segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Deu no Bom Dia Brasil

Com algodão em falta, previsão para inverno é de roupas bem mais caras

Aumento do consumo e problemas climáticos explica a alta. A coleção outono-inverno deve chegar às lojas com preços cerca de 30% mais altos.


O clima muda lá do outro lado do mundo e afeta a vida no Brasil nos preços das roupas. O algodão está mais caro e ameaça esfriar as vendas das coleções de inverno. Os empresários já estão remarcando os preços.
O algodão não só está mais caro como está com o maior preço já registrado em 140 anos. A informação é da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. O aumento do consumo e problemas climáticos explica essa alta assustadora. A coleção outono-inverno deve chegar às lojas com preços cerca de 30% mais altos.
Aas vitrines anunciam preços mais baixos, e os consumidores aproveitam para abastecer o guarda-roupa. “Acabei de comprar peças a R$ 10. Deu para comprar oito peças a R$ 10 para minha filha”, disse o gráfico Douglas Craveiro.
A liquidação de verão está em pleno andamento e vai deixar o consumidor com muita saudade dos preços reduzidos. A coleção outono-inverno, que está chegando às lojas, normalmente já é mais cara, porque usa mais tecidos. Mas este ano os preços correm o risco de ficar ainda mais salgados. É que o algodão, uma das principais matérias-primas da indústria têxtil, está em falta no mercado.
No início do ano passado, a cotação estava em US$ 0,65 por libra-peso, medida usada pelo mercado internacional e que equivale a 420 gramas. Na semana passada, chegou a US$ 2,05. Recuou um pouco e agora está em US$ 1,80 – ainda assim, praticamente o triplo do preço de um ano atrás.
Empresários do setor em Santa Catarina e São Paulo, regiões que concentram boa parte da confecção nacional, estão preocupados e afirmam que o aumento de custos já está sendo repassado e vai continuar nos próximos meses.
“O consumidor vai perceber a alta, que será em torno de 35%, e também os tecidos que começam a ter uma participação maior de sintético em vez do algodão”, afirmou Fábio Beretta, presidente do Sindicato das Indústrias de Tecelagem (Sindtec).
Especialistas concordam e dizem que a tendência é o valor do produto se estabilizar num patamar um pouco mais alto do que um ano atrás, porém menor do que o atual.
“Se você tem um problema nessa safra, você vai olhar a safra do ano e vai ter mais produtores direcionados ao plantio de algodão. Provavelmente, o nível deve se equilibrar. Quando você olha para uma ou duas safras à frente, você vai ver a queda do preço das commodities”, avalia o diretor financeiro da Vicunha Têxtil, José Maurício D'Isep.
Para tentar minimizar a crise no setor, o governo decidiu zerar a alíquota de importação do algodão até o fim de maio deste ano. A medida é válida para importações de até 250 mil toneladas.
O Brasil é um dos cinco maiores produtores mundiais de algodão, mas atualmente, por causa de uma seca que provocou a redução da safra, está importando o produto e sujeito, portanto, a esse preço extorsivo do mercado internacional.
 

Boas Chuvas

Ocorreram boas chuvas na zona rural do município de Fernando Pedroza, neste final de semana. Em Riacho Doce, área do pico do cabugí, choveu aproximadamente 50 mm. Em Pelo Sinal e Pelo Sinal II, 45 mm. As previsões para o mês de março, são ótimas, para a continuidade do período chuvoso.

