros também recebeu investimentos de R$ 90 mil do Crédito Instalação, na modalidade Adicional do Semiárido, possibilitando a construção de um reservatório elevado e a implantação da rede de distribuição de água para as 45 casas construídas, além da recuperação de três poços, com a limpeza e a instalação de bombas submersas.
Assentamento 1º de Maio
As famílias do Assentamento 1º de Maio, criado pelo Incra/RN em setembro de 1999, realizaram as obras de recuperação das residências com recursos do Crédito Instalação do Incra na modalidade Recuperação/Materiais de Construção, no valor de R$ 8 mil por família, totalizando um investimento de R$ 504 mil no assentamento.
Assentamento Pereiros
As famílias do Assentamento Pereiros, criado pelo Incra/RN no final de 2011, já receberam, além das moradias recém-construídas com recursos do Crédito Instalação do Incra nas modalidades Aquisição de Materiais de Construção (R$ 25 mil por família), Apoio Inicial (R$ 3,2 mil por família), e Adicional do Semiárido (R$ 2 mil por família). O investimento total no Assentamento Pereiros foi de aproximadamente R$ 1,36 milhão.
Os recursos possibilitaram a construção de casas com cerca de 104 m2 de área construída (8x13m2), com espaços amplos, pé-direito alto e revestimento cerâmico no piso. As obras incluíram ainda a construção de reservatório de água elevado e da rede de distribuição de água para todas as residências construídas. A casa sede da antiga fazenda também recebeu melhorias e foi convertida em um espaço coletivo para uso da comunidade.
O superintendente regional do Incra/RN, Vinícius Ferreira de Araújo, ressaltou a qualidade de acabamento das casas do Projeto de Assentamento Pereiros: “Ter uma casa digna é fundamental para dar cidadania e uma melhor qualidade de vida às famílias assentadas”, afirmou, destacando que as potencialidades da área geram excelentes expectativas de produção.



José Adécio sugere ações para renovação do Programa do Leite

A renovação do Programa do Leite no Rio Grande do Norte foi tema do pronunciamento do deputado estadual José Adécio (DEM) durante sessão plenária nesta quarta-feira (29), em Angicos.

O parlamentar anunciou as sugestões que fez ao governador Robinson Faria (PSD) e ao diretor geral do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RN), César Oliveira, apontadas como imprescindíveis para a retomada do programa.

“O Programa do Leite possui valor social inquestionável, mas precisa seguir critérios que assegurem o seu correto gerenciamento. Apresentamos ao Governo dez sugestões para colaborar com a eficiência e controle do programa”, disse José Adécio.
fonte do blog de angicos noticias

terça-feira, 28 de abril de 2015

Dia da Caatinga: Projeto Biomas já plantou mais de 5 mil árvores em área experimental

28 de abril é o Dia Nacional da Caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro. A data é comemorada desde 2003. E, desde 2010, o Projeto Biomas está atuando na região para implantação de projetos de pesquisa que vão ajudar produtores rurais a utilizar a árvore nos sistemas de produção e nas Áreas de Preservação Permanente (APP) e Área de Reserva Legal (ARL).
De 2010 até hoje, o Projeto Biomas já plantou 5 mil árvores de 37 espécies na área experimental da Caatinga, localizada na Fazenda Triunfo, no município de Ibaretama, a 30 quilômetros de Quixadá, no Ceará. As 5 mil árvores fazem parte dos 17 subprojetos de pesquisa implantados na região.

Em tempos de crise hídrica, um estudo para otimizar a água do solo
A preocupação em otimizar o uso da água é constante em uma região tão dependente de chuvas. Em 2014, os pesquisadores puderam constatar o sucesso de um dos experimentos com o desenvolvimento de diferentes espécies arbóreas nativas por tipo de solo.
Foi então que os pesquisadores plantaram 800 mudas de Tamboril, uma espécie nativa da Caatinga. O pesquisador responsável pelo experimento com o Tamboril, professor do Instituto Federal do Ceará, Roberto Albuquerque Pontes Filho, explicou a escolha da espécie. "Além de ser uma espécie pioneira da região, o Tamboril tem crescimento rápido. Nossa expectativa é de que a planta se estabilize no período de um ano e contribua para o resgate da função ecológica da área."
O Coordenador do Projeto Biomas na Caatinga e pesquisador da Embrapa Semiárido, Lucio Alberto Pereira, explica que o experimento com o Tamboril será muito importante para o futuro. "As mudas já estão hoje com mais de um metro de altura. O manejo do solo com o plantio do Tamboril foi fundamental para restabelecer a umidade do solo. Em alguns anos teremos resultados concretos, que ajudarão produtores rurais da Caatinga", conta.
Controle de planta invasora
Em 2012, dois projetos foram iniciados especificamente para controle e ecologia da Cryptostegia madagascariensis. São projetos de destaque neste bioma, pois envolvem formas de controle dessa planta exótica e invasora, de extrema agressividade presente nos ecossistemas da Caatinga, que pode gerar expressivas perdas tanto para os sistemas produtivos como os de preservação em grande parte do nordeste brasileiro.

