Empréstimo consignado está suspenso no Banco do
Brasil após governo Fátima Bezerra não repassar desconto do contracheque.
O
Banco do Brasil interrompeu o empréstimo consignado para os funcionários do
Estado. A justificativa está na recorrente prática do governo "FÁTIMA BEZERRA" de descontar as
parcelas do contracheque dos servidores e não repassar os valores para as
instituições bancárias. A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores da
Administração Direta (Sinsp-RN).
O
Banco do Brasil só deve voltar a fazer o consignado depois que o governo
regularizar o pagamento que já foram descontados dos servidores.
Desde
2020 que o SINSP denuncia a política do governo de fazer caixa com o dinheiro
descontado dos contracheques dos servidores. O desconto e não repasse dos
empréstimos consignados aos bancos se caracteriza como crime de apropriação
indébita e o Estado pode responder por danos morais, segundo o artigo 168 do
Código Penal Brasileiro. Além disso, a governadora Fátima Bezerra pode
responder por crime de responsabilidade fiscal.
Já
os servidores correm o risco de serem negativados pelos bancos, e ter seus
nomes inseridos no SPC.
Com informações do portal Grande Ponto.
Nova tecnologia ajuda a identificar o sexo dos peixes pirarucu e tambaqui
O
lançamento da solução tecnológica “Serviços de sexagem molecular para
identificação sexual de peixes nativos da Amazônia”, que inclui os
testes de sexagem genética para pirarucu e tambaqui, será durante o IV
International Fish Congress & Fish Expo Brasil, evento
internacional que acontecerá em Foz do Iguaçu (PR), de hoje até 2 de
setembro, reunindo diversos segmentos da cadeia produtiva da
aquicultura.
Os produtores de alevinos de pirarucu ( Arapaima gigas ) e tambaqui (
Colossoma macropomun) poderão contar com um serviço de teste genético
para uma identificação do sexo desses peixes, permitindo um manejo
eficaz tanto na formação de plantel de reprodutores, como na formação
precoce de famílias para programas de melhoramento genético. A
identificação do sexo no tambaqui só é possível pela visual do peixe
adulto. No caso específico do pirarucu, os métodos disponíveis são
invasivos, limitados ao período reprodutivo, e de alto custo. Por isso,
essa nova tecnologia deve auxiliar as cadeias produtivas das duas
espécies, ambas com enorme potencial de mercado na piscicultura
nacional.
A nova solução tecnológica consiste em testes de sexo molecular para
identificação individual do sexo dos peixes pirarucu e tambaqui. O teste
de sexagem genética de pirarucu será realizado na Embrapa Amazônia
Ocidental , em Manaus (AM) e o teste de sexagem genética de tambaqui
será realizado na Embrapa Pesca e Aquicultura , em Palmas (TO).
A sexagem molecular tem como oferecer acurácia no resultado e a
possibilidade de ser realizada em peixes jovens, além de não ser
invasiva. A tecnologia, também conhecida por genotipagem do sexo,
permite a disponibilização no mercado de formas jovens já com o sexo
identificado, o que agrega valor ao produto.
A pesquisadora Fernanda Lou de Almeida O’Sullivan , que trabalhou na
coordenação do projeto e na experimentação fundamental dos testes,
considerada como parcerias com universidades e institutos de pesquisas
internacionais foram o desenvolvimento da tecnologia, principalmente
porque as universidades estão Bem mais avançado nos países em que a
aquicultura já é uma commodity , como Noruega, Escócia, China e Canadá.
A tecnologia de sexagem precoce dos peixes é baseada em marcadores
moleculares do DNA associados ao sexo, utilizando uma técnica de reação
em cadeia da polimerase precoce (PCR, na sigla em inglês). O’Sullivan
explica que essa identificação é fundamental para reprodução do pirarucu
em cativeiro, pois é necessária a formação de casais que devem ficar
isolados em tanques para seem. “A oferta de um teste simplificado e
eficiente vem finalmente montar de parceiros produtores de alevinos a
identificar corretamente, os erros e erros de identificação por produção
equivocada e equivocada de machos e fêmeas”.
Quem cria peixes como o pirarucu e o tambaqui enfrenta uma
dificuldade de identificar machos e fêmeas para formação de casais e
seleção de reprodutores para formação de plantel. “Isso porque não
existem diferenças visíveis entre os sexos nestas duas espécies de
peixe”, explica O’Sullivan, acrescentando que um dos ganhos da nova
tecnologia é permitir e a precisagilizar essa etapa, permitindo que a
identificação do sexo dos peixes seja feita precocemente. Assim, os
criadores de alevinos poderão formar lotes de fêmeas de machos e fêmeas,
de acordo com os objetivos de sua produção.
Para o tambaqui, a espera para identificação visual machos e fêmeas é
em torno de três anos adultos e esse longo período para formar ou
renovar até uma planta sustentável e tardia no melhoramento genético;
principalmente, quando existe um número maior de um sexo em relação ao
outro. Também em programas de melhoramento genético a sexagem precoce é
importante, pois permite a criação do número correto e fixo de machos e
fêmeas para gerar as famílias sucessivas do programa.
Para adquirir o serviço de sexagem molecular para identificação
individual do sexo dos peixes, é necessário entrar em contato com as
seguintes Unidades da Embrapa: a Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus
(AM), para o serviço de sexagem de pirarucu, pelo telefone ( 92)
3303-7800; com a Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO), para o
serviço de sexagem de tambaqui, pelo telefone (63) 3229-7800.
Algodão: cerca de 34,63% da produção já foi beneficiada em Mato Grosso
Estado já colheu 97,33% da área total estimada para a temporada 2021/22, segundo o Imea
A
colheita do algodão da safra 2021/22 em Mato Grosso atingiu 97,33% da
área total estimada para a temporada, avanço semanal de apenas 7,77
pontos percentuais. Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de
Economia Agropecuária (Imea), cerca de 34,63% da produção estimada para o
ciclo já foi beneficiada no estado.
Das seis regiões produtoras de algodão em Mato Grosso, segundo o
Imea, apenas a Nordeste encerrou os trabalhos. O Instituto salienta que
na medida em que a colheita se aproxima do fim, o ritmo dos trabalhos a
campo tende a desacelera.
O Médio-norte mato-grossense já colheu 98,63% da área, seguido do
Oeste com 97,53%. Já o Sudeste e o Noroeste estão com 96,41% e 96,39% do
algodão colhido.
A região Centro-sul encontrava-se com 93,82% das suas lavouras colhidas.
Trabalhos acima da média
De acordo com o levantamento do Imea, os trabalhos de colheita da
safra 2021/22 de algodão em Mato Grosso estão acima da média dos últimos
cincos de 82,58% para a época.
Os dados constam no acompanhamento de colheita do algodão divulgado
no dia 26 de agosto. Segundo o levantamento, ao se comparar com igual
período no ciclo 2020/21 verifica-se um avanço de 19,62 pontos
percentuais. Nesta época em 2021 os trabalhos nas lavouras haviam
atingido 77,71% da área destinadas para a cultura.
Perspectivas Safra 2022/23
Conab prevê produção de 308 milhões de toneladas na safra 2022/23 impulsionada pela boa rentabilidade de milho, soja e algodão
O dado faz parte das Perspectivas para a Agropecuária Safra 2022/23, divulgada nesta quarta-feira (24)
Carlos Silva/Mapa
As primeiras projeções para a produção
total de grãos para a safra 2022/23 apontam para uma colheita de 308
milhões de toneladas. O resultado é impulsionado, principalmente, pelo
bom desempenho dos mercados de milho, soja, arroz, feijão e
algodão. “Apesar do aumento nos custos de produção, as culturas ainda
apresentam boa liquidez e rentabilidade para o produtor brasileiro”,
esclarece o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),
Guilherme Ribeiro. Estes fatores influenciam na tendência de alta na
área destinada à soja, milho e algodão, como mostra a Perspectivas para a
Agropecuária Safra 2022/23, divulgada nesta quarta-feira (24) pela Conab.