Notícias do PRODECENTRO

Lina Pimentel, gerente da Divisão de Estudos e Pareceres Legislativos da CETESB

Foto: Divulgação
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23/02/2011 - O decreto que regulamentou a Política Nacional de Resíduos Sólidos “fixou conceitos, delimitou as responsabilidades e tratou do poder público no âmbito da responsabilidade compartilhada, das cooperativas, ou seja, deu norte mais claro para os conceitos da nova política, a qual já traz novidades para o mundo institucional e jurídico”, avalia Lina Pimentel, em entrevista concedida à IHU On-Line, por telefone. Graduada em Direito pela Universidade Paulista, ela observa ainda ser necessário rever questões como o consumo exacerbado e o uso excessivo de embalagens. Segundo Lina, que é gerente da Divisão de Estudos e Pareceres Legislativos do Departamento Jurídico da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, investir em prevenção e conscientização é o caminho viável para que a população entenda o que acontece quando o lixo não é separado.
IHU On-Line – O que significa a postergação para junho das metas do Plano Nacional de Resíduos para reciclagem de resíduos sólidos?
Lina Pimentel – A reportagem que menciona a postergação talvez tenha sido mal informada ou compreendida de maneira equivocada pelos leitores. Na verdade, há uma postergação do prazo para a apresentação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Ele não contempla metas específicas para os setores, mas trata do tema de uma maneira mais aberta e, portanto, as metas específicas para a redução podem estar contidas nos acordos setoriais.
De acordo com o artigo 47 do decreto que regulamentou a política, “a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos deverá ser feita em conformidade com o seguinte procedimento: formulação e divulgação da proposta preliminar em até 180 dias, contados a partir da publicação desse decreto.” Então, segundo essa informação, o prazo encerra em junho.
Procedimentos
Em fevereiro, o governo deve estruturar o comitê interministerial, instância criada juntamente com o comitê orientador, que irá gerir a política em várias frentes como as políticas públicas, que avaliarão os planos municipais, estaduais e regionais de coleta seletiva, além do plano nacional. O comitê também irá tratar com o setor privado, provocando a logística reversa, que é o recolhimento dos materiais após seu uso pelo consumidor. Então, alguns produtos já elencados pela lei e pelo decreto estão colocados como sujeitos da responsabilização pós-consumo da cadeia. Isso será formalizado por três meios diferentes: os acordos setoriais, firmados entre os setores produtivos, de distribuição e comércio, além do poder público; por meio da secretaria executiva do comitê do Ministério do Meio Ambiente; e através dos termos de compromisso, firmados quando não se abrange um nível setorial no âmbito do acordo – quando uma ou duas empresas quiserem estabelecer um sistema de logística reversa com o poder público, para cumprirem com os ditames, elas poderão estabelecer termos de compromissos. Também é possível conduzir essas metas por meio de regulamentos, que são atos do poder executivo a partir de um decreto, por exemplo.
Metas
As metas podem ser numéricas ou quantitativas. Existem também as metas estruturais, quer dizer, como a logística reversa passa por uma série de providências até alcançar efetivamente um retorno e uma meta numérica para se buscar, é preciso unir as empresas de um mesmo setor, unir comerciantes, estudar os aspectos fiscais, de segurança do trabalho, seja para o gerenciamento de determinados resíduos ou para a integração de cooperativas. Ou seja, uma série de metas numéricas surgirá por meio desses instrumentos que eu citei.
O procedimento mais correto é a negociação: os setores estudam o que é possível, quais as condições, os aspectos técnicos, as especificidades das classes de resíduos e, a partir disso, o poder público vai imputando expectativas e se chega a um acordo viável. Parte da responsabilidade também é do consumidor e do poder público. Então, tem uma série de atividades a serem contempladas no âmbito das negociações, para que se evitem questionamentos posteriores da validade do documento.
IHU On-Line – Como a senhora vê o decreto que regulamentou a Política Nacional de Resíduos Sólidos?
Lina Pimentel – Muitas pessoas não gostaram do decreto. De fato ele não traz prazos, metas. Porém, penso que é mais amplo para não engessar o processo. Ele fixou conceitos, delimitou as responsabilidades e tratou do poder público no âmbito da responsabilidade compartilhada, tratou das cooperativas, ou seja, deu norte mais claro para os conceitos da nova política, a qual já traz novidades para o mundo institucional e jurídico. Tinha receio de que, na medida em que o decreto viesse extremamente detalhado, não estivesse em consonância com as dificuldades do setor privado. O decreto tomou o cuidado de abordar questões que já são viáveis. Também foi feliz numa série de conceitos, os quais foram explicados. Está claro que o poder público tem um dever muito importante na comunicação social sobre risco acerca do mau gerenciamento de resíduos. Quer dizer, quando o setor privado está sujeito à política reversa, ele precisa ter, entre as atribuições, um setor de comunicação para atender o consumidor, de modo a orientá-lo sobre as regras atribuídas a determinado produto ou embalagem. O setor privado estava atuando sozinho nisso. A partir do decreto, ficou evidente a participação do poder público na educação ambiental.
O grande problema na Europa, onde já foram implantadas várias metas, é sempre o consumidor. É difícil se mobilizar para um ponto de coleta e absorver isso na dinâmica da vida. Tudo isso acontece depois de uma fase de maturação, da instituição de uma política nova como esta que está sendo implantada, mas, também, a partir de uma educação ambiental. Então, a integração dessa política com outras é interessante.
IHU On-Line – Qual o principal problema do Brasil em relação aos seus resíduos sólidos?
Lina Pimentel – O principal problema é a falta de aterros sanitários para depositar lixo comum. Quantas autuações administrativas por parte dos órgãos ambientais e interdições se têm contra o próprio poder público municipal? A lei tem como alvo principalmente acabar com os lixões e aterros controlados. Isso significa planejar os lixões e as ocupações no entorno. A prevenção é o norte da política, existem frentes para remediar situações geradas ao longo do tempo. Além disso, temos uma tarefa grande enquanto consumidores e empresas de reduzir a geração de resíduos e prevenir as próximas gerações. Não adianta fazer aterros regulares e enviar uma enorme quantidade de resíduos para esses locais. O problema é o consumo exacerbado, o excesso de embalagens e a geração de lixo individual de cada cidadão. Acredito que o objetivo macro dessa política é lidar com a situação passada, visando uma prevenção para o futuro.
IHU On-Line – Qual a responsabilidade do consumidor quanto à destinação dos resíduos?
Lina Pimentel – Desde a edição da lei, em agosto, o consumidor é, de forma compartilhada, responsável pelo gerenciamento dos resíduos. O decreto deixou claro que a responsabilidade do consumidor acontecerá para disponibilizá-los para a coleta ou devolução. Então, quando tiver um acordo setorial sob determinado resíduo e for estabelecido um ponto de coleta, o consumidor precisará devolver. Como isso irá impactar no custo do produto, e quem irá arcar com essa conta financeira é uma equação que será feita no ciclo de vida do produto.
Já existe a prática de devolução de pilhas, baterias, embalagem de agrotóxicos, pneus e, com certeza, isso acontecerá em outros setores. Outra obrigação do consumidor será fazer a separação do lixo para a coleta seletiva quando o município a tiver implementada. Em dois anos, os municípios têm de fazer o plano municipal e, em quatro, implementar a política. Presume-se que em quatro anos deve haver coleta seletiva em todo o país.
A tendência de ter acordos setoriais, que demandam negociações, é importante para o consumidor não “pagar o preço”.
IHU On-Line – O problema da reciclagem de resíduos sólidos é pior nas mãos das empresas ou dos consumidores?
Lina Pimentel – O consumidor normal tem uma obrigação: disponibilizar o lixo que ele gera na lixeira para a limpeza pública recolher. Em municípios onde existe a coleta seletiva, a prefeitura faz o recolhimento do consumidor individual. Então, se ele toma o cuidado de fazer a sagração do lixo, ele já cumpre o seu papel.
Onde não há coleta seletiva, como em São Paulo, um consumidor que mora em um apartamento pequeno tem condições de separar o lixo em quatro latões e levá-lo a pontos de recolhimento como o Pão de Açúcar, por exemplo? Quem consegue fazer isso? Fica difícil e não podemos esperar que o consumidor exerça sua responsabilidade na medida em que existem outras dificuldades sociais envolvidas. Então, falta um papel importante de conscientização do setor público e privado para que a população entenda o que acontece quando misturamos diversos tipos de lixos.
Empresas que tenham uma gestão e uma governança coorporativa naturalmente irão olhar para seus resíduos e procurar as cifras. Percebo que ainda faltam unidades de reciclagem de tratamento disponíveis para reutilizar determinados resíduos. Esse mercado está em franco desenvolvimento a partir dessa política. Quem quer investir no Brasil terá um mercado imenso.
IHU On-Line – E o que a entrada desses resíduos significa para os solos?
Lina Pimentel – Alguns resíduos passam a ser relevantes para a destinação final adequada por conta de volume. Alguns resíduos são considerados inertes, ou seja, não interagem quimicamente com o solo e ficam retidos como uma pedra. Essa é uma categoria importante na medida em que se tem um volume grande de circulação. Outro tipo de resíduo é aquele que tem alguma característica de potencial contaminante e que tem de ser disposto adequadamente para não contaminar o solo. Na medida em que se tem a decomposição de determinados resíduos no solo, o resíduo contaminará os lençóis freáticos, propagando uma situação de contaminação.
IHU On-Line – Como você vê a questão das cooperativas que devem gerir os resíduos sólidos, como sugere a nova lei?
Lina Pimentel – Elas têm de se mostrar extremamente capazes para fazer um serviço de excelência. Da mesma forma que os consumidores exigem que as empresas tenham licenças ambientais, segurança para os trabalhadores, garantias de que irão prestar serviços de forma segura, as cooperativas também terão de aderir a essa posição. Historicamente, elas são formadas por pessoas que tiveram, infelizmente, uma baixa qualidade de educação. Apesar disso, elas entenderam que o seu papel é importante no âmbito da proposta de logística reversa.
As cooperativas estão com uma abertura imensa para se organizarem porque empreendedor nenhum irá contratar uma cooperativa que não esteja adequada em seus procedimentos e que possa expor a empresa a um risco trabalhista. Estou surpresa, porque tenho sido procurada também por cooperativas que querem prestar serviços a empresas.
Vejo que temos uma política socioambiental cujo objetivo também é a inclusão dos catadores como elementos importantes da cadeia do ciclo de vida dos produtos.