Viveiros na região
Devido à ausência de viveiros na região, o Projeto Biomas assumiu a construção de um viveiro próprio na cidade de Quixadá/CE em parceria com o Instituto Federal do Ceará (IFCE), o que permitiu a produção das mudas do projeto. Na mesma época, foi criada uma equipe de coleta de sementes, além da disponibilização de um viveirista para a produção de mudas. Em contrapartida, o IFCE disponibilizou um técnico para complementar o processo de produção das mudas. Gustavo Curcio, pesquisador da Embrapa Florestas e coordenador nacional do projeto, acrescenta que "a parceria também implementou, dentro da área do IFCE, um laboratório para a equipe de coleta e beneficiamento de sementes de espécies florestais nativas, o que vai garantir a qualidade das mudas dos próximos experimentos".

Parceria com o SENAR para a capacitação
O Projeto Biomas na Caatinga ainda planeja um passo importante para 2015: capacitar instrutores e mobilizadores do SENAR para transferir as informações relevantes da pesquisa.
Cláudia Rabello, Coordenadora Nacional do Projeto Biomas na CNA, explica que o SENAR é a instituição que tem a metodologia adequada para levar conhecimento aos produtores rurais. "Por isso, contamos com a ajuda do SENAR para mostrar, nas propriedades rurais, os experimentos implantados pelo Projeto Biomas nas vitrines tecnológicas das áreas experimentais", diz. A capacitação está prevista para acontecer em setembro deste ano.

Conhecimento acadêmico
O Projeto Biomas na Caatinga também gerou, nos últimos 5 anos, 13 dissertações acadêmicas, sendo: 3 Dissertações de mestrado; 2 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC); 2 Teses de doutorado; 1 Artigo científico e 5 Resumos em congressos. Todo esse conhecimento técnico-científico é envolvido pelo comprometimento de uma rede de 86 pesquisadores e 27 coordenadores. "É uma satisfação fazer parte desse projeto que envolve tantos pesquisadores em busca de soluções para os problemas enfrentados pelo homem no campo. A pesquisa com árvores é o nosso principal foco e tenho certeza de que os resultados do Projeto Biomas serão importantes para propor modelos de usos sustentáveis tanto na Caatinga, como nos demais biomas brasileiros", diz Cláudia Rabello, coordenadora nacional do Projeto Biomas na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA.

Sobre o Projeto Biomas
O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos.
Os estudos estão sendo desenvolvidos para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas brasileiros.
O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto e John Deere.

Comemorado hoje o dia nacional para o único bioma totalmente brasileiro

OLYMPUS DIGITAL CAMERAÉ a Caatinga que ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. É formada por áreas dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver.
A área tem um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da Caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos: farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos.
Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga tem sido foco de ações diversas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), todas visando à conservação desta área que ocupa 11% do território nacional. As ações são motivo de comemoração neste 28 de abril, quando é celebrado o Dia Nacional da Caatinga.
Apesar da importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos últimos anos, devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias, ao sobrepastoreio e a conversão para pastagens e agricultura. Frente ao avançado desmatamento que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais no bioma, além de promover alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Avanços Tecnológicos nos 50 Anos