De acordo com os números, que
apresentam as principais variáveis de mercado e as tendências para as
culturas, a produção total destes cinco principais produtos cultivados
no país, e que correspondem a mais de 90% da produção brasileira de
grãos, está estimada em 294,3 milhões de toneladas.
Na divulgação da publicação, o ministro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes,
reforçou o protagonismo do país na produção mundial de alimentos. "Se o
Brasil parar de produzir, o mundo passa fome. O mundo não vai passar
fome, pois o Brasil está produzindo e vai produzir, como mostram os números".
Para a soja, a perspectiva da Conab
aponta um cenário recorde na produção, sendo projetada em 150,36 milhões
de toneladas para a próxima temporada. Os preços do grão devem
continuar atrativos, uma vez que a oferta e a demanda mundial da
oleaginosa seguem ajustadas, refletindo em tendência de crescimento de
3,54% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares.
A produtividade do ciclo 2022/23 deve
apresentar recuperação em relação a atual safra após os problemas
climáticos registrados nos estados do Sul do país e em parte do Mato
Grosso do Sul. Com a melhora esperada na produtividade, a Conab estima
que a maior disponibilidade do grão deve propiciar exportações na ordem
de 92 milhões de toneladas, aumento de 22,2% em relação à safra 2021/22,
um recorde para a cultura. Mesmo com a estimativa de aumento dos
embarques, os estoques para a temporada 2022/23 também devem crescer em
torno de 3,9 milhões de toneladas em relação ao que é previsto para o
ciclo atual, sendo projetados em 9,89 milhões de toneladas.
No caso do algodão, a análise também
aponta para um cenário de aumento de área, produtividade e consequente
acréscimo na produção. As primeiras previsões para a safra 2022/23
indicam uma colheita de 2,92 milhões de toneladas da pluma. Os fatores
que impulsionam o avanço da cultura são o elevado patamar dos preços do
produto, boa rentabilidade, a comercialização antecipada, entre outros.
No entanto, as incertezas do cenário econômico mundial podem restringir
esse crescimento. Diante desta produção, é esperada uma retomada no
volume exportado para um patamar próximo a 2 milhões de toneladas do
produto final, além de um estoque de passagem de aproximadamente 1,75
milhão de toneladas de pluma no fim de 2023.
Já no caso do arroz, a área cultivada
deve apresentar uma nova redução na safra 2022/23. Com o elevado custo
de produção, os agricultores tendem a optar por culturas que apresentam
melhores estimativas de rentabilidade e liquidez, como milho e soja.
Ainda assim, a produção na safra 2022/23 deve ficar em torno de 11,2
milhões de toneladas, dada a possibilidade de recuperação na
produtividade em relação à 2021/22, que sofreu com a disponibilidade de
recursos hídricos para o seu bom desenvolvimento. Cenário semelhante é
esperado para o feijão.
A atual melhor rentabilidade de grãos
concorrentes deverá refletir em amena retração de área da leguminosa.
Com isso, a produção tende a seguir bem ajustada com a demanda, mantendo
a colheita total em cerca de 3 milhões de toneladas. Para ambos os
produtos, o cenário previsto é de normalidade em relação ao
abastecimento interno.
Para o milho é esperada uma produção
total de 125,5 milhões de toneladas. Na primeira safra, há projeção de
uma leve queda de área, com variação negativa de 0,6%, uma vez que o
cereal concorre com a soja. No entanto, com uma possível recuperação na
produtividade, após a escassez hídrica em importantes regiões produtoras
na temporada 2021/22, a produção pode chegar a 28,98 milhões de
toneladas. Já na segunda safra do grão, é projetado um aumento tanto da
área como da produtividade, o que pode resultar em uma colheita de 94,53
milhões de toneladas, aumento de 8,2% em relação à safra 2021/22.
“O cenário de mercado não apresenta uma
tendência de queda expressiva para as cotações de milho, uma vez que o
panorama aponta para a demanda e a oferta ainda ajustadas no ano que
vem. Com isso, as margens para os produtores continuam positivas, mesmo
com os altos custos de produção. Além disso, é preciso lembrar que nas
duas últimas safras, o clima foi uma variável de grande influência para o
desenvolvimento da cultura”, explica o diretor de Informações
Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Mercado de Carnes
Para o próximo ano safra, os produtores
de carnes, principalmente de aves e suínos, se deparam com o desafio de
gerenciar os custos de produção, diante de preços de milho em patamares
mais altos. Neste cenário de custos elevados, a tendência é de uma
menor margem de rentabilidade para o setor.
No caso da suinocultura, outro fator a
ser considerado é a recuperação dos rebanhos chineses, atingidos
fortemente pela Peste Suína Africana (PSA) a partir de 2018, que vem
impactando nas cotações internas de suíno vivo, além de influenciar na
redução das exportações para a China.
“No entanto, com a abertura de novos
mercados, a exemplo de outros países do Sudeste Asiático e do Canadá,
essa queda tende a ser amenizada”, reforça o superintendente de Estudos
de Mercado e Gestão da Oferta da Companhia, Allan Silveira. Ainda
segundo a análise da Conab, a tendência para 2023 é de um aumento na
ordem de 6,7% nos abates que, por sua vez, não deve se converter
totalmente em aumento na produção da proteína em virtude do menor peso
médio esperado em função dos elevados custos na alimentação dos
plantéis.
Os abates de aves projetados para 2023
também tendem a apresentar crescimento de 3,2% em relação a este ano,
sendo estimados em 6,29 bilhões de frangos, enquanto as exportações
devem apresentar uma ligeira queda de 1,7%, podendo chegar a 4,5 milhões
de toneladas. Essa combinação de fatores resulta em um provável aumento
da oferta interna na ordem de 4,2%, elevando a disponibilidade per
capita acima dos 51 kg/hab/ano.
Para os produtores de carne bovina,
apesar do bom momento vivido em relação à demanda externa, a pecuária de
corte sofre com o aumento de custos, principalmente em virtude do
aumento dos preços dos bezerros nos últimos anos. Em função dessa alta,
foi traçada nos últimos anos uma estratégia de retenção de fêmeas por
parte dos criadores, o que explica o aumento do rebanho projetado para
2022 e 2023 e deve se refletir em uma projeção de alta nos abates no
próximo ano em torno de 2,7% quando comparado com 2022, sendo estimado
em 30,1 milhões de cabeças.
“Apesar de haver previsão de queda do
preço médio do bezerro, tal movimento não é suficiente para motivar uma
queda geral nos custos, uma vez que a suplementação animal também tem
sofrido com recentes altas”, pondera o gerente de Produtos Pecuários da
Conab, Gabriel Correa.
Esse incremento nos abates também
indica um aumento na produção de carne bovina na ordem de 2,9%, em
virtude da possibilidade de que em 2023 haja o início do processo de
descarte de vacas, característico do atual momento do ciclo pecuário, o
que também possibilita um acréscimo na ordem de 5% nas vendas ao mercado
externo e ligeira elevação na disponibilidade per capita em 2023, se
aproximando dos 26 kg/habitante/ano.
EM AGOSTO
Preço do leite registrou a sétima alta consecutiva
O valor médio do leite acumula avanço real de 60,7% desde janeiro/22 (os dados foram deflacionados pelo IPCA de julho/22)
Por: CEPEA
Assim como esperado pelos agentes do
setor, o preço do leite no campo registrou a sétima alta consecutiva em
agosto e, com isso, atingiu novo recorde da série histórica do Cepea
(Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP,
iniciada em 2004. Segundo a pesquisa do Cepea, o leite captado em
julho/22 e pago aos produtores em agosto/22 se valorizou 11,8%, chegando
a R$ 3,5707/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea. Com isso, o valor
médio do leite acumula avanço real de 60,7% desde janeiro/22 (os dados
foram deflacionados pelo IPCA de julho/22). Ressalta-se, no entanto, que
pesquisas do Cepea ainda em andamento indicam que o movimento de alta
deve ser interrompido, com possibilidade de forte queda no preço do
leite a ser pago ao produtor em setembro, referente à matéria-prima
captada em agosto.