Postado por Fernando Soares

PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO ALGODÃO EM ASSU JÁ ESTÁ NA FASE DE DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES

 

O Programa de revitalização da cultura do Algodão no município do Assu, já está na fase de distribuição das sementes para plantio junto aos agricultores cadastrados pela secretaria municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca. O projeto faz parte de uma ação de transferência de tecnologia realizada pela EMBRAPA -Algodão, da cidade de Recife, e chegou ao município do Assu, através de uma emenda do deputado Federal Fabio Faria, numa articulação realizada pelo prefeito Ivan Lopes Junior, que disse acreditar na potencialidade econômica do produto, para o agricultor do município e da região do Vale Assu. Alem de parceria com a Embrapa – Algodão, o município do Assu, também conta com o apoio nesse projeto que visa revitalizar a cultura algodoeira das seguintes instituições e entidades; EMATER - RN, EMPARN e a COOAPEVAL. Ontem, sexta-feira, dia 26 de fevereiro,

o prefeito Ivan Junior participou na comunidade do Assentamento Nova Descoberta de uma solenidade de entrega de sementes do produto para plantio, onde foram beneficiadas cerca de 130 famílias. Presente ao evento, o secretário municipal de Articulação Comunitária da Prefeitura do Assu, Leosvaldo Paiva de Araújo, disse o benefício se traduz numa ação efetiva do poder público municipal que chegará também a outras comunidades.” Essa é mais uma ação efetiva do prefeito da Administração do prefeito Ivan Junior, que tem demonstrado uma atenção especial na geração de renda para as comunidades urbanas e rurais, disse o secretário” Para o líder comunitário da comunidade de Nova Descoberta, o presidente da Associação, Francisco Adilson de Souza, o projeto de revitalização da cultura do Algodão foi muito bem vindo pela comunidade.
Ele enalteceu que o projeto está recebendo todo o apoio da prefeitura e agora cabe ao agricultor, plantar, zelar e colher. Já para o secretário de Agricultura Pecuária e Pesca do Município do Assu, Paulo Cezar de Brito, o projeto representa um esforço comum de todos os parceiros ao longo dos meses em que vem sendo trabalhado, e agora está chegando ao ponto principal que é o plantio das sementes. Paulo Brito explica que a meta inicial do projeto é plantar em Assu, 1.000kg por hectare de terra trabalhada e que no final a produtividade alcançada seja de 84 toneladas em pluma do algodão. Quem também se expressou sobre a importância desse projeto para o município do Assu, foi o representante de EMBRAPA -Algodão na solenidade vivida ontem (25), na comunidade de Nova Descoberta, Isaias Alves. Isaias disse que a função da empresa nessa iniciativa visa revitalizar a cultura do algodão, explicando que o papel da EMBRAPA nessa parceria é o repasse da tecnologia adquirida pela empresa para o homem do campo.Por fim, o prefeito Ivan Junior, articulador e responsável pela vinda do projeto, disse que a idéia é fortalecer a economia local, acreditando num produto que já foi uma grande fonte de geração de emprego e renda no passado bastante promissor. Ivan Junior reforça que a tecnologia atual, credencia o município e a região para o plantio do algodão, afirmando que o mercado está aberto e trabalhando da maneira correta,
o algodão pode sim ser num futuro não muito distante novamente uma realidade positiva.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PARA PENSAR:
“Quem atravessa um campo sem semear trigo e proteger a fonte não pode querer voltar para comer o pão e matar a sede”
Emmanuel

PARA REFLETIR:
“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes”
Khalil Gibran

Notícias do PRODECENTRO

Financiamento da CEF é voltado para manejo sustentável dos recursos naturais do bioma, que é o único genuinamente brasileiro
Foto: Divulgação/PAN BRASIL/MMA
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Desmatamento já atingiu quase 50% da área

16/02/2011
- A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e a presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, assinaram termo de compromisso com o objetivo de destinar recursos do Fundo Socioambiental da CAIXA para o financiamento de projetos voltados ao manejo sustentável dos recursos naturais na Caatinga, com ênfase naqueles que integram a cadeia de insumos da construção civil e que usam matéria-prima proveniente do bioma.
"Esse é o primeiro ato do Ano Internacional de Florestas e um momento histórico porque, além da Amazônia, começamos a investir em outros biomas. E a Caatinga vai nos surpreender com projetos inovadores", comemorou a ministra.
Agora, serão elaborados os editais para as ações de combate ao desmatamento e à desertificação, bem como para o financiamento dos pólos das indústrias de cerâmica e gesso, que fazem uso de recursos florestais (lenha e carvão). A expectativa é que, no segundo semestre de 2011, os projetos sejam contratados e a execução iniciada.
As etapas de seleção e apoio à qualificação técnica dos projetos a serem financiados pelo Fundo Socioambiental serão conduzidas pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente, com base nos eixos temáticos prioritários para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente.
"O sertão sempre foi associado à seca, à miséria e à pobreza e será muito importante revertermos essa visão, mostrando ao Brasil a riqueza da biodiversidade da Caatinga e a possibilidade de desenvolvermos e mudar a condição de vida das pessoas com o uso sustentável dos recursos", disse a presidenta da CAIXA. A mesma parceria foi estabelecida para projetos de conservação no Cerrado, bioma que já conta com o financiamento de R$ 2,67 milhões do Fundo Socioambiental da CAIXA.
A caatinga é o único bioma genuinamente brasileiro, com 844 mil km² de área, que se espalha por vários estados do Nordeste e chega até ao norte de Minas Gerais. Seus recursos florestais, utilizados como lenha e carvão vegetal, por exemplo, representam a segunda principal fonte de energia da região e são consumidos, em boa parte, pela indústria da construção civil.
O uso indiscriminado desses recursos já levou ao desmatamento de 45% do bioma, o que contribui para o aumento da desertificação no Semiárido. Se os recursos florestais forem usados de forma sustentável, podem impulsionar o desenvolvimento econômico e socioambiental da região, evitar a desertificação e garantir a sobrevivência das populações sertanejas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Reunião no STTRS de Fernando Pedroza

Aconteceu hoje, às 9.00 horas uma importante reunião no Sindicato dos Trabalhadore Rurais de Fernando Pedroza, sobre o Programa de Construção de Cisternas, tipo "Calçadão" e de Barragens Submersas, em nosso município. A reunião foi coordenada pela ONG ATOS,através do técnico Inácio, que veio esclarecer aos beneficiados as normas para a construção das obras. Na oportunidade foi criada uma Comissão formada por:     Anilton Souza - Rep.do FUMAC;
Carlos Magnos - Rep. da Prefeitura Municipal;
Kleverlam Felix da Rocha - Sindicato do Trabalhadores Rurais;
Maria Nunes - Rep. da Igreja Católica;
Francisco Hozano - Rep. das Associações Rurais.
O município de Fernando Pedroza, foi beneficiado com 30 cisternas tipo calçadão, cap. para 52.000 litros dágua e diversas barragens submersas. A maioria dessas obras irão beneficiar as Associações Rurais do nosso município, onde existe carência de  recursos hídricos.

Matéria do Diário de Natal

Previsão de boas chuvas
Semiárido potiguar terá inverno acima do normal, segundo Emparn. Defesa Civil fica alerta
Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@dabr.com.br



O semiárido do Rio Grande do Norte terá um inverno normal a acima do normal, com precipitações pluviométricas em torno de 800 a 900 milímetros no período. Bom para a agricultura e pecuária, mas chama a atenção da Defesa Civil. O relatório foi apresentado ontem durante a terceira Reunião de Análises Climáticas para o semiárido nordestino referente ao período de março a maio, que reuniu em Natal 25 técnicos de institutos nacionais para definir o comportamento das chuvas na região. O documento foi entregue à governadora Rosalba Ciarlini durante a cerimônia de encerramento do encontro.


Emparn prevê precipitações de 800 a 900 milímetros, um bom indicador para economia rural, segundo Gilmar Bristot Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
De acordo com o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot, a previsão de um inverno normal é um bom indicador para a economia rural da região, especialmente agricultores e pecuaristas, tendo em vista que as chuvas abundantes do ano passado causaram estragos em açudes no Nordeste e no Rio Grande do Norte. Para Bristot, quando a previsão de um período chuvoso é de normal a acima do normal existem condições hídricas para o bom desenvolvimento da agricultura, independente de qual cultura será utilizada na lavoura, se o ciclo curto ou longo.

Ele orientou que é preferível que o agricultor dê preferência à agricultura precoce ou semiprecoce porque a garantia de colher aumenta, com diminuição do risco de perdas.