Na segunda parte da reportagem comemorativa dos 50 anos da Rede Globo, o Globo Rural fala de um assunto fundamental para a evolução do nosso campo nesses 50 anos: a tecnologia.
Com ela, a produção agrícola brasileira explodiu. E foi essa expansão incrível que fez a Rede Globo criar, em 1980, um programa voltado para o campo: o Globo Rural, que agora retrata um pouco dessa evolução tecnológica.
Ao longo das últimas décadas, o Brasil consolidou uma das maiores redes de pesquisa agropecuária do mundo.
Dr. Eliseu Alves foi figura-chave nessa história. Agrônomo, ele fez parte do grupo que, em 1973, fundou a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Naquela época, o Brasil já tinha universidades e centros de tecnologia voltados para a agricultura, mas a produção científica era insuficiente e, apesar do potencial do nosso campo, o Brasil ainda importava muita comida.
“Os criadores da Embrapa eram recém-egressos de universidades americanas. Então, nós descobrimos que a grande diferença dos Estados Unidos era conhecimento. E nós viemos com essa idéia para cá, de criar uma instituição que fosse capaz de gerar conhecimentos para a agricultura brasileira. O Brasil era um país grande que tinha potencial para ser grande e a Embrapa teria que ser do tamanho do Brasil”, explica Eliseu Alves, agrônomo da Embrapa.
Hoje a Embrapa conta com quase 10 mil funcionários, 46 centros de pesquisa e estuda de tudo em todos os cantos do Brasil: variedades de plantas, genética animal, solos, pastagens, manejo florestal e adubação. O agrônomo Maurício Lopes é o presidente atual da Embrapa.
“A ideia de se criar uma organização de pesquisa localizada em todas as partes do Brasil fez a grande diferença. Nós levamos a ciência para o interior do Brasil.O Brasil hoje é considerado a grande liderança para a agricultura, para a ciência e a inovação para a agricultura no cinturão tropical do globo”, diz Maurício Lopes, presidente da Embrapa.
Graças ao trabalho da Embrapa, de universidades e vários institutos de pesquisa, o Brasil rural deu um salto em termos de produtividade.
Veja o caso dos grãos: entre 1970 e agora, enquanto a área plantada passou de 27 mihões para 57 milhões de hectares, ou seja, pouco mais que dobrou, o volume total produzido saltou de 29 milhões para 200 milhões de toneladas, quase sete vezes mais.
Em outras palavras: os nossos agricultores passaram a produzir mais do que o triplo em cada hectare cultivado.
Grande parte desse avanço ocorreu graças ao surgimento de uma segunda safra de grãos, a chamada safrinha, que começa a ser plantada logo após a colheita de verão, entre janeiro e abril.
De volta à fazenda da dona Terezinha Brunetta, em Diamantino (MT), ela e a filha Keila plantam milho e feijão-caupi nas mesmas áreas que foram usadas para a soja. Coisa que, segundo elas, não existia no passado.
“Era colhido e gradeado e a terra ficava descoberta. Toda aquela entressafra que hoje nós plantamos o milho, na época ficava descoberta", afirma a agricultora Terezinha Brunetta.
Hoje, dona Terezinha pode fazer combinações variadas na fazenda: soja no verão e milho no inverno; soja e algodão; soja e girassol, milho e feijão. Tem gente até que aproveita o período da safrinha para plantar capim e fazer engorda de gado, na chamada “integração lavoura-pecuária”.
Para o agrônomo Álvaro Salles, a segunda safra se tornou possível por dois motivos: natureza favorável, com abundância de sol, calor e chuva, e uso de tecnologias adaptadas para a região. Entre elas, ele cita as técnicas de adubação e correção de solo do Cerrado, o plantio direto na palha e a soja precoce.
“Nós temos instituições como a Fundação Mato Grosso que começaram a adaptar a soja, algumas variedades de ciclo curto. Aí o produtor começou a ver essa questão de plantar uma segunda cultura e você ter retorno”, diz Álvaro Salles, diretor-executivo do IMA.
Com tantas mudanças, dona Terezinha explica que a fazenda passou a aproveitar melhor o espaço. No passado, cada hectare cultivado gerava, por ano, 30 sacas de soja, da safra de verão. Hoje, cada hectare rende anualmente 60 sacas de soja e mais a produção da safrinha: 115 sacas de milho ou 27 sacas de feijão-caupi. “Sem comparação. E é resultado devido à tecnologia que foi surgindo”, conta a agricultora Terezinha Brunetta.
Outra mudança central para a nossa agricultura foi a mecanização. O Brasil rural dos anos 1960 tinha apenas 61 mil tratores em atividade. Hoje, cerca de 1 milhão de máquinas agrícolas de todo tipo e tamanho estão rodando pelo país.
Além de elevar a produtividade, os equipamentos também provocam grandes mudanças para quem trabalha no campo. Um exemplo disso vem dos canaviais.
O uso de máquinas para a colheita da cana-de-açúcar começou nos anos 1980 e, aos poucos, foi se espalhando por todas as regiões do Brasil. Atualmente, no estado de São Paulo, que é o principal produtor brasileiro, nada menos do que 85% da safra é colhida de forma mecanizada.
Até os anos 1980, a Usina São João, em Araras (SP), empregava milhares de cortadores na safra. Hoje, a atividade é quase toda mecanizada, como conta Humberto Carrara, o diretor agrícola da empresa.