O encarecimento do leite no campo ao longo
dos últimos meses se deve à baixa disponibilidade. O avanço da
entressafra intensificou a restrição de oferta de leite, mas, neste ano,
o setor enfrenta um enxugamento mais drástico da produção, devido à
combinação de seca e mudanças estruturais no campo, desencadeadas, por
sua vez, pelo aumento nos custos de produção nos últimos anos e pelos
menores níveis de investimentos na atividade.
Nesse cenário, a produção no campo entre
junho e julho ficou abaixo da expectativa do setor, mantendo acirrada a
disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores de leite cru.
Com a captação abaixo do esperado, houve diminuição importante nos
estoques de lácteos e, consequentemente, encarecimento expressivo dos
derivados ao consumidor entre junho e julho.
Porém, os preços atingiram patamares tão
elevados nas gôndolas que, desde a segunda quinzena de julho, observa-se
enfraquecimento da demanda. Com estoques aumentando no varejo, a
pesquisa do Cepea que monitora as negociações diárias entre indústria e
atacado paulista mostrou diminuição nos preços dos lácteos ao longo de
agosto. Na média mensal, o leite UHT e a muçarela se desvalorizaram
quase 15% e 10% de julho para agosto, respectivamente. Essas quedas no
mercado de derivados devem ser transmitidas ao campo, resultando,
portanto, em diminuição no preço do leite captado em agosto e a ser pago
ao produtor em setembro. Outro fator que deve interromper o movimento
altista ao produtor em setembro é o forte aumento das importações, que
cresceram 27% em julho.
Além disso, a oferta no campo também deve
voltar a aumentar nos próximos meses. O incremento considerável nos
preços do leite e a queda nas cotações da ração começaram a estimular
uma recuperação gradual da produção no campo – sobretudo no Sul do País.
Ao mesmo tempo, espera-se que o retorno das chuvas da primavera
favoreça a disponibilidade das pastagens e, com isso, eleve a oferta de
leite. Assim, forma-se um novo cenário no mercado, no qual a demanda
enfraquecida e o aumento das importações elevam os estoques de
derivados, ao mesmo tempo em que a produção no campo dá sinais de
recuperação.
Os dados são do Cepea.
terça-feira, 30 de agosto de 2022
Mais produtividade para o feijão de corda com uso de micronutrientes
Os
técnicos recomendam o uso do molibdênio que é um micronutriente para
plantas. Ele é usado para compensar uma deficiência de elementos que são
importantes para o desenvolvimento e que a falta desses nutrientes pode
ser tão prejudicial à planta quanto à falta de macronutriente, como
nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre. O molibdênio
pode ser fornecido aos feijoeiros junto com a adubação de plantio, pelo
tratamento das sementes com adubo molíbdico, pela pulverização da
folhagem com solução do adubo e pelo uso de sementes ricas em
molibdênio.
Para orientar os produtores a um manejo correto e produtivo dos
plantios de feijão coupi ou de corda, como é mais conhecido no nordeste,
ténicos da Embrapa Cocais, Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), estão
desenvolvendo um projeto de visitas aos municípios produtores. Agora é a
vez do município de Nina Rodrigues receber informações sobre o uso do
molibdênio no cultivo de feijão-caupi. O objetivo é apresentar a
prática de enriquecimento de sementes com Molibdênio e os ganhos de
produtividade obtidos pelo uso dessa prática. O projeto é conduzido em
parceria pela Além do município de Nina Rodrigues, o projeto também está
sendo conduzido nos municípios de Itapecuru-Mirim/MA e São Luís/MA.
Tudo que você precisa saber para escolher o milho híbrido correto
Milho híbrido: o que é, quais diferenças e tipos, como é produzida a semente, quais vantagens e desvantagens de sua utilização.
O milho é uma cultura com muita demanda mundial. Para ser possível atender a essa demanda, as plantas de milho precisam produzir muito mais grãos.
Pensando nisso, pesquisas foram desenvolvidas para buscar novas
formas de aumentar a produtividade do milho. Foram dessas pesquisas que
surgiram os milhos híbridos.
Neste artigo, veja qual é a diferença entre um híbrido e uma variedade de milho comum, os melhores híbridos para plantio e muito mais. Boa leitura!
O que é milho híbrido?
O milho híbrido é a primeira geração que se obtém após o cruzamento de linhagens puras
de milho. Essas sementes apresentam alto vigor e elevada produtividade.
As sementes derivadas desse processo possuem alto vigor híbrido e
produtividade muito elevada.
As sementes de milho puras são a base da produção de híbridos.
Elas são obtidas pela autofecundação em diversos ciclos, e selecionam
características desejáveis até a obtenção da linhagem pura.
Esta é a diferença entre milho híbrido e outros tipos ou cultivares de milho. As sementes das variedades são produzidas pela polinização aberta e mantém suas características nos filhos. No entanto, são plantas mais heterogêneas e menos produtivas que os híbridos.
Quais tipos de semente de milho híbrido?
Os híbridos de milho podem ser simples, duplos e triplos.
Cada um possui diferenças quanto ao modo de obtenção e nível
tecnológico a ser utilizado pelo produtor. Entretanto, todos possuem
uma característica igual: só podem ser produzidos com sementes compradas.
Isto quer dizer que você não pode salvar as sementes produzidas destes híbridos, pois apresentam grande variabilidade genética.
Híbrido simples
O cruzamento de duas linhagens puras resulta em sementes de híbridos simples, com alta pureza genética.
Por exemplo: a linhagem A será a planta mãe e a linhagem B a
planta pai. Desse modo, retira-se o pendão da linhagem A ou utiliza uma
linhagem mãe que não produz a parte masculina na flor (macho
esterilidade).
A linhagem B servirá apenas para produzir grãos de
pólen para fecundar a planta mãe. Após a polinização, as plantas
utilizadas como pai são eliminadas.
Estas linhagens puras produzem poucas sementes. Isso gera alto custo para sua aquisição e exige alto nível tecnológico para sua produção.
Entretanto, seu potencial produtivo é mais elevado
dentre os híbridos. Os híbridos simples apresentam boa uniformidade de
plantas e espigas, demandando maior nível tecnológico.
Híbrido duplo
Quando ocorre o cruzamento entre dois híbridos simples,
as sementes produzidas serão denominadas de híbridos duplos. Portanto, o
híbrido duplo é originado a partir de quatro linhagens puras.
O cruzamento da linhagem pura A com linhagem pura B irá gerar o híbrido simples AB. Do cruzamento da linhagem pura C com a linhagem pura D será formado o híbrido simples CD. Por fim, do cruzamento destes dois híbridos simples irá resultar o híbrido duplo.
Devido sua obtenção ser de dois híbridos simples, sua produtividade não é tão elevada
quanto a dos seus progenitores. Em contrapartida, o valor das sementes e
o nível tecnológico necessário para semear este híbrido é menor.
Híbridos duplo
O híbrido intermediário no quesito nível tecnológico e preço de sementes é o triplo. Ele é obtido pelo cruzamento entre uma linhagem pura e um híbrido simples. Ou seja, para esse tipo de híbrido é preciso ter três linhagens puras.
Ao utilizar um híbrido para obtenção de sementes, a pureza genética é
menor, se comparado com a utilização de apenas linhagens. Por este
fato, o híbrido triplo apresenta o potencial produtivo menor que o simples, porém maior que o duplo.
Além disso, para que o híbrido triplo apresente a produtividade esperada, é necessário que o nível tecnológico seja médio a alto.
Saber destas informações é importante para você definir corretamente qual híbrido utilizar nas suas áreas de produção e qual será o nível tecnológico que irá empregar.
Nível tecnológico é a quantidade de investimento que
a lavoura irá receber. Ou seja, quantidade de adubo que será utilizado
na semeadura e em cobertura, uso de micronutrientes, aplicação preventiva para controle de pragas e doenças do milho, etc.
O nível tecnológico também envolve a saúde do solo, como uso de
plantas de cobertura, adubação verde e desimpedimento físico do solo. A
tecnologia também está relacionada ao manejo direto e indireto das plantas de milho.
Milho híbrido para silagem
Não é todo milho híbrido ideal para produção de silagem.
Um híbrido bom para esta finalidade deve ter bom volume de massa verde e
também de grãos. São estes que fornecem energia na alimentação animal.
Entretanto, não são todos os milhos que produzem grande quantidade de
grãos bons para silagem. Para silagem, é preciso que o milho tenha alta
digestibilidade, tanto dos grãos quanto das fibras.
Em relação à digestibilidade dos grãos, milhos híbridos com grão tipo dentado
são os ideais para produção de silagem. Esses grãos apresentam o amido
mais farináceo, ou seja, mais solto dentro dos grãos, o que facilita a
digestibilidade.
A digestibilidade da fibra também é um fator determinante na escolha
do híbrido para silagem. O alto teor de fibra prejudica a ingestão
pelos animais. O ideal é avaliar a Fibra em Detergente Neutro. Este é o melhor indicativo em relação à fibra, definido na análise bromatológica.
FDN entre 38% a 45% da matéria seca indica uma boa silagem. Além disso, o híbrido deve apresentar tolerância a pragas e doenças, principalmente a da região de utilização.
É importante escolher um híbrido que apresenta estas características
para sua região. Afinal, milho destinado à silagem para região do Mato
Grosso pode ser diferente do destinado para o Paraná, por exemplo.
Dentre as escolhas, empresas como DuPont Pioneer tem a Linha Nutri,que recomenda milhos híbridos para silagem em diferentes regiões. As Sementes Agroceres também possuem uma linha de milhos indicados para silagem, as sementes NK da syngenta.
Antes de comprar, pesquise na sua região os melhores preços que também te entreguem as qualidades necessárias.
Quais as vantagens e desvantagens dos híbridos de milho?
A principal vantagem do milho híbrido é a maior produtividade que
possuem em relação às variedades de milho. Os híbridos também apresentam
também alto vigor das sementes e maior uniformidade de plantas e espigas.
Isso gera maior eficiência na colheita do milho quando feita em condições adequadas. Para que os híbridos expressem seu potencial,
eles devem ser alocados em áreas que forneçam o que eles necessitem.
Isso tanto em questões climáticas quanto na parte de manejo.
Em alguns casos, um milho variedade se comportaria melhor que os
híbridos. Afinal, as variedades são mais rústicas e toleram mais
condições adversas. Veja alguns exemplos em que a variedade é melhor que
o híbrido:
região com histórico de baixa precipitação em momentos importantes para cultura do milho;
clima inadequado.
Outro ponto a ser considerado é o nível tecnológico.
Em propriedades onde não há grandes investimentos, a variedade será a
melhor opção, pois exigem menos e suas sementes são mais baratas.
Para pequenos produtores que salvam sementes, o milho variedade também é melhor, justamente por ser o único que pode ser guardado para a próxima safra de milho.
Para produtores com alto nível tecnológico na
fazenda e que possuem um ambiente com qualidade de solo e clima ideal, o
milho híbrido é mais indicado. Afinal, sua produtividade elevada
compensa seu custo mais alto.
Entre milho híbrido simples, duplo e triplo, também
há vantagens e desvantagens. Por exemplo, o milho híbrido simples possui
produtividade elevada, mas custo alto. O híbrido duplo, por sua vez,
possui custo mais baixo e produtividade também mais baixa.
Para simplificar, veja na tabela abaixo a comparação de alguns aspectos entre estes três híbridos:
Milho híbrido para o plantio: qual escolher?
Milhos híbridos, simples, duplo ou triplo, podem ser utilizados para
todo tipo de finalidade, desde alimentação humana até animal.
Outro ponto relevante a ser mencionado é o ciclo dos milhos
híbridos, que interfere na escolha de época de semeadura. Isso por
causa do clima ou momento de semeadura. Assim, o ciclo pode ser definido
em normal, precoce e superprecoce.
No milho de ciclo normal, a emergência à maturação fisiológica é inferior a 110 dias. No grupo do milho precoce,
o ciclo é maior ou igual a 110 dias e menor ou igual a 145 dias. No
grupo do milho superprecoce, por sua vez, o ciclo é acima de 145 dias.
Mas fique de olho, pois pode ocorrer alteração do ciclo conforme as condições climáticas, a data de semeadura e local de plantio.
Conclusão
O milho híbrido é considerado um dos melhores materiais para plantio.
Há diferenças entre os híbridos mais comercializados no Brasil e no
mundo, e para obter o esperado é preciso atenção às exigências de cada um.
Além disso, agora você sabe mais sobre as vantagens e desvantagens de sua utilização. Essas informações serão muito úteis no momento do planejamento de safra.
A escolha entre milho híbrido ou milho variedade dependerá
principalmente do investimento feito. Por isso, não deixe de se planejar
bem.
Está pensando em utilizar o milho híbrido na sua fazenda?
Conseguiu decidir se vai utilizar o simples, duplo ou triplo? Adoraria
ler seu comentário!
Produtores brasileiros comemoram o crescimento das exportações de genética bovina
O
crescimento foi de 17% no primeiro semestre deste ano, segundo dados
levantados pela ASBIA – Associação Brasileira de Inseminação
Artificial. A publicação, que conta com dados municipalizados, foi
elaborada a partir de mais de 70 mil informações individuais e atualiza o
cenário da inseminação artificial de bovinos no país. O principal
destaque da nova edição do relatório é esse crescimento das exportações
de genética. Foram 470.905 doses exportadas, representando um
crescimento de 17% em relação ao mesmo período no ano passado.
“A gente vem num crescimento exponencial das exportações de genética
brasileira, o que reforça que todo esse trabalho de melhoramento e
investimento em tecnologia e genotipagens vem abrindo novos mercados
para o Brasil. A gente vem num crescimento, esse ano, de mais de 30% em
relação ao ano passado em volume do produto de corte. Cada vez mais os
nossos vizinhos vêm lançando mão da tecnologia de IA e buscando no
criador brasileiro uma resposta para esse melhoramento”, pontua Bruno
Grubisich.
O Index também aponta crescimento nas coletas. Foram 12.388.198 doses
coletadas nos primeiros seis meses de 2022 – um avanço de 15% em
comparação com 2021. Em contraponto, o documento registra uma pequena
retração no comércio de doses de aptidão de corte e leite. Segundo
Carlos Vivacqua, os números são reflexo de um movimento natural do
setor, que já era esperado.
“Em função de toda essa insegurança que nós tivemos em alguns
mercados nacionais durante o primeiro semestre, a gente passa a ter um
pequeno declínio do volume de doses de corte comercializadas. Algo ao
redor de 5 a 7% de redução. Mas o setor, especificamente, não acredita
que a tecnologia, uma vez implantada, vai ter retrocesso. Acreditamos
realmente que o segundo semestre será muito pujante pro setor, e que não
haverá redução em relação ao total de vendas do ano passado”, diz.
Aos olhos de Nelson Ziehlsforff, Presidente da Associação, a IA
nacional ostenta um amplo potencial de desenvolvimento. “O mercado de
inseminação artificial no Brasil, hoje, tem uma perspectiva sem limites.
Temos um mar azul a ser explorado. O que nos dá muita segurança, e
especialmente ao pecuarista, é que temos essa responsabilidade muito
grande da sustentabilidade, do bem-estar, e seguimos buscando cada vez
mais a tecnologia para todos esses pilares estejam à disposição do nosso
produtor”, conclui.
Imóvel rural
Nova funcionalidade do Sigef permite desmembramento automatizado de parcelas
Parcelas certificadas de imóveis rurais serão desmembradas ´com análise automatizada
O desmembramento de parcelas de imóveis rurais certificados já pode ser realizado de forma automática no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) do Incra, com a implantação de nova funcionalidade.
A solução desburocratiza e agiliza os
requerimentos de desmembramento de áreas já certificadas no sistema,
como nos casos de divisão por compra e venda ou partilha entre
herdeiros. A medida permite que as parcelas desmembradas sejam
regularizadas de forma mais rápida, com o registro das alterações em
cartório, assegurando por exemplo o acesso a financiamento para
investimento em atividades produtivas.
A iniciativa atende demanda de
profissionais credenciados, proprietários de imóveis rurais, oficiais de
registro (cartórios) e órgãos governamentais que atuam com informações
do acervo fundiário nacional.
Funcionamento
Agora o pedido de desmembramento é
analisado automaticamente. Na prática, o profissional credenciado (que
realiza georreferenciamento de imóveis rurais) alimenta o Sigef com os
dados da área certificada que se pretende desmembrar. Com as
informações, o próprio sistema faz a conferência, gera as novas parcelas
e finaliza o processo de forma imediata.
Antes da implementação da nova
funcionalidade, as ações de desmembramento eram operacionalizadas via
requerimento de cancelamento no sistema e toda a operação dependia da
análise dos membros dos Comitês Regionais de Certificação das
Superintendências do Incra. Isso gerava uma fila processual, cujo prazo
de atendimento algumas vezes era longo.
Entre 2013 e 2021, aproximadamente 180
mil pedidos de cancelamento no Sigef tratavam de desmembramento de áreas
certificadas. Em 2022 já foram registrados mais de 18 mil. Com a
inovação, os requerimentos serão analisados de forma automatizada.
Outra
questão resolvida foi a atualização do perímetro das parcelas vizinhas
ao desmembramento. Antes a parcela vizinha à área desmembrada que tinha a
inclusão de vértice (ponto de encontro das duas áreas) em seu
perímetro, precisava ser cancelada para correção e para isso era
necessário o aval do proprietário. “Com a nova ferramenta, a parcela
vizinha terá correção automática, sendo incluído o novo vértice em seu
perímetro sem sofrer alteração do respectivo número da certificação”,
explica o coordenador do Grupo de Revisão de Normativos Técnicos de
Georreferenciamento de Imóveis Rurais do Incra, Heliomar Vasconcelos.
O Sistema
O Sigef é a ferramenta eletrônica usada
pela Incra para recepcionar, validar, organizar, regularizar e
disponibilizar as informações georreferenciadas de limites de imóveis
rurais, públicos e privados no Brasil.
A certificação atesta que os limites de
uma área georreferenciada não se sobrepõem aos de outra certificada no
sistema. Os imóveis com área acima de 100 hectares devem ser
georreferenciados e certificados no caso de alterações no registro
(compra e venda, desmembramento, remembramento, partilha e sucessão).
Mais de 889 mil parcelas de imóveis
rurais já foram certificadas no Sigef, desde o lançamento em novembro de
2013. Atualmente mais de 17 mil profissionais estão credenciados e
podem realizar operações no sistema.
O desenvolvimento de novas
funcionalidades no Sigef é uma iniciativa do plano de transformação
digital do Incra, que tem como objetivo desburocratizar serviços com a
oferta de soluções digitais. Em 2021, foram realizadas outras melhorias
no sistema para assegurar mais estabilidade e agilidade no
funcionamento, assim como a implantação do login gov.br para acesso de
usuários cadastrados.
Assessoria de Comunicação do Incra
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
Uma novilha holandesa conquista o título de campeã na produção de leite
O
Torneio Leiteiro da Agroleite, uma das principais feiras da pecuária
leiteira do país, realizada em Castro, no Paraná, está evidenciando a
genética das melhores fêmeas para produção de leite. O torneio já elegeu
a campeã da categoria Novilha, referente à raça Holandesa. A novilha
que liderou a competição, Arkafla Rulia de Knox 2906, registrou um
volume de 75 litros diários.
A fêmea pertence ao rebanho da Agropecuária Arkafla, localizado na
região de Castro, conhecida como a capital nacional do leite. A
propriedade, que responde pela produção de 40 mil litros diários de
leite, investe de forma significativa em melhoramento genético com o
objetivo de incrementar a eficiência e os resultados da fazenda –
resultados que acabam de ser comprovados na Agroleite.
A novilha campeã foi uma das três fêmeas que o produtor Armando de
Paula Carvalho Filho levou para o torneio leiteiro. Das três, duas são
filhas do touro Knox, integrante da bateria Leite Europeu da ABS –
incluindo aquela que se consagrou campeã.“Para nós, é uma honra
conquistar esse resultado. É muito bom ver um animal com genética ABS, e
fruto do acompanhamento técnico que a equipe nos oferece, alcançando um
resultado tão positivo. Estamos colhendo os frutos de todo o trabalho
que vem sendo desenvolvido na fazenda”, comemora Armando.
Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos
Consulta pública vai colher sugestões sobre ações de prevenção do mormo e da anemia infecciosa equina
As sugestões tecnicamente fundamentadas deverão ser encaminhadas em até 45 dias
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, nesta quinta-feira (25), as Portarias nº 643 e nº 644 que
submetem à consulta pública, pelo prazo de 45 dias, as propostas que
aprovam as diretrizes e definem as competências para a prevenção, o
controle e a erradicação do mormo e da anemia infecciosa equina (AIE),
no âmbito do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE).
As propostas apresentadas
buscam melhorar a efetividade do PNSE, dando mais autonomia na condução
do programa para os órgãos executores de sanidade agropecuária dos
Estados ou do Distrito Federal na definição de diretrizes, estratégias e
orientações para a prevenção e o controle da AIE e para a prevenção,
controle e erradicação do mormo em seus territórios, especialmente,
relativas ao trânsito intraestadual e intradistrital; às exposições,
feiras, leilões e demais aglomerações de equinos; à certificação das
propriedades; à vigilância epidemiológica; aos procedimentos em focos da
doença e, especialmente, à educação e comunicação em saúde animal.
“Para a efetividade do PNSE como política pública em saúde animal
devem ser observados, entre outros aspectos, a caracterização produtiva e
o perfil epidemiológico das doenças alvo na unidade da Federação
pertinente, a viabilidade técnica e operacional de implementação das
medidas necessárias para alteração deste perfil epidemiológico, e o
envolvimento e as responsabilidades das partes interessadas, no âmbito
dos setores público e privado”, destaca o diretor de Saúde Animal,
Geraldo Moraes.
As propostas também destacam as ações de educação, conscientização e
comunicação de risco em saúde animal, a necessidade da utilização dos
indicadores de desempenho dos componentes do sistema de vigilância e a
definição clara das metas e resultados esperados. Além disso, busca
modernizar os procedimentos de coibição de fraudes, por meio da
utilização de recursos tecnológicos modernos de identificação animal e
do material biológico coletado.
“Compreendemos que a indisponibilidade de imunógenos (vacinas) e
tratamentos terapêuticos eficazes contra o mormo, até a presente data,
sugerem que as medidas de enfrentamento para essa doença devem continuar
seguindo o que todos os países com equideocultura expressiva no mundo e
que a erradicaram, optaram, que são as baseadas em políticas rigorosas
por meio da testagem de animais e sacrifício dos soro-reagentes”, relata
Moraes.
As medidas a serem adotadas compreendem controles estritos em
aglomerações, implementação de sistemas de identificação e
rastreabilidade animal associado à sistemas de vigilância epidemiológica
robustos, seguidos de intervenção imediata quando da detecção de casos e
acompanhamento do saneamento de todos os focos da doença e seus
vínculos pelos serviços veterinários, além, e, principalmente, da
sensibilização e participação ativa dos criadores com a implementação
de medidas efetivas de boas práticas de prevenção na equideocultura.
As sugestões tecnicamente fundamentadas deverão ser encaminhadas por
meio do Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (Sisman), da
Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio do link: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/sisman/. Para
ter acesso ao Sisman, o usuário deverá efetuar cadastro prévio no
Sistema de Solicitação de Acesso (SOLICITA), por meio do link: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/solicita/.
PNSE
O Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE) foi instituído no
âmbito do Mapa pela Instrução Normativa n˚ 17/2008, com o objetivo de
fortalecer o complexo do agronegócio dos equídeos.
Mormo e AIE são doenças que acometem os cavalos, os jumentos e os
muares ou burros e estão na lista das doenças de notificação obrigatória
da Organização Mundial de Sanidade Animal (OMSA). Em 2021, o Mapa
registrou 2.290 casos de AIE e 207 casos de mormo. O sacrifício dos
animais positivos é obrigatório.
No Brasil, a anemia infecciosa equina (AIE) foi descrita pela
primeira vez em 1967 e, desde então, tem sido registrada sua ocorrência
em todo o país, sendo considerada doença endêmica na população de
equinos.
Já o mormo é uma zoonose infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia mallei de
ocorrência rara em humanos, mas quando o acomete, normalmente é fatal. É
uma doença ocupacional, tratadores, veterinários e trabalhadores de
laboratórios estão mais sujeitos à contaminação. Com exceção do
Brasil, outros países da América do Sul não tem registrado ocorrência da
doença, até a presente data, segundo a OMSA.
Mapa e Embrapa firmam parceria para fortalecer o cultivo de variedades crioulas de inhame e abóbora em Alagoas
Projeto visa capacitar os agricultores familiares no manejo sustentável melhorando a saúde e a renda das famílias
A
Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAF/Mapa) e a Embrapa Alimentos e
Territórios fizeram uma parceria por meio de Proposta de
Descentralização Direta de Recursos visando a promoção de ações
estratégicas que contribuam no incremento e potencialização do cultivo e
agregação de valor às variedades crioulas de inhame e abóbora. O
objetivo é gerar oportunidades de melhoria de renda e saúde das famílias
agricultoras no estado de Alagoas.
O projeto beneficiará 2.365 agricultores familiares
alagoanos. Ainda que as ações estejam concentradas em Alagoas, a
expectativa é que os resultados tenham impacto em nível regional. Serão
investidos R$ 175 mil em 24 meses.
As variedades crioulas de alimentos são aquelas que obtidas através
de seleção e cruzamento natural pelos agricultores. Entre as ações
propostas na parceria estão o mapeamento das áreas e sistema de cultivo
de inhame praticado pelos agricultores familiares em Alagoas e a
capacitação dos produtores no manejo sustentável do tubérculo e na
produção de rizóforos-sementes com qualidade fisiológica e
sanitária. Também será determinado o o perfil químico e a composição
nutricional das variedades crioulas de inhame e abóbora, visando
agregação de valor e diferenciação das variedades.
O projeto também irá identificar os conhecimentos
locais sobre as formas de preparo, a partir da abóbora e inhame,
capacitando os agricultores e suas famílias a aprender novos preparos
utilizando os frutos e tubérculos de abóbora e inhame de forma integral,
como a polpa, as sementes e a casca.
Todas as ações de campo serão realizadas por meio de estratégia
participativa, com a colaboração de entidades como a Associação de
Agricultores Alternativos (Aagra), a Cooperativa Agropecuária de Alagoas
Ltda (Coopaal), a Associação Comunitária Flor do Bosque (Acaflorb) e o
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). As atividades de
campo permitirão, também, o treinamento de estudantes de graduação da
Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
JANEIRO A JULHO
Importação de fertilizantes tem aumento de 15%
Produtos a base de fósforo tiveram maior aumento em volume importado
A valorização da produção agropecuária
trouxe consigo um aumento significativo nos custos, o que pode ser
observado facilmente nos insumos importados, como os fertilizantes.
De janeiro a julho de 2022, o Brasil
importou cerca de 23 milhões de toneladas, aumento de 15,50% em relação
ao mesmo período do ano anterior.
Os fosfatados (P) tiveram o maior aumento
em neste período, com 33,17%, o que representa 8,65 milhões de
toneladas; seguido dos potássicos, com crescimento de 29,87%, o que
corresponde a 2,05 milhões de toneladas; e os nitrogenados (N) tiveram
redução de 4,35%, equivalente a 6,99 milhões de toneladas importadas dos
cinco principais fornecedores brasileiros: Rússia, China, Canadá,
Marrocos e EUA.
Já a produção de fertilizantes no país
entre os meses de janeiro e maio deste ano, foi de 3,26 milhões de
toneladas, e a quantidade entregue ao mercado foi de 14,62 milhões de
toneladas, valores que retratam aumento de 20,55% e 1,73% em cada
operação, respectivamente, quando comparadas ao mesmo período de 2021.
As informações são da Secretaria de
Comércio Exterior (SECEX) e da Associação Nacional para Difusão de
Adubos (ANDA), compiladas pela Aprosoja/MS.
domingo, 28 de agosto de 2022
Aneel
mantém bandeira verde para o mês de setembro nas contas de luz.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta
sexta-feira (26) que a bandeira tarifária vigente para o mês de
setembro permanece a verde. É o quinto mês seguido que as contas de energia não
terão cobrança adicional.
Segundo a Agência, a decisão “reflete boas condições de geração de
energia elétrica, mesmo considerando previsão de crescimento do consumo de
energia no país.”
A bandeira é válida para todos os consumidores conectados ao Sistema
Interligado Nacional (SNI).
A bandeira verde aparece
na conta de luz quando há condições favoráveis para a geração de energia. Com
isso, não há nenhum acréscimo para o consumidor na tarifa mensal.
EXPÔLAJES 2022: Prefeito Felipe Menezes ao lado do secretário estadual de agricultura faz a abertura oficial da exposição
Acompanhado
do secretário estadual de agricultura Guilherme Saldanha, do presidente
da FAERN José Vieira, do secretário municipal de agricultura Del
Miranda e várias outras autoridades, o prefeito Felipe Menezes fez a
abertura oficial da 26ª EXPÔLAJES.
A
solenidade aconteceu na noite desta sexta feira (26), no Parque de
Exposição Deputado Nédio Dias, na base física do antigo fomento.
A
exposição segue com a sua programação hoje e amanhã com grandes
atrações. A cobertura completa do evento você acompanha ao vivo na
página do facebook da nossa Web Rádio A Voz do Sertão e aqui no nosso
Portal de Noticias Foco Sertanejo.
Nota do Blog: A ExpoLajes 2022, me parece que o ponto alto foram os discursos das autoridades presentes ao evento. Cada ano que passa mais fraca vai ficando a Expolajes. Não pude comparecer este ano, por motivos de saúde, mas estou aguardando as notícias dos amigos blogueiros, para analisar com mais firmeza, o que foi realmente a Expolajes. Um grande abraço a todos.
O agronegócio brasileiro é gigante e global. A capacidade
empreendedora dos produtores rurais brasileiros é inconteste. Faltam
cerca de 30 milhões de toneladas (Mt) para o Brasil alcançar a meta das
300 Mt em 2023, já que na safra de 2022 o país colheu 272,5 Mt (Conab).
Mas, para alcançar tal objetivo, mais do que da vontade do produtor,
dependemos dos humores do clima quanto à oferta de chuvas na quantidade e
hora certas.
Segundo manifesto de Ivan Wedekin e Roberto Rodrigues,
respectivamente ex-Secretário de Política Agrícola do Mapa e ex-Ministro
da Agricultura, o Brasil reúne as condições para viabilizar esta meta.
Tem terras aptas e disponíveis para ampliar a produção e tem demanda de
consumidores dispostos a pagar os altos preços atuais do mercado
internacional, abalado pelas consequências da pandemia e do conflito no
Leste Europeu.
Poucos países têm o potencial do Brasil para incrementar a produção
de alimentos e livrar a humanidade da insegurança alimentar que a
assola. Além de muita terra disponível, temos clima adequado para
aumentar a produção de alimentos e suprir as deficiências alimentares da
população causada pela alta dos preços e restrições no transporte
motivados pela guerra na Ucrânia. Segundo a FAO, nos últimos 12 meses,
os preços dos alimentos ficaram quase 30% mais caros. Em abril de 2022,
estavam 68,3% acima da média de 2019. Muitos cidadãos, mundo afora, não
estão encontrando o que comer ou não têm dinheiro para pagar pelos
alimentos, devido aos altos preços.
De acordo com a FAO, a população sob insegurança alimentar severa
aumentou em cerca de 150 milhões de pessoas no mundo entre 2019 e 2020,
passando de 780 para 928 milhões de cidadãos. Para solucionar esse
problema, o Brasil é parte importante da solução. De 1994 a 2021, o
país multiplicou sua produção em mais de três vezes, passando de 76 Mt
em 1994 para 272,5 Mt em 2021, consequência, principalmente do
incremento da produtividade de 3,18% ao ano no período 2000/2019, ante
apenas 1,66% na média mundial.
O aumento de produtividade, no período 1990/2019, resultou em 84,7
Mha de terra poupada de potencial desmatamento, caso a produtividade
ficasse estagnada nos níveis de 1990.
O agro brasileiro cresce apesar do pequeno apoio que recebe do
governo. O Brasil é um dos países que menos subsidia a agricultura. Em
2020, o apoio oficial sobre a renda do produtor foi de meros 1,3%, ante
56,5% na Noruega, 41,1% no Japão e 19,5% na Comunidade Ecoômica Europeia
(vide gráfico). Mas nada comparável com o agro Argentino que, no mesmo
período, ao invés de receber apoio do governo, teve confisco de 24,4%.
PETROBRAS, reduz preços de venda de querosene de aviação em 10,4%
A Petrobras anunciou sexta-feira (26), no Rio de Janeiro, que, no
próximo dia 1º de setembro, ajustará os preços de querosene de aviação
(QAV) com uma redução de 10,4% nos preços de venda para as
distribuidoras.
É a segunda queda seguida nos preços do QAV, que já haviam sofrido redução de -2,6% no início de agosto.
“Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de
preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual
negociada com as distribuidoras. Os preços de venda do QAV da Petrobras
para as companhias distribuidoras buscam equilíbrio com o mercado
internacional e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de
câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal,
mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do
câmbio”, disse comunicado da empresa.
Distribuidoras
A Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou
importado apenas para as distribuidoras. Elas, por sua vez, transportam e
comercializam o produto para as empresas de transporte aéreo e outros
consumidores finais nos aeroportos ou para os revendedores.
Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos
aeroportos e pelos serviços de abastecimento.
“Importante ressaltar que o mercado brasileiro é aberto à livre
concorrência e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas
para que outras empresas atuem como produtoras ou importadoras de QAV”,
informou a Petrobras.
Especialistas lutam para encontrar alternativas de um convívio equilibrado entre bovinos e felinos do Pantanal brasileiro
Atualmente
é possível constatar que a população de onça pintada, na região do
pantanal, está aumentando. Por isso pantaneiros, veterinários, entidades
de classe e representantes de ONGs, promoveram um encontro está semana,
a fim de debater alternativas para o convívio harmônico entre a
bovinocultura de corte e felinos pantaneiros, entre eles a onça pintada.
O evento realizado pela ABPO – Associação Pantaneira de Pecuária
Orgânica e Sustentável, juntamente com o IHP – Instituto Homem
Pantaneiro, apresentou algumas alternativas aos pantaneiros.
“Este momento é de iniciarmos um diálogo com a técnica, a ciência e a
sociedade, no sentido de compreendermos o momento atual, e tomarmos
medidas para dirimir ou atenuar os prejuízos que a atividade produtiva
sofre, devido aos ataques recorrentes dos grandes felinos no Pantanal”,
esclareceu o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta.
Entre as alternativas apresentadas pelo veterinário do IHP, Diego
Viana e pelo presidente do IHP, o coronel Ângelo Rabelo, estão a cerca
elétrica, estratégias de manejo, retirada da maternidade de perto de
florestas, luzes de led com cores diferentes, para afastar predadores,
somadas às estratégias históricas que foram implementadas por
pantaneiros. “Essas são algumas estratégias, que ligadas ao manejo e
tecnologia, aumentam o potencial de afastar as onças. Mas não existe uma
estratégia 100% eficaz”, relata o veterinário.
Representando a Fundação Panthera, o veterinário Rafael Hoogesteijn,
reforçou as palavras de Viana, ao alertar que. “O problema vai continuar
e pode se intensificar. Não temos bala de prata, mas temos um cardápio
de medidas que podem ser adotadas”.
Faleceu na manhã desta sexta-feira o Ex: Prefeito de Afonso Bezerra-RN, Gildenor Monteiro (Monterinho)
Faleceu
na manhã desta sexta-feira 26 em Natal, o Ex:Prefeito de Afonso
Bezerra-RN, Gildenor Monteiro Bezerra Junior conhecido como (Monterinho)
onde foi eleito prefeito em 15 de novembro de 1969.
Monterinho
e de família política no município, tendo também dois irmãos ex:
prefeitos, Batistão e Jackson Bezerra. O site Notícias em Foco RN deixa
os sinceros sentimentos de pesar pela partida de uma grande pessoa que
tivemos o prazer de conhecer.
Estamos aguardando informações sobre velório e sepultamento.
Vale prevê mais 13 anos para eliminar barragens como Brumadinho
Ainda este ano, 40% das estruturas estarão eliminadas
O programa da Vale para eliminar todas as suas barragens construídas
pelo método de alteamento a montante prevê a conclusão do processo até
2035. Há alguns meses, a mineradora firmou acordo com
o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), concordando em pagar
indenização de R$ 236 milhões por não cumprir os prazos definidos na Lei
Estadual 23.291/2019, conhecida como Lei Mar de Lama Nunca Mais. O
atual cronograma, apresentado à Agência Brasil nesta
semana, indica que 40% das estruturas estarão eliminadas ainda este ano,
mas, em alguns casos, os processos demandarão mais tempo.
O método de alteamento a montante era utilizado na barragem da Vale
que se rompeu em Brumadinho (MG) em janeiro de 2019, causando 270 mortes
e provocando devastação ambiental. Anos antes, em 2015, outro desastre
similar já havia ocorrido. Dezenove pessoas morreram e dezenasde
municípios mineiros e capixabas ao longo da bacia do Rio Doce foram
afetados pela lama, que escoou após a ruptura de uma barragem construída
com a mesma tecnologia pela mineradora Samarco, que tem como acionistas
a própria Vale e a anglo-australiana BHP Billiton.
Ao todo, o programa de descaracterização, criado em 2019 após a
tragédia de Brumadinho, engloba 30 estruturas, das quais nove já foram
eliminadas: seis localizadas em Minas Gerais e três no Pará. As 21
restantes estão todas em cidades mineiras, sendo que em três delas o
processo deverá ser concluído ainda este ano. A Vale alega que cada
estrutura é única e tem peculiaridades que devem ser levadas em conta.
Por isso, em alguns casos, o processo exige mais tempo. No caso das
barragens que se encontram em nível crítico, há um desafio adicional:
trabalhar com equipamentos não tripulados, retirando trabalhadores da
área de risco.
Segundo Frank Pereira, gerente executivo do Programa de
Descaracterização da Vale, há um esforço inédito de desenvolvimento
tecnológico. "É algo que aconteceu no passado com as barragens de
geração de energia. O Brasil virou uma referência no mundo.
Pode ter certeza que, após Brumadinho, também seremos referência em
barragem de mineração. Isso vai acontecer por causa do escrutínio, do
julgamento da engenharia, da criticidade que estamos colocando em cima
disso. Não só a Vale, mas a indústria de mineração como um todo", disse.
A Agência Brasil visitou o Centro de Operações
Remotas, em Belo Horizonte, e a barragem B3/B4 da Mina Mar Azul, em Nova
Lima (MG), onde a tecnologia já está em uso. Trata-se de uma das três
estruturas do país que se encontram no nível de emergência 3, que
significa risco iminente de ruptura. Atualmente, apenas a Vale
tem barragens nessa situação. As outras duas são a Sul Superior, em
Barão de Cocais (MG), e a Forquilha III, em Ouro Preto (MG), onde os
trabalhos de descaracterização também envolverão operações remotas.
Segundo Frank Pereira, ainda falta concluir a ligação de fibra ótica
entre o centro de operações e as duas estruturas.
Na barragem B3/B4, caminhões, escavadeiras e tratores são usados
diariamente nos trabalhos de retirada dos rejeitos. Ele são guiados de
forma remota pelos mesmos funcionários que operavam essas máquinas. Os
trabalhadores participaram de treinamentos teóricos e práticos e,
atualmente, movimentam ao todo 20 equipamentos. Segundo Marcel Pacheco,
gerente responsável pela descaracterização da barragem B3/B4, um dos
desafios é a perda de sensibilidade, já que no trabalho remoto o
operador não sente as vibrações do veículo.
Trabalhadores na obra do muro de contenção construído
para eventual rompimento da Barragem B3/B4 em Nova Lima, região
metropolitana de Belo Horizonte.
"Não há aquela percepção de que vai atolar. Quando ele percebe, já
atolou. Então precisamos fazer diversas adaptações porque remover o
veículo dá trabalho. Já criamos dispositivos para isso, para atrelar
outro caminhão não tripulado ao que está atolado. Mas é uma operação
complexa que pode estragar o equipamento. Então temos que ser mais
conservadores. Para que eles não quebrem, a manutenção é constante. Eu
não posso, por exemplo, correr o risco de um pneu furar. Esses pneus são
preenchidos com um tipo de borracha que os deixam mais maciços. São
melhorias que fomos fazendo a partir da experiência que acumulamos",
explica.
Os operadores usam joysticks e grandes monitores curvos. Um
protótipo, simulando uma cabine de caminhão com volante, chegou a ser
desenvolvido e testado, mas não foi bem avaliado. A ideia não está
abandonada, e novos modelos serão produzidos. Atualmente, a Vale
considera que as operações remotas alcançam 60% da produtividade das
operações presenciais. A mineradora trabalha para chegar aos 100%, mas
um dos desafios é o volume de transmissão de dados. Isso porque qualquer
atraso de cinco segundos pode resultar na colisão entre caminhões e
escavadeiras. Existe a expectativa de que as condições melhorem com a
conclusão da implantação do 5G no Brasil.
Quando necessário, análises e sondagens do solo ou da estrutura
também são realizados com equipamentos operados de forma remota.
"Criamos estruturas para entrar com segurança quando é necessário. Por
exemplo, recentemente um eletricista entrou para instalar uma bomba de
água. Opera com cabos. Já usamos helicóptero", diz Marcel.
A promessa da Vale é de que a tecnologia em desenvolvimento já é um
prenúncio da mineração do futuro, mais segura. "É um trabalho pioneiro
no mundo. E não servirá apenas para descaracterização de barragens.
Poderemos usar essa tecnologia para outras atividades da mineração,
afastando diversos riscos", acrescenta.
A conclusão da descaracterização da barragem B3/B4 está prevista para
2025. Segundo a mineradora, a estimativa leva em conta o tempo
necessário para o desenvolvimento de nova tecnologia. Frank Pereira
admite que o maior investimento em inovação e o aumento de sondagens e
análises são consequências da tragédia de Brumadinho. "A indústria da
mineração teve que ser mais criteriosa. Também passou a ser mais
fiscalizada", afirmou.
Trabalhadores na obra do muro de contenção construído
para eventual rompimento da Barragem B3/B4 em Nova Lima, região
metropolitana de Belo Horizonte.
A lista de barragens em situação de emergência cresceu após
pente-fino impulsionado pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e
outros órgãos de controle. Diversas barragens perderam suas declarações
de estabilidade, o que exige a paralisação e o acionamento automático do
nível 1 de emergência. Nos casos classificados como nível 2 ou 3, as
mineradoras foram obrigadas a organizar a evacuação de todo o perímetro
que seria alagado em eventual tragédia e reparar a população. Em muitos
locais, moradores atingidos ainda brigam judicialmente por reparação.
Das 31 barragens em situação de emergência no estado de Minas Gerais,
uma pertence à ArcelorMittal e uma à Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN). As outras 29 são de responsabilidade da Vale, incluindo as três
que se encontram atualmente no nível 3. Com o avanço dos trabalhos, a
promessa da mineradora é de que elas deixarão a mais alta classificação
de emergência até 2025.
Acordos
Após a tragédia de Brumadinho, a ANM editou resolução estabelecendo
datas para a eliminação de todas as barragens erguidas pelo método de
alteamento a montante: agosto de 2021 para estruturas inativas e agosto
de 2023 para aquelas que ainda estavam em operação. As regras valiam
para a mineração em todo o país. Mas em Minas Gerais, o assunto ganhou
tratamento específico pela Lei Mar de Lama Nunca Mais. Aprovada pela
Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a legislação exigia a
conclusão de todo o processo em três anos.
O prazo se encerrou em fevereiro, quando apenas sete das 54 barragens
desse tipo existentes em Minas Gerais estavam completamente
descaracterizadas. Diante do cenário, o MPMG procurou diversas
mineradoras para estabelecer novos compromissos, entre eles, o pagamento
de indenizações. Apenas três rejeitaram o acordo e viraram alvo de ação
judicial. Uma dessas mineradoras, a Serra da Fortaleza Mineração e
Metalurgia, já teve inclusive decretado o bloqueio de R$ 100 milhões
de suas contas. A decisão foi tomada para garantir recursos necessários
à descaracterização da barragem Dique 2, situada em Fortaleza de Minas
(MG).
O MPMG também tem cobrado das mineradoras a adesão ao Padrão Global
da Indústria de Gestão de Rejeitos (GISTM, na sigla em inglês). Na
semana passada, um termo de compromisso com esse objetivo foi assinado
com a Vale. Criado em 2020, o GISTM fixa 77 requisitos com foco na
segurança das pessoas e do meio ambiente. Segundo a Vale, até 2025 todas
as suas estruturas estarão em conformidade com o GISTM.
Alternativas
Um movimento que vem ocorrendo no Brasil é a adoção de métodos do
empilhamento a seco, conhecido também pela expressão em inglês dry stacking:
a água filtrada é reutilizada no processo produtivo enquanto o rejeito é
disposto em pilhas, dispensando assim o uso das barragens. Essa
alternativa, embora seja mais onerosa, tem se tornado atraente em meio
às mudanças na legislação ambiental brasileira. Muitas das grandes
mineradoras que atuam no país têm caminhado nessa direção.
Uma das primeiras experiências da Vale, de empilhamento a seco,
ocorre na Mina do Pico, no Complexo de Vargem Grande, em Itabirito (MG).
A estruturação da planta de filtragem teve início em 2019 e foi
concluída no ano passado. O rejeito decorrente da atividade mineradora é
separado: 70% são arenosos e encaminhados para a disposição em pilhas e
os outros 30%, compostos por sedimentos ultrafinos, são encaminhados
para barragem. "Temos todos os controles dessa pilha para todas as
intempéries possíveis", afirma Haline Paiva, gerente da usina de
filtragem.
Operação da planta de filtragem de rejeitos do Complexo Vargem Grande da Vale, em Minas Gerais
Em janeiro deste ano, no entanto, um episódio na mina de Pau Branco,
onde a mineradora Vallourec usa o sistema de disposição a seco, levantou
um alerta. Após grande volume de chuvas,
houve transbordamento do dique que capta a água que passa pela pilha de
rejeitos. O nível da água se elevou porque parte do material empilhado
escorregou para o reservatório.
"São coisas para se estudar. Essas pilhas estão começando a ser
construídas e vão atingir alturas consideráveis. Mas deve demorar
algumas décadas para chegarmos a esse cenário", disse à Agência Brasil na
época o engenheiro Marcos Massao Futai, professor da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, é preciso aprofundar
os conhecimentos.
"Independentemente do método de disposição, ele precisa ser bem
projetado, bem construído, bem monitorado e ser preparado para um dia
fechar. Chega um momento em que é impossível colocar material. E aí
podemos devolver para a sociedade, de forma que sejam áreas
reutilizáveis. É possível prever, por exemplo que, depois do
empilhamento, seja construído um parque com revegetação. Envolve um
esforço amplo, não só da engenharia".
Operação da Fábrica de Blocos na Mina do Pico,
produzidos a partir de rejeitos da mineração, no Complexo Vargem Grande
da Vale, em Minas Gerais.
Outra aposta da Vale, que vem sendo desenvolvida em projeto piloto na
Mina do Pico, é a fabricação de bloquetes que podem ser usados
em calçamento ou pavimentação. Atualmente são produzidas 4,3 mil peças
por dia. Cada uma tem cerca de 37% de rejeito em sua composição, que
leva ainda areia e cimento. O trabalho é feito por seis mulheres. Apesar
de considerar interessantes as iniciativas que reaproveitam o rejeito
na construção civil, Futai avalia que elas só conseguem dar destinação a
um volume pequeno do material produzido na mineração.
* O repórter e o fotógrafo viajaram a convite da Vale.