Ele preveniu sobre a possibilidade de enchentes em alguns lugares, porque a maioria dos reservatórios está acima dos 65% de capacidade máxima. Bristot citou a região do baixo Açu como área de risco, pois nos últimos anos tem registrado histórico de inundações, principalmente quando a previsão é normal ou acima do normal, como aconteceu em 2008, repetindo-se em 2009.

Para governdora Rosalba Ciarlini, o encontro serviu para o planejamento econômico de diversas áreas que precisam dos estudos climáticos.

"O resultado apresentado pelos meteorologistas é fundamental para o planejamento do primeiro ano de governo, porque conseguirá juntar o conhecimento prévio das adversidades do climacom um planejamento adequado para a agricultura e pecuária. Precisamos saber qual atividade dará mais resultados e onde devemos plantar, em um trabalho que será fundamental para o desenvolvimento do homem do campo e para o estado", disse a governadora.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Vamos Plantar Feijão.

Nota: Se procura o tenista brasileiro apelidado de Feijão, veja João Olavo Souza.
Como ler uma caixa taxonómicaFeijão
Phaseolus vulgaris seed.jpg
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Subfamília: Faboideae
Género: Phaseolus
Espécie: P. vulgaris

Nome binomial
Phaseolus vulgaris
L.
Feijão é um nome comum para uma grande variedade de sementes de plantas de alguns gêneros da família Fabaceae (anteriormente, Leguminosae).
Quanto ao aspecto nutricional é excelente, pois proporciona nutrientes essenciais como proteínas, ferro, cálcio, vitaminas (principalmente do complexo B), carboidratos e fibras. Todos estes nutrientes aparecem em quantias significativas a ponto de substituir os produtos animais.[carece de fontes?]
O seu cultivo é bastante antigo. Há referências a ele na Grécia antiga e no Império romano, onde feijões eram utilizados para votar (um feijão branco significava sim, e um feijão preto significava não).
O prato "feijão com arroz" (ou "arroz-e-feijão") é um dos mais típicos dos lares brasileiros, acompanhado com alguma "mistura" (nome comum no estado de São Paulo para qualquer coisa que se coma com arroz-e-feijão, como, por exemplo, bife ou batata-frita). O feijão também é a base de um dos principais pratos da culinária típica brasileira, a feijoada tal como em Portugal onde o feijão comum (Phaseolus vulgaris) é a base de várias sopas e da feijoada, misturado com arroz ou como elemento de acompanhamento obrigatório das tripas à moda do Porto e ainda em alguma doçaria (por exemplo o pastel de feijão). As vagens verdes (feijão verde) podem acompanhar, cozidas, qualquer prato de peixe cozido, e, cortadas às tiras, em sopa (sopa de feijão carrapato). No caso do feijão frade, é frequentemente servido com cebola e salsa picadas, a acompanhar atum.
Três espécies de feijão são muito cultivadas no Brasil:
  • Phaseolus vulgaris, o feijão comum, cultivado em todo o território;
  • Vigna unguiculata, vulgarmente chamado de feijão de corda, feijão macassa, caupi e outros, predominante na região Nordeste e na Amazônia e
  • Cajanus cajan, feijão-guandu ou andu, comum no nordeste, principalmente em sua variedade arbórea.
Apesar da enorme importância da cultura do feijão, o rendimento médio nacional brasileiro é baixo e está decrescendo: enquanto no período 1966-1970 atingia cerca de 650 kg/ha, no período 1974-1978 esse valor diminuiu para 500 kg/ha. Para efeito de comparação, pode-se mencionar que alguns países como os Estados Unidos, o Japão, a Turquia e a Itália, têm rendimento médio superior a 1.400 kg/ha, de acordo com a FAO.
Foi lançada pelo programa de melhoramento do feijoeiro da Universidade Federal de Viçosa uma nova variedade de feijão vermelho. O Ouro Vermelho tem produtividade média 33% superior comparada a variedades já cultivadas na região da zona da mata mineira, além que apresentar resistência a mancha angular e ferrugem, doenças comuns na cultura
O consumo em quantidades de média a alta de feijão está sendo associado a diminuição no desenvolvimento de doenças como o diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e até mesmo neoplasias. Acredita-se que esse efeito benéfico do consumo do feijão é devido à presença de metabólitos secundários nessa leguminosa, os fitoquímicos, sendo os que presentes em maiores concentrações os compostos fenólicos e os flavonóides.
Nota do Blog:
 Deveria haver por parte dos órgãos governamentais, uma campanha em alta escala para se plantar mais feijão no semiárido. Um Kg de feijão macassar por R$ 5,00 é um absurdo. Então eu grito: Vamos plantar feijão, gente.

Graças, Muitas Graças.

Choveu bastante ontem no município de Fernando Pedroza. A área rural do cabugí, foi a mais beneficiada. Em Pelo Sinal e adjacências, o índice pluviométrico acusou chuvas em torno de 50 mm. Em Riacho Doce, próximo a Pelo Sinal acusamos 55 mm. Graças. Já estava na hora de voltar a alegria do sertanejo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Parda Alpina-Histórico

Parda Alpina
Fonte: Aprisco

Embora goze de bom conceito entre os criadores nacionais, é tida como uma cabra que apresenta grandes perdas de peso após o parto

A Parda Alpina tem origem na parte meridional dos Alpes Suíços, embora também seja criada em regiões de terras baixas. Na Suíça, são conhecidos dois tipos de Parda Alpina: a Oberhash (mocha) e a Grison (com chifres).

A pelagem, em geral, é castanho-parda, com listra preta na região da nuca e dorso-lombar. Ambos os tipos possuem o chanfro, a ponta das orelhas, a parte distal dos membros e o ventre de cor preta. É verificada também uma linha preta dos olhos ao focinho.

Uma outra variedade da Parda Alpina existe nos Estados Unidos, com a denominação de Franco Alpina, formada a partir de animais procedentes da Suíça e França e cujo padrão racial é bem flexível. Assim, admitem-se, naquele país, animais com pelagem totalmente branca, castanha, cinza, vermelha e negra, inclusive combinações dessas cores. No Brasil, são criadas as variedades Oberhasti-brienz, Grison e Parda Alemã.

A Parda Alpina, embora goze de bom conceito entre os criadores nacionais, é tida como uma cabra que apresenta grandes perdas de peso após o parto. Produz 2,4 kg de leite por dia. Têm lactação de oito meses.

Possuem cabeça comprida, fina e de fronte larga, com perfil retilíneo. Orelhas médias, levantadas e com movimentos rápidos. Pêlos curtos, finos, brilhantes, de cor parda, partindo do acinzentado ao vermelho-escuro. Seus cascos são escuros. Os machos pesam 65 kg, e as fêmeas, 45 kg, em média.

Destinação: Leite

Fragilidades: Apresenta grandes perdas de peso após o parto

Cabras Parda Alpino-Uma Boa opção

PARDA ALPINA
Origem suiça, encontrada desde as regiões baixas até as regiões montanhosas.Na Suiça apresenta 2 tipos: Oberhasli-Brienz: Suiça - naturalmente mocha, produção  leite(2 a 2,5 kg) 634 ±186 kg e período EMBED Equation de lactação: 9 meses (277 ± 23 dias); Grison: Mais rústica, suporta condições climáticas extremas.Apresenta chifres, Produção de leite 2 kg (515 kg ± 124 kg ) e período médio de lactação: 8 meses ( 256 EMBED Equation  26 dias ).
Apresenta cabeça com perfil retílineo, fronte larga, orelhas levantadas de tamanho médio, pelagem parda (claro-acinzentado ao vermelho escuro), apresenta uma faixa negra no dorso sendo os membros escuros na parte inferior, e a cabeça assim como a cauda mais escura que o restante do corpo.
No Brasil apresenta grande porte; orelhas pequenas a medianas e eretas; chanfro reto; presença ou não de chifres; pelagem de cor variada, sendo no Brasil o padrão alpino de cor acamurçada, com listra preta na linha nuca-dorso lombar até a garupa; ponta das orelhas escuras; linha preta dos olhos ao focinho; parte distal dos membros preta; ventre escuro.
Aptidão: Leite.
PARA PENSAR:
“Um falso amigo é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir o seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma”
Buda

PARA REFLETIR:
“Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia para nos manter. Precisamos de doze abraços por dia para crescer”
Virginia Satir

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Angicos, Terra do Pelo.

Na década de 50 quando residia em Angicos, a cidade ainda era servida pelo trem, pertencente a Estrada de Ferro Sampaio Correia. A chegada desse utilitário inesquecível, nas cidades, era uma festa. E todas as paradas obrigatórias de Natal a São Rafael, existiam nas estações, pessoas vendendo iguarias. Ex: Em Taipú era o grude, em Pedra Preta era o milho assado ou cozinhado e em Angicos, era o tradicional pelo. Muitas mulheres e até crianças, vendiam os pratos de pelos aos viajantes, que por sua vez, certamente, faziam os comentários sobre o saboroso fruto da palmatória, que existia em abundância nas terras angicanas. O ministro Aluizio Alves(in memoriam) Angicano nato, quando chegava a sua cidade natal, não faltavam amigos e correligionários para lhe ofertarem o saboroso doce de pelo. Então, Angicos por muito tempo, era conhecida pela terra do pelo. Hoje não se vê mais pessoas vendendo o precioso fruto da palmatória em Angicos. Muito raro. A última vez que ví essa tradição ser resgatada, foi quando minha querida Zélia Alves(in memoriam) era prefeita, colocou um stander na festa dos municípios, no Parque Aristófanes Fernandes, e a principal iguaria era o doce de pelo, e ela com o seu sorrizão aberto sabia muito bem vender a imagem da sua querida Angicos que tanto amava. Câmara Cascudo, no seu livro Viajando o Sertão, comentou que comeu doce de pelo em Assú, o que foi após alguns anos ratificado pela jornalista Clotilde Tavares, em uma das suas idas ao nosso sertão. Tenho impressão que o nosso glorioso e imortal Cascudo ao invés de Angicos ele citou Assú. Estamos postando este comentário de Clotilde após alguns anos.

Doce de pelo

Clotilde Tavares | 8 de junho de 2009
casc100Em um livro de Câmara Cascudo, Viajando o Sertão, ele faz referência a um certo “doce de palmatória” que havia comido em Assu, cidade do Rio Grande do Norte pela qual o grande folclorista passou, na viagem à qual se refere o título do livro, realizada entre 16 e 28 de maio de 1934.
Curiosa que sou, e metida também a aventureira, refiz esse trajeto de Cascudo 65 anos depois de realizado, no ano de 1999, como você pode ver clicando aqui. A viagem foi gloriosa, cheia de experiências, visões, sabores e poesia, e se nunca publiquei esse relato é porque ninguém se interessou por editá-lo e eu não tinha – e nem tenho – dinheiro suficiente para tanto. Dorme sossegado numa das minhas gavetas, na companhia de textos e mais textos que tiveram o destino do ineditismo. Já escrevei esses mesmo parágrafo em outro post deste blog, aqui.
Ao fundo, a Serra Braca. A foto é de Gustavo Moura, que foi comigo em um trecho da viagem.
Ao fundo, a Serra Braca. A foto é de Gustavo Moura, que foi comigo em um trecho da viagem.
Uma das coisas que não consegui fazer na viagem foi conhecer o tal doce, que Cascudo teria degustado em Assu, em jantar oferecido pelo Dr. Ezequiel Fonseca. Gosto de comer coisas esquisitas, de sabores exóticos, e quando me deparei com essa referência, principalmente quando Cascudo diz que o doce era “superior às geléias de morango”, fiquei curiosíssima.
Ao chegar em Assu, fui informada de que o tal doce de palmatória era chamado de “doce de pelo” e que não era típico de Assu, mas de Angicos, cidade próxima. Embora me mimassem com uma sobremesa deliciosa de mel de engenho com farinha de rosca, não foi possível degustar o tal doce de pelo, que eu não conseguia imaginar como seria.
Carmen Vasconcelos
Carmen Vasconcelos
Finalmente, depois de mais de um ano assuntando aqui e ali em busca do tal doce, consegui ter acesso a esse prodígio da culinária angicana pelas mãos da poeta Carmen Vasconcelos, que me trouxe uma porção, preparada pelas mãos de Dona Terezinha, sua mãe, ambas angicanas de quatro costados. Lá se vão dez anos, mas a experiência sensorial e gustativa foi marcante, e para mim parece que foi ontem.
O doce é estranho. Imagine você que com tanta coisa no mundo para transformar em doce, o cristão inventa de tirar a polpa de uma palmatória cheia de pelos (daí o nome “doce de pelo”). A primeira coisa que se faz, depois de colhido o fruto da palmatória, é tirar-lhe os pelos, ou espinhos; a rigor, o doce de pelo não tem pelo. Bem, uma vez eliminado o pelo, retira-se a polpa do fruto, que se parece assim com um algodão acinzentado e um pouco úmido, polpa essa que também pode ser comida tal e qual, acrescentando-se apenas um pouco de açúcar, parecida com a polpa do ingá. Dessa polpa é que se faz o doce.
Glóbulos
Pérolas douradas de sol.
E o sabor? Bem, o sabor logicamente é de doce, mas feche os olhos e imagine-se colocando na boca um glóbulo do tamanho de uma uva grande e sentir esse glóbulo se desmanchar como minúsculas pérolas douradas dentro da sua boca. Sim, porque o gosto desse doce é dourado, cor de ouro.
As pérolas de ouro ficam rolando deliciosamente dentro da sua boca, numa experiência sensorial única, onde o sabor e a textura se misturam com a sensação de cor-de-ouro, do sol escaldante do sertão acumulado e concentrado no fruto áspero da palmatória e revelado pelas mãos sábias das doceiras angicanas.
Existem coisas, caro leitor, que a gente não deve morrer sem fazer. Provar o doce de pelo é uma delas. Iguaria dos deuses, sabor estranho, frutos dourados do sol: tudo isso é o doce de pelo, glória da nossa culinária popular.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PARA PENSAR:
“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros, seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos”
Bezerra de Menezes

PARA REFLETIR:
“O mais sólido e mais duradouro traço de união entre os seres é a barreira”
Pierre Reverdy

Deu no Blog de Robson Pires

Governo começa distribuição de sementes neste sábado

- Publicado por Robson Pires, na categoria Notas às 11:22 Agricultores familiares de 135 municípios do estado irão receber a partir deste final de semana sementes de milho, feijão e sorgo. A ação faz parte do Programa Banco de Semente, mantido pelo Governo do Estado, e vai beneficiar 31.703 produtores rurais. O lançamento oficial do programa será realizado neste sábado (14) e vai contar com a presença da governadora Rosalba Ciarlini e do secretário de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE), Betinho Rosado. Em Pau dos Ferros, a solenidade acontecerá às 8h, na sede do BNB e em Mossoró, a cerimônia será às 11h, no Mercado do Bode.
Nota do Blog: Medida oportuna. O trabalhador rural agradece. Agora é só esperar chover.

Ovinos Santa Inês-Excelente Alternativa

Características
Origem e principais características da raça
Rodolfo Silveira Pessoa, Graduando em Engenharia Agronômica UFPI, Bolsista PIBIC/FAPEPI
Danielle Ma. M. Ribeiro Azevêdo, Pesquisadora CNPq/FAPEPI Bolsista de DCR DZO/CCA/UFPI
Daniel Cezar da Silva, Graduando em Medicina Veterinária UFPI, Bolsista PIBIC/UFPI
Pedro Norberto de Moura Júnior, Técnico Agrícola, Bolsista ATM/FAPEPI

A raça de ovinos Santa Inês foi criada no Nordeste brasileiro na década de 1950, quando o animal era chamado de Pelo-de-boi. Hoje a raça pode ser encontrada não somente no Nordeste, mas em todas as regiões do Brasil.
A origem da raça Santa Inês é, ainda, motivo de muitas dúvidas e especulações. Alguns pesquisadores acreditam que a raça seja produto do cruzamento entre as raças Bergamácia e Morada Nova; outros acham que foi obtida através do cruzamento entre Bergamácia, Crioulo e Morada Nova. No entanto, a mais provável poderia ser traçada a partir de combinações de quatro fontes genéticas:
a) animais tipo crioulos, lanados, trazidos por colonizadores portugueses e espanhóis, que sob condições tropicais eliminaram ou reduziram a lã;
b) ovinos deslanados oriundos do continente africano, os quais deram origem à maioria das raças deslanadas do Brasil, América Central e Caribe;
c) a raça Bergamácia, de origem italiana, a qual foi cruzada tanto com as ovelhas remanescentes daquelas oriundas do continente africano, como com a raça Morada Nova, seguido de um período de seleção e/ou evolução para a ausência de lã;
d) finalmente, no final da década de 80, um pequeno grupo de criadores adicionou à Santa Inês as raças Somalis e Suffolk.
As características atuais do Santa Inês resultam da seleção natural e de trabalhos de seleção genética de técnicos e criadores. O tipo de orelha, o formato da cabeça e os vestígios de lã evidenciam a presença da raça Bergamácia. Já lã reduzida e a pelagem são traços da raça Morada Nova. A raça Somalis também deixou sua marca no Santa Inês, através da gordura que se apresenta em torno da implantação da cauda, nos casos em que o animal está mais gordo. Então, podemos identificar um autêntico Santa Inês observando apenas algumas características fenotípicas, tais como: pernas compridas, corpo grande, peito largo, cabeça média, orelhas pendulares e longas, e ausência de chifres. Quanto a sua pelagem pode ser branca, malhada, castanha ou preta.
A raça Santa Inês despontou como uma excelente alternativa para os criadores brasileiros que buscavam animais de grande porte, com pelo curto, produtivos e perfeitamente adaptadas às condições do Brasil. Além dessas características, o ovino Santa Inês é bastante fértil, prolífico e precoce. Os machos podem chegam a pesar até 120kg e as fêmeas até 80kg. Elas também se destacam pela habilidade materna e pela excelente capacidade leiteira.
Nota do Blog: O senhor Tião Diógenes, é um dos principais criadores do Santa Inês em nosso estado. Localizado em Açú-RN.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Nossa Caipira de Cada Dia







Projeto de melhoramento das galinhas caipiras da Agricultura
Familiar
Justificativa:
É com a preocupação de resgatar as sementes, que a Assesoar promove de
forma mais efetiva, a partir desta festa, o resgate das galinhas caipiras, que já
a alguns anos vem se perdendo na agricultura familiar. O projeto quer
reforçar e chamar a atenção para a importância dos animais, e agora
especialmente das galinhas na agroecologia e também para o significado da
produção de ovos e carnes saudáveis para o auto consumo das famílias e da
sociedade.
Pouco se tem discutido o resgate de raças animais. Temos realizados
trabalhos para resgatar grãos. Temos ainda um trabalho muito grande a fazer
para resgatar os suínos, patos, perus, cabritos, ovelhas, coelho, ganso,
marrecos... que correm o risco de não existir mais na agricultura familiar,
aprofundando a dependência.
Como fazer o melhoramento de galinhas?
Vamos começar o melhoramento a partir das aves que já temos em casa,
selecionando as melhores do terreiro, que já estão aí a anos.
Pelas experiências já realizadas por alguns agricultores, é necessário no
mínimo quatro raças melhoradoras para que se evite o refinamento. As raças
Sussex, Rhode, New Hampshire, Plymouth Rock Barrado(Carijó), são boas
produtoras de carne o ovos e por esta razão foram inicialmente as escolhidas
para este projeto.
Inicialmente, as famílias que irão participar do projeto, selecionam de 10 a 12
galinhas de seu terreiro, este é o número máximo que um galo comporta, mais
do que isso começa a dar problemas no choco dos ovos e coloca-se um galo de
uma dessas raças. Estes animais (um galo e 10 fêmeas) não podem ficar
soltos, misturados a outras galinhas do terreiro. Devem ficar isolados. Pode
até ser soltas, deste que tenha só estas aves no terreiro. Com 5 a 6 meses já
se tem um novo bando de aves. Se procede uma nova seleção das melhores
galinhas e colaca-se outro macho, que estava em outra família, de outra raça e
tira o galo antigo e repassa para outra família.
Pode-se por exemplo começar com Sussex, depois coloca Rhode, depois coloca
o Carijó e assim vai fazendo o rodízio dos galos.
Estamos prevendo a necessidade de quatro produtores por município para
facilitar a troca dos quatro galos.
Para esta festa das sementes vamos contemplar 20 municípios. Vai ser
distribuído uma galinha e um galo de uma raça para uma família, que vai
juntar estes dois animais com mais 10 galinhas selecionadas do terreiro. Pela
disponibilidade de raças que temos, vamos começar com galinhas, galos e
ovos de Sussex e New Hampshire.
Para reproduzir estas raças na região de forma pura, para não precisar
comprar sempre de fora, dois agricultores que já vem produzindo estas raças,
irão se dedicar a produzir a raça pura para ir distribuindo na região. O Gelsi
Dutra vai fazer Raça pura de New Hampshire e o José Korb de Sussex.
Como não temos criadores na região as outras duas raças, Rhode e Plymouth
Rock Barrado(Carijó), precisamos comprar de fora. Vamos iniciar com 5
fêmeas e um macho em uma propriedade. Assim teremos uma propriedade
produzindo Rhode e outra Carijó.
Para reforçar o projeto, ainda se pretende trazer pelos menos quarenta
machos puros, 10 de cada raça. Isto abrangeria mais 10 municípios. Dentro da
lógica inicial, agora com 10 agricultores por município, uma família pega um
galo e arruma as dez fêmeas do terreiro, produz um novo bando e seleciona os
animais, e os galos vão rodando no município. No final, o galo pode voltar de
novo. Neste processo, pode entrar outras raças.
No final, teremos 4 produtores de raças puras para apoiar o melhoramento na
região e um conjunto muito grande de aves melhoradas por cruzamento
produzindo boas aves para carne e ovos.
Precisamos contemplar neste programa as galinhas finas (as rinheiras), sendo
recomendado incluir na seleção das fêmeas 1 a 2 galinhas finas, pois conferem
resistência e carne sem gordura.
Um problema que tem acontecido com bastante seriedade é as doenças nas
aves, que tem provocado grande mortalidade. Quem participar desse
programa, deve se preocupar em manter a sanidade dos animais fazendo todo
um esquema de vacinas. É fundamental a preocupação com o local onde os
animais ficarão, observando a insolação, luz, ventilação e técnicas
agroecológicas na precaução das doenças.
O atual projeto se inicia com os agricultores familiares ecologistas, que
preferencialmente tenham participado das articulações em torno do tema e
quem tem vivenciado processos de formação desenvolvidos pela Assesoar e
suas parceiras.
Serão utilizados recursos de um resíduo do fundo de crédito rotativo,
provenientes de municípios de fora da área de atuação das Cresois.
Sussex
Pllymouth Rock
Barrado(Cariijjó) Rhode
Aves melhoradas
com Sussex
PARA PENSAR:
“O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao ser humano”
Frederico I

PARA REFLETIR:
“O campo fértil, se não for renovado com o assíduo arado, só produzirá capim e espinhos”
Ovídio

O Inverno ?