“Primeiro, representa a sobrevivência, porque hoje seria impensável colher esse volume de cana manualmente. Nós nem sequer teríamos essa oferta de mão de obra. A colheita mecanizada é mais barata, e 30% a 40% mais barata do que a manual”, conta o diretor agrícola Humberto Carrara.
Cada colheitadeira que entra em atividade substitui 80 cortadores de cana e, ao mesmo tempo, gera 17 novos empregos para operadores, tratoristas, motoristas de caminhão.
Raimundo da Silva passou por treinamento e trocou o facão pela colheitadeira. Hoje trabalha na sombra, com ar condicionado e ganha em média R$ 2,5 mil por mês, uns 30% a mais do que ganharia no corte.
“Deu uma melhorada, né? O corpo já resiste mais do que se tivesse cortando cana. Melhorou bem”, diz Raimundo da Silva, operador de colheitadeira de cana.
Ex-cortador, Genílson de Souza se tornou mecânico. “A vantagem é que é uma profissão melhor. O facão é uma profissão muito pesada e é um desenvolvimento muito bom para mim”, explica o mecânico Genílson de Souza.
Ao longo do tempo, o aumento do uso de máquinas e implementos ocorreu em todo país, mas em ritmos variados nas diferentes lavouras e regiões. E, enquanto os equipamentos foram entrando no campo, milhares de pessoas foram migrando para as cidades, em busca de novos empregos que surgiam na construção civil, na indústria e nos serviços.
Doutor em economia agrícola, Antônio Buainain, da Universidade de Campinas, fala sobre as mudanças do trabalho no campo.
“A gente contava com uma oferta quase ilimitada de mão de obra. E isso está mudando radicalmente. Hoje, na maior parte dos setores, nós temos escassez de mão de obra. Isso muda o paradigma. Por que muda o paradigma? Porque obriga a usar tecnologia, que permite intensificar, poupa mão de obra e também muda o campo. O resultado disso é que você tem um perfil de mão de obra mais qualificado, com nível de salários mais elevados do que no passado. Então, você começa a ter essa mudança”, afirma Antônio Buainain, economista da Unicamp.
Mas em muitos lugares a condição dos trabalhadores rurais permanece precária, com desrespeito às leis trabalhistas e até denúncias de trabalho análogo ao de escravo. Assim, o mesmo país que abriga funcionários qualificados, do século 21, ainda convive com situações do século 19.
Quando o assunto é o acesso à tecnologia, as desigualdades também são grandes, com tratores modernos pra uns e tração animal para outros. Mas se engana quem pensa que a evolução tecnológica ocorreu apenas em fazendas grandes ou nas regiões mais ricas do país.
Na Zona Rural de Petrolina, no sertão de Pernambuco, é possível encontrar as formas mais convencionais da produção agrícola. A matraca, por exemplo, que é coisa do passado em várias regiões do país, naquela região ainda é o principal instrumento para fazer os plantios.
Seu João de Deus e Souza, conhecido como seu Dãozinho, tem um sítio onde cultiva 18hectares de milho e melancia, e mantém pequeno rebanho de gado, cabras e ovelhas.
Em grande parte da área, o plantio é feito com a matraca, que a cada batida na terra libera uma semente. Para muita gente, seria um sinal de atraso, mas, para ele, foi uma melhoria.
“Porque, de antes, plantava com a enxada, abrindo um buraquinho para entupir com o pé. Aí você tinha muita dificuldade para plantar a roça e, com a matraca, avançou muito, a gente conseguiu plantar com mais rapidez”, conta o produtor rural João de Deus e Souza.
Outra evolução para o sítio é que, há alguns anos, seu Dãozinho conseguiu comprar um trator usado e uma grade. Depois, ele acoplou uma plantadeira improvisada ao implemento. A engenhoca, feita por um vizinho, tem um compartimento para o milho e, embaixo, uma mangueira plástica que vai soltando as sementes. O equipamento já substitui a matraca em algumas áreas do sítio.
“Com o decorrer do tempo, com a modernização, vai chegando essas oportunidades da gente facilitar o trabalho da gente”, conta o seu Dãozinho.
Seu Dãozinho mora com a mulher, dona Luzia, professora aposentada. Juntos, eles já passaram por muita dificuldade no sertão, mas, ao longo do tempo, foram melhorando de vida. Um dos principais avanços foi a chegada da energia elétrica.
“Televisão a gente tem como assistir os programas, os canais, tem como beber uma aguinha gelada”, diz ele.
Hoje, o casal vive em uma casa equipada, com móveis e eletrodomésticos, coisa que eles não tinham no passado. Outra conquista dos últimos anos foi a construção de uma cisterna, que armazena água da chuva.
Quando compara a vida de hoje, com o passado que viveu no sertão, seu Dãozinho não tem dúvida: “A cada ano, a cada década, cada vez vai melhorando”.
O aumento das áreas de irrigação foi mais uma novidade no sertão nordestino ao longo desse meio século. A fruticultura moderna tomou conta de milhares de hectares, como no Vale do São Francisco, em Pernambuco e na Bahia.
Na terceira parte da reportagem, o Globo Rural continua a viagem pelos 50 anos da nossa agropecuária: as novidades na produção de carnes, o salto na exportação e as mudanças na relação entre agricultores e meio ambiente.

