quarta-feira, 31 de maio de 2023

 

ALRN: DEPUTADOS ESTADUAIS alertam para não cobrança da água bruta do RN


 


proposta de cobrança pelo uso da água bruta, aquela que não passou por tratamento, pautou a fala do deputado estadual Nelter Queiroz (PSDB) na sessão plenária desta terça-feira (30) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O parlamentar manifestou-se contrário à cobrança.

“Estive em Caicó esta semana e os produtores que encontrei apelaram e me pediram para interceder na cobrança da água bruta. O povo não aguenta mais pagar impostos. Por isso faço o alerta para que a governadora Fátima não faça isso. É mais uma pancada grande em cima dos mais simples, que vivem no campo para sustentar sua família”, argumentou.

O Governo do Estado está construindo a minuta de um decreto, que tem por objetivo a regulamentação da cobrança pelo uso da água bruta no Rio Grande do Norte. A água bruta é uma água não tratada, oriunda de reservatórios hídricos, como as captadas de rios por produtores rurais. A minuta é o ponto de partida dessa discussão para regulamentar o que está proposto na lei estadual aprovada pela Assembleia Legislativa em 1996.



 

A importância do crédito para auxiliar produtores de milho a aumentarem a produção

 

Entre todos os grãos cultivados no país, o milho atinge números de produção superlativos, superados somente pela soja. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima-se que, na safra deste ano, o volume da colheita deva chegar a 124,67 milhões de toneladas. Um aumento de cerca de 10% na comparação com 2022, quando foram registradas 113,2 milhões.

A Conab afirma que parte desse resultado se deve às perspectivas para a segunda safra, mais conhecida como “safrinha”, que deve responder por cerca de 95,6 milhões de toneladas. Com as projeções, o país deve superar os Estados Unidos e se tornar o maior exportador global de milho, feito alcançado apenas uma vez, na safra de 2013.

Para o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o crédito agrícola é uma das ferramentas capazes de auxiliar os produtores rurais dessa cultura a alcançarem os números estimados. “Para custear toda essa produção, é preciso adquirir insumos, maquinário e serviços como armazenamento, beneficiamento e transporte. Para isso, os agricultores buscam crédito em indústrias, traders e cooperativas. Seja por meio de instrumentos financeiros, como a Cédula de Produto Rural (CPR), operações de barter ou contratos de entrega da colheita, o produtor costuma oferecer como garantia o milho produzido em uma área da sua propriedade”.

Para alcançar a democratização do crédito agrícola, ou seja, torná-lo mais acessível para uma gama maior de produtores rurais, a análise dos perfis desses trabalhadores precisa contemplar todos os critérios específicos do setor. “Quando falamos das linhas de crédito nesse segmento, precisamos analisar o desempenho do produtor rural no mercado financeiro de cooperativas de crédito, comércio atacadista, indústrias do agronegócio, insumos, fertilizantes, maquinário agrícola, entre outros indicadores”, explica Marcelo Pimenta.

Em um recente estudo feito pela Serasa Experian com dados do Agro Score, ferramenta desenvolvida pela companhia, foi possível observar que, na comparação com modalidades tradicionais de análise, a adoção da inteligência específica para o agronegócio pode fazer com que 40,4% dos trabalhadores do campo analisados passem a ter score acima de 500. “A solução, que ajuda a preencher a lacuna de informação que ainda existe nessa área, facilita ao setor agrícola a aquisição de um crédito de qualidade para financiar suas atividades e mitiga os riscos de concessão para os credores”, finaliza o head de agronegócio da Serasa Experian.

 

Seminários e feiras apresentam produção da reforma agrária 

SC feira

Os eventos contarão com a comercialização de alimentos e artesanatos.

A temática do papel da reforma agrária na produção de alimentos saudáveis norteia duas feiras regionais a serem realizadas nos dias 26, 27 e 28 de maio, nos municípios de Abelardo Luz (SC), no Oeste catarinense, e Canoinhas (SC), no Planalto Norte do estado.

Um seminário realizado na manhã desta sexta-feira (26) deu início às atividades no salão paroquial da Igreja Matriz, em Abelardo Luz (SC). O superintendente do Incra em Santa Catarina, Dirceu Dresch, participou do ato de abertura, abordando as políticas de desenvolvimento dos assentamentos e a importância da agroecologia.

“Os resultados conquistados pela reforma agrária no município nos animam a, cada vez mais, ajudar os trabalhadores e trabalhadoras do campo a ter seu espaço, sua terra, com assistência técnica, pesquisa e alternativas de renda para poder contribuir com o crescimento local e da região”, defendeu Dresch.

A programação ainda inclui a realização de feira com a comercialização de alimentos e artesanatos e atrações culturais ao longo do dia e na manhã de sábado (27). A equipe da Unidade Avançada do Incra em Chapecó (SC) participa do evento efetuando atendimentos aos agricultores do município e esclarecendo dúvidas sobre as políticas da autarquia para os assentamentos.

Canoinhas

No Planalto Norte, a feira acontece a partir das 11h de sábado (27) na Igreja São Francisco de Assis, no bairro Campo da Água Verde. Às 14h, o superintendente regional do Incra/SC, junto com o coordenador-geral do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), José Fritsch, participam de mesa do seminário regional e de roda de conversa. A comercialização de alimentos e produtos dos assentamentos acontece durante todo o sábado e também na manhã de domingo (28), com atividades culturais com a presença de músicos.


Agricultura e Pecuária

terça-feira, 30 de maio de 2023

 

RELAÇÕES INTERNACIONAIS
CONTAG debate sobre meio ambiente, compras públicas e Década da Agricultura Familiar na 38ª REAF Mercosul

 Reunião Especializada para a Agricultura Familiar do Mercosul (REAF Mercosul) aconteceu nesta semana, entre os dias 22 e 24 em Buenos Aires, na Argentina, país que detém sua presidência pró-tempore neste semestre. Foi a 38ª edição deste importante espaço político onde governos e organizações representativas da Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena (AFCI) de países do bloco econômico latino dialogam sobre ações e políticas públicas importantes para o desenvolvimento deste setor na região, e trocam experiências e referências sobre políticas implementadas ou em desenvolvimento nestes países.

A CONTAG, que foi uma das incentivadoras da criação da REAF, e participa deste espaço desde a sua primeira edição, em 2004, esteve presente novamente, representada por seu vice-presidente e secretário de Relações Internacionais, Alberto Broch, e pela secretária de Mulheres, Mazé Morais. Toda a delegação brasileira foi bem expressiva em número de participantes, e além de representantes do governo do Brasil, entre eles do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), participaram também representantes da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf).


São muitos os temas e grupos de trabalho que se desdobram na REAF, e a 38ª edição focou em três deles: as mudanças climáticas, as compras governamentais de produções da agricultura familiar, e a implementação da Década da Agricultura Familiar na região do Mercosul Ampliado. 

A pauta ambiental foi abordada já no primeiro dia, com o Colóquio "Enfrentando o desafio das Mudanças Climáticas, Políticas Públicas e Adaptação da Agricultura Familiar: Experiências, governança e estratégias inovadoras para a Sustentabilidade em Sistemas Alimentares". A REAF levou especialistas do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) sobre o tema. É sabido que a AFCI é um setor que sofre muito com as mudanças climáticas, e é urgente para os produtores ter políticas públicas que garantam a resiliência das atividades agrícolas diante das ameaças climáticas cada vez mais frequentes. Foi nesse sentido que se desenrolou o diálogo neste momento da 38ª REAF. 