Os nossos agricultores já começam a ficar preocupados, pois faz quinze dias que não chove em nossa região. Embora as previsões são as melhores possíveis. A babugem já estar morrendo. Mas, quem espera por Deus não cança. Vamos esperar, OK?

Cuidados com o Rebanho

Os cochos e a sanidade



Questões sanitárias devem ser observadas, especialmente na posição de comedouros e bebedouros, na construção de uma correta instalação para os animais. “O produtor não vê recompensa para questões como esta na hora de comercializar os animais, porém, observa-se, por exemplo, que em rebanhos com presença da eimeriose o desenvolvimento do animal pode ficar atrasado. Animais saudáveis que ganhariam 150 gramas por dia, com a doença ficam em somente 50 a 80 gramas.
Doenças intestinais como a eimeriose podem ser evitadas quando cochos são posicionados em local e altura corretos.
 “Comedouros e bebedouros devem ficar fora da instalação e deve ser usado o canzil, para que só a cabeça do animal possa alcançar o cocho”, recomenda Fernando Henrique Albuquerque, médico-veterinário da Embrapa Caprinos, como medida para evitar, inclusive, que os animais urinem e defequem nos cochos, problema ainda comum em pequenas propriedades. Também sugere que a altura do cocho fique a 20 centímetros do chão para animais adultos, altura que pode se reduzir no caso de animais jovens. A área de cocho para cada animal deve ser de 30 centímetros para adultos e 20 centímetros para jovens.
O veterinário da Embrapa enfatiza que a contaminação devido à alimentação em cochos inadequados pode causar perdas aos produtores, que nem sempre são visíveis, daí a ocorrência, em muitos casos, de desinteresse na observação dos critérios.

Coisas do Sertanejo

MANDAMENTO CONTRA AS FUJONAS

 

Ninguém aguentava mais, pois as miunças fugiam, varavam qualquer tipo de cerca e promoviam o rebaixamento das folhas tão bem cuidadas, mesmo antes de chegar a colheita. Tinha que haver um jeito para acabar com o sinistro prejuízo.
Até o padre já havia sido acionado e disparara um feroz discurso, durante a missa, contra os donos de miúnças que não se preocupavam com o assunto. "Afinal, não se importar com o problema é o mesmo que participar do roubo da mercadoria dos vizinhos" - espinafrou o homem da batina. "Que cada um cuide de sua miúnça fujona" - concluiu o padre, lembrando que o fogo do inferno estava sempre aceso esperando os infratores.
- Lembrem-se bem: Deus enxerga cada miunça que foge! E sabe de onde ela veio!
Assim, o problema já era local, regional, quase nacional, pois interessava a todo mundo, uma vez que cabras e ovelhas viviam escapando de qualquer fazenda, como se fosse uma sina. Não adiantava rezar, acender vela, nada, nada, nada! Elas queriam é fugir para o vizinho, sempre. O vereador Zeca ofereceu até um prêmio de cem pratas se alguém tivesse uma solução, mas ninguém nem mexia um dedo pois o problema parecia ser tão velho como o mundo.
Um dia, chegou à feira um poeta, vindo deus-sabe-de-onde, com um violão amarrotado, rabiscado, quase quebrando, cantarolando suas experiências coletadas no mundo. Mal tomou conhecimento do caso e resolveu entrar na dança. Puxou o violão, riscou um acorde, com o mote mais apropriado:

Pode ouvir, bom sertanejo
Este verso alvissareiro
Pois de tudo eu sei e vejo
Eu não sou interesseiro
Diga logo o seu problema
Vou acabar com seu dilema
Vem de Deus minha sabença
Que lhe dou sem mais querença
Gente, bicho, amor, tragédia
Aqui termina igual comédia
Diga, então, o pior tormento
E lhe dou o medicamento.

O falastrão mal trajado apreciava aguardente com fatias de caju e não regateou a talagada enquanto chegava o comitê que queria o fim das fujonas, propondo um bom pagamento se ele apontasse experiências de qualquer outro mundo que pudessem colocar um ponto final no difícil problema.
O menestrel, ainda com areia da estrada no cangote, sentiu o peso da responsabilidade, pois se meter com teimosia de cabra e ovelha é negócio de abestalhado, mas não podia fugir do que havia vendido.
- Pois, tá certo, vou pensar e até o final da feira estou conversando e dando solução, pois tudo tem jeito, a não ser para a morte que é mesmo a danação.
Passaram as horas e já perto do almoço o comitê procurou o cantador para ver se sairia coelho daquele mato, tamanho era o desespero. O viajor não fugiu da raia:
- Minha gente, pensei muito, e lembrei de várias ocasiões em que os animais escapoliam. Em cada momento houve uma solução. Alguma há de aqui ter serventia e, então, prestem muita atenção, pois com valentia vou fazer a descarregação.

 

E foi despejando sobre a plateia as soluções que poderiam acabar com o velho problema:
- Primeiro. O melhor é corromper o bode. Todo mundo se corrompe, não é mesmo? Então o bode corrompido vai castigar as fujonas e elas vão mesmo é obedecer o chefe, não? Nenhum macho quer ficar sem mulher, não é?
- Segundo. Pode prender cada fujona e levar para a feira. Entregar a dita pra quermesse do vigário, sem direito de reclamação por parte do dono.
- Terceiro. Pode colocar uma canga em cada buraco de cerca. Igual ratoeira para rato. Quando tentar passar, a fujona não consegue, e ainda fica engastalhada na canga. Bem feito!
- Quarto. Contrate um psiquiatra de miunça. O nome é "etólogo", especialista nas manias dos bichos. As miunças vão respeitar o diploma do doutor.
- Quinto. É só furar um riacho de água corrente acompanhando a cerca predileta das fujonas. Elas sempre ficam apavoradas com a água e desistirão.
- Sexto. Elas só fogem quando a comida do vizinho é melhor. Então o jeito é não deixar que elas percebam que a fazenda está seca ou velha. Dê novidades pras fujonas, sempre, e elas ficarão.
- Sétimo. Arranje uma distração para as fujonas, como escalar uma montanha. Coloque um monte de pedras e elas vão se distrair por ali mesmo, esquecendo os vizinhos. Quanto mais alto, melhor. Sempre coloque mais pedras, cada vez mais alto, para ser novidade.
- Oitavo. Esta é muito fácil. Basta desenhar uma onça assustadora e colocar em cada buraco de cerca. As miunças vão se assustar e correrão para trás. Ao invés de onça também pode usar cobras grandes e pavorosas. As miunças não gostam de nada que rasteje. Em última análise, é só colocar um cachorro em cada buraco na cerca. Assim, quando a fujona chegar, levará um bruto susto e pensará duas vezes antes de cometer o desatino.
- Nono. Se nada disso funcionar, então convém arranjar um benzedor de miunça, para mudar essa sina danosa. O benzedor não benze macho, mas benze as fujonas.
- Décimo. Se nada der certo, então o jeito é contratar um caçador de fujonas. As fujonas ouvirão tiros disparados para o ar e perceberão que o tempo de brincadeira acabou.
Para encerrar, lançou o verso:

