terça-feira, 29 de maio de 2018

Prejuízo com frutas e hortaliças é de R$ 773 milhões

Calculo considera volume de produtos estragados que deixaram de ser vendidos e também exportados pelo Brasil

agricultura_hortalicas (Foto: Hanny Guimarães / Ed. Globo)
Os setores de frutas e de hortaliças calculam prejuízos de cerca de R$ 773 milhões com produtos estragados e vendas não realizadas, tanto no mercado interno como no externo. A soma é composta por R$ 567 milhões de perdas em hortaliças e R$ 206 milhões em frutas, segundo as associações nacionais de produtores.
Ainda que a greve termine nas próximas horas, o total do prejuízo deve continuar a repercutir com a derrubada dos preços das mercadorias. A perda de qualidade dos alimentos faz os preços caírem. Centenas de carretas contendo perecíveis ainda estão retidas nas estradas. “Esse estoque de oferta parado, sofrendo danos, está arriscado a ter cancelado seu pedido, o que levará à necessidade de uma renegociação de venda e consequente redução de preços”, afirma o presidente da Abrafruta (Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados ), Luiz Roberto Barcelos .
O produtor e exportador de limão Waldyr Pronicia, da Bahia, é um dos que está com cargas travadas no bloqueio de caminhoneiros. “Estou com duas cargas paradas na rodovia BR 324 desde segunda-feira (21) tentando chegar a Santos para embarcar pro exterior e outras oito na fazenda prontas para despachar, esperando caminhão chegar”, diz. Com exportação para países de toda a Europa, o produtor esta semana se viu obrigado a descartar três toneladas de limão, encaminhadas para o lixo por falta de refrigeração.
Ao não embarcar a mercadoria negociada com os europeus, o produtor terá de arcar com multas pelo não cumprimento do contrato de venda e entrega. “A multa é o menor dos problemas, pois dá para recuperar depois. O pior é ocorrer quebra de contrato, ou seja, o fim da relação com o cliente. Estamos tentando mostrar que estamos lidando com um problema totalmente fora de nosso controle”, diz ele.
O nordeste brasileiro é o maior produtor e exportador de frutas do país. A produção é concentrada na região do Vale do Rio São Francisco. O setor de frutas fatura cerca de R$ 18 bilhões por ano no Brasil.
Mamão, manga e uva são os mais prejudicados pela paralisação, devido à fragilidade dos produtos. A produção está distribuída por todo o país, mas se mostra mais atingida em localidades como Mossoró (CE), São Joaquim (SC), Petrolina (PE), regiões com atividade econômica concentrada na fruticultura e cuja população local também sofre os efeitos da crise.
Só o efeito sobre os exportadores de frutas é estimado em R$ 6 milhões durante os cinco dias de greve nas estradas. O preferido do mercado externo é o melão, seguido de uva, manga e limão. “O contêiner não consegue chegar às fazendas para coletar as mercadorias, nem percorrer o trajeto até o porto para embarque”, afirma Luiz Roberto Barcelos, presidente da Abrafruta.
Apesar dos problemas provocados à cadeia produtiva com a mobilização dos transportadores, os agricultores apoiam a manifestação. E o anúncio feito pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira (25) de que o governo usará força armada para desobstruir estradas indignou os produtores de hortaliças. “Um grande número de agricultores reagiu à declaração declarando apoio à causa dos caminhoneiros, inclusive fechando rodovias”, afirma o diretor da Ibrahort (Instituto Brasileiro de Horticultura e Hortaliças do Brasil), Luciano Vilela.
No setor de hortaliças, o impacto está sendo considerado “desastroso” pela Ibrahort principalmente pelo fato de 90% dos agricultores serem familiares. A cadeia de produção do setor, que inclui 12 tipos de cultura, movimenta cerca de R$ 29,5 bilhões, segundo a entidade.

“Nosso prejuízo ultrapassa milhões. Perdemos R$ 200 mil por dia na região da Grande São Paulo, pois além de não conseguirmos escoar os produtos para os pontos de varejo, enfrentamos depredação de nossos veículos”, relata o presidente da Aphortesp (Associação dos Produtores de Hortifrutis do Estado de São Paulo), Marcio Hasegawa.

Maior feira agropecuária do Nordeste é adiada por causa de greve

Expositores de maquinários e outros produtos não conseguiram chegar ao local do evento, que ano passado movimentou R$ 1,5 bilhão em negócios

bahia-farm-show (Foto: Bahia Farm Show/Divulgação)
Depois de comunicar alterações de cronograma, em função das manifestações de caminhoneiros, a organização da maior feira de tecnologia agropecuária do nordeste brasileiro, a Bahia Farm Show, anunciou o adiamento do evento. Expositores não conseguiram transportar seus produtos para a exposição, que é realizada em Luis Eduardo Magalhães, oeste baiano, a 500 km de Brasília e cerca de 900 km de Salvador. A Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) planeja realizar o evento na próxima semana, de 5 a 9 de junho. Na edição de 2017, a feira movimentou mais de R$ 1,5 bilhão em negócios e a estimativa para este ano é de superar a cifra.
"Uma medida que visa garantir o bom funcionamento do Complexo Bahia Farm Show o conforto e a segurança dos expositores, palestrantes e público em geral", diz a Aiba, em nota.
Por causa das manifestações, a Aiba já tinha feito alterações na programação, por conta da dificuldade de entrada de equipamentos e atraso na montagem de estandes no local. Mas ainda garantia a realização do evento até a tarde desta segunda-feira. A abertura para os visitantes e o encerramento tinham sido postergados em um dia. E a programação de leilões de gado tinha sido modificada.
“Apesar de estarmos com boa parte dos espaços montados, consideramos que alguns estandes ainda não chegaram, assim como máquinas e equipamentos que estão parados em bloqueios nas estradas. Agimos com bom senso e compreensão de toda a situação, que da forma como está, hoje, inviabilizaria o funcionamento da feira, sem combustíveis e abastecimento de insumos prioritários. Essa decisão é unânime também entre os expositores”, explica Celestino Zanella, presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), entidade organizadora da feira.

Ainda não há um levantamento de prejuízos por conta do adiamento da Bahia Farm Show.

A falta de ração por causa da greve dos caminhoneiros pode provocar mortandade de aves e suínos


aviário com frangoO alerta é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que diz que mais de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos poderão morrer nos próximos dias devido à falta de ração no campo. O acordo consolidado ontem entre Governo Federal e caminhoneiros ainda não surtiu efeito nas estradas.  Caminhões com carga viva não são autorizados a transitar.  A situação mais grave está no trânsito de ração, que está sendo impedido.
Em diversos locais já há falta de insumos e animais estão sem alimentação.  Aqueles que ainda contam com estoques, estão fracionando para prolongar ao máximo a oferta do alimento. A mortandade de animais é iminente e há risco de canibalização.  Os reflexos sociais, ambientais e econômicos são imponderáveis.

A situação atual, segundo a ABPA é de que 152 plantas frigoríficas de aves e suínos estão paradas.  Mais de 220 mil trabalhadores estão com atividades suspensas. A situação setorial é caótica.  Empresas poderão fechar pelos prejuízos causados pela paralisação. Segundo a ABPA, uma intervenção rápida e forte por parte do governo é urgente para evitar a mortandade de milhões de animais.

Créditos do Incra vão injetar R$ 11,4 mi na economia do Rio Grande do Norte


 
A Superintendência Regional do Incra no Rio Grande do Norte realizou, de 21 a 25 de maio, treinamento dos servidores que vão analisar projetos técnicos para concessão de recursos do Programa de Crédito Instalação a famílias assentadas no estado. Os projetos serão elaborados por técnicos de prefeituras de 20 municípios, que firmaram parcerias com a autarquia e reúnem 25% dos assentados potiguares.
 