O segundo dia ficou para a discussão sobre acesso das famílias agricultoras aos mercados para comercialização de suas produções, a partir do seminário sobre “Instrumentos de política para ampliar o acesso da agricultura familiar aos mercados públicos”. Neste momento, o Brasil protagonizou a apresentação de seu Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), política de compra pública que é referência na região, e que acaba de voltar com força total com o novo governo. Para complementar o assunto com a abordagem sobre Sistema de Alimentação Saudável nas Escolas, houve a participação do escritório regional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

E não podia faltar o debate sobre a Década da Agricultura Familiar e sua implementação nos países latinos, principalmente devido à REAF ter sido aprovada em edições anteriores como um espaço institucional fundamental para avançar sobre este tema com a construção de um Plano de Ação Regional para a Década. Em relação a este tema houve um importante avanço, com a recomendação aos países que façam seus Planos Nacionais de Ação para a Década, e o compromisso dos presentes com essa demanda.


Esta REAF teve diferenciais marcantes em relação às reuniões anteriores, em que faltaram apoios, presenças e participações importantes. Alberto Broch explica: “Em Buenos Aires, conseguimos resgatar algumas questões centrais da institucionalidade da REAF. Houve um grande retorno da sociedade civil organizada, com representação de vários setores da AFCI e boa preparação das delegações dos países em suas Seções Nacionais prévias. Destaco, principalmente, a volta do Brasil com força a este espaço, com uma delegação expressiva e o envolvimento do MDA”.

Mazé Morais também observou a melhoria da atmosfera política e institucional do espaço: “Os países estão muito animados e com grande expectativa dessa retomada da REAF, tivemos momentos importantes de construção coletiva nestes três dias de trabalho”. A secretária de Mulheres aproveitou ainda para falar da Marcha das Margaridas nas abordagens sobre gênero durante o encontro, e ficou satisfeita com a repercussão “A Marcha foi mencionada na ata final da 38ª REAF com um estímulo aos países vizinhos participarem deste momento tão importante para as mulheres rurais, e isso só vem a fortalecer ainda mais nossa construção e nossa luta em torno dessa mobilização”, afirmou.


Mazé e Alberto também participaram da reunião da Diretoria da Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (COPROFAM), que ocorreu previamente à REAF, e se articularam com as demais organizações membros em torno das contribuições que todas levaram para a 38ª REAF. A 39ª edição do encontro está prevista para novembro e será no Brasil, que estará com a presidência pró-tempore neste período.

 

SEMANA DOS ORGÂNICOS

Com o tema “Produto Orgânico - Amigo do Clima”, Mapa lança XIX Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico

Objetivo é ressaltar os benefícios do alimento orgânico como instrumento de preservação do meio ambiente e opção resiliente ante às mudanças climáticas
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A produção orgânica é caracterizada por ser uma produção sustentável ao longo de toda a cadeia. E é com objetivo de reforçar os princípios da produção à população brasileira que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou nesta segunda-feira (29) a XIX Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico.

O Mapa realiza a campanha desde 2005, trazendo temas relacionados aos benefícios do produto orgânico para ser amplamente debatido, discutido e levado ao conhecimento do grande público. Desta vez, o tema escolhido para o ano de 2023 é "Produto Orgânico, Amigo do Clima”. 

Segundo a Coordenação de Produção Orgânica (CPOR) da pasta, o objetivo é ressaltar os benefícios do alimento orgânico como instrumento de preservação do meio ambiente e opção resiliente frente às mudanças climáticas, em alinhamento a um dos principais compromissos firmados pelo governo federal junto à sociedade brasileira e internacional. 

Para o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, essa é uma oportunidade anual de lembrar que não existe uma única agricultura para alimentar o mundo. “Não existe solução única para vencer o desafio da fome e da distribuição igualitária de alimentos. Trabalhamos também com agricultura orgânica, que é um modelo fantástico de agricultura”. O secretário lembrou dos pilares da construção da agricultura orgânica, que são a certificação, a rastreabilidade, a conformidade, além de outros pilares característicos de inclusão social por meio dessa agricultura.

Representando o ministro Carlos Fávaro no evento, o secretário-executivo do Mapa, Irajá Lacerda, ressaltou que a produção orgânica é uma demanda da sociedade brasileira.

Também participaram do evento o presidente da Câmara Temática de Agricultura Orgânica, Luiz Carlos Demattê Filho; a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli; e o coordenador da Comissão Nacional de Produção Orgânica, Thiago Viana.

Campanha

Durante a Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico são desenvolvidas atividades de divulgação nos estados ao longo de todo o ano, assim como a integração com diversos eventos e outras campanhas relacionadas com a temática da produção orgânica, da qualidade de vida, da sustentabilidade, da agrobiodiversidade, entre outros.

“Queremos, com esse evento, chamar atenção dos consumidores para sua responsabilidade na escolha dos produtos que consomem e que fazem a mudança do processo produtivo, dando maior relevância para os produtos orgânicos e toda a sua contribuição pro clima. Então a campanha traz esse tema, exatamente para mostrar todos os benefícios sociais, econômicos e climáticos que ele traz para sociedade brasileira como um todo”, destacou a coordenadora de Produção Orgânica, Virgínia Mendes.

Virgínia ainda destaca o trabalho desenvolvido pelas Comissões da Produção Orgânica nas Unidades da Federação - CPOrg-UF que atuam e representam o setor nos estados, contribuindo para o controle da qualidade orgânica e para a formulação e implementação das políticas públicas. 

Por meio da iniciativa, os consumidores podem entender sobre os mecanismos de controle que são utilizados no Brasil para a garantia da qualidade orgânica, de maneira que identifiquem esses produtos no mercado e como podem participar do processo de controle social. Sendo possível, assim, evitar as fraudes, que prejudicam tanto os produtores como os consumidores.

Certificação

Ao contrário do que muitos pensam, os produtos orgânicos não são apenas os vendidos nas feiras. Considera-se produto orgânico, seja ele in natura ou processado, aquele que é obtido em um sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local.

Para serem comercializados, os produtos orgânicos deverão ser certificados por organismos credenciados no Ministério da Agricultura e Pecuária, sendo dispensados da certificação somente aqueles produzidos por agricultores familiares que fazem parte de organizações de controle social cadastradas no Mapa, que comercializam exclusivamente em venda direta aos consumidores.

Em dezembro de 2023, completará 20 anos da publicação do marco legal da Produção Orgânica no Brasil e os resultados encontrados no final de 2022 demonstram uma evolução. São 24.205 produtores orgânicos inscritos no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, Comissões de Produção Orgânica em funcionamento em 24 unidades da federação, que envolvem a participação de mais de 300 instituições, a realização de 19 campanhas anuais de promoção do produto orgânico realizadas, 12 instituições certificadoras, 31 Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade- OPAC e , 384 Organizações de Controle Social. 

