segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Nascentes do Potengí

 


 

Semarh lança série com registros na região das nascentes do rio Potengi

ASSECOM/RN

O meio ambiente possui conexões entre os seres vivos e o meio natural numa relação de interdependência que torna importante o papel de cada agente natural, de cada ser vivo envolvido, incluindo o ser humano. A função dos seres vivos na natureza transmite esse equilíbrio, seja como espécies polinizadoras ou dispersoras de sementes, seja na influência da regeneração vegetal e até no controle da população entre as espécies da fauna. 

Alterações nessas relações podem causar desequilíbrio, de modo que a retirada de uma única espécie da fauna de um sistema pode causar efeitos em cascata, refletindo em muitas outras, como defendem especialistas. Neste sentido, é importante reconhecer essa interdependência na conservação da biodiversidade, como forma de abrir oportunidades para projetos e políticas ambientais públicas voltados para a qualidade ambiental da natureza com o envolvimento da sociedade.

A Coordenação de Meio Ambiente e Saneamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Comeas/Semarh) traz então a público a série temática “Bichos do Mato”, como forma de divulgar a importância dos animais silvestres na natureza, visando a qualidade ambiental do meio onde vivem. 

“A ideia foi pensada como uma forma de levarmos ao público em geral a fauna de regiões que precisam ter a sua devida conservação e preservação ambiental, divulgando a importância das espécies encontradas e o meio onde vivem, visando ações do poder público e da sociedade civil. Tanto que começamos pela fauna encontrada na região das nascentes do rio Potengi”, ressaltou o coordenador da Comeas, Robson Henrique.

Animais Silvestres da região das Nascentes do Rio Potengi

Marina Antongiovanni, subcoordenadora da Comeas fala um pouco mais daquela que será a primeira série temática envolvendo os animais silvestres da Caatinga Potiguar. “Bichos do Mato será inaugurada com registros de animais feitos durante o trabalho da Semarh de identificação de espécies de animais silvestres que vivem ou frequentam a nascente do rio Potengi”. Marina, que já desenvolveu trabalhos de pesquisa na caatinga potiguar juntamente aos pesquisadores da UFRN, explica que a região semiárida ocupa 90% do território do estado do RN e guarda uma diversidade de animais que nos apontam as melhores estratégias para pensarmos na preservação do ambiente local. 

“O levantamento de fauna na região foi feito a partir de uma parceria com o Projeto Caatinga Potiguar, da UFRN. Por meio do pesquisador Paulo Henrique Marinho, o projeto nos auxiliou cedendo e instalando, durante o mês de novembro do ano passado, nove armadilhas fotográficas que capturaram imagens das espécies presentes na área", completa a subcoordenadora. Foram encontradas espécies ameaçadas de extinção e uma quantidade de mamíferos que representa mais de 40% dos já registrados no RN, nos esclarece a pesquisadora da Semarh, Virgínia Paixão, ecóloga da Comeas.

Sobre a Agenda de Proteção das Nascentes do Potengi

Em junho do ano passado, um grupo de trabalho integrado por agentes públicos e representantes da sociedade civil criou um projeto voltado para Proteção das Nascentes do Rio Potengi com objetivo de estabelecer açõe grandes em prol da recuperação e conservação da região. Foram planejadas atividades científicas, educativas e de gestão que, além do foco preservacionista, prevê a utilização da nascente para fomentar a economia regional. Na prática, é o trabalho conjunto do estado e da sociedade civil reunindo ideias e ações já existentes, e incorporando novos elementos, para proteger e preservar o berço do rio que dá nome ao nosso estado. 

A Agenda de Proteção à Nascente do Rio Potengi é uma ação do Governo do Estado, por meio do Governo Cidadão, SEMARH (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), IDEMA (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente), IGARN (Instituto de Gestão de Águas do RN), Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural) e Secretaria de Turismo. Os recursos do projeto são oriundos de empréstimo com o Banco Mundial, em parceria com a Prefeitura de Cerro Corá, Ministério Público Estadual, universidades, outras instituições públicas e entidades do movimento ambientalista.

O coco de mer

 

Curiosidades sobre a lenda do Jardim do Éden e o Coco de Mer

 

O coco de mer só cresce naturalmente em dois lugares: na ilha de Praslin e na ilha Curieuse, ambas localizadas em Seychelles. Em Praslin, há a maior floresta intacta do coco de mer no mundo, dentro do Vallée de Mai, casa de seis mil árvores onde crescem os frutos. São palmeiras enormes, que chegam a mais de 30 metros de altura, com folhas de até 10 metros de comprimento, que demoram décadas para crescer.

O Vallée de Mai é também o sítio original do Jardim do Éden, de acordo com uma lenda datada de 1881, criada pelo General Charles Gordon. Depois de milhões de anos isolada, as espécies nesta floresta foram evoluindo de tal maneira que não são encontradas em nenhum outro lugar. Em 1966, o governo a declarou Reserva Natural e em 1983 foi reconhecida como um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Atualmente, a área é gerenciada e protegida pela Seychelles Island Foundation.

O coco de mer é a maior semente do mundo, podendo chegar a mais de 30 cm de diâmetro e 25 Kg. Seu nome significa “coco do mar”, dado que em séculos passados marinheiros europeus viam as sementes boiando e acreditavam que elas cresciam dentro dos oceanos. A semente tem um formato bastante diferente, que parecem nádegas, o que gera curiosidade de todos que a conhecem ao vivo. Inclusive, a planta tem tanto sua versão feminina, mais famosa em formato de nádegas, como sua versão masculina, mais comprida e também com um formato bastante sugestivo, o que ajuda a alimentar a lenda do fruto proibido no Jardim do Éden em Seychelles.

O coco de mer, por ser uma espécie ameaçada, é muito protegido em Seychelles e é proibido retirar os frutos das palmeiras onde crescem. Os que caem das árvores são recolhidos e recebem um selo do governo. É possível adquirir um coco como souvenir mediante o pagamento de algumas centenas de euros e apenas se ele vier com o selo e um certificado de exportação.

Sustentabilidade e Inovação

Sustentabilidade e inovação

Brasil tem primeira linha de produtos carne carbono neutro

Parceira do projeto, a Embrapa desenvolveu protocolo para a neutralização das emissões de metano

 


Foi lançada nesta quinta-feira (27) a primeira linha de produtos no país com a certificação carne carbono neutro. Desenvolvida pela Embrapa, a carne carbono neutro é um selo de certificação da produção de bovino de corte em sistemas com a plantação obrigatória de árvores como diferencial. Neste sistema, as árvores neutralizam ou absorvem o metano entérico, exalado pelos animais e um dos principais gases causadores do efeito estufa.

A criação do gado ocorre de forma integrada com as florestas, sistema silvipastoril, ou com a lavoura e floresta, o chamado agrossilvipastoril. “É quando você tem árvores plantadas no meio do pasto”, explica a pesquisadora sênior da Embrapa Gado de Corte, Fabiana Villa Alves.

Para se ter ideia do impacto positivo desses sistemas no meio ambiente, um estudo realizado na Embrapa Gado de Corte, localizada em Campo Grande (MS), aponta que cerca de 200 árvores por hectare seriam suficientes para neutralizar o metano emitido por 11 bovinos adultos por hectare ao ano, sendo que a taxa de lotação usual no Brasil é de um a 1,2 animal por hectare.

Agora, produtos carne carbono neutro vão chegar ao consumidor brasileiro, por meio da linha de cortes de carne Viva, lançada hoje e resultado de uma parceria da iniciativa privada com a Embrapa, que desenvolveu o protocolo para a neutralização das emissões de metano. A compensação é assegurada a partir da certificação e verificação por auditorias independentes. Essa é a primeira linha de produtos desse tipo. 

Para a pesquisadora Fabiana Villa Alves, o consumidor terá acesso a uma carne produzida sem agredir o meio ambiente, prezando o bem-estar animal (as árvores garantem conforto térmico e sombra para o gado), além de ter alta qualidade, sabor e maciez. “A carne carbono neutro é uma iniciativa única no mundo, é a transformação da ciência em um selo comercial”, disse, acrescentando que estão em andamento pesquisas para protocolos de couro carbono neutro e bezerro carbono neutro.

O produtor que adota a carne carbono neutro também ganha, conforme Fabiana Villa Alves, com aumento da produtividade, recuperação de pastagens degradadas, conforto térmico para o animal e adoção de um sistema sustentável economicamente viável.

Outro benefício é agregação de valor à carne brasileira, impulsionando a exportação para mercados considerados exigentes, como Europa e Estados Unidos. “É um projeto que conta com a participação de 12 centros de pesquisa da Embrapa, envolvendo uma rede de mais de 150 pesquisadores e ainda diversas instituições. O agro será o motor da retomada brasileira e vai precisar de parcerias como essa, unindo esforços dos setores público e privado”, enfatizou Celso Moretti, presidente da Embrapa.

Para o diretor de Inovação do Mapa, Cleber Soares, a carne carbono neutro sinaliza os métodos que devem ser adotados pela pecuária nos próximos anos. “A sociedade clama para que as atividades econômicas sejam descarbonizantes e sustentáveis. O futuro passa pela combinação inequívoca da sustentabilidade com a inovação”, afirmou.

Os produtos da linha Viva são provenientes de animais inseridos em um sistema de produção pecuária-floresta. “Ao incentivarmos a produção sustentável geramos valor para a empresa e para a cadeia de negócios. Além disso, o desenvolvimento da carne carbono neutro, em parceria com um dos mais respeitados centros de pesquisa e de inovação do agronegócio mundial - a Embrapa, reafirma o nosso compromisso com quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU", diz Miguel Gularte, CEO da Marfrig. A empresa investiu cerca de R$ 10 milhões no desenvolvimento dos produtos.

 

Petrobras

 

RN não terá perdas na receita de royalties, diz Petrobras

 

Foto: reprodução

A receita dos royalties do petróleo é um dos pontos levantados na discussão da venda dos ativos do Rio Grande do Norte, preocupando prefeitos e a governadora Fátima Bezerra. Em 2019, o Estado, os Municípios e os proprietários de terra do Rio Grande do Norte receberam R$ 425 milhões de royalties. A direção da Petrobras e a Abpip (Associação Brasileira Dos Produtores Independentes De Petróleo e Gás) afirmam que não terá alteração nos valores dos royalties repassados, mas o Sindpetro diz que a Petrobras costuma pagar mais que as operadoras privadas.

Os royalties são regulamentados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Eles são gerados a partir da produção de petróleo nos campos e no preço do petróleo no mercado internacional e distribuídos para União, Estados e Municípios como forma de compensação financeira pela atividade. O valor dos royalties é determinado a partir de uma alíquota (percentual que um tributo incide sobre o valor de algo) sobre a produção, que varia de 5% a 10%.


Antibióticos

 
PECUÁRIA

Reduzir antibióticos em animais não é tão fácil, diz artigo

Os antibióticos continuam a desempenhar um papel crítico na saúde animal

O uso de antibióticos na produção de carne é um tópico emergente rapidamente no discurso alimentar. A conversa sobre carne, ovos e laticínios tem se concentrado no bem-estar animal durante grande parte dos últimos cinco anos, mas agora está se movendo para outros elementos da produção. 

Há um amplo consenso científico de que o uso de antibióticos na pecuária aumenta o risco de desenvolvimento de bactérias resistentes. É menos claro que papel, se houver, isso desempenha na saúde humana, diz o The Conversation. 

“Os antibióticos continuam a desempenhar um papel crítico na saúde animal. Eles são usados tanto para a prevenção quanto para o tratamento de doenças em animais. Historicamente, eles têm sido usados para melhorar o desempenho, reduzindo o desafio de doenças subclínicas, doenças sem sintomas visíveis. E tanto o Canadá quanto os Estados Unidos introduziram novas regras que excluem o uso de antibióticos para o crescimento do gado no futuro”, indica. 

O uso de antibióticos na pecuária é complexo e ocorre nos domínios sobrepostos da economia, saúde e bem-estar animal. Também afeta a eficácia dos antibióticos na medicina humana em face do aumento da resistência em humanos, completa. 

“Equilibrar essas compensações explícitas será o desafio à medida que avançamos para reduzir o uso de antibióticos na produção de ração animal. Além disso, a discussão ocorre em um contexto de pouco entendimento entre os consumidores - de como os alimentos são produzidos, sem falar no mecanismo de desenvolvimento de resistência - e em meio a um crescente ceticismo sobre a ciência entre a população em geral. Também existem diferenças entre os produtos antibióticos e a forma como são administrados”, conclui. 

 

sábado, 29 de agosto de 2020

Mamona

 Busca


Ministério da Agricultura atualiza zoneamento agrícola para mamona

A atualização tecnológica inclui cultivares de ciclo mais curto, risco de chuva na colheita, atualizações na base de dados meteorológicos e ajustes para diminuir os riscos na produção

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta sexta-feira (28) novas portarias do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da mamona. A atualização tecnológica, coordenada pela Embrapa e validada com técnicos de diversas áreas ligadas ao setor produtivo, inclui cultivares de ciclo mais curto, risco de chuva na colheita, atualizações na base de dados meteorológicos e ajustes para diminuir os riscos na produção.

Entre as novidades, destacam-se a atualização dos parâmetros de cultura e ciclos representativos, inclusão de um grupo de cultivares de ciclo curto (inferior a 130 dias), extensão do zoneamento da mamona para todos os estados brasileiros, ajuste nos critérios e limites críticos, como índice de satisfação das necessidades de água (ISNA), temperatura e chuva na colheita para estimativa de risco, além da inserção do critério auxiliar de escape para o mofo cinzento em regiões ou épocas chuvosas e da subdivisão do Zarc Mamona Semiárido.

“O objetivo do trabalho técnico e metodológico foi identificar as áreas de plantio de menor risco climático para a cultura, abarcando três níveis de risco: 20%, 30% e 40%, e definir os melhores períodos de semeadura para mamona no Brasil, buscando reduzir perdas de produção e obter rendimentos mais elevados”, afirma o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP) Eduardo Monteiro, coordenador do Zarc.

A planta da mamoneira (Ricinus communis L.) apresenta tolerância à seca, sendo, portanto, uma boa alternativa de cultivo para regiões secas do país. O cultivo não é indicado para regiões com períodos de chuvas muito prolongados, que propiciam o aparecimento de doenças como o mofo cinzento, além de prejudicar a colheita e a qualidade do produto.

A cultura é explorada comercialmente devido ao teor de óleo em suas sementes, com aplicação na área de cosméticos, produtos farmacêuticos, lubrificantes e polímeros. Tradicionalmente cultivada por pequenos produtores no Nordeste brasileiro, expandiu-se no Nordeste e para outras regiões do Brasil devido ao incentivo do Programa Nacional de Biodiesel, embora as áreas de produção venham diminuindo atualmente.

Na safra 2018/2019, a cultura da mamoneira no Brasil ocupou uma área de 46,6 mil hectares (ha), com produção de 30,6 mil toneladas de grãos, destacando-se o estado da Bahia pela maior área plantada e maior produção, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para a safra 2019/2020, estima-se uma área de 45,5 mil ha, com produção de 40,7 mil toneladas de grãos e produtividade média de 895 kg/ha.

As áreas tradicionalmente produtoras de mamona no Brasil encontram-se, basicamente, nas regiões do semiárido brasileiro e transições. A maior parte da produção nacional está na microrregião de Irecê, na Bahia, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos anos, a cultura vem se expandindo fora dessa região, no estado do Mato Grosso em dois municípios, onde a duração média dos ciclos e cultivares utilizados e o sistema de produção são bem distintos daqueles praticados nas áreas tradicionais. 

Condições agrometeorológicas

Para se obter produções economicamente viáveis, a faixa de temperatura deve-se situar entre 20 a 35 graus Celsius (°C), sendo a ideal em torno de 28 °C. A mamoneira desenvolve-se e produz bem em vários tipos de solos, exceto naqueles de textura muito argilosa e que apresentam deficiência de drenagem. O excesso de umidade é prejudicial durante todo o ciclo da cultura, sendo mais crítico nos estádios de plântula, maturação e colheita, de acordo com os especialistas da Embrapa.

Em cultivo de sequeiro, a mamoneira necessita de uma precipitação pluvial acima de 350 milímetros (mm), bem distribuída ao longo do período total de crescimento, e de umidade suficiente. Não deve ocorrer deficiência hídrica no solo, nos dois primeiros meses do período vegetativo.

Com a expansão da cultura para outras regiões e fora das zonas mais secas do Agreste e Semiárido do Nordeste, comprovou-se a dificuldade de controle do mofo cinzento, causado pelo fungo Amphobotrys ricini, em regiões chuvosas ou com estação chuvosa. Sem cultivares resistentes à doença e sem fungicidas registrados para seu controle, o mofo cinzento é a doença mais destrutiva da mamoneira. O patógeno afeta as inflorescências, os cachos e as sementes, reduzindo a produção e o teor de óleo nos frutos.

Considerando que o Zarc tem como objetivos dar indicações para aumentar as chances de sucesso do empreendimento agrícola e que a doença pode inviabilizar a produção da cultura em áreas de expansão, com perda de safra e ônus ao produtor, foi introduzido um critério adicional no Zarc mamona como uma estratégia de escape à ocorrência severa do mofo cinzento.

Os casos mais críticos ocorrem quando a cultura permanece em florescimento durante longos períodos com umidade elevada, o que pode ser mais grave nos ciclos mais longos de 180 a 200 dias, permitindo maior número de gerações e aumento populacional do fungo. Por isso, o zoneamento das áreas e épocas mais adequadas ao cultivo é fundamental.

Semiárido

Em razão das diferenças entre os sistemas de produção, um mais adequado às regiões mais úmidas do Brasil e outro próprio da região do semiárido, os pesquisadores entenderam a necessidade de subdivisão do zoneamento da mamona em Zarc Mamona e Zarc Mamona Semiárido. Assim, com base nos resultados do ciclo mais longo da cultura, foi delimitada a região a ser utilizada pelo Zarc Mamona Semiárido a partir dos municípios com risco de 40% ou maior. Os municípios com risco de 30% ou menor, nesse cenário, foram excluídos desse Zarc específico para o semiárido e transições, pois não apresentam restrições hídricas.

O Zarc Mamona Semiárido se diferencia do Zarc Mamona no restante do Brasil por admitir uma disponibilidade hídrica mais baixa no período produtivo, o que pressupõe produtividades esperadas igualmente mais baixas. Isso é adequado aos sistemas de produção da mamona tradicionalmente adotados no semiárido brasileiro, de baixa produtividade, mas, ainda assim, viáveis, devido ao baixo custo de produção.

Auxílio Emergencial

 

Área econômica chega a R$ 300 para auxílio emergencial pedido por Bolsonaro

A equipe econômica do governo chegou ao valor pedido pelo presidente Jair Bolsonaro para a prorrogação do auxílio emergencial até o fim do ano: R$ 300.

A expectativa é que o próprio presidente anuncie nesta sexta-feira (28) a prorrogação e o valor de R$ 300, até mesmo para evitar o que um auxiliar do governo chamou de "leilão" no Congresso Nacional.

Com isso, o anúncio do programa Renda Brasil ficará para um segundo momento, já que a equipe econômica deve apresentar novos cálculos para que o presidente tome a decisão.

Um integrante do governo lembra que, no discurso que fez em Minas Gerais, Bolsonaro sinalizou que queria um tempo maior para debater, sem pressão, o Renda Brasil. No discurso, o presidente disse que a proposta está suspensa.

Esse integrante lembra que todos os cálculos precisam levar em conta os limites do teto de gastos.

Barragem Armando Ribeiro

 


O Relatório do Volume dos Principais Reservatórios Estaduais, divulgado pelo Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), indica que a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do estado, acumula atualmente 1.486.581.703 m³ de água, correspondentes a 62,64% de sua capacidade total. A capacidade total da barragem é de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Febre Aftosa

 

Brasil tem seis estados já reconhecidos como livre da febre aftosa sem vacinação

 

Os estados e regiões que foram reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como livre da febre aftosa sem vacinação, são Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia. Foram reconhecidas também regiões do Amazonas (Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini e parte do município de Tapauá) e do Mato Grosso, composta pelo município de Rondolândia e partes de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína.

Os estados e regiões atenderam requisitos como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença. O documento que reconhece essa condição já foi publicado no Diário Oficial da União, através da Instrução Normativa nº 52.

Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

Com o reconhecimento nacional, a ministra Tereza Cristina ressalta que os estados terão a oportunidade de ampliar a participação no mercado internacional. “Mais de 40 milhões de cabeças estarão prontas para exportação para mercados mais exigentes. O Brasil já é livre de aftosa com vacinação, mas esse bloco será livre sem vacinação. E isso deve melhorar o valor dos produtos desses locais para exportar para mercados como Japão, Coreia do Sul, que são mais exigentes e que não aceitam a carne bovina vacinada”, disse.

O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).

“O reconhecimento nacional pelo Mapa é um dos passos para alcançar o reconhecimento internacional junto à OIE [Organização Mundial de Saúde Animal]. A expectativa é de termos esse reconhecimento pela organização em maio de 2021 para esses estados”, destaca o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes. De acordo com o diretor, o Mapa já encaminhou o pleito brasileiro à OIE para o reconhecimento internacional. Esses estados passarão por uma rigorosa avaliação por profissionais indicados pela organização.

Atualmente, no Brasil, apenas Santa Catarina possui a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Com isso, o ingresso de animais e produtos de risco para febre aftosa desses seis estados em Santa Catarina deve obedecer às diretrizes definidas para origem em zona livre de febre aftosa com vacinação, até o reconhecimento pela OIE como zonas livres de febre aftosa sem vacinação

Reajuste do leite

 

Governo do RN anuncia reajuste de 11,1% no leite pago aos produtores


 O anúncio do reajuste do valor pago pelo litro de leite bovino e caprino adquirido para o
Programa do Leite Potiguar (PLP), gerido pelo Governo do RN, através da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), foi muito bem recebido pelos produtores presentes à solenidade realizada no Auditório da Governadoria, nesta quinta-feira (27). A governadora Fátima Bezerra destacou o esforço realizado entre os orgãos estaduais visando o reordenamento do processo de compra e distribuição do leite, que culminou com o reajuste do produto após quatro anos, beneficiando produtores e laticínios.

“É extraordinária a importância dessa reunião de hoje, em que estamos anunciando uma retificação mais do que justa para vocês. Sempre tive muita clareza da importância desse programa, que fortalece a cadeia produtiva do leite”, disse. Após o reajuste de 11,1%, que começa a ser pago na segunda quinzena de setembro, o litro de leite bovino passa a custar ao Estado R$ 2,40, dos quais R$ 1,50 são repassados ao produtor e R$ 0,90 ao processamento do laticínio. O valor atual é R$ 2,16 (R$ 1,38 ao produtor e R$ 0,78 ao laticínio). O litro do leite caprino também sofre reajuste e passará a ser adquirido por R$ 3,00 (valor atual é R$ 2,70).

Agroresidência

 

Mapa recebe 443 propostas em edital do AgroResidência e divulga lista preliminar de projetos habilitados

Proponentes têm até segunda-feira (31) para apresentar recursos

O primeiro edital de chamamento público do AgroResidência – Programa de Residência Profissional Agrícola, aberto para recebimento de propostas entre o dia 29 de junho e 17 de agosto, recebeu 443 propostas de projetos de 90 Instituições de Ensino Público interessadas em desenvolver atividades voltadas para a qualificação técnica de estudantes e recém-egressos dos cursos de ciências agrárias e afins. 

Entre os estados com maior número de projetos inscritos estão Minas Gerais (75), Pará (47) e Rio Grande do Norte (31). O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), órgão responsável por coordenar a política pública, por meio da Secretária de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), recebeu propostas de 25 estados e do Distrito Federal. 

“Estamos muito satisfeitos com o número expressivo de projetos inscritos por instituições de ensino de todas as regiões do país. Isso mostra como a proposta do AgroResidência atende a uma demanda importante. Por meio do programa, vamos conseguir dar essa primeira oportunidade, inserir jovens das ciências agrárias e áreas correlatas no ambiente de trabalho, capacitando-os para que possam tornar cada dia mais forte a agropecuária brasileira”, destaca o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke. 

Habilitados

Nesta quinta-feira (27), o Mapa divulgou a lista preliminar dos projetos aptos a participarem da próxima etapa do edital de seleção. Ao todo, foram habilitadas 421 propostas. Os responsáveis pelos projetos considerados inabilitados têm até segunda-feira (31) para interpor recursos junto ao Departamento de Desenvolvimento Comunitário da SAF. Os recursos deverão ser enviados para o e-mail programa.residencia@agricultura.gov.br

>> Clique aqui para ter acesso ao resultado preliminar da habilitação de propostas

Após a avaliação dos recursos, o Mapa divulgará, no dia 1º de setembro, a lista definitiva de projetos habilitados. Em seguida, entre 1º e 20 de setembro, acontecerá a etapa classificatória de julgamento e seleção das propostas. A lista preliminar com as propostas aprovadas será anunciada no dia 21 de setembro e o período para apresentação de recursos ocorrerá entre 22 de setembro e 1º de outubro. 

O resultado final do primeiro edital do AgroResidência está previsto para ser anunciado no dia 2 de outubro de 2020, em publicação no portal do Ministério da Agricultura. 

Recursos

Para financiar os projetos aprovados no edital durante o período de dois anos, o governo federal destinou R$ 17,1 milhões para o programa de residência profissional. Os recursos poderão ser usados no custeio de bolsa para residentes de cursos técnicos de nível médio, no valor de R$ 900; e de nível superior, no valor R$ 1.200; que serão pagos mensalmente, não podendo exceder 12 parcelas. A carga horária de trabalho dos residentes será de 40 horas semanais. 

Outra possibilidade é o custeio de bolsa para professor orientador, que corresponderá ao valor de R$ 200 por orientado. Cada professor deverá orientar entre cinco (mínimo) e dez (máximo) residentes, sendo assim, a bolsa pode variar de R$ 1 mil a R$ 2 mil. 

Os recursos também poderão custear a participação dos residentes, professor orientador, técnico orientador e de colaboradores eventuais em reuniões, oficinas, seminários, congressos e afins. 

Qualificação

O AgroResidência foi instituído pela Portaria nº 193/2020 com o objetivo de apoiar a formação de profissionais com as competências necessárias para plena atuação nas áreas de ciências agrárias e áreas correlatas, por meio de treinamento prático, supervisionado e orientado. 

A política pública é voltada para jovens com idades entre 15 e 29 anos, estudantes de nível médio ou superior e também para egressos, desde que a conclusão do curso tenha ocorrido há, no máximo, 12 meses. 

Os alunos residentes farão atividades práticas dentro das funções ligadas à respectiva formação profissional, sob supervisão e acompanhamento de profissional técnico habilitado com formação na área de atuação. 

Além de qualificar profissionais, o programa busca desenvolver nos alunos o senso de responsabilidade ética, por meio do exercício de atividades profissionais, direcionando-os para uma vida cidadã e para o trabalho. 

>> Clique aqui para saber mais sobre o edital do AgroResidência

Sustentabilidade e Inovação

 SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO

Brasil tem primeira linha de produtos carne carbono neutro

Parceira do projeto, a Embrapa desenvolveu protocolo para a neutralização das emissões de metano

 

Embrapa

Foi lançada nesta quinta-feira (27) a primeira linha de produtos no país com a certificação carne carbono neutro. Desenvolvida pela Embrapa, a carne carbono neutro é um selo de certificação da produção de bovino de corte em sistemas com a plantação obrigatória de árvores como diferencial. Neste sistema, as árvores neutralizam ou absorvem o metano entérico, exalado pelos animais e um dos principais gases causadores do efeito estufa.

A criação do gado ocorre de forma integrada com as florestas, sistema silvipastoril, ou com a lavoura e floresta, o chamado agrossilvipastoril. “É quando você tem árvores plantadas no meio do pasto”, explica a pesquisadora sênior da Embrapa Gado de Corte, Fabiana Villa Alves.

Para se ter ideia do impacto positivo desses sistemas no meio ambiente, um estudo realizado na Embrapa Gado de Corte, localizada em Campo Grande (MS), aponta que cerca de 200 árvores por hectare seriam suficientes para neutralizar o metano emitido por 11 bovinos adultos por hectare ao ano, sendo que a taxa de lotação usual no Brasil é de um a 1,2 animal por hectare.

Agora, produtos carne carbono neutro vão chegar ao consumidor brasileiro, por meio da linha de cortes de carne Viva, lançada hoje e resultado de uma parceria da iniciativa privada com a Embrapa, que desenvolveu o protocolo para a neutralização das emissões de metano. A compensação é assegurada a partir da certificação e verificação por auditorias independentes. Essa é a primeira linha de produtos desse tipo. 

Para a pesquisadora Fabiana Villa Alves, o consumidor terá acesso a uma carne produzida sem agredir o meio ambiente, prezando o bem-estar animal (as árvores garantem conforto térmico e sombra para o gado), além de ter alta qualidade, sabor e maciez. “A carne carbono neutro é uma iniciativa única no mundo, é a transformação da ciência em um selo comercial”, disse, acrescentando que estão em andamento pesquisas para protocolos de couro carbono neutro e bezerro carbono neutro.

O produtor que adota a carne carbono neutro também ganha, conforme Fabiana Villa Alves, com aumento da produtividade, recuperação de pastagens degradadas, conforto térmico para o animal e adoção de um sistema sustentável economicamente viável.

Outro benefício é agregação de valor à carne brasileira, impulsionando a exportação para mercados considerados exigentes, como Europa e Estados Unidos. “É um projeto que conta com a participação de 12 centros de pesquisa da Embrapa, envolvendo uma rede de mais de 150 pesquisadores e ainda diversas instituições. O agro será o motor da retomada brasileira e vai precisar de parcerias como essa, unindo esforços dos setores público e privado”, enfatizou Celso Moretti, presidente da Embrapa.

Para o diretor de Inovação do Mapa, Cleber Soares, a carne carbono neutro sinaliza os métodos que devem ser adotados pela pecuária nos próximos anos. “A sociedade clama para que as atividades econômicas sejam descarbonizantes e sustentáveis. O futuro passa pela combinação inequívoca da sustentabilidade com a inovação”, afirmou.

Os produtos da linha Viva são provenientes de animais inseridos em um sistema de produção pecuária-floresta. “Ao incentivarmos a produção sustentável geramos valor para a empresa e para a cadeia de negócios. Além disso, o desenvolvimento da carne carbono neutro, em parceria com um dos mais respeitados centros de pesquisa e de inovação do agronegócio mundial - a Embrapa, reafirma o nosso compromisso com quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU", diz Miguel Gularte, CEO da Marfrig. A empresa investiu cerca de R$ 10 milhões no desenvolvimento dos produtos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A Mastite Invisível

 

A mastite “invisível” provoca prejuízos para rebanhos leiteiros

 

A mastite é uma inflamação na glândula mamária do animal, prejudicando a qualidade e a quantidade de leite produzido. Em geral, o produtor rural reconhece visualmente a doença em sua forma clínica ao observar inchaço e vermelhidão nas glândulas mamárias de vacas leiteiras e/ou alterações na coloração do leite. No entanto, há um tipo de mastite que não pode ser diagnosticada de forma visual: é a subclínica, em que o animal não apresenta alterações no leite nem na glândula mamária.

De acordo com o pesquisador Luiz Francisco Zafalon, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), quando diagnosticada a mastite clínica, o rebanho tem uma proporção bem maior de animais com a mastite “invisível”. O diagnóstico, segundo ele, pode ser feito com vários tipos de testes disponíveis aos produtores. Um deles, conhecido como CMT (California Mastitis Test), utiliza um reagente que, em contato com o leite de uma glândula mamária com mastite subclínica, produz uma mistura viscosa a partir do leite recém-ordenhado, devido ao aumento de células somáticas do leite.

Outro exame possível é o de condutividade elétrica, que aponta aumento de cloretos e de sódio no leite. De acordo com Zafalon, esses testes podem apresentar resultados alterados se forem feitos na fase final de lactação ou se as amostras incluírem o colostro (alimento fornecido naturalmente pelos mamíferos aos seus filhotes nos primeiros dias da amamentação).

A Embrapa Pecuária Sudeste aplica uma metodologia para a investigação de bactérias do gênero Staphylococcus (um dos patógenos mais comuns do ser humano) produtoras de biofilmes isolados no leite de vacas. Biofilmes podem ser entendidos como uma capa protetora que impede o acesso de substâncias que poderiam eliminar essas bactérias. Seria uma espécie de autoproteção.

Um exemplo: em utensílios domésticos que entram em contato com alimentos e que vão ficando desgastados com o passar do tempo, bactérias podem se alojar em ranhuras e biofilmes podem ser formados, protegendo esses micro-organismos. No caso do leite, a higienização e o manejo adequados antes, durante e após a ordenha são fundamentais para que bactérias produtoras desses biofilmes não permaneçam no interior das glândulas mamárias, causando mastites que podem se tornar crônicas no rebanho e dificultando o tratamento.

A metodologia foi utilizada durante um projeto de pesquisa relacionado com o tratamento da mastite com homeopatia. Os princípios ativos recomendados por veterinários homeopatas foram administrados na alimentação animal e a presença dos micro-organismos foi notada nos animais tratados e não tratados, que serviram como um grupo “controle”, que não recebeu tratamento.

A pesquisa não testou outras formas de administração da homeopatia, como sprays no nariz ou na vulva nas vacas. “O fato de esse tratamento homeopático não ter evitado a permanência de bactérias patogênicas no interior da glândula mamária é um indicador de que devemos ir atrás de outras formas de controlar a doença”, afirmou o pesquisador.

A mastite subclínica pode evoluir para quadros clínicos da doença, quando o ideal é fazer o diagnóstico microbiológico para conhecer os micro-organismos que estão causando a mastite, e orientar sobre os medicamentos a serem utilizados. “Mas em geral esse retorno dos laboratórios não é rápido e o produtor tem pressa”, disse Zafalon. Outro problema é que os princípios ativos antimicrobianos podem atuar bem sobre as bactérias dentro do laboratório, mas no campo nem todos vão funcionar, já que uma série de fatores pode interferir no sucesso do tratamento.

Por isso, a melhor forma de controlar a doença é evitar uma grande quantidade de casos subclínicos no rebanho, que, segundo Zafalon, são impossíveis de serem erradicados. Deve-se evitar ao máximo a transmissão dos micro-organismos durante a ordenha. Lembrando que a mastite subclínica é responsável por aproximadamente 70% das perdas relacionadas a essa doença e que a vaca infectada pode deixar de produzir até três litros de leite por dia.

PIB Agropecuário

 

PIB agropecuário em 2021 deve ter crescimento de 3,2%, diz Ipea

As estimativas indicam alta de 3,2% para as lavouras e 5% para a pecuária

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira (25) que o Produto Interno Bruto do Setor Agropecuário deve ter crescimento de 3,2% em 2021.

As lavouras devem ter alta de 3,2% e a pecuária de 5%, conforme as projeções do instituto. No caso da agricultura, os destaques são milho e soja, com crescimentos estimados de 9,1% e 10,5% respectivamente, com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a respeito da safra 2020/21. Na pecuária, a projeção é de recuperação para todos os segmentos (bovinos, frango, suínos, leite e ovos), liderados pelo aumento de 6,3% da produção de carne bovina.

“São vários anos de crescimento e de aumento de produtividade. No nosso entendimento, esse setor [agropecuário]  é muito importante para o desempenho da economia”, disse o diretor do Ipea, José Ronaldo Souza, ao participar da live de anúncio das Perspectivas para a Agropecuária 2020/2021 - Edição Grãos, promovida pela Conab.

O PIB do setor deste ano foi revisto de 2% para 1,5%. As estimativas para a lavoura subiram de 3% para 3,6% em 2020, porém a pecuária recuou 2,8%, sobretudo por causa da queda de 6,3% prevista para a produção de carne bovina.

Apesar da revisão, o diretor do Ipea ressalta que a agropecuária foi a única atividade econômica a apresentar crescimento em um cenário de incertezas devido à pandemia. A estimativa, conforme o diretor, é que o segmento de bovinos apresente recuperação da demanda no segundo semestre do ano com a retomada da economia.

Safra de grãos

De acordo com as Perspectivas para a Agropecuária 2020/2021 - Edição Grãos, o Brasil poderá colher 278,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/21, o que representa aumento de 8%, segundo cálculos estatísticos da Conab. Esse volume representa a produção de 15 grãos, sendo que milho, soja, algodão, arroz e feijão participam com 95% do total. Os cálculos foram feitos com base em inúmeros dados de campo, previsões climáticas e imagens de satélites. 

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou da live de apresentação dos dados e ressaltou que os resultados são fruto do esforço do setor produtivo e de investimentos do governo para ampliar os recursos financeiros, facilitar o acesso a novos produtos, principalmente na linha dos bioinsumos, diminuir entraves burocráticos e disponibilizar informação de qualidade para todo o setor.