50 Anos da Agropecuária no Brasil



50 anos da Globo, 50 anos da agropecuária brasileira. Na última parte da reportagem do Globo Rural, a gente mostra o que mudou na relação entre agricultores e a natureza, e o que se pode esperar do nosso campo para os próximos 50 anos.
Nas últimas décadas, o Brasil rural consolidou uma rede de agroindústrias: a laranja passou a virar suco; o algodão atraiu indústrias de tecido; o eucalipto e o pinus alavancaram a produção de papel e celulose e, mesmo as velhas usinas de cana, que antes faziam apenas açúcar, passaram a fabricar também etanol e energia elétrica, com o bagaço.
No Centro-Oeste, o desenvolvimento da agricultura também acabou atraindo muitas agroindústrias ao longo tempo. Uma delas, em Primavera do Leste (MT) trabalha com o beneficiamento da soja. Lá dentro, o grão é esmagado e processado em alta temperatura para extração do óleo de soja, mas o óleo não é principal produto.
Das 3 mil toneladas de soja beneficiadas por dia em uma indústria, 80% são tranformados em farelo, que é como fica o grão depois de passar por todas a etapas de processamento. O farelo de soja é hoje um dos principais componentes para a fabricação de ração animal.
A abundância de farelos de soja e de milho também foi decisiva para a formação de uma grande cadeia produtiva de frango, uma atividade que nos anos 1960 tinha pouca importância. Atualmente, o Brasil é o um dos maiores produtores do mundo e granjas equipadas se tornaram comuns em várias regiões do país.
No município paulista de Artur Nogueira, a família Bassi cria frango há três gerações. O seu Rodolfo começou na atividade em 1971. Depois, passou a batuta para o filho, Francisco, que hoje já está transferindo o negócio para os filhos dele, Edson e Fábio.
A família guarda com cuidado fotos do início da criação. O Edson, que tem hoje 36 anos, aparece no meio dos pintinhos. Naquele tempo, nos anos 1970, cada ave demorava uns 70 dias para chegar ao ponto de abate, pesando 2 kg. Hoje, bastam 45 dias para o frango ser vendido, com 2,8 kg.
Com o trabalho na granja, ao longo de três gerações a família Bassi conquistou uma boa qualidade de vida lá mesmo no sítio.
A história da família Bassi é reveladora da evolução do setor de carnes no país. Ao longo dessse meio século, a produção de carne de porco se multiplicou por cinco e meio, assim como a de carne bovina. E a produção comercial de frango, acredite, se tornou 700 vezes maior.
Hoje, as cadeias de boi, porco e frango produzem o suficiente para alimentar todo o mercado interno. E ainda sobra muita carne para exportação. Aliás, as vendas para fora também merecem destaque.
Segundo dados do IBGE, em 1965, a agropecuária brasileira registrou exportações de US$ 1,3, mas isso nos números da época. Considerando toda a inflação do período, o valor exportado seria o equivalente, hoje, a US$ 9,9 bilhões. Para se ter uma ideia da evolução dos nossos embarques, agora, em 2014, o agronegócio brasileiro fechou o ano com exportações de US$ 96,7 bilhões. Ou seja, ao longo desse tempo, os negócios com o exterior deram um salto e se multiplicaram quase que por dez.
Se, em 1965, o principal produto de exportação do nosso campo era o café, seguido pelo algodão e pelo açúcar, hoje o campeão dos embarques é a soja, com açúcar em segundo e frango em terceiro lugar.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, lembra que, com o grande salto das últimas décadas, o Brasil já é hoje um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. E essa liderança só deve aumentar daqui pra frente.
"A população tende a crescer em regiões do planeta que não tem mais como elevar de maneira significativa a sua produção de alimentos, principalmente a Ásia. E os países provedores vão ter que fortalecer a sua posição. O Brasil é um país que ainda pode promover ganhos de eficiência e produtividade para fazer frente a essa demanda do mundo", aponta Maurício Lopes, presidente da Embrapa.
E será possível alimentar o mundo com respeito ao meio ambiente? Nos últimos 50 anos, o crescimento da agropecuária brasileira veio acompanhado de uma série de impactos para natureza: queimadas, contaminação do solo, poluição de rios, desmatamento.
De volta à fazenda Lagoa Rica, em Diamantino (MT). Seu Horácio Tavares reconhece que a ocupação do cerrado ocorreu, em muitos casos, de forma descontrolada. Ao mesmo tempo, ele acredita que a mentalidade dos agricultores vem mudando.
Para o agrônomo Antônio Buainain, a mudança de postura dos agricultores em relação à natureza é uma tendência positiva e inevitável.
"A agricultura de 50 anos atrás era uma exploradora da natureza, digamos assim, era um gigolô da natureza. E hoje o agricultor, ele tem que se preocupar com a natureza, inclusive porque a natureza é um capital, e ele não pode permitir a depreciação desse capital. Ele é cobrado pela sociedade de maneira forte, ele é cobrado por uma legislação muito rigorosa. E se ele sobrexplora, usa muito agroquímico, fertilizante em excesso, etc, o capital ambiental dele perde capacidade de produção e ele vai ter prejuízo no futuro. Então, ele tem que respeitar", analisa o agrônomo Antônio Buainain.
Nesse contexto de mudanças, no campo e na sociedade, dos anos 1980 pra cá, muita gente começou a praticar uma agricultura mais atenta ao meio ambiente. Surgiram produtores orgânicos, entidades ambientais, certificadoras e selos verdes.
"Quando a gente pensa numa agricultura moderna, vem à cabeça a fila de máquinas no Centro-Oeste, mas também é muito moderno a produção orgânica. O moderno hoje é produzir bem, é produzir respeitando a natureza", diz Buainain.
E se agropecuária brasileira mudou muito nos últimos 50 anos, o que podemos esperar dos próximos 50? Produção de alimentos, proteção da natureza, geração de riquezas e paz. Tomara que o sonho dos nossos agricultores, pesquisadores e trabalhadores do campo se transforme em realidade. O Brasil agradece, e o planeta também.

Teremos Mais um Verão?

Tudo indica que teremos mais um período de verão neste mês de abril. As chuvas recuaram e o sol aparece cada vez mais forte. Vamos aguardar maio.

Livro destaca reúso da água na produção agrícola

"Reúso de água na agricultura" é o título do livro produzido pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), e que pode servir - em tempos de discussões sobre as estratégias a serem definidas ante a instalação da escassez hídrica – como uma importante ferramenta em meio às questões voltadas para a necessidade de uso mais sustentável da água nossa de cada dia, seja na agricultura ou nas cidades.  A ação de reúso consiste no reaproveitamento da água após o cumprimento de sua função inicial, e que exige, na maioria dos casos, um tratamento prévio, a depender da qualidade (química, física e biológica) do efluente e do uso a que é destinada.
Com a editoria técnica dos pesquisadores Marcos Braga e Carlos Eduardo Pacheco, a publicação reúne contribuições de vários especialistas da Embrapa, de universidades, de empresas públicas e de órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Águas. Segundo Pacheco, a especificidade da temática deveu-se, em primeiro plano, "à ideia de que em algum momento teríamos que voltar a discutir esse assunto, reunindo a Embrapa e instituições parceiras".
O pesquisador lembra que o fio condutor da abordagem sobre o reúso da água, por meio da participação de vários autores, foi o "Simpósio de qualidade de água para uso na olericultura", promovido em 2011 pela Embrapa Hortaliças. "Dentro da proposta em apresentar algumas alternativas para a utilização na produção agrícola da água residual, revisitamos as discussões e as apresentações das linhas de pensamento a respeito do tema, expostas durante o evento, e partimos para a produção do livro, uma etapa que durou dois anos", explica.
De acordo com Marcos Braga, o reúso da água é uma prática bastante utilizada pelos países mais desenvolvidos ou com escassez hídrica. No Brasil, segundo ele, ainda se faz necessário imprimir alguns esforços para tornar realidade o aproveitamento desse recurso. "Junto com a concepção de todos os projetos de saneamento básico, por exemplo, o ideal seria incluir também uma política de incentivo ao reúso da água", sublinha.
REÚSO VERSUS HORTALIÇAS
As hortaliças estão, dessa forma, na linha de frente das questões tratadas na publicação, já que em sua maior parte são cultivadas em regiões urbanas ou periurbanas. Já no prefácio, os editores técnicos chamam a atenção para a importância do que consideram ações de enfrentamento a uma possível ameaça à qualidade de água usada na irrigação de hortaliças e nos tratamentos pós-colheita. Entre as medidas, destaca-se a recomendação para que "a condução de pesquisas, as ações de transferência de tecnologia e a elaboração de políticas públicas incluam o tema ‘reúso de águas residuárias na olericultura', buscando, com isso, a manutenção da sustentabilidade do cultivo de espécies olerícolas, bem como a segurança alimentar dos consumidores".
O livro "Reúso de Água na Agricultura" pode ser adquirido através do site www.embrapa.br/livraria ao custo de R$ 25,00.
Anelise Macedo (2.749/DF)
Embrapa Hortaliças

EMPARN reúne gerentes das estações experimentais para discutir metas

ASSECOM/EMPARN

Os gerentes das Estações Experimentais da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), juntamente com os funcionários da sede da Empresa, estiveram reunidos com a diretoria na Sede da Empresa, para um dia de discussões sobre o planejamento de 2015, os objetivos e metas a serem cumpridas. Inicialmente, o diretor presidente, Alexandre Medeiros de Wanderley, deu às boas vindas falando dos desafios e os compromissos que tem pela frente e da necessidade da Empresa ser autossustentável.
Cada diretor e empregado fez sua apresentação para uma melhor integração da equipe. Em seguida, foi feita uma apresentação da Árvore do Conhecimento, da Missão e do organograma pelo assessor técnico, Ezequias Moura.  O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, José Simplício de Holanda, falou sobre as pesquisas desenvolvidas pela EMPARN, principalmente,  das culturas do coco e do caju, do Projeto Ave Caipira, entre outras, que marcam até hoje a presença da Empresa no agronegócio co Estado.
Os gerentes das estações participaram de reuniões com os responsáveis pelos setores administrativos e financeiro, para tomarem conhecimento dos fluxos das solicitações que encaminharem. Também apresentaram sugestões para melhorar as estruturas de funcionamento das  suas unidades operacionais.

 PM resgata mais de 100 aves silvestres em Parnamirim


Francisco Sales, de 61 anos, foi detido no local e responderá pela posse irregular dos animais, além de pagar multa.
A Companhia Independente de Proteção Ambiental (Cipam) realizou, ontem (26), um dos maiores resgates de aves silvestres da história da Companhia no Rio Grande do Norte. Ao todo, 101 aves silvestres foram resgatadas em um cativeiro localizado na rua Santa Luzia, no bairro Bela Vista, em Parnamirim. 
Entre os animais estavam 5 Sibites, 6 Sanhaçus, 6 Sanhaçus Pardo, 16 Guariatans de Coqueiro, 3 Azulões, 3 Galos de Campina, 1 Sabiá, 4 Papas Capim, 11 Golinhas, 11 Bigodes, 4 Saíras, 26 Vem-vem, 3 Gaturamas, 1 Cabloquinho e 1 Concriz. Além das aves, 100 gaiolas foram encontradas no local.
Francisco Sales, de 61 anos, foi detido no local e responderá administrativamente como também judicialmente pela posse irregular dos animais. Ele também terá que pagar multa por cada ave apreendida.
A ação foi realizada após uma denúncia anônima informando sobre a criação ilegal de animais silvestres naquela área. Diante da informação, os policiais realizaram a verificação e constataram a veracidade do fato, baseado no artigo 29 da lei de crimes ambientais. As aves resgatadas, foram entregues ao IBAMA que reintroduzirão as espécies ao meio ambiente

MDA/ SDT/NEDET/UERN E TERRITORIO SERTÃO CENTRAL REALIZA OFICINA SOBRE O CAR


MDA,/SDT/NEDET/UERN E TERRITORIO SERTÃO CENTRAL CABUGI E LITORAL NORTE, realizou um evento na UFERSA  em Angicos, nesta sexta feira, sobre uma oficina com os representantes dos 10 Municípios do Território para fazer o cadastro Ambiental Rural - CAR, onde foram capacitados representantes do poder publico, do STTR e  técnico de ATER e tambem Professores e Alunos da UFERSA Angicos.
O evento contou com a participaçao e articulação dos  representantes: Delegado Federal adjunto do MDA - Dario Andrade; Articulador do Territorio Sertão Central Cabugi e Litoral Norte - Pedro Alves; Representante da UFERSA - Jacimara; 1º Tesoureiro da FETARN - Almir Medeiros  e Assessor da FETARN - joseraldo; Representante do IDEMA/RN - Marlon instrutor do evento; e equipe de assessores do Territorio - Flavio e Monica; e entre outras autoridades presentes ao evento. 
 CAR
DARIO ALVES - DEBATE 

PUBLICO PRESENTE

REPRESENTANTES DO TERRITORIO

JOSERALDO NO DEBATE

DARIO FALA COM OS AGRICULTORES

DARIO FALA SOBRE O CAR PARA OS AGRICULTORES

AGRICULTORES PRESENTE NO EVENTO

CADASTRANDO AGRICULTORES NO CAR

MARLON - INSTRUTOR DO IDEMA SOBRE O CAR

EQUIPE QUE RECEBEU A CAPACITAÇÃO DO CAR
Postado por Almir Medeiros

A importância de fazer a secagem das vacas para um novo parto mais produtivo e cria saudável


vaca amamentandoA interrupção de lactação de vacas antes de um novo parto garante bezerros mais saudáveis e melhor produtividade no leite. A secagem de vacas é uma técnica simples usada para fazer com que o animal interrompa a lactação. O objetivo é proporcionar um descanso à vaca no fim da gestação para que o animal possa gerar uma cria saudável. Segundo os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora, Minas Gerais, vacas que procriam dando leite, produzem bezerros fracos e não apresentam condições corporais durante o parto, o que pode ocasionar sérios problemas para a vaca e o bezerro e, consequentemente, gerar prejuízos para o produtor.
A secagem é recomendada até dois meses antes do parto. Mas os especialistas aconselham adotar o procedimento quando a produção de leite do animal fica muito baixa, tornando antieconômico manter o animal em lactação. Outra vantagem de efetuar a secagem é o fato de ela proporcionar maior produção de colostro, alimento fundamental para que o bezerro cresça de forma saudável.

A secagem é feita por meio do esgotamento do úbere. É importante que o produtor observe se há mamite antes de iniciar a secagem para evitar maiores complicações durante o processo, o que aumentaria o custo do tratamento. Para o veterinário Antônio Cândido Cerqueira Leite, responsável clínico pelo rebanho da Embrapa Gado de Leite, há diversas formas de como secar uma vaca antes do parto.  Entre elas, interromper a ordenha por um ou dois dias e em seguida ampliar o espaço de coleta, uma ou duas vezes mais e finalmente interromper por completo. A cria também deve ser apartada simultaneamente.

Recomendações e cuidados com as crias de ovinos e caprinos

crias caprinosCom um bom manejo de crias na Ovinocaprinocultura, espera-se contribuir para a redução dos índices de mortalidade, melhoria dos sistemas produtivos e, consequentemente, para o avanço da caprinocultura no país. Segundo Samuel Souza, analista da Embrapa Tabuleiros Costeiros, as práticas de manejo no contexto da ovinocaprinocultura aborda de maneira direta e objetiva os cuidados necessários durante uma determinada fase da produção dessas espécies que apresenta grande necessidade de procedimentos especiais com os animais.
“Desde a fase de gestação, estes animais vêm sofrendo influências diretas e indiretas quanto ao manejo da fêmea gestante. Portanto, devemos iniciar os cuidados desde a fase de gestação, mais especificamente no seu terço final, até o completo desaleitamento do animal, momento em que se encerra o período denominado ‘fase de cria'”, ressalta.

Souza afirma que os produtores da ovinocaprinocultura devem estar atentos aos cuidados necessários com os animais durante a fase inicial de desenvolvimento, de maneira que as práticas de manejo sejam adotadas e implantadas nas propriedades. Para ele, esses cuidados geram  redução das perdas produtivas por mortalidade de animais durante essa faixa etária, garantem a proteção imunológica passiva, previne contra enfermidades oportunistas, possibilita o controle zootécnico de maneia a organizar e monitorar a produção e garante melhor desenvolvimento dos animais preparando-os para a vida produtiva.



Kátia Abreu insiste em dizer que financiamentos do Plano Safra 2015/16 não sofrerão cortes


O discurso da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, mais uma vez, foi uma decpeção para o setor de máquinas agrícolas na abertura da Agrishow, nesta segunda-feira (27). Do dinheiro ainda disponível nos planos do PSI e Moderfrota, as taxas para os financiamentos oferecidas na feira serão de 7,5% para pequenos e médios produtores e de 9,5% para os grandes, segundo apurou o Notícias Agrícolas.
As taxas são significativamente mais altas do que as praticadas anteriormente - de 4,5 e 6,5%, respectivamente - e os recursos, vindos do BNDES, são ainda seletivos e exigem muitas garantias.
Os representantes das empresas de máquinas presentes na feira - a maior da América Latina - se decepcionaram, já que esperavam que a ministra anunciasse as novas taxas de juros para a temporada 2015/16. Porém, esses números só serão divulgados em três semanas, junto com as informações do novo Plano Safra. E a expectativa para a nova taxa de juros para máquinas agrícolas é de que seja, no mínimo, perto de 8,25%.
E essa é a terceira temporada de feiras em que os empresários trabalham sem conhecer os novos juros que serão praticados para a compra de máquinas, o que acaba desestimulando os negócios em ocasiões como essa, em que melhores condições poderiam ser oferecidas aos produtores rurais.

Na Reuters: Kátia Abreu insiste em dizer que financiamentos do Plano Safra 15/16 não sofrerão cortes


O Plano Safra 2015/16 não sofrerá cortes nos volumes de financiamentos ofertados, disse nesta segunda-feira a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, após a abertura da Agrishow, a maior feira de negócios de máquinas agrícolas do Brasil.
O Plano Safra 2014/15 teve volume recorde de recursos para financiamentos de 156,1 bilhões de reais, com taxa de juros média de 6,5 por cento ao ano.
Segundo ela, os juros do plano safra, subsidiados pelo governo, serão próximos "de neutros".
Ela reafirmou que o novo planto safra será anunciado em 19 de maio.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

EMPARN Participa da 1ª Feira Agropecuária do Ano


ASSECOM/EMPARN
Foi um sucesso a abertura do circuito estadual de exposições agropecuárias 2015, com a XVIII Exposição de Caprinos e Ovinos da Região Potengi. A caprifeira aconteceu no Parque de Eventos Agropecuários Francisco Bezerra de Brito, em São Paulo do Potengi, entre os dias 17 e 19 de abril e, além da população da cidade, reuniu autoridades políticas, pecuaristas, agricultores e demais moradores de vários municípios potiguares.
A abertura, na noite da sexta-feira (17), foi feita pelo Prefeito de São Paulo do Potengi, Naldinho, e contou com a presença no palanque do Governador Robinson Faria, Secretários de Estado, Senadora Fátima Bezerra, Deputado Estadual Fernando Mineiro, e representantes de várias entidades ligadas ao setor agropecuário do Estado, como Alexandre Wanderley, Presidente da EMPARN.
Durante o discurso de abertura, o Governador Robinson Faria elogiou a estrutura montada para o evento – o maior desde a primeira edição de caprifeiras na cidade. O número de estandes e currais cresceu, em parte, graças à contribuição financeira do Governo do Estado, que este ano vai investir cerca de R$ 1 milhão no circuito de feiras agropecuárias. O chefe do executivo estadual também prometeu continuar incentivando as atividades ligadas ao agronegócio em todas as regiões do Rio Grande do Norte.
O stand da EMPARN ficou bastante movimentado da sexta-feira até o domingo. O espaço foi montado com produtos trazidos das diversas Estações Experimentais da empresa. O que mais chamou a atenção dos visitantes, principalmente das crianças, foi a gaiola com 200 pintos caipiras de um dia, vendidos a R$ 2,00 a unidade. Os animais foram trazidos da central de produção de ave caipira, na Estação Mundo Novo, em Caicó.
A EMPARN também participou com a presença de animais nos currais. Foram seis garrotas e novilhas da raça Pardo-Suíça trazidas da Estação Experimental de Cruzeta. De São Gonçalo, foram mais seis cabeças das raças Guzerá e Gir, para difundir as raças zebuínas leiteiras. Entre os caprinos e ovinos, as grandes estrelas do evento, a empresa levou diretamente da Estação Experimental de Terras Secas, em Pedro Avelino, 23 cabeças, sendo 21 fêmeas das raças Canindé e Morada Nova e dois reprodutores.
Além dos animais, o estande da EMPARN expôs sementes de sorgo Ponta Negra e milho Cruzeta e Potiguar, mudas de banana e palma forrageira e cachos de coco anão verde. Todos esses produtos foram levados da Estação Experimental Rommel Mesquita de Faria, em Parnamirim, onde está situada a sede da empresa, e foram distribuídos em amostras aos produtores, assim como um grande acervo de publicações sobre as tecnologias desenvolvidas e adaptadas pela EMPARN.
Completando a participação, os pesquisadores da EMPARN, Guilherme Costa Lima e Jorge Torres guiaram cerca de 200 agricultores da região em um dia de campo, realizado em parceria com a EMATER/RN. As palestras e demonstrações dos profissionais foram sobre a palma forrageira adensada e irrigada e a ordenha higiênica de cabras.