Programação completa da Semana dos Orgânicos: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/semana-dos-organicos/2023/programacao

Informações à Imprensa
imprensa@agro.gov.br

 

A tendência da produção de peixes no Brasil

   

O Brasil é um dos países com maior potencial mundial de crescimento da piscicultura em águas continentais. Isso se deve ao fato de possuir não apenas a maior reserva de água doce do mundo, mas também uma grande oferta de grãos para produção de rações e uma cadeia produtiva já bem estruturada.  Empresas que atuam há décadas em outros segmentos de proteína animal – como aves e suínos – agora investem na cadeia da tilápia como forma de diversificar seus investimentos. Na região oeste do Paraná, algumas cooperativas de agricultores já são grandes produtores de tilápia, operando no mesmo sistema de verticalização utilizado na produção de frango de corte. Além da produção já consolidada, há perspectiva de crescimento da demanda, tanto no mercado interno quanto no externo.

O consumo de pescado no Brasil ainda é baixo – cerca de 9,5 kg por habitante ao ano–; no entanto, espera-se um aumento a longo prazo. Com relação às exportações, a perspectiva é de aumento de volumes, principalmente de produtos congelados de tilápia. Há uma tendência de crescimento do número de países importadores à medida que novos mercados se abrem. Por exemplo, várias empresas exportadoras de tilápia já possuem a certificação Halal, que dá acesso a diversos mercados em países islâmicos.

Mesmo com enorme potencial, a avaliação científica é de que a piscicultura brasileira é uma atividade com menos de uma década de existência e enfrenta diversos gargalos importantes, como alto custo de produção, alta burocracia nos processos de licenciamento ambiental e necessidade de tecnologias para produzir espécies nativas.

Para Pedroza, o setor produtivo está gradativamente ampliando suas estruturas. “Além disso, a Embrapa é uma das instituições que vem realizando pesquisas para minimizar gargalos tecnológicos, por meio de ações como análise genética da   Plataforma  Aquaplus ), tecnologias para melhoria da qualidade da alimentação, reprodução e melhoramento genético de espécies nativas e plataformas digitais para inteligência em aquicultura”, relata.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

 

RN tem mais de 22,4 mil bloqueios no Bolsa Família

A Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (SENARC), cancelou 22.240 benefícios do Bolsa Família  – antigo Auxílio Brasil – no RN em 2023, de acordo com Relatório de Avaliação da CGU  de março deste ano. 

O número representa cerca de 4,44% dos beneficiários no Estado, dos  cerca de 500,3 mil totais, levando como base a quantidade de famílias usuárias divulgada pelo Governo Federal em setembro de 2022.

Os cancelamentos correspondem a 19,7 mil famílias cuja renda era superior ao exigido para obtenção do benefício e 2,5 mil por desatualização cadastral superior a dois anos.

Ainda segundo relatório, a atuação da pasta aplicou, desde 24 de fevereiro, o cancelamento de benefícios de cerca de 1,4 milhão de famílias em todo o Brasil, “cuja renda per capita mensal familiar apresentava fortes indícios de estar acima do limite de renda estabelecido para manutenção da condição de recebimento do benefício do PAB”, informa o relatório. A previsão é que mais benefícios continuem sendo bloqueados nos próximos dias. 

A metodologia de averiguação consiste  na comparação de dados do CadÚnico com registros das bases administrativas do Governo Federal; identificação de público com inconsistência não aceitável; publicização das listagens e orientações operacionais aos estados e municípios brasileiros; convocação das famílias para atualização cadastral; e repercussão na gestão de benefícios.

A revisão cadastral trata de famílias com informações cadastrais desatualizadas, assim como a averiguação tem como procedimento a convocação das famílias, a exigência da atualização cadastral e, se for o caso, o cancelamento do benefício.

CGU identifica R$ 3,8 bi em pagamento indevido

A Controladoria identificou ainda o pagamento indevido do benefício a mais de 2,2 milhões de famílias, o que representa cerca de R$ 3,8 bilhões disponibilizados durante o período avaliado, de janeiro a outubro de 2022.

O órgão também estima um total de 8,2 milhões de benefícios liberados neste período.

A análise é resultado dos testes relacionados a inclusão indevida de famílias, ao processo mensal de administração de benefícios do Bolsa Família e à “verificação da renda familiar per capita a partir de outras bases de dados governamentais”, consta no relatório. 

Tribuna do Norte

Febraban

Ministro Fávaro articula com sistema bancário apoio a produtores rurais que adotam práticas sustentáveis

Bancos se mostram abertos a oferecer descontos no pagamento de linhas de crédito rural; resolução será preparada pelo Mapa
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Prestes a lançar o Plano Safra 2023/2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) discutiu com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) formas de incentivos para que produtores rurais brasileiros que adotam boas práticas no agronegócio tenham benefício bancário. Uma das possibilidades debatidas em reunião na manhã desta segunda-feira (23) em São Paulo foi o desconto na pontualidade do pagamento do crédito obtido.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, os  assessores especiais do ministro Carlos Ernesto Augustin e José Angelo Mazzillo, a chefe da assessoria especial de Comunicação do Mapa, Carla Madeira, e a superintendente de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo, Andréa Moura, participaram da reunião. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, disse que essa é a primeira vez que um ministro do Agricultura e Pecuária se reúne com os bancos para discutir  Plano Safra e confirmou que o grupo se alinhará à proposta do governo federal no sentido de apoiar uma agropecuária mais sustentável.

De acordo com Fávaro, o Mapa deverá preparar uma resolução que viabilize a operacionalização do benefício pelo sistema bancário. As instituições privadas informaram que cada uma tem um perfil diferente direcionado ao agronegócio e que o modelo não poderá ser engessado para não  dificultar as medidas de incentivo.

Fávaro afirmou que medidas estruturais poderão ser adotadas no ano que vem e que gostaria do apoio da Febraban já para o lançamento do próximo Plano Safra, que deve ocorrer nas próximas semanas. “A gente tem que premiar o produtor que está fazendo sua parte. Ele precisa ser reconhecido”, afirmou o ministro. 

O uso de bioinsumos e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) foram algumas das tecnologias mencionadas no encontro, já que permitem produzir de forma mais sustentável. Fávaro lembrou que o simples fato de o Brasil produzir de duas a três safras anuais na mesma área também é um indicativo de uma agricultura que busca conter impactos.

A intenção do Ministério da Agricultura e Pecuária é que todo o Plano Safra 2023/2024 seja focado no Programa ABC + (Agricultura de Baixo Carbono), uma iniciativa que valoriza práticas sustentáveis para a produção rural. A resolução que será preparada deve indicar também formas de comprovação das boas práticas agropecuárias. A Febraban sugeriu que o Mapa indique algumas diretrizes, mas que as instituições tenham autonomia para adotar formas de controle. 

Informações à Imprensa
imprensa@agro.gov.br

 

 

Novidade para os produtores de tomate: o fruto pode crescer mais com uso de bactérias

   

As bactérias são capazes de aumentar o volume e o comprimento das raízes dos tomateiros. A descoberta é dos cientistas da Embrapa Meio Ambiente, da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e da Chr.Hansen Indústria e Comércio Ltda. Os estudos mostraram que os benefícios das bactérias Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis, amplamente utilizadas para combater nematoides, vão além do controle dessas pragas e têm impactos importantes também no crescimento do tomateiro.