O projetos vão assegurar a liberação de aproximadamente R$ 11,4 milhões em créditos para 3,8 mil famílias assentadas no estado na modalidade Fomento Mulher, que é concedido às agricultoras assentadas para investimento em atividades produtivas.
 
A capacitação teve por objetivo apresentar aos servidores da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamentos do Incra/RN as diretrizes e o fluxo operacional do Crédito Instalação, bem como discutir a atualização cadastral das famílias a serem beneficiadas no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra). O treinamento foi ministrado pelos servidores Cláudio Leite, Mariza Toledo e Tânia Mara Soccio do Incra Sede.
 
Fomento Mulher
 
De acordo com o chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamentos do Incra/RN, Christian Duarte do Nascimento, os recursos, que devem ser destinados à implantação de projetos produtivos sob responsabilidade das mulheres titulares dos lotes, como a criação de pequenos animais e a implantação e ampliação de hortas, estarão à disposição das mulheres por meio de cartão magnético do Banco do Brasil.
 
“Com os recursos disponíveis por meio de cartão bancário no nome do responsável familiar, damos mais independência e cidadania para os assentados”, afirmou Nascimento. “Com um único cartão, a família pode acessar todas as modalidades de créditos acessadas por ela”, acrescentou.
 
Créditos Instalação
 
O Crédito Instalação do Incra foi criado com a edição da Medida Provisória nº 636/13 (convertida em Lei nº 13.001/14) e regulamentado pelo Decreto nº 8.256/2014, que adotou uma nova sistemática de garantia de recursos ao público da reforma agrária.
 
O Decreto Nº 9.066, de 31 de maio de 2017, deu nova regulamentação à concessão dos créditos previstos no inciso V do caput do art. 17 da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. O resultado é um modelo sustentável, com ciclos progressivos e orientados de estruturação produtiva, com agilidade na operacionalização, feita via bancária, por meio de cartão magnético individual de acesso aos recursos.
 
Além do Fomento Mulher, no ciclo de instalação, as famílias assentadas podem acessar as modalidades Apoio Inicial, voltada à instalação no assentamento e à aquisição de itens de primeira necessidade e de bens duráveis de uso doméstico e equipamentos produtivos, no valor de até R$ 5,2 mil por família; e Fomento, destinada a projetos produtivos de promoção da segurança alimentar e nutricional e estímulo da geração de trabalho e renda, no valor de até R$ 6,4 mil por família, divididos em duas operações de até R$ 3,2 mil.
 
Nas áreas de reforma agrária do Semiárido prejudicadas pela seca, as famílias assentadas têm direito ainda a acessar a modalidade Semiárido, que oferece crédito no valor de R$ 5 mil para garantir a segurança hídrica.

Está acabando o prazo para o produtor aderir ao “Refis Rural”

refis ruralO prazo final para adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural (PRR), o “Refis Rural”, termina em 30 de maio, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por não modular os efeitos da decisão proferida no julgamento da Repercussão Geral (RE 718.874/RS – Tema 669) e considerou constitucional a cobrança do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), após a edição da Lei 10.256/01. Dessa forma, os contribuintes têm até amanhã  para optar pelo PRR. O programa prevê a possibilidade de pagamento de débitos em até 178 parcelas mensais, com redução de 100% das multas de mora, multas de ofício, encargos legais e juros.
“O PRR é uma oportunidade para os produtores rurais que tem dívidas tributárias e que querem regularizar suas situações com segurança jurídica”, destaca a advogada Daniela Faustino, coordenadora da área tributária da Andrade Silva Advogados. Segundo ela, com essa última decisão, o STF encerrou a discussão sobre a exigência do Funrural, firmando a constitucionalidade da contribuição desde sua instituição pela Lei 10.256/2001.
A adesão ao programa pode ser feita na unidade de atendimento da Receita Federal do domicílio tributário do devedor por meio de requerimento e abrangerá os débitos indicados pelo contribuinte, vencidos até o dia 30 de agosto de 2017.

A ampliação do prazo para optar pelo PRR até o final desse mês é resultado da Medida Provisória (MP) n°828, publicada em 27 de abril. A MP apenas estendeu o período de adesão, os demais dispositivos que tratam do programa foram retirados da mesma. O PRR está previsto na Lei nº 13.606/18.
pesquisa em caprinocultura e ovinocultura no Youtube

Melhoramento Genético

Núcleo de Melhoramento Genético - Morada Nova

Conheça a experiência do Núcleo de Melhoramento Genético Participativo de Base Comunitária da raça de ovinos Morada Nova, parceria dos criadores com a Embrapa. A iniciativa favorece o associativismo e a sustentabilidade dos sistemas de produção, com o uso dos recursos genéticos locais, valorizando uma das raças de melhor adaptação às condições de produção no semiárido brasileiro.

Embrapa abre inscrições para curso sobre fruticultura ornamental


Estão abertas as inscrições para o 1º Curso de Fruticultura Ornamental que a Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai realizar de 4 a 6 de julho, em parceria com o Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Fundação José Carvalho.
Com 21 horas de duração, o treinamento é destinado a empresários do ramo da floricultura, pesquisadores, professores, técnicos e estudantes de graduação e pós-graduação que tenham interesse em floricultura/fruticultura ornamental.
Segundo uma das coordenadoras, a pesquisadora Fernanda Vidigal, o curso foi pensado para apresentar as fruteiras como mais uma alternativa para o mercado de plantas ornamentais no Brasil, que está em franca expansão. “As fruteiras ornamentais proporcionam plantas de efeito paisagístico para compor parques e jardins e podem ser comercializadas como flores de corte, plantas de vaso, folhagens e minifrutos”, explica. Apesar do potencial, o uso de fruteiras como plantas ornamentais no Brasil é ainda incipiente – a mais comum é o abacaxi ¬– sendo mais explorado em ambientes externos por um pequeno número de paisagistas.
Além de ampliar os conhecimentos teóricos e práticos dos participantes sobre o desenvolvimento de fruteiras ornamentais, inclusive sobre a obtenção, a propagação e o uso, o curso vai apresentar produtos desenvolvidos pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, a exemplo dos abacaxis ornamentais BRS Anauê e BRS Boyrá, recentemente lançados.
A programação inclui palestras sobre o consumo brasileiro de flores e plantas ornamentais, visitas aos campos experimentais da Embrapa e rodadas de negócios. Os instrutores pertencem aos quadros de especialistas da Embrapa Mandioca e Fruticultura, da Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa, da Capes e da Hórtica Consultoria.
Serviço:
Evento: 1º Curso de Fruticultura Ornamental: Produtos e Oportunidades
Período: 4 a 6/7/2018
Horário das aulas: 8h às 12h e 14h às 19h
Número de vagas: 20
Investimento: R$ 600,00 (profissional) e R$ 350,00 (estudante)
Prazo para inscrições: até 29/6/2018
Programação: https://bit.ly/2KvrnO2
Informações: (75) 3312-8144 e cnpmf.inscricao@embrapa.br

segunda-feira, 28 de maio de 2018

LUTA, RESISTÊNCIA E VITÓRIAS >> Experiências territoriais do Semiárido brasileiro são exemplos de resistência na agroecologia



A Chapada do Apodi (RN) e o Polo da Borborema (PB) são dois dos seis territórios agroecológicos da região que serão apresentados no IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA)
Há anos, o agronegócio vem tentando se instalar no lado potiguar da Chapada do Apodi a partir do projeto de perímetro irrigado. A partir da resistência das famílias e organizações sociais e sindicais que trabalham com agricultura familiar no território, o projeto não foi implementando como previsto, mas as empresas de monocultivos de frutas para exportação estão em ação através da exploração das águas subterrâneas fora da área do perímetro, através da escavação de poços profundos.
As obras que permitirão a irrigação a partir das águas da barragem de Santa Cruz estão paradas por uma determinação judicial até que o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS), ligado ao Ministério da Integração Social, responsável pelo projeto, refaça o relatório de impacto social e ambiental. No lado cearense da Chapada, as famílias já sofrem com o processo de desterritorialização a partir da implementação do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi.

A água subterrânea usada pelo agronegócio pertence ao aquífero Jandaíra, um dos maiores mananciais de água do Rio Grande do Norte, responsável inclusive pelo abastecimento da capital. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, Agnaldo Fernandes, o uso desenfreado e sem controle desse recurso pode gerar um rebaixamento do lençol freático atingindo diretamente 600 famílias assentadas que podem ficar sem água. De forma indireta, o sindicalista afirma que duas mil pessoas serão afetadas. Há também um risco alto de contaminação da água pelo uso intensivo de veneno usado nos monocultivos.

A conjuntura antidemocrática e a diminuição nos investimentos de recursos públicos em políticas voltadas para o campo, como o Pronaf e as tecnologias de captação de água de chuva têm favorecido o avanço do agronegócio no território e, consequentemente, o aumento da violência e o êxodo rural. “A sucessão rural vinha num processo que garantia os povos no campo, os filhos dos agricultores casando, constituindo família naquele território e isso gera uma demanda [por cisternas], mas se as políticas não chegam, o pessoal não tem outra oportunidade a não ser trabalhar para essas empresas como mão de obra escrava”, denuncia Fernandes.
Entre as várias formas de resistência ao projeto do DNOCS, conhecido como Projeto da Morte, as mulheres têm tido um papel fundamental. São elas que estão à frente das lutas seja através dos seus quintais produtivos e de geração de renda, seja através de ações diretas como o fechamento dos portões para que as empresas não se instalem no território; com as mobilizações no dia 8 de março e até ações no âmbito internacional como a campanha 24 horas de Ação Feminista “Somos todas Apodi”, junto à Marcha Mundial das Mulheres, em 2012.
A apicultora e assentada da reforma agrária, Francisca Eliane de Lima, mais conhecida como Neneide, vivencia cotidianamente essa luta. Militante da Marcha Mundial das Mulheres e coordenadora da Rede Xique Xique, ela explica o papel das mulheres no processo de resistência na Chapada do Apodi: “Nós, mulheres, quando chegamos no território a gente já demarca o nosso espaço que é o espaço de plantar, que é o espaço do quintal, de sobreviver daquilo ali, das relações com os vizinhos, das relações comunitárias. Como somos nós que temos a necessidade do uso das águas, de deixar o filho na escola, de necessitar dos vizinhos, dessa história das relações de troca, então somos nós que fazemos com que essas relações sejam relações de sobrevivência, de resistência, que as pessoas não reconhecem como político, mas que finda a gente fazendo. Então o nosso papel é esse de fortalecer essa história da resistência seja do social, no político e no econômico”.
Em outro território do Semiárido, na Borborema (PB), a auto-organização das mulheres também tem contribuído com as lutas e conquistas do território. Roselita Victor, do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Remígio e membro da Coordenação do Polo Sindical da Borborema, explica que as trocas de experiências foram fundamentais para reconhecer o papel das mulheres e construir novas relações sociais baseadas na igualdade de direitos.
“A agroecologia possibilitou a gente discutir umas das questões que até então era invisível e desumana, que era a situação da vida das mulheres e da juventude. Quando a gente começou a trocar experiências agroecológicas, passamos a enxergar que as mulheres eram invisíveis nos seus papéis; que a origem do patriarcado e do machismo também estavam enraizados, inclusive, em algumas experiências que são comunitárias. Então eram questões que talvez no modelo do agronegócio, que pensa apenas no capital e no lucro, essa dimensão da qualidade de vida desses sujeitos não seria um elemento forte de debate”, contextualiza Roselita.
A história da luta camponesa na Borborema tem como um dos principais símbolos Margarida Alves, que foi a primeira presidente mulher de um sindicato de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Hoje várias mulheres comandam os sindicatos rurais e estão à frente das ações do Polo da Borborema, uma articulação de 14 sindicatos e aproximadamente 150 associações comunitárias que mobilizam mais de 5 mil famílias agricultoras em torno da agroecologia na região da Borborema, no Agreste Paraibano.

  TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS OCUPAM A ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS POR REFORMA AGRÁRIA, POLÍTICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E EDUCAÇÃO POPULAR














No Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, 25 de maio, a Esplanada dos Ministérios foi ocupada logo cedo pelas pessoas que produzem os alimentos que chegam à mesa da população brasileira, em um dia de luta e resistência. As principais reivindicações são a garantia dos R$ 32 bilhões ao Pronaf, recriação do MDA, garantias para a Assistência Técnica, assegurar contratação das 100 mil unidades de Habitação Rural, a melhoria de acesso aos créditos com juros menores, a garantia da retomada da Reforma Agrária, contra a votação do Pacote do Veneno, contra a venda das terras para os estrangeiros, contra a privatização da Eletrobras, entre outras demandas.

O objetivo era realizar um grande ato em frente ao Ministério da Fazenda, no entanto, o governo ilegítimo de Michel Temer, na tentativa de calar o povo, não autorizou a permanência dos manifestantes na Esplanada, mas não impediu a linda marcha nesta manhã na capital federal. Do Ministério da Fazenda, o ato seguiu até o Teatro Nacional.



No estacionamento do Teatro, os trabalhadores e trabalhadoras rurais fizeram uma grande ciranda para encerrar as atividades dos dois acampamentos coordenados pela CONTAG em Brasília nesta semana: Acampamento do 5º Encontro Nacional de Formação (5º ENAFOR) Lula Livre e Acampamento da Reforma Agrária e Agricultura Familiar.

O secretário de Formação da CONTAG, Carlos Augusto Silva (Guto), fez uma avaliação bastante positiva e pontuou alguns compromissos construídos durante a semana no Acampamento 5º ENAFOR Lula Livre. “O 5º ENAFOR reafirmou a importância de se fazer formação política, popular e de base e, inclusive, como instrumento de resistência e transformação”.



O secretário de Política Agrícola da CONTAG, Antoninho Rovaris, também avaliou a agenda de resistências e negociações durante a semana. “Não são muitos, mas estamos esperando alguns avanços para o dia 6 de junho, quando será lançado o Plano Safra da Agricultura Familiar. Esperamos ter as nossas demandas atendidas no anúncio do governo.”



Já o secretário de Política Agrária da CONTAG, Elias Borges, não fez uma avaliação tão positiva assim. “Pedimos R$ 500 milhões para a reforma agrária e o governo não acenou para o atendimento desse montante. O governo disse que tem dinheiro para titulação e infraestrutura, mas nada para obtenção de terras”. No entanto, o dirigente destacou um momento nas negociações: “Foi histórico, um marco para a CONTAG, se reunir ontem (24) com o TCU (Tribunal de Contas da União) para discutir a reforma agrária”.



O presidente da CONTAG, Aristides Santos, encerrou o ato com uma fala de agradecimento a todos e todas que vieram de todo o País para as duas agendas de resistência, formação e negociação. “Vamos continuar na luta, nas ruas e nas urnas. Vamos continuar firmes, resistentes! Viva os Sindicatos, as Federações, a CONTAG, a CUT e a CTB! Viva a luta do povo brasileiro!




FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG 

Abertas inscrições para estágio remunerado e iniciação científica na Embrapa

Adilson Nóbrega - Edital de cadastro de reserva selecionará estudantes para diversas áreas
Edital de cadastro de reserva selecionará estudantes para diversas áreas
Estão abertas até dia 5 de junho as inscrições para estágio remunerado e bolsistas de iniciação científica na Embrapa Caprinos e Ovinos. O Edital de seleção, para formação de cadastro de reserva, prevê contratação de estudantes com duração de até um ano (prorrogável por mais um) para diversas áreas do conhecimento, a maior parte delas para atuação em Sobral (CE) - há oferta também para os núcleos em Campina Grande (PB), Coronel Pacheco (MG) e Campo Grande (MS). Os convocados receberão bolsa mensal de R$ 400,00, para carga horária mínima de 20 horas semanais.
Poderão concorrer estudantes de Administração de Empresas, Agronomia, Biologia, Biomedicina, Ciências Contábeis, Economia, Farmácia, Finanças, Irrigação e Drenagem, Jornalismo, Matemática, Medicina Veterinária, Tecnologia de Alimentos e Zootecnia. As inscrições podem ser feitas de forma presencial, na sede da Embrapa Caprinos e Ovinos (rodovia CE-179, trecho Sobral-Groaíras, km 04) ou de forma eletrônica, pelo e-mail cnpc.estagios@embrapa.br, com envio da documentação exigida em formato digital (arquivo com extensão PDF).
Para se inscrever, o candidato deverá apresentar o formulário de inscrição (anexo III do Edital), histórico escolar atualizado, declaração de matrícula, currículo cadastrado na plataforma Lattes e comprovações de experiência em monitoria, bolsa ou estágio, caso possua. O processo seletivo constará de avaliação do histórico escolar, das experiências anteriores e de entrevistas, que acontecerão entre os dias 6 e 8 de junho.
Para mais informações, o candidato deverá acessar o Edital ou entrar em contato com o Setor de Gestão de Pessoas da Embrapa Caprinos e Ovinos, pelo telefone (88) 3112.7444. Segue abaixo a íntegra do Edital:
Edital nº 01/2018 – Iniciação Científica e Estágio Remunerado

Senadores destacam importância da Embrapa e defendem novas formas de financiamento

Kátia Marsicano - Sessão solene reuniu mais de cem pessoas no Senado
Sessão solene reuniu mais de cem pessoas no Senado
Em comemoração aos 45 anos da Embrapa, o Senado Federal realizou nesta quinta-feira (24) sessão especial no plenário. A cerimônia reuniu mais de 100 pessoas, entre parlamentares, embaixadores, representantes de organismos internacionais, lideranças do agronegócio e de instituições de pesquisa, empregados e diretores da Empresa.
Os parlamentares ressaltaram as importantes contribuições da Embrapa para o agronegócio brasileiro nas últimas quatro décadas e reconheceram seu alinhamento com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os senadores defenderam ainda novos mecanismos, mais eficientes, de gestão e financiamento da pesquisa, como as parcerias público-privadas e o uso de recursos de fundos patrimoniais, bem como a manutenção do orçamento público para o investimento em pesquisa agropecuária e inovação.
Presidida conjuntamente pelos senadores Ana Amélia (PP/RS), Waldemir Moka (MDB/MS) e Lasier Martins (PSD/RS), a sessão teve a participação do presidente da Embrapa em exercício, o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Moretti, do secretário substituto de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Alexandre Pontes, do vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Roberto Simões, do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, do presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, e do representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação no Brasil (FAO), Alan Bojanic.
Além da mesa, também estiveram no plenário a diretora-executiva de Gestão Institucional, Lúcia Gatto, e o diretor de Inovação e Tecnologia, Cleber Soares.
Ana Amélia, lembrou que, em 2017, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, foi responsável pela elaboração do relatório do Plano de Avaliação de Política Púbica de Pesquisa Agropecuária. “Além de concluirmos que o investimento em pesquisa e inovação foi um dos principais fatores responsáveis pelos ganhos de produtividade alcançados pela agropecuária nacional nas últimas décadas, apontamos várias recomendações que atendem às demandas da Embrapa, entre elas, a criação de mecanismos mais eficientes de financiamento”, disse.
Entre eles, a senadora destacou a obtenção de recursos por meio de parcerias público-privadas e, futuramente, por meio dos chamados fundos patrimoniais (PL 8694/2017 e PLC 158/2017), que permitirão a universidades públicas e instituições de ciência e tecnologia ser beneficiárias dos recursos depositados nesses fundos pela iniciativa privada.
Por sua vez, Waldemir Moka ressaltou que a Embrapa pode fazer muito mais no futuro com o fortalecimento de sua forma de atuação. Ele lembrou a necessidade de aprovação do PL 5243/2016, que autoriza a Embrapa a criar uma subsidiária integral, denominada Embrapa Tecnologias Sociedade Anônima – EmbrapaTec. “Ao avançar nas formas de captação de recursos, as tecnologias também avançarão”, afirmou.
Já Celso Moretti ressaltou que o Brasil tornou-se uma grande potência agrícola graças a três grandes pilares: a transformação dos solos ácidos e pobres em terras férteis, especialmente os solos do Cerrado, a adaptação de animais e cultivos às condições tropicais e o desenvolvimento de uma plataforma de produção sustentável. “Um consórcio público de pesquisa agropecuária, constituído pela Embrapa, universidades, organizações estaduais de pesquisa e a extensão rural que abriu caminhos para um setor privado ágil e pujante”.
Como exemplo das contribuições da Embrapa para o aumento da produtividade do setor, Moretti destacou o crescimento da produção de grãos, que nas últimas quatro décadas subiu mais de cinco vezes, enquanto a área plantada aumentou em apenas 60%. A produção de trigo e milho, no mesmo período, apresentou um crescimento de 240%, enquanto a de arroz foi de 315%. A produtividade no setor florestal elevou-se, em média, entre 115% e 160% para pinus e eucalipto, respectivamente. E a cafeicultura passou de 8 sacas para quase 30 sacas por hectare nos últimos 20 anos. A produção de carne de frango cresceu 59 vezes em quatro décadas.
Ainda segundo ele, apenas uma solução tecnológica desenvolvida pela Embrapa, a fixação biológica de nitrogênio (FBN), paga numa única safra o investimento feito pela sociedade na Empresa por um período de 14 anos. Com a tropicalização da soja, seu cultivo estendeu-se até próximo à linha do Equador. Seus mais de 35 milhões de hectares, graças à FBN, não empregam adubo nitrogenado. Isso gera uma economia anual de mais de 13 bilhões de dólares, o equivalente a 14 vezes o orçamento anual da Embrapa.
Além da agenda em apoio às cadeias produtivas, Moretti destacou as ações e projetos que a Empresa desenvolve com forte impacto na redução da pobreza e na inclusão social, em especial no Nordeste e no Norte, por meio da geração de conhecimentos e tecnologias como as barraginhas, a fossa séptica biodigestora, o controle da aflatoxina na castanha-do-Brasil e outras iniciativas.
Mais recursos para a pesquisa
Por outro lado, o presidente em exercício reiterou que, apesar dos avanços, o Brasil ainda investe pouco em pesquisa, desenvolvimento e inovação: apenas 1,16% do PIB, sendo 0,61% originários do setor público, enquanto o setor privado aporta outros 0,55%. Os valores, segundo ele, colocaram o Brasil na 36ª posição do ranking de países que mais investem em PD&I, em 2016. “Precisamos de forma urgente encontrar novas formas de financiar a pesquisa agropecuária brasileira, preservando o papel do Estado, ator primordial para induzir a inovação que gera emprego e renda e garante avanços em áreas sensíveis e de menor interesse comercial”, concluiu.
Na mesma direção, a senadora Simone Tebet (MDB/MS) enfatizou a importância do investimento público na Empresa, referindo-se ao Balanço Social 2017, que aponta que para cada real aplicado na Embrapa em 2017, foram devolvidos R$ 11,06 para a sociedade. “Portanto, não é gasto, mas investimento. Se depender de mim, não faltará recursos para a Embrapa”, anunciou.
Parcerias e gente
Roberto Simões, da CNA, ressaltou a parceria corajosa dos produtores rurais no desenvolvimento e uso das tecnologias, sempre acreditando no futuro, renovando a esperança de plantar a cada safra. “Sem eles, realmente o que se produziu em pesquisa não teria o resultado que há hoje”, afirmou. Para Márcio Freitas, da OCB, mais do que pesquisa, centros e prédios, a Embrapa é uma instituição de gente, de pesquisadores. “É uma empresa que tem coração. É por isso que ela tem o sucesso que tem. O cooperativismo também é uma empresa de pessoas, talvez, por isso, a nossa identidade e o orgulho de andarmos juntos”.
A sessão solene especial em comemoração aos 45 anos da Embrapa foi realizada por requisição de Ana Amélia, com apoio dos senadores Ivo Cassol (PP/RO), Ronaldo Caiado (DEM/GO), Waldemir Moka (MDB/MS), Kátia Abreu (PDT/TO), Cidinho Campos (PR/MT) e Jorge Viana (PT/AC).

quinta-feira, 24 de maio de 2018

ANA abre audiência sobre indicadores de desempenho do serviço de adução de água da transposição


Rio São Francisco (BA)

Entre 2 de maio e 2 de junho, a Agência Nacional de Águas (ANA) receberá sugestões, em audiência pública não presencial, para a minuta (rascunho) de resolução sobre a implementação de indicadores para permitir a avaliação da prestação do serviço de adução de água bruta. Esta função será exercida pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), operadora federal do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF), também conhecido como transposição do São Francisco. 
Na página de audiências públicas da ANA estão disponíveis a minuta da resolução que a instituição editará sobre o tema e a minuta do anexo deste normativo. Também consta uma nota técnica da Agência a respeito do assunto. Com estas informações, os interessados em participar poderão enviar suas propostas tanto por meio da página de audiências quanto pelo serviço de e-Protocolo. 
De acordo com a atual minuta da resolução, a proposta da ANA é que haja cinco indicadores de avaliação da prestação do serviço de adução de água bruta pela operadora federal do PISF. São eles: fornecimento de água, qualidade da água, disponibilidade de medição confiável, índice de eficiência energética e perdas totais. O documento também estabelece que até 1º de janeiro de 2021 a viabilidade dos indicadores estará sob avaliação. 
Na minuta do anexo I da proposta de resolução está o detalhamento dos cinco indicadores, contendo informações, como: objetivo de cada um, unidade de medida, forma de medição, início da vigência, periodicidade para revisão dos parâmetros, periodicidade de cálculo ou aferição, órgão fiscalizador, entre outras. 
PISF 
O PISF busca levar água do Velho Chico a 12 milhões de pessoas em 390 municípios no Ceará, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, estados vulneráveis à seca. O Projeto também tem o objetivo de beneficiar 294 comunidades rurais às margens dos canais. O empreendimento abrange a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230 quilowatts, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. 
Com o PISF o rio São Francisco deverá garantir o abastecimento de água desde grandes centros urbanos da região, como: Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Crato (CE), Fortaleza (CE), Juazeiro do Norte (CE) e Mossoró (RN). Centenas de pequenas e médias cidades inseridas no Semiárido deverão ser beneficiadas com a água do Velho Chico, priorizando a política de desenvolvimento regional sustentável. 
No Eixo Norte, as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco passam pelos seguintes municípios: Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante, em Pernambuco; Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro, no Ceará; São José de Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras, na Paraíba. Já no Eixo Leste, o empreendimento atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e Sertânia; e a cidade paraibana de Monteiro. 
Rio São Francisco 
O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra (MG), e chega a sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800km, passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. A área possui 503 municípios e engloba parte do Semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% dessa região hidrográfica, que está dividida em quatro unidades: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco.

Brasil já deixou de exportar US$ 60 milhões em carnes por causa de greve

Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e um dos maiores em suínos e bovinos


Exportacao-conteiner-importacao (Foto: Pexels)
A paralisação dos caminhoneiros desativou 129 unidades processadoras de carnes bovina, suína e de aves no Brasil e a previsão é de que até 90% da produção de proteína animal seja interrompida, caso a situação nas estradas não se normalize. A informação é da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ainda de acordo com as entidades representativas, o país já deixou de exportar o equivalente a US$ 60 milhões, ou, 25 mil toneladas.
O Brasil é o maior fornecedor mundial de carne de frango, segundo em carne bovina e também um dos maiores exportadores de carne suína. Só de carne de boi, o país embarca normalmente 1.200 contêineres por dia, o que não vem ocorrendo. A paralisação começou na segunda-feira (21/5). Os bloqueios nas rodovias impedem o fluxo de insumos necessários à produção e impossibilitam o escoamento de alimentos para os centros de consumo.
“Os estabelecimentos menores e de cidades pequenas ou regiões metropolitanas – que mantém um ciclo de entrega de produtos a cada dois dias – já estão com o abastecimento comprometido. Essa dificuldade pode atingir os grandes centros nos próximos dias”, alertam as associaçõe
A ABIEC e a ABPA destacam ainda que mais de 85 mil funcionários de indústrias e cooperativas estão com trabalhos suspensos, reiteram direito da categoria de reivindicar seus direitos, desde que a haja manutenção do transporte de alimentos para a população.  “As consequências já ganharam contornos graves e o setor produtivo entende que é necessário que sejam tomadas as devidas medidas por parte dos governantes para que a situação seja sanada o quanto antes.”
Links Patrocinados

Petrobras reduz o preço do diesel em 10%; preço fica congelado por 15 dias

Com isso, o preço médio de venda nas refinarias e terminais sem tributos será de R$ 2,1016 por litro a partir desta quinta-feira


cana_etanol_bomba (Foto: Thinkstock)
A Petrobras informa que sua diretoria executiva, em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (23/5) decidiu reduzir em 10%, equivalente a R$ 0,2335 por litro, o valor médio do diesel comercializado em suas refinarias. Com isso, o preço médio de venda da Petrobras nas refinarias e terminais sem tributos será de R$ 2,1016 por litro a partir desta quinta-feira. Este preço será mantido inalterado por período de 15 dias. Após este prazo, a companhia retomará gradualmente sua política de preços aprovada e divulgada em 30 de junho de 2017.
Esta decisão será aplicada apenas ao diesel e tem como objetivo permitir que o governo e representantes dos caminhoneiros tenham tempo para negociar um acordo definitivo para o contexto atual de greve e, ao mesmo tempo, evitar impactos negativos para a população e para as operações da empresa.
A medida é de caráter excepcional e não representa mudança na política de preços da Petrobras. Com esta decisão, a companhia acredita que seja possível ao governo e aos representantes dos caminhoneiros encontrar uma solução que tenha impacto definitivo nos preços do diesel comercializados no Brasil."Na visão da Petrobras, esta negociação passa necessariamente pela discussão de reduções da carga tributária federal e estadual incidente sobre este produto, uma vez que representam a maior parcela na formação dos preços do combustível", afirmou a empresa em fato relevante distribuído há pouco.

Programa de Regularização Fundiária tem meta de beneficiar 25 mil famílias em 11 estados


Terminou nesta quinta-feira (17), em Brasília, a Oficina de Elaboração do Plano Operativo Anual (POA) nacional, que define, junto aos estados parceiros, as metas, estratégias e ações do Programa Cadastro de Terras e Regularização Fundiária (PCRF) para 2018.  A previsão é que neste período mais de 32 mil áreas sejam geocadastradas e 25 mil títulos de propriedade sejam entregues a agricultores familiares de 11 estados. 
O PCRF tem como objetivo a regularização dos imóveis rurais situados em terras estaduais. Ao regularizar essas propriedades, ele garante a segurança e a cidadania aos agricultores familiares, que com a escritura definitiva de suas terras passam a ter acesso às políticas sociais, de crédito e à assistência técnica. 
De acordo com a coordenadora substituta do PCRF, Sílvia Leite, o POA é um importante momento para o programa, pois permite articular ações conjuntas e direcionadas. “O planejamento em conjunto com os estados é fundamental para realinhar as estratégias de execução dos convênios, reforçar os compromissos firmados e definir as metas de execução do programa para o ano. Além disso, a oportunidade de troca de experiências entre os estados potencializa o desempenho das ações”. A coordenadora destacou ainda, que no ano de 2018, o PCRF começará a promover parcerias diretamente com os municípios, com o intuito de agilizar as ações de regularização fundiária em benefício dos agricultores e agricultoras familiares do país.
Para Evandro Durr, da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Rio Grande do Sul, foi uma reunião muito objetiva e proveitosa. “Esse encontro nos permitiu a troca de experiências e o entendimento sobre como potencializar as ações e os recursos, de maneira a permitir que mais agricultores recebam seus títulos por meio da regularização fundiária.”
O diretor-presidente do Instituto de Terras da Paraíba (Interpa), Nivaldo Moreno de Magalhães, destacou a importância dessa reunião. “A oficina permitiu, a nós gestores, fazer um nivelamento de tudo que foi feito até hoje no programa e nos alertou para a responsabilidade e alcance social que esse programa tem para o agricultor familiar em nosso país. Saímos daqui conscientes que temos que por a mão na massa e fazer o trabalho o mais rápido possível”, concluiu.
O evento contou ainda com a presença dos ex-coordenador-geral de Regularização Fundiária, Humberto Thomé Pereira, recém-nomeado subsecretário de Agricultura Familiar, que ressaltou a importância do Programa Cadastro de Terras e Regularização Fundiária para o desenvolvimento da agricultura familiar. 


Assessoria de Comunicação 
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário

NOTA DO BLOG: O Programa do novo Crédito Fundiário no Estado do RN, caminha a passos de tartaruga. Existe uma quantidade imensa de projetos encalhados na SEARA-RN, uns a bastante tempo aguardando as novas resoluções e outros mais recentes querendo dar entrada e o negócio não anda. O Governo do Estado tem que tomar uma posição a respeito do assunto em pauta. O que não pode é o pequeno produtor rural ficar esperando na expectativa de conseguir a sua terra, sem definição operacional por parte do órgão competente.   

Brasil participa de mostra fotográfica internacional “Mulheres Rurais em Ação”


A XXVIII Reunião Especializada da Agricultura Familiar do Mercosul (REAF), sob a Presidência Pro Tempore do Paraguai, considerou justo e necessário homenagear, em forma de uma mostra fotográfica, as mulheres e suas atividades diárias, tornando visíveis a capacidade e a liderança das mulheres rurais em toda a sua diversidade por meio de imagens. A mostra conta com a colaboração da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), no âmbito da Campanha Regional #MulheresRurais, Mulheres com Direitos.
Considerando o papel fundamental das mulheres rurais no desenvolvimento da Agricultura Familiar, a Comissão de Equidade de Gênero no Meio Rural da Reaf atua com o objetivo de promover o fortalecimento e o desenvolvimento de políticas de para a agricultura familiar que assegurem a transversalização da perspectiva de gênero em todos os temas e espaços de trabalho.
Para Geise Mascarenhas, coordenadora da campanha nacional #MulheresRurais, mulheres com direitos, “a mostra fotográfica nos possibilitará conhecer quem são e o que fazem as mulheres rurais dos países do Mercosul no seu dia a dia. O objetivo na verdade é demonstrar a pluralidade e a diversidade das mulheres trabalhadoras das zonas rurais. Se no Brasil temos diferenças entre as mulheres do Norte e do Sul, imagina quão diferentes são as mulheres e as atividades que desenvolvem nos países do Mercosul.”
Lembrando que a mostra faz parte da Campanha Regional pela Autonomia plena das Mulheres Rurais e Indígenas, Mascarenhas diz que “deseja muito ver as mulheres indígenas brasileiras representadas nessa exposição. Estima-se que existam mais de 270 línguas indígenas faladas no Brasil. É preciso conhecer para preservar, e conhecer passa por visibilizar. Por isso é muito importante que a gente possa ter fotografias das diferentes etnias e regiões para mostrar a riqueza cultural que nós temos e devemos preservar em nosso pais.”
A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) convida a todas as mulheres rurais brasileiras a enviarem imagens fotográficas em suas diferentes atividades cotidianas e papéis que desempenham em seu ambiente doméstico, em seu entorno e na sociedade. A exposição contará com imagens de mulheres rurais em ação na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai, e poderão ser apreciadas de 11 a 14 de junho no Hotel Guaraní, durante a realização da XXXVIII Reaf, em Assunção, Paraguai. 
As fotografias estão relacionadas aos seguintes tópicos:
• Mulheres e artesanato;
• Mulheres indígenas;
• Mulheres organizadas;
• Mulheres em processos de formação e capacitação;
• Mulheres em sistemas de produção
• Mulheres em sistemas de comercialização;
• Mulheres em espaços de decisão e de poder.
As fotografias devem conter ainda: título da obra (máximo de 50 caracteres); nome completo do/a autor/a; e-mail do/a autor/a; lugar e data em que a fotografia foi realizada (não é obrigatório), bem como qualquer outro detalhe que o/a autor/a deseje informar brevemente. As imagens devem ser enviadas para reafbr@gmail.com até o dia 30 de maio de 2018. 
Acesse aqui o regulamento. 
Acesse aqui a Declaração de Direito Autorais. 

Serviço:
Data da exposição: de 11 a 14 de junho de 2018, durante a realização da XXVIII Reaf Mercosul, sob a Presidência Pro Tempore do Paraguai.
Local: Hotel Guarani, Assunção, Paraguai.
Expositores: Imagens selecionadas e encaminhadas pelas Seções Nacionais da Reaf da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Uruguai, Equador e Paraguai.
Organizadores: Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai, por meio de sua Diretoria de Gênero e Juventude Rural, Secretaria Técnica da Reaf Mercosul, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Programas e projetos rurais locais e Organismos de serviços rurais dos países participantes da Reaf Mercosul. 

Assessoria de Comunicação
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário

Uma forma mais barata de usar a ureia como fertilizante


festilizanteA inovação da tecnologia é que os inibidores de urease, que evitam a transformação do nitrogênio presente no fertilizante em amônia gasosa ou em nitrato, em vez de estarem aplicados ao redor do grânulo do produto, agora estão incorporados ao grânulo. Os produtos foram desenvolvidos no laboratório de Tecnologia de Fertilizantes da Embrapa Solos e os testes de volatilização de nitrogênio e eficiência agronômica foram realizados no Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP.
A nova tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa Solos (RJ) em parceria com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). Ela pode gerar grande economia na aplicação de ureia pelos produtores rurais. Cientistas das duas instituições desenvolveram um fertilizante nitrogenado com aditivos incorporados aos grânulos, técnica que reduz perdas de nitrogênio provocadas por lixiviação (carreado em enxurradas) e por volatização.
“Mais de 40% do fertilizante nitrogenado é perdido para a atmosfera quando aplicado no campo. Além disso, o fertilizante nitrogenado é um insumo caro e, em grande parte, importado”, revela o chefe-geral da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro. “Os inibidores de urease são conhecidos há bastante tempo. Com sua incorporação aos grânulos conseguimos aumentar sua eficiência. Por isso, a vantagem competitiva do produto para a indústria é grande, já que ele utiliza um inibidor conhecido, em menor dose”, detalha.
A ureia é o fertilizante mais utilizado na agricultura mundial como fonte de nitrogênio, e é caracterizada como fertilizante sólido granulado ou pastilhado com concentração por volta de 45% de nitrogênio.

“Dos três nutrientes mais requeridos pelas culturas, o nitrogênio é o elemento mais importante para a produtividade, que necessita ser periodicamente fornecido às plantas e representa cerca de 60% do consumo mundial de fertilizantes. A ureia é o fertilizante nitrogenado usado em maior escala na agricultura devido a características como menor preço por unidade de nitrogênio e elevada concentração do elemento. Também apresenta menor custo com fabricação, transporte, armazenagem e aplicação, apresenta alta solubilidade, baixa corrosividade e facilidade de mistura com outras fontes”, revela Teixeira. 
EMBRAPA SOLOS

Hoje Dia Nacional do Café você vai conhecer o café especial e o café tradicional

café no galhoO Brasil é o segundo maior consumidor de café no mundo e, em 2016, foram produzidas mais de 50 milhões de sacas, de acordo com os dados da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café). O café tem uma importância fundamental na economia do Brasil e está presente em praticamente todas as casas.
Do café produzido no país, quase 70% é exportado e o restante fica para consumo interno. Deste percentual que fica para o consumo interno, apenas 9% são de cafés especiais e os outros 91% são de cafés tradicionais. Isso significa que a maior parte dos cafés de qualidade estão sendo consumidos nos outros países enquanto os consumidores brasileiros ficam com o que foi rejeitado lá fora.
De acordo com a ABIC, o consumo de cafés especiais no Brasil cresceu entre 10 e 15% em 2017. Por isso, é importante saber as diferenças existentes entre o café especial e o tradicional.
No caso do Café Tradicional, segundo a ABIC,  é o café do dia a dia com qualidade recomendável e custo acessível. Geralmente, esses cafés combinam os grãos da espécie arábica, que é rica em sabor e óleos aromáticos,  e o conilon, que tem um trato mais rude e são considerados de qualidade inferior. Essa mistura diminui a complexidade e acidez do produto. Ainda, o custo do café tradicional é reduzido, pois o café conilon é considerado um café de qualidade inferior e, consequentemente, é mais barato.
Para os degustadores, o café tradicional possui sabor intenso e amargo. Geralmente, são disponibilizados no mercado em embalagens tipo almofada ou fechadas no sistema de vácuo. É aquele café preto, com uma torra muito acentuada, comumente chamado de café forte do Brasil e que já vem moído, bem fino. Ele é produzido em grande escala e, devido a matéria prima utilizada, ele acaba tendo uma qualidade inferior.
Segundo Sérgio Miranda, Degustador e Classificador de cafés e um dos fundadores da marca Coffee & Joy, os grãos defeituosos, verdes, aqueles que não chegaram no ponto certo de maturação, ardidos ou pretos, irão interferir e prejudicar no sabor e aroma do café.
Portanto, o que se denomina de café tradicional, é aquele grão excessivamente torrado com moagem muito fina, café preto e amargo. Composto por grãos defeituosos e possíveis impurezas da lavoura cafeeira. Está disponível no supermercado, podendo ser composto por um blend de café arábica e robusta (conilon), o que prejudica muito no sabor da bebida final.

Mas os Cafés Especiais, na definição da ABIC, “são cafés de alta qualidade que cumprem uma série de requisitos para serem classificados como tal.” São grãos de café perfeitos, torrados com muita ciência para expressar todo potencial de qualidade sensorial, ou seja o flavor do grão. Todo esse trabalho é realizado por profissionais treinados.
Ainda, a moagem faz toda a diferença na hora do preparo, por isso eles são moídos adequadamente de acordo com padrões bem estabelecidos. Além destas características, os cafés especiais incluem cafés certificados como “conscientes”, por exemplo, o café orgânico e o fair trade. Os cafés de origem que, além dos atributos físicos, como aroma e sabor, também incorporam preocupações de ordem ambiental e social.
Sérgio Miranda, explica que “além de tudo isso, cafés especiais são produtos finíssimos, de qualidade muito acima da média, valorizado de acordo com a sua escassez, qualidade do grãos e atributos sensoriais. É um produto diferenciado, quase livre de defeitos.” Além disso, diz Sérgio,  “este tipo de café é classificado como be­bida mole e/ou estrita­mente mole, que atinja no mínimo 80 pontos na classificação da SCAA, que é a Associação Americana de Cafés Especiais.”
O resultado disso tudo para quem degusta um café especial é complexidade de sensações, com sabores e aromas distintos, proporcionando uma experiência única ao ser consumido. Café especial recebe atenção diferenciada desde o plantio, como variedade, tipo de solo, altitude, temperatura, clima,  até a etapa da torra. A seleção de grãos é rigorosa e o ponto da torra é mais preciso. São realizados testes de perfis de torra, para construir uma curva de torra que evidencie as características boas e naturalmente identificáveis dos grãos, para que a própria origem dele possa remeter a notas frutadas, achocolatadas e até florais, com acidez agradável de frutas cítricas ou vermelhas, ou até mesmo uma acidez málica, como a da maçã.

O café é uma fruta e, assim como qualquer outra fruta, o seu adequado e excelente tratamento trará benefícios na sua xícara. A fruta bem cuidada poderá, ainda, trazer vários benefícios para a sua saúde.

Alimentos com maior peso no consumo das famílias ajudam a derrubar inflação

IPCA-15/IBGE

Mas há produtos que têm registrado alta, em função do clima nos primeiros meses do ano, o que afeta as hortaliças, por exemplo. Frutas que acumulam 11,9% de alta no ano, tiveram queda de 0,97% no mês
 Preços do arroz caiu 1,35%
Preços do arroz caiu 1,35%

Os preços de alimentos com importante peso no índice que reflete consumo das famílias tiveram desempenho favorável para a redução dos gastos no mês de maio, de acordo com o IPCA-15 – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (23) para maio. Neste mês, foi registrada variação do índice de 0,14%, a menor taxa para um mês de maio desde o ano 2000, quando ficou em 0,09%. O IPCA acumulado até maio ficou em 1,23%, menor nível para o período janeiro a maio desde a implantação do Plano Real. 
Na variação do mês, enquanto cebola (35,68%), hortaliças (6,10%), feijão-carioca (3,75%) e leite longa vida (4,44%) apresentaram alta, itens importantes tiveram queda: açúcar cristal (-3,90%), pescados (-3,51%), frango inteiro (-1,60%), arroz (-1,35%) e frutas (-0,97%).
Tomando-se o aumento acumulado do IPCA-15 de janeiro a maio, os grupos de produtos que apresentaram crescimento dos preços acima da inflação foram tubérculos, raízes e legumes (27,3%); hortaliças e verduras (15,7%); frutas (11,9%) e leite e derivados (3,9%).
De acordo com o coordenador geral de Estudos e Análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, “vários fatores podem ter influenciado esse aumento dos preços, mas os mais prováveis são, o tempo, que nos primeiros meses do ano é chuvoso, e a variação relacionada à sazonalidade dos produtos, principalmente das hortaliças.
Por outro lado, observa Gasques, “os cereais (-6%), carnes (-1%), e aves e ovos (-4,4%) têm tido reduções de preços neste ano. Como esses produtos têm peso elevado nas gastos das famílias, a sua contribuição tem sido favorável aos resultados do índice de inflação.
Como a safra de grãos prevista para 2017/2018, de 232,6 milhões de toneladas, pode ser considerada elevada, “é de se esperar que seus resultados continuem mantendo baixo o crescimento dos preços aos consumidores de vários produtos que fazem parte do IPCA, avalia o coordenador do Mapa.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de abril a 15 de maio de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de março a 13 de abril de 2018. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
CONTAG manifesta o seu apoio às mobilizações dos caminhoneiros

Em todo o País, os caminhoneiros estão realizando manifestações contra a política de preços dos combustíveis, o que está tornando insustentável produzir e trabalhar no Brasil.
Os agricultores e agricultoras familiares estão solidários a essa luta, até porque os sucessivos aumentos dos combustíveis já estão impactando negativamente no preço dos produtos da agricultura familiar brasileira e no aumento do custo de produção, pois também é utilizado óleo diesel na produção dos alimentos.
Essa política da Petrobras utiliza de mecanismos do capital privado visando apenas o lucro, despreza os interesses do povo brasileiro e prejudica quem produz, transporta e consome os alimentos que são distribuídos em todo o País.
Essa é uma forma disfarçada de privatizar a Petrobras.
FONTE: Diretoria da CONTAG           

Combinação de microrganismos pode aumentar a produtividade do feijão em até 11%

Pesquisadores da Embrapa comprovaram que o feijoeiro-comum, quando coinoculado com Rhizobium tropici e Azospirillum brasiliense, pode atingir níveis de produtividade 11% maiores do que com adubação nitrogenada, com média de produção acima de 3.200 quilos por hectare (ha).
Segundo o pesquisador Enderson Ferreira, da Embrapa Arroz e Feijão (GO), que coordena a pesquisa com a coinoculação, a nova técnica traz vantagens econômicas aos agricultores e ao meio ambiente pela não utilização de ureia e tem potencial para substituir totalmente a aplicação de nitrogênio (N), quando utilizada com os dois microrganismos.
O pesquisador considera que a atuação conjunta do Rhizobium tropici e do Azospirillum brasiliense é uma solução viável na busca de maiores rendimentos. O Azospirillum atua na potencialização do desenvolvimento da planta, principalmente raízes, resultando em melhores condições para que ela estabeleça, então, a simbiose com o Rhizobium na fixação de nitrogênio. Além dessa associação, o maior volume radicular gerado pelo Azospirillum melhora a absorção de água e de nutrientes do solo, aumentando o crescimento da parte aérea e a produção de grãos.

Pesquisador conta sobre o projeto da coinoculação

Ganhos de até 114% em Minas Gerais

De acordo com a análise econômica realizada pelo pesquisador em socioeconomia Alcido Elenor Wander e pela analista Osmira Silva, também da Embrapa Arroz e Feijão, os pequenos produtores que adotaram a coinoculação, por exemplo, tiveram um ganho de 13%. Ou seja, cada R$ 1 mil investidos na lavoura retornaram ao agricultor familiar o valor de R$ 1.130,00. Na agricultura empresarial, o rendimento é ainda maior: 90% (em Goiás) e 114% (em Minas Gerais). Traduzindo em moeda, os produtores goianos tiveram retorno de R$ 1.900,00 para cada R$ 1 mil empregados, enquanto o retorno para os mineiros foi de R$ 2.140,00, com o mesmo investimento.
O meio ambiente também é beneficiado pela não aplicação de fertilizantes químicos nas lavouras, enfatiza o pesquisador. Entre as culturas de grãos, na qual se enquadra o feijão, espera-se que o aumento da área cultivada com o uso de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) seja responsável por grande parte do que o governo espera em melhora ambiental. Ou seja, uma redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre 36,1% e 38,9% até 2020.

Coinoculação do feijão tiraria 700 mil t de CO2 da atmosfera

Ferreira cita estudos feitos pela Embrapa demonstrando que, se o uso de fertilizante nitrogenado fosse substituído pela coinoculação na área total cultivada com feijoeiro no País, poderia haver uma mitigação de aproximadamente 700 mil toneladas de CO2, o que contribuiria para que se cumprisse 52% da meta estabelecida pelo governo brasileiro.
Segundo estimativas da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), utiliza-se no Brasil, anualmente, 25 Kg/ha. Como a área média plantada no País é de cerca de três milhões de hectares, temos 75 mil toneladas anuais de nitrogênio. Considerando-se a adoção da ureia, cuja tonelada gira em torno de R$1.200,00, e que são necessárias 167 mil toneladas para atender essa aplicação estimada de nitrogênio, o custo final supera os R$ 210 milhões anuais para os produtores brasileiros.
Considerado básico na mesa do brasileiro, o feijão é um dos principais alimentos e a principal fonte de proteína vegetal para milhões de consumidores de famílias de baixa renda, contribuindo com cerca de 28% de toda proteína ingerida pela população. É o que mostra um estudo da pesquisadora Mariângela Hungria, da Embrapa Soja (PR), importante especialista em FBN no Brasil. Segundo dados do pesquisador Alcido Wander, a produção média das lavouras de feijão no Brasil é de 1.068 kg/ha.

O que é inoculante?

O inoculante é um produto que contém microrganismos com ação benéfica para o desenvolvimento das plantas. No caso do Rhizobium, a aplicação é feita na semente, antes de realizar o plantio.
Ele está acessível a qualquer produtor em lojas de produtos agropecuários.
Já a aplicação do Azospirillum é feita via pulverização, em momentos específicos da lavoura. Em termos técnicos, seria quando a planta se encontra no estádio fenológico V2 (folhas primárias, par de folhas primárias abertas) e V3 (primeira folha trifoliolada, com folíolos abertos).

A importância do nitrogênio

O nitrogênio é um dos elementos presentes em maior concentração nos vegetais e um dos principais nutrientes para o desenvolvimento das plantas. Ele exerce funções essenciais, colabora com o aumento na qualidade e produtividade dos grãos, é imprescindível na realização da fotossíntese e está diretamente relacionado à formação e ao aumento do teor de proteína nos grãos. No caso do feijoeiro-comum, além de promover maior crescimento, o nitrogênio influencia alguns componentes determinantes do sucesso da produção, como maior número de vagens nas plantas e grãos mais pesados.
O Rhizobium e o Azospirillum são conhecidos no meio agrícola pela capacidade de fixação de nitrogênio, o primeiro no feijoeiro, o outro em arroz, milho e trigo, sendo ambos já utilizados pelos produtores. No feijão, entretanto, o Azospirillum apresenta desempenho distinto do que acontece nas outras culturas, promovendo o crescimento vegetal, por meio da produção de hormônios, principalmente o ácido indol acético (AIA).
Atualmente as pesquisas com coinoculação estão explorando novos microrganismos e apresentando outros mecanismos, que ajudam no desenvolvimento das plantas, aumento de produtividade, no controle de doenças e solubilização de nutrientes.
Henrique de Oliveira (MTb 1.960/GO)
Embrapa Arroz e Feijão

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Inscrições abertas para o Fórum de Turismo de Caicó






A Central de Atendimentos do Sebrae – 0800 570 0800 – é o canal para inscrições do Fórum de Turismo de Caicó 2018, que acontecerá em Caicó, nos próximos dias 08 e 09 de junho, no Centro Cultural Adjuto Dias. O evento científico terá como tema “Turismo Rural: encantos e sabores do Seridó” e pretende reunir gestores públicos, universitários, profissionais de turismo, empreendedores.
A programação contará com palestras, painéis, apresentação de trabalhos acadêmicos e visitas técnicas. “Eventos, gastronomia, economia criativa, hospitalidade e educação ambiental serão algumas temáticas destaques”, enfatiza Paizito Dantas, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Caicó.



Uma realização do Município de Caicó e do Sebrae-RN, o Fórum de Turismo conta com o apoio da UFRN, CDL Caicó, Casa do Empresário; patrocínio do Banco do Nordeste e Governo Federal. Com vagas limitadas, a inscrição pode ser realizada pelo valor promocional de R$ 20,00, de qualquer localidade, por telefone.