O
Dorper é uma raça oriunda da África do Sul,
desenvolvida nos anos de 1930 por uma questão de necessidade. Nesta
década, os criadores da África do Sul exportaram carne de ovinos
nativos, de rabo largo, para Londres. Mas esta carne foi totalmente
rejeitada porque os ingleses estavam acostumados com carne de alta
qualidade, proveniente da raça Canterbury, da Nova Zelândia. Em
decorrência desse problema, os criadores resolveram investir no
desenvolvimento de uma nova raça que atendesse essa alta qualidade
desejada, produzindo um carneiro de corte, com excelente carcaça, e que
pudesse ser criado nas regiões extensivas no semi-árido africano. No seu
livro C Ganhando dinheiro com ovinos de corte C, Q. Campell, diz que o
Dorper foi resultado de um dos melhores cruzamentos entre uma raça exótica e uma adaptada, Dorset Horn e do Blackhead Persian.
A
Blackhead Persian, oriunda do deserto, garantiu a rusticidade,
frugalidade, adaptabilidade, pigmentação, cobertura de pêlos, alta
fertilidade e gemelaridade, e uma pele de excelente valor comercial. O
Dorset Horn, conferiu crescimento rápido, boa cobertura muscular e
excelente sabor da carne.
O produto do cruzamento recebeu o nome
com as iniciais das duas raças: DORset + PER sian. Em 1946, a raça já
estava pronta e ocupando boa parte dos rebanhos sul-africanos. Em 1950,
fui fundada a Associação de Criadores de
Dorper.
Concomitantemente à criação da Associação, iniciou-se uma discussão a respeito da coloração do animal
Dorper,
se deveria ser totalmente branco (chamado de Dorset), ou se deveria
apresentar a cabeça negra. Essa discussão perdurou até 1964, quando a
Associação determinou que ambos os animais, brancos ou com cabeças
pretas, teriam a denominação de
Dorper.
A diferença na cor permite que o criador tenha a sua preferência. Cerca de 85% dos criadores de
Dorper, membros da Sociedade de Criadores da Raça Ovina
Dorper da África do Sul, criam o
Dorper de cabeça preta.
A raça
Dorper
é, numericamente, a segunda raça mais criada na África do Sul, com mais
de 10 milhões de cabeças, mais de 30% do total de ovinos do país, e se
espalha rapidamente por muitos outros países.
No Brasil
Em 1955, foram importados animais das raças
Dorper
e BlackHead Persian do Canadá para o Ceará, e animais da Holanda para o
Paraná. Em 1996, foram importados embriões para o Ceará. A partir do
ano 2000, uma central de transferência trouxe mais 300 embriões, que
foram implantados em receptoras Santa Inês.
A partir de então, a procura por animais da raça
Dorper está em plena expansão.
Estima-se que no Brasil haja cerca de 3.300 cabeças, entre mestiços e Puros de Origem.