Avaliadas em conjunto ou separadas, elas comprovaram ser capazes de aumentar as massas frescas e secas da parte aérea e do sistema radicular, além do volume e do comprimento das raízes dos tomateiros. Essas bactérias fazem parte da formulação do bionematicida Quartzo, produzido pela Chr.Hansen e comercializado pela FMC Química do Brasil Ltda.

A pesquisa deu origem ao artigo “Bacillus subtilis and Bacillus licheniformis promote tomato growth”. Um dos principais resultados apontou que as cepas utilizadas foram capazes de produzir um hormônio denominado ácido indol-acético após 48 horas em cultivo in vitro.  Entre os benefícios, destacam-se o alongamento da raiz e o crescimento da parte aérea. Embora esteja mais relacionado ao crescimento, o hormônio confere também tolerância ao estresse hídrico, salino e térmico.

De acordo com Peterson Nunes da Universidade Federal de Lavras, diversas cepas de bacilos são aplicadas no controle biológico e na promoção do crescimento vegetal. “No entanto, o sucesso desses microrganismos depende da eficiência da colonização e da persistência na rizosfera das plantas, consideradas grandes desafios para o controle biológico e um dos principais motivos de instabilidade na atividade de inoculantes bacterianos no solo. A colonização da rizosfera é crucial para essas interações, uma vez que essas bactérias benéficas também melhoram a saúde do solo”, diz.

Reconhecido como o gênero bacteriano mais importante para o desenvolvimento de bioinsumos, os bacilos são hoje largamente comercializados e utilizados em sistemas agrícolas como agentes de biocontrole de diversas pragas agrícolas e também como biofertilizantes. “Essas espécies produzem esporos resistentes a várias condições ambientais, o que, além de facilitar a aplicação do produto sem grandes restrições, permite a sua sobrevivência por longos períodos sem necessidades especiais de armazenamento”, comenta a pesquisadora da Chr. Hansen Jaqueline Zago.

De acordo com o pesquisador Wagner Bettiol da Embrapa Meio Ambiente, bacilos possuem mecanismos diretos e indiretos. Diretamente, produzem fitormônios (hormônios vegetais) e solubilizam nutrientes que estimulam o crescimento das plantas, aumentando o volume da raiz. Indiretamente, a mudança na arquitetura do sistema radicular também influencia a capacidade da planta de explorar o solo, melhorando a absorção de água e nutrientes. Além disso, os bacilos podem controlar doenças e pragas e, consequentemente, melhorar a saúde e o crescimento vegetal.

domingo, 28 de maio de 2023

 

Em Dia de Campo, Mapa e Embrapa apresentam sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

A iniciativa, realizada durante a AgroBrasilia, mostra como a produção agropecuária pode ser intensificada de forma sustentável
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa/DF), realizou nesta sexta-feira (26) o Dia de Campo de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O objetivo da ação foi apresentar aos produtores rurais, pesquisadores, extensionistas e estudantes como a produção agropecuária pode ser intensificada de forma sustentável.

Os participantes conheceram as vantagens e os desafios dos sistemas de ILPF, durante a programação que faz parte da AgroBrasília 2023. O Dia de Campo demonstra que os sistemas propostos permitem a utilização mais eficiente dos recursos naturais, reduzindo o impacto ambiental e aumentando a produtividade. É possível, ainda, com a utilização desses sistemas, integrar as atividades produtivas de forma sinérgica, com benefícios para a fertilidade do solo, balanço de carbono, controle de pragas e doenças, conservação de água e biodiversidade.

De acordo com o secretário substituto da SDI, Pedro Neto, dentre as tecnologias fomentadas pelo pelo Programa ABC+, o ILPF é uma das que possibilita melhores resultados em termos de ganhos de produtividade e eficiência na agropecuária. “A nossa meta é ampliar a adoção destes sistemas em 10 milhões de hectares até 2030. Nessa perspectiva, o Dia de Campo contribui para a divulgação do sistema de integração e da sensibilização para adoção por parte dos produtores rurais, uma vez que se constitui em um sistema ganha-ganha, que leva em conta os aspectos de sustentabilidade, produtividade e resiliência dos processos produtivos, dentro de uma abordagem integrada da paisagem”, explicou.

O produtor de leite Artur de Heitor Andrade, do município de Tabatinga,trabalha há 15 anos com a integração. Ele apontou as diferenças e benefícios observados após a utilização do programa. “Conseguimos aumentar muito a produção de alimentos para o rebanho. A lavoura corrige o solo, prepara a terra e, com isso, a produção melhora, além de baixar o custo do alimento para as vacas.” Em relação à preservação ambiental e à rentabilidade do negócio, completou: “a gente produz mais gastando menos, pois precisa de uma área menor. Isso traz lucro para a atividade e diminui o impacto no meio ambiente”.

O evento é patrocinado pela Rede ILPF, pela Associação Brasileira de Proteína Animal, e conta com o apoio do Programa Rural Sustentável Cerrado, da Associação Brasileira dos Produtores de Leite. Participaram as equipes do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros) e do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas (Deflo) do Mapa.

ILPF

A integração entre as atividades de lavoura, pecuária e floresta (ILPF) é uma alternativa promissora para diversificar as atividades na propriedade agrícola e aumentar a produção com foco na sustentabilidade. Trata-se da utilização de diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. 

A diversificação das atividades produtivas e a eficiência no uso de fertilizantes são alguns dos benefícios apresentados. A proposta contribui para a melhoria da qualidade de vida no campo e para a promoção do desenvolvimento rural, alcançando, dessa forma, novos mercados.

Informações à Imprensa
imprensa@agro.gov.br

 

Mais informações sobre as cinco novas cultivares de pitaya da Embrapa

   

Os produtores rurais interessados em produzir as cultivares de pitayas lançadas pela Embrapa podem adquirir cladódios ou mudas enraizadas dos produtores e viveiristas parceiros da Embrapa que produzem o material propagativo com garantia de origem genética. Vejam as características das novas sementes:

BRS Lua do Cerrado (BRS LC) RNC 50893

Cultivar de pitaya da espécie S. undatus, com frutos redondos, casca vermelha de polpa branca e autocompatível. Apresenta frutos grandes, com média de 600 g e sólidos solúveis de 14 a 17 °Bx A produtividade média anual pode ser superior a 35 kg de frutos por planta.

BRS Luz do Cerrado (BRS LZC) RNC 50883

Cultivar de pitaya da espécie S. undatus, com frutos alongados, casca vermelha de polpa branca e autocompatível. Apresenta frutos grandes, com média de 600 g e sólidos solúveis de 14 a 17 °Bx. A produtividade média anual pode ser superior a 35 kg de frutos por planta.

BRS Minipitaya do Cerrado (BRS MPC) RNC 50882

Cultivar de mini pitaya da espécie S. setaceus, com frutos vermelhos com espinhos e polpa branca para uso na fruticultura ornamental e para o mercado de frutas especiais, considerando o sabor diferenciado da sua polpa. Uma perfeita combinação entre o teor de sólidos solúveis totais e a acidez confere à polpa do fruto dessa cultivar um sabor aprimorado. Apresenta autocompatibilidade e frutos pequenos com média de 80 g e sólidos solúveis de 15 a 19 °Bx. A produtividade média anual pode ser superior a 10 kg de frutos por planta.