E Deus fez, muito bem feito
Nosso mundo em sete dias
Pra acabar com as atropelias
Eis o dez que é perfeito
Pra acabar com as regalias
Das miunças que não têm jeito.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

PARA PENSAR:
A desgraça ensina ou recorda”
François-René de Chateaubriand

PARA REFLETIR:
“Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento”
Albert Einstein

Quanto Mais Cabra, Mais Cabrito

Lotando mais a propriedade



“Criar como se fazia antigamente é inviável”, diz o produtor José Maurício Lima Verde, de Piratininga (SP), que possui rebanho de 300 matrizes. Ele conta que desde 2001 vem investindo na compra de reprodutores de elite. “Além disso, temos investido nas pastagens, com adubação e irrigação, o que reduz gastos com ração”, explica. Segundo a Aspaco, em média, pode-se colocar de 15 a 20 ovelhas por hectare; com manejo intensivo da área, a lotação pode chegar a 40 animais por hectare. Há cinco anos Lima Verde adotou o confinamento dos animais. “Foi uma evolução. Melhora a qualidade do rebanho e forneço aos frigoríficos um produto de ponta, à altura do produto importado.”

Exposições e Feiras pelo Brasil

Leilão FBO Carioca 10 anos
l Data: 07/02/2011   l   Hora: 21h (Horário de Brasília)   l   Transmissão: Canal Terraviva

 


Exposição da Cabra Leiteira do Brasil
l Data: 26 a 30/04/2011   l    Local: Leopoldina – MG

 



8ª Feira Internacional de Caprinos e Ovinos
l  Data: 21 a 25/03/2011   l    Local: Centro de Eventos dos Imigrantes, Rodovia dos Imigrantes,  km 1,5 - São Paulo - SP

 

Coisas do Sertanejo

O BODE CHEIRADOR

 

Havia um povoado entre Coxixola e Zabelê, nos antigos tempos em que lagartixa e calango saboreavam um bom papo no tronco da macambira. O velho fazendeiro, turrão como ele só, havia descoberto uma maneira para ninguém mais roubar suas galinhas, porcos, cabras e ovelhas, sem levar a justa palmatória da justiça. Ele escolheu um bodete com cara de malandro desconfiado, que vivia cheirando tudo no curral e nos arredores. O dito animal era um especialista nos cheiros das coisas que transitavam perto da casa e podia distinguir esse odor em qualquer outro lugar.
Nas empreitadas de cerca, muro, açude e poço, o velho fazendeiro levava o bodete que logo começava a cheirar as botas, sandálias ou alpercatas dos trabalhadores. Quando reconhecia um cheiro, fazia sua cabriolice natural e o fazendeiro logo dava o tom:
- Ah, ah! - o bodete está dizendo que você anda cabulando o serviço, trançando lero nos terreiros da casa-grande. É hora de se comportar, homem, e trabalhar, pois o bodete não deixa nada escapar!
Assim, a fama do animal crescia. Quando desaparecia alguma galinha, pato, ganso, marreco, cabrito ou carneiro, lá ia o fazendeiro e seu fiel bodete até a delegacia, cheirar sapatos dos presos nos últimos dias. Era tiro e queda: se o ladrão ali estivesse, o bodete fazia o trabalho da polícia, entregando o larápio, na hora!
- Ôxa! Com um bode farejador desses, quem é que precisa de cão ­policial? - comentavam no povoado.
O certo é que os surrupiadores dos bens alheios foram montar praça em outra freguesia, dando sossego no po­voado, ou - ao menos - à terra do velho fazendeiro.
Para quebrar a monotonia, Seu Totonho resolveu fazer uma vaquejada sertaneja e convidou o mundo inteiro. Chegou gente de todo canto e muitos nem cavalo tinham. Foi, então, que alguns desavisados, talvez por traquinagem, roubaram uma bonita égua do velho fazendeiro, tendo em vista desfilar na festança na conquista de alguma donzela, como se bom corredor fosse da dita vaquejada.
- Pois isso não fica assim, não! - garantiu o velho turrão. É uma desonra roubar bem uma bela égua de meu terreiro. Vamos buscar a roubada, esteja onde estiver.

 

Começou o trajeto singular, pela delegacia, outras fazendas, a animália na feira, mas nada! Enquanto isso, mais gente ia se apinhando para a vaquejada.
Então, o velho fazendeiro entrou no recinto, cheio de pompa, escopeta e punhal comprido, cartucheira cruzada no peito, chapéu de coco, levando o bodete numa corda.
- Vamos fazer uma vistoria na gente decente dessa festança. Que os justos não tenham medo, pois o meu bode não erra e vai achar o desafeto se ele aqui estiver.
Para abreviar a trabalheira, os cavaleiros fizeram fila e o bodete foi cheirando bota por bota. Havia bota bordada, bota trançada, bota pintada, bota de jacaré, bota de cobra, bota brilhosa, bota estrelada, bota cintilosa, e tantas mais.
Lá quase no final da fila, houve um diz-que-diz-que, um fala-fala, e o bode acabou ganhando liberdade para ir cheirar a bota de uma dama cujo perfume abarcava quase a pista inteira de vaquejada. O bodete achegou-se e começou a saborear daquele perfume jamais visto no terreiro ou na vida, e foi se engraçando. A moça achou a maior graça, pois sabia da fama do velho sabujo caprináceo e foi deixando, até porque todo mundo não tirava os olhos da cena empolgante. A princesa despejava um sorriso estonteante para todos, enquanto o bodete morria de amores, na cheiração.
O certo é que o bodete esqueceu-se do trabalho, inebriado pelo cheiro estonteante da moçoila. O velho fazendeiro saiu arrastando o animal pela corda, em direção do tumulto dos homens em discussão.
Levou o bode para uma bota masculina, para ele demonstrar sua sabença, mas o animal teve uma inspiração divina e se mostrou muito zangado, pinoteando, resfolegando, rangendo os dentes.
- Xiii! o bode está com paixonite! - sentenciaram os mais velhos.
Nesse ponto, para acabar a confusão, um famoso corredor das vaquejadas e dos botequins achegou-se e esnobou a linda bota de cano longo:
- Cheira aí, ô, para mostrar que sou macho e direito.
O bodete ergueu o sobrolho, empinou a trunfa, aquele amarfanhado monte de cabelos na testa, arrepiou a crina, bufou com cara feia e cravou os dentes na botina, arrancando um grito do esnobe vaqueiro.
Ninguém entendeu nada, mas o bodete continuou seu trabalho, mordendo todas as botinas de macho que encontrava pela frente. A cada mordida, dava um sorriso de satisfação, pois estava enfeitiçado pelo doce aroma almiscarado da jovem moça. Vingava-se nas botas enfeitadas dos machos.
Daí para frente, o bodete transformou-se em bode normal, sonhador, sempre gastando longo tempo cheirando as fêmeas do curral, para ver se descobria, de novo, o doce aroma que o havia enfeitiçado.