BRS Granada do Cerrado (BRS GC) RNC 50894

Cultivar híbrida de casca vermelha e polpa roxa (S. undatus X S. costaricensis). Devido à heterose, apresenta alto vigor e alta produtividade que pode ser superior a 42 kg de frutos por planta. Os frutos são de tamanho médio, massa de aproximadamente 250 g e muito uniformes.

BRS Âmbar do Cerrado (BRS AC) RNC 50881

Cultivar de pitaya de casca amarela, S. megalanthus, para o mercado de frutas especiais de alto valor agregado. Essa cultivar é autocompatível e pode atingir uma produtividade anual de mais de 20 kg de frutos por planta. Os frutos apresentam massa média de 150 g e são muito doces (acima de 20 º Brix). Uma importante característica dessa cultivar nas condições do Cerrado do Planalto Central é a produção durante todo o ano, incluindo a entressafra das demais cultivares de pitayas desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético realizado na Embrapa Cerrados.

A Comunidade de LIvramento em Angicos, ainda espera peLa ação do INCRA, para ser transformada em QUILOMBOLAS

 

Regularização

Publicadas duas portarias de reconhecimento de territórios quilombolas na Bahia

BA quilombola

A comunidade Iúna fica situada no Marimbus, uma área pantanosa da Chapada Diamantina. Fotos: Incra/BA

Os territórios quilombolas Iúna e Vicentes, na Bahia, tiveram suas portarias de reconhecimento publicadas nesta segunda-feira (22), no Diário Oficial da União (DOU). As áreas estão situadas, respectivamente, nos municípios de Lençóis (BA), na Chapada Diamantina, e de Xique-Xique (BA), na mesorregião do Vale do São Francisco.

BA IunaNesta etapa da regularização fundiária, os documentos reconhecem e delimitam os territórios das 39 famílias inseridas em Iúna e das 29 no Vicentes. As portarias também dão legitimidade ao conteúdo dos Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTID) destas comunidades.

Passos seguintes

Com a ação, o Serviço de Regularização Fundiária de Territórios Quilombolas do Incra/BA começará a elaboração dos decretos reunindo as documentações necessárias para que as áreas Iúna e Vicentes possam ser decretadas como de interesse social pelo governo federal.

A partir dos decretos presidenciais, iniciará o trabalho para obtenção das terras inseridas nos territórios. Com as posses dos imóveis rurais, o Incra providenciará as titulações comunitárias das respectivas comunidades.

Iúna

O território quilombola Iúna está situado a 18 quilômetros da cidade de Lençóis e é formado por uma área delimitada de 1,4 mil hectares. O RTID publicado em 2015 contabilizou 39 famílias remanescentes de quilombo na composição do grupo.

Iúna fica no Marimbus – uma área pantanosa, alagada, semelhante ao pantanal –, com biodiversidade, fauna e flora específica. As famílias chegaram ao local na seca que assolou o Nordeste em 1932, fugindo de outros quilombos.

De acordo com o seu relatório antropológico, a população é ligada à mística religião do Jarê, aos espíritos das florestas da Chapada Diamantina e aos contos sobre os encantados.

BA Vicentes

Com o RTID publicado em 2017, o território quilombola Vicentes é formado por uma área delimitada de 355 hectares. As 29 famílias inseridas nesta comunidade vivem da agricultura, pesca, coleta de mel, caça e criação de bovinos, suínos, ovinos e caprinos.

A formação do grupo remonta à chegada de Vicente Pereira Baldoíno no local que, posteriormente, seria chamado de Vicentes. Isso ocorreu no fim do século XIX, em algum momento entre a proximidade do fim da escravidão e o período inicial pós-abolição.

Vicente Baldoíno se casou com Joventina Pereira, nascida numa comunidade ribeirinha próxima. A partir da união dos dois foi originada a atual comunidade de Vicentes. Os membros vivos conservam algum grau de parentesco com o casal.

Acesse as portarias de reconhecimento dos territórios quilombolas IúnaVicentes

sábado, 27 de maio de 2023

 

Aneel mantém bandeira verde em junho; conta de luz segue sem taxa adicional.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou nesta sexta-feira (26) que vai manter a bandeira tarifária verde acionada em junho, e, portanto, as contas de luz continuam sem cobrança adicional. O patamar, segundo o órgão regulador, reflete as condições favoráveis de geração de energia no país.

Os consumidores conectados ao sistema elétrico nacional não pagam taxa adicional nas contas de luz há mais de um ano. 

O patamar está em vigor desde 16 de abril de 2022, após meses da cobrança da “bandeira escassez hídrica”, criada por conta da grave crise hídrica que o país enfrentou em 2021.

A expectativa, de acordo com a agência, é manter o patamar nos próximos meses.

 

Sanidade animal

Influenza aviária

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é considerada uma doença de alto risco para aves quando causada por subtipos de vírus altamente patogênicos. Nestes casos, caracteriza-se como uma doença grave, de notificação obrigatória aos órgãos oficiais nacionais e internacionais de controle de saúde animal, acarretando em barreira sanitária para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo e em enorme prejuízo econômico para a avicultura comercial.

Até o momento, apenas os vírus com as hemaglutininas identificadas como H5 e H7 têm sido altamente patogênicos a galinhas e a algumas outras espécies de aves domésticas e aquáticas.

Mas, atenção! Caso você encontre aves mortas ou apresentando dificuldades nervosas, motoras, ou respiratórias, procure manter distância segura, não mexa nos animais e chame o Serviço Veterinário Oficial local.

 

Portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária de 22.05.2023

No dia 22 de maio de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária publicou no Diário Oficial da União a portaria nº 587, que declara estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, por 180 dias, em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade (IAAP) em aves silvestres no Brasil.

Para ler a portaria completa, clique aqui ou na imagem.

Nota oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária de 15.05.2023

No dia 15 de maio de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária publicou uma Nota Oficial com o anúncio do registro dos primeiros casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves silvestres no país.

Na Nota, o Mapa alerta para cuidados, mas afirma que a notificação não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP e que o comércio internacional deve ser mantido.

Para ler a nota completa, clique aqui ou na imagem.

Orientações após a detecção do vírus da gripe aviária no Brasil

Portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária de 29.03.2023

No dia 29 de março de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária publicou no Diário Oficial da União a portaria nº 572, que estabelece, em todo o Brasil, medidas preventivas em função do risco de ingresso e de disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade no país.

A portaria suspende, em todo território nacional, a realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves. Também fica suspensa a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados segundo a Instrução Normativa nº 56, de 4 de dezembro de 2007.

Para ler a portaria completa, clique aqui ou na imagem.

Notas técnicas e ofícios

Nota técnica da Embrapa Suínos e Aves sobre a influenza aviária, incluindo sua caracterização; a doença em humanos; formas de transmissão do vírus; controle; papel das aves silvestres e aves migratórias na transmissão de influenza aviária; notificação, monitoramento e vigilância; e a função da Embrapa (11.2022)
Nota de alerta - Influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) - Colômbia, despacho do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre ocorrência de casos de influenza aviária no mundo (11.2012)
Nota Técnica Nº 4/2017 do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com destaque às ações de intensificação das medidas de vigilância epidemiológica e de prevenção da influenza aviária (18.01.2017)
Ofício Nº 10/2017 do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre ocorrência de casos de influenza aviária no mundo (06.01.2017)
Ofício Nº 245/2016 do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre ocorrência de casos de influenza aviária no mundo (09.12.2016)
Nota Técnica SAR nº 001/2023 - Secretaria do Estado da Agricultura de Santa Catarina: Alerta máximo às medidas de biosseguridade para avicultura comercial e recomendação para a restrição temporária de acesso ao ambiente externo para aves criadas livres, a fim de proteger a saúde e segurança do plantel avícola catarinense (03/03/2023)

Live Influenza aviária - Orientações e impacto na avicultura de pequena escala

Perguntas mais frequentes

A gripe aviária é uma doença de aves domésticas e silvestres, causada pelo vírus de influenza A (IAV) altamente patogênico. O vírus Influenza A pode infectar aves e mamíferos, incluindo humanos, e é transmitido de forma eficaz através de aerossóis respiratórios, fezes e fluídos corporais, seja diretamente (proximidade hospedeiro-hospedeiro) ou indiretamente (água ou objetos contaminados). Nas aves domésticas a doença é caracterizada principalmente por alta mortalidade e problemas respiratórios tais como tosses, espirros, muco nas narinas e hemorragias nas partes desprovidas de penas e mucosas. Podem ocorrer sinais clínicos nervosos tais como o andar cambaleante das aves. Em aves em postura ocorre queda de produção de ovos.

Os vírus influenza tipo A são classificados em subtipos de acordo com as diferentes glicoproteínas de superfície do vírus hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). Até agora, são conhecidos 18 subtipos diferentes de hemaglutinina (H1-H18) e 11 subtipos diferentes de neuraminidase (N1-N11), com apenas alguns desses subtipos circulando em humanos (gripe sazonal). Dependendo do hospedeiro de origem, os vírus da gripe A também podem ser classificados como gripe aviária, gripe suína, gripe humana etc., ou outros tipos de vírus da gripe animal. Quando os vírus da gripe animal infectam humanos, são chamados de infecções zoonóticas. As aves são suscetíveis a uma ampla variedade de cepas de vírus Influenza A dos subtipos H1–H16 e N1–N9. Existem também duas categorias de vírus influenza definidas por sua capacidade de infectar e causar doença e morte em aves domésticas: baixa patogenicidade e alta patogenicidade. Apenas alguns subtipos de IAVs (H5 e H7) têm capacidade para se tornar classificados como de alta patogenicidade (em inglês, HPAI - Highly Pathogenic Avian Influenza), embora outros subtipos como H9 possam causar doença com perdas significativas. Os IAVs podem ser classificados pela categoria e subtipo de patogenicidade (por exemplo, baixa patogenicidade H3N2 ou alta patogenicidade H5N1). Os vírus de alta patogenicidade H5 ou H7 são assim classificados a partir de um teste de virulência realizado em galinhas e está relacionado à capacidade do vírus de causar lesões severas e alta mortalidade nestas aves.

A influenza aviária causada por vírus altamente patogênicos, ou qualquer vírus dos subtipos H5 ou H7, é uma doença de notificação obrigatória imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do país. O diagnóstico oficial da doença deve ser comunicado a órgãos internacionais de controle de saúde animal e a países importadores. Portanto, surtos da doença causados por vírus altamente patogênicos acarretam em barreira sanitária para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e internacional e, portanto, em enorme prejuízo econômico para a avicultura comercial, podendo tornar-se uma ameaça também à saúde de pessoas. Essa medida é permitida, uma vez que produtos avícolas não tratados termicamente e oriundos de lotes que tiveram a doença, têm a capacidade de albergar e servir como fonte de transmissão para o vírus.

Existem vários subtipos diferentes de vírus de influenza, que variam quanto a sua patogenicidade nas diferentes espécies de aves. A influenza aviária não é diagnosticada como doença e não é notificável quando a infecção for diagnosticada como sendo causada por algum subtipo de vírus de baixa patogenicidade (influenza aviária de baixa patogenicidade -LPAI). Aves aquáticas (Anseriformes como patos, marrecos, gansos e cisnes) são hospedeiros naturais dos vírus de baixa patogenicidade da influenza aviária, com baixo efeito nocivo.

Os vírus de baixa patogenicidade normalmente não causam sinais clínicos em aves silvestres ou causam sinais clínicos leves em aves domésticas. Mesmo assim, quaisquer vírus LPAI demonstrado infectar e causar consequências graves em humanos também deve ser relatado e notificado. Contudo, qualquer infecção por vírus dos subtipos H5 e H7, mesmo quando diagnosticados em aves silvestres e sendo considerados como LPAI, é também notificável, mas não impõe barreiras comerciais à avicultura. A notificação dos vírus H5 e H7, mesmo em aves silvestres, é necessária como alerta de riscos para as aves domésticas, especialmente para a avicultura comercial por serem os subtipos de vírus mais associados à capacidade de se adaptarem e adquirirem alta patogenicidade em aves domésticas e em consequência podem causar surtos graves, com alta mortalidade de aves e perdas econômicas por barreiras sanitárias.

A doença foi diagnosticada pela primeira vez na Itália em 1878, como Praga Aviária. Em 1955 o vírus foi identificado como influenza A aviário.

O primeiro relato da influenza aviária ou "gripe do frango" foi de doença em galinhas, em 1918. A ocorrência da gripe aviária em humanos, causada pelos vírus H5N1, foi relatada pela primeira vez em 1997, em Hong Kong.

Por outro lado, a gripe sazonal em humanos é aquela causada por vírus influenza humano que acomete as pessoas periodicamente e que é prevenida pelas campanhas de vacinação anuais, sendo diferente da gripe causada pelos vírus aviários.

A primeira grande pandemia mundial de gripe humana foi relatada pela primeira vez em 1918 e causou elevadíssima mortalidade de pessoas no mundo todo.

O vírus de influenza aviária é de distribuição mundial em aves silvestres, mais tipicamente nas aves aquáticas. Nestas aves podem ser encontrados diferentes subtipos do vírus, entre os quais subtipos de vírus de baixa patogenicidade que circulam normalmente em aves silvestres. Os vírus H5 ou H7 que podem ser de baixa ou alta patogenicidade já foram relatados em inúmeros países.

A gripe aviária de alta patogenicidade (HPAI), desde a sua primeira identificação na China em 1996, apresentou múltiplas ondas de transmissão intercontinental da linhagem viral H5Nx Gs/GD. O HPAI resultou na morte e abate em massa de mais de 316 milhões de aves em todo o mundo entre 2005 e 2021, com picos em 2021, 2020 e 2016. Durante cada um dos anos de 2006, 2016, 2017 e 2021, mais de 50 países e territórios no mundo foram afetados pelo HPAI (África, América do Norte, Ásia, Austrália, Europa, Oriente Médio). Além disso, até agora, os humanos foram ocasionalmente infectados com subtipos H5N1 (cerca de 850 casos notificados, dos quais metade morreu), H7N9 (cerca de 1.500 casos notificados, dos quais cerca de 600 morreram), H5N6 (cerca de 80 casos notificados, dos quais cerca de 30 morreram), H9N2 (cerca de 75 casos notificados, dos quais 2 morreram) e casos foram relatados com subtipos H3N8, H7N4, H7N7 e H10N3 (HIGH PATHOGENICITY AVIAN INFLUENZA (hpai) – Situation Report (woah.org).

Regiões de maior risco de influenza são aquelas em que há predominância de íntima relação de contato entre galinhas comerciais e aves aquáticas domésticas e silvestres, como patos e marrecos, tanto nas áreas rurais como em centros urbanos onde são comuns feiras de comércio de aves vivas, que propiciam constante contato entre diferentes espécies de aves e humanos. Na Ásia, há o agravante desta interação ocorrer em áreas muito densamente povoadas, compondo um ambiente propício para a disseminação e evolução de novos vírus de influenza aviária.

Na disseminação de vírus de influenza há também o suíno como hospedeiro intermediário importante, principalmente em sistemas de produção mistos com contato entre galinhas, aves silvestres, gansos, patos, marrecos, entre outras aves, além de pessoas. Este modelo de produção e comercialização, com densa população animal mista e humana tem sido considerado um fator determinante do inesperado "pulo" do vírus aviário diretamente a humanos, ocorrido pela primeira vez com o sorotipo H5N1, sem a necessidade de passagem por hospedeiro intermediário, como o suíno, para infecção de humanos.

A gripe aviária é causada por um vírus classificado como orthomixovirus do grupo A, do tipo aviário. Há três grupos de vírus de influenza - A, B e C - e estes três grupos ocorrem em humanos. Apenas o grupo A infecta diferentes espécies animais e humanos. Mais usualmente os subtipos de vírus de influenza encontrados em uma determinada espécie se limitam a se manter circulando na mesma espécie. Desta forma, muitos dos vírus de influenza do grupo A são classificados como vírus do tipo humano, vírus de influenza de suínos, vírus de influenza equina e os vírus de influenza aviária. No entanto, alguns vírus circulando em determinada espécie podem adquirir a capacidade de infectar outra espécie. Por exemplo, vírus de aves silvestres podem eventualmente ser transmitidos a aves domésticas.

Casos frequentes ocorrem de vírus humanos infectando suínos e vírus de suínos em humanos. Os suínos não parecem ser capazes de transmitir eficazmente vírus puramente aviários. Por exemplo, estudos experimentais demonstraram que os suínos podem se infectar com o vírus H5N1 ou H7N9 aviário que tem causado mortalidade em humanos, mas, assim como humanos, os suínos não transmitem o vírus entre si nem a humanos. Contudo, se durante a infecção pelo vírus aviário o suíno estiver também infectado com vírus de influenza suína, os vírus aviários podem se combinar com vírus suíno durante a replicação conjunta dos diferentes vírus no animal, gerando novos vírus de influenza suína que contêm misturas de genes originados tanto de vírus aviário como suíno. Se o novo vírus gerado se adaptar ao suíno, adquirir capacidade de replicar, ser transmitido entre suínos e se estabelecer na população o novo vírus poderá se manter circulando e eventualmente vir a ser transmitido a humanos. Um exemplo foi a pandemia causada pelo vírus H1N1pand. O novo vírus H1N1 humano que causou a pandemia em 2008 e 2009 teve origem em vírus de influenza de suíno que continha genes de vírus aviários e que se manteve circulando em populações de suínos por um período indeterminado, até que o momento que foi transmitido e se adaptou em humanos.

Transmissão entre animais: O contato das aves domésticas com as silvestres é um dos determinantes para ocorrência de surtos da doença na avicultura comercial ou doméstica. Além do risco de introdução do vírus por aves migratórias, outras formas de introdução e disseminação devem ser consideradas e incluem especialmente riscos decorrentes da movimentação de aves, criações de múltiplas espécies e contato com aves aquáticas migratórias.

As aves selvagens migratórias, especialmente as aves aquáticas, são o hospedeiro natural e reservatório dos vírus da gripe aviária. Dentro de seus tratos respiratórios e intestinais, eles podem transportar diferentes cepas de vírus da gripe aviária. Dependendo da cepa do vírus e da espécie de ave, o vírus pode ser inofensivo ou fatal para a ave selvagem. Quando as aves apresentam pouco ou nenhum sintoma do vírus, isso permite que elas espalhem o vírus entre países vizinhos ou a longas distâncias, ao longo de suas rotas migratórias. As aves selvagens também desempenham um papel importante na evolução e manutenção dos vírus da gripe aviária durante as estações baixas.

O vírus de influenza pode ser viável por longos períodos, especialmente em locais frios (baixas temperaturas), em fezes infectadas e na água. Em patos, a excreção ocorre nas fezes por cerca de 30 dias após a infecção. Águas de lagos e lagoas frequentadas por patos migratórios têm sido consideradas importantes fontes de contaminação e reinfecção de aves.

As formas de transmissão são o contato direto com secreções de aves infectadas, especialmente fezes, ração, secreções respiratórias das aves infectadas, água, ovos quebrados ou carcaças de animais mortos, o que inclui o contato de aves domésticas com aves aquáticas e migratórias que sejam portadoras de vírus.

A disseminação de surtos muitas vezes é causada também por equipamentos, veículos e roupas contaminadas e trânsito de pessoas em áreas com a doença.

Outras fontes de transmissão:

  • Transmissão vertical (via matriz ao ovo) não parece ocorrer
  • Vírus pode estar presente na casca do ovo até 3 a 4 dias após infecção das aves
  • Vírus já foi detectado no sêmen de galos

Transmissão da ave para humanos: as infecções humanas com vírus da gripe aviária, embora raras, foram relatadas. As infecções humanas são adquiridas principalmente através do contato direto com animais infectados ou ambientes contaminados, mas não resultam na transmissão eficiente desses vírus entre as pessoas. O principal fator de risco para infecção humana parece ser a exposição direta ou indireta a animais infectados ou ambientes contaminados, como mercados de aves vivas. Abate, depenagem, manuseio de carcaças de aves infectadas e preparação de aves para consumo também são fatores de risco.

 

Os diferentes subtipos de vírus de influenza são mais comumente encontrados em aves aquáticas da ordem Anatiformes, família Anatidae, subfamílias Anserinae e Anatinae, tais como patos, cisnes, gansos, marrecos, irerê. Os marrecos, como o marreco de Pequim (Anas platyrhynchos) e os patos silvestres são as principais espécies nas quais há maior ocorrência de infecção pelos inúmeros subtipos diferentes de vírus de influenza aviária.

O vírus é também comum em aves da ordem Charadriiformes, que incluem mais de 350 espécies, distribuídas por todo o mundo. A maioria dos seus membros vive nas zonas costeiras e litorâneas. Exemplos importantes são as gaivotas, maçaricos, vira-pedras, perdizes, trinta-réis, batuíras, jaçanã. Os vírus de influenza aviária são encontrados menos frequentemente em periquitos, papagaios, tecelões, cacatuas, tendilhões, ratitas (avestruzes) e falcão.

As aves silvestres, principalmente as aves aquáticas tais como pato, marreco, ganso, maçaricos, gaivotas, garças, tecelões, pardelas e cisne entre outras aves das ordens Anseriforme e Charadriforme, são o reservatório natural do vírus de influenza. Ou seja, estas aves podem ser portadoras do vírus e excretar o vírus pelas fezes, mas podem não desenvolver quaisquer sintomas da doença.

As aves domésticas terrestres, tais como galinhas e perus, não são consideradas reservatórios dos vírus de influenza, mas são sensíveis à infecção por vírus transmitido por aves silvestres. Os patos domésticos e codornas têm tido papel importante como hospedeiros intermediários e reservatórios para a transmissão dos vírus de aves silvestres para galinhas e perus. Na China, os patos domésticos têm sido associados como as principais espécies nas quais vírus de aves silvestres se disseminam, sendo então transmitidos a galinhas e gerando um ecossistema favorável para a movimentação do vírus de seus hospedeiros naturais para hospedeiros suscetíveis à doença.

Além das aves silvestres ou domésticas, o vírus da influenza aviária pode ser esporadicamente encontrado em espécies de mamíferos marinhos como focas, baleias e martas. Em agosto de 2022, houve a notificação do primeiro caso de infecção pelo vírus da gripe aviária H5N1 de alta patogenicidade em um urso preto e, além disso, o vírus H5N1 asiático também foi isolado de felinos (como tigres, gato doméstico e leopardos), suínos e cachorros.

No ciclo natural do vírus ocorre primeiramente a transmissão viral entre as aves silvestres e destas para as aves domésticas e, eventualmente, das aves para os suínos e dos suínos para humanos e de humanos para suínos. Eventualmente, sob condições bastante peculiares, pode ocorrer a transmissão do vírus aviário de aves domésticas ou de produção diretamente para o ser humano envolvido no manejo das aves.

Nos suínos podem ocorrer combinações de genes dos vírus aviários com genes dos vírus que estejam circulando na população suína. Dependendo da adaptação dos novos vírus aos suínos pode haver transmissão do vírus do suíno para o homem e do homem para o suíno.

Em 1997 em Hong Kong foi descrito o primeiro caso de transmissão de um vírus aviário altamente patogênico, do subtipo H5N1, diretamente das aves ao homem. Este "pulo" do vírus aviário diretamente a humanos se repetiu na Ásia e na Europa nos anos seguintes, onde alguns subtipos de vírus aviários adaptaram-se e se disseminaram em aves domésticas tais como marrecos, patos, codornas, gansos e galinhas e foram transmitidos destas aves para o homem. Desde então o mundo vem convivendo com uma aparente rápida evolução dos vírus de influenza e casos de novos vírus aviários de origem na Ásia, tais como H9N2, H7N3, H5N6 e o H7N9, vem ocorrendo em humanos com variados graus de gravidade da doença e mortalidade.

O aumento no número de casos humanos relatados de infecção por influenza aviária A(H5N6) pode refletir a circulação contínua do vírus nas aves, e um sistema de vigilância e capacidade de diagnóstico reforçados como resultado direto da resposta à pandemia de COVID-19. A ameaça zoonótica permanece elevada devido à disseminação do vírus entre as aves. No entanto, o risco global de pandemia associado a A(H5) não mudou significativamente em relação aos anos anteriores. A OMS recomenda que os Estados-Membros permaneçam vigilantes e considerem medidas de mitigação para reduzir a exposição humana a aves potencialmente infectadas para reduzir o risco de infecção zoonótica adicional.

O principal sintoma da doença causada por subtipos de vírus altamente patogênicos, H5 ou H7, é a morte súbita, muito acima da mortalidade normal de aves no lote, podendo ser superior a 60% ou de até de 80 a 100% das aves dependendo da patogenicidade do vírus. Nesse caso, consulte um veterinário para fazer a análise clínica e a necropsia das aves. Em caso de mortes muito rápidas, as aves podem não apresentar sintoma da doença.

Sintomas da gripe aviária em galinhas são:

  • Tosse, espirros, muco nasal
  • Queda de postura, na produção de ovos e/ou alterações nas cascas dos ovos; Hemorragias, nas pernas e as vezes nos músculos
  • Edema (inchaço) nas juntas das pernas; inchaço da crista e barbela, com cor roxa-azulada ou vermelho escuro
  • Falta de coordenação motora (sintomas nervosos)
  • Diarreia e desidratação

Lesões (necropsia das aves):

  • Muco excessivo ou hemorragia da traqueia
  • Edema subcutâneo na região da cabeça e pescoço, inchaço da cabeça, olhos, crista, barbela e juntas das pernas
  • Coloração roxa das penas, cristas e barbelas
  • Hemorragias musculares
  • Petéquias (pontos hemorrágicos) no peito, gordura abdominal e interior da carcaça
  • Severa congestão dos rins, às vezes com depósitos de uratos
  • Hemorragias e degeneração dos ovários
  • Hemorragias na mucosa do pró-ventrículo principalmente na junção com a moela
  • Focos de hemorragias na mucosa do intestino

As lesões em perus são similares a lesões em galinhas, mas podem não ser tão severas. Patos infectados com vírus de influenza altamente patogênico e que excretam o vírus podem não apresentar lesões nem sintomas.

Ao primeiro sinal da doença, não se aproxime nem mexa nas aves para evitar a disseminação do vírus e procure o médico veterinário para fazer a análise clínica das aves. O veterinário terá os materiais necessários para o manuseio das aves e evitar o espalhamento do vírus.

Comunique a suspeita ao Serviço Veterinário Oficial da região, que fará o trabalho de investigação e, se a suspeita for confirmada, desencadeará todas as medidas cabíveis.

Não misturar aves de espécies diferentes no mesmo aviário, principalmente galinhas e frangos com aves aquáticas tais como patos, marrecos, gansos ou aves silvestres. Na avicultura comercial, utilize apenas aves de linhagens comerciais, mesmo se forem aves caipiras ou de criações de subsistência. Cercar os galpões com tela é uma medida fundamental para impedir a entrada e contato direto com aves de vida silvestre.

Evitar contato de galinhas com outras aves, especialmente outras espécies de aves domésticas, aves silvestres ou aves migratórias. Se houver uma propriedade avícola com suspeita de influenza, não visite a propriedade.

Adquirir aves somente de plantéis certificados ou registrados junto ao MAPA e não comprar aves ilegalmente e nem transportar aves sem autorização oficial de trânsito animal.

Por conterem um genoma de RNA, os vírus de influenza estão sujeitos a mutações frequentes, uma vez que não possuem a capacidade de corrigir o processo de cópia do RNA durante a replicação do genoma viral para formação de nova partícula vírica. Estas mutações frequentes causam alta variabilidade dos vírus de influenza e, em consequência, os problemas com a incompleta proteção conferida pelas vacinas e pela variabilidade na patogenicidade dos diferentes vírus.

Os vírus de influenza A muito frequentemente podem intercambiar genes, principalmente em aves, gerando novos vírus e este processo de combinações de genes tem um impacto importante na biologia e evolução dos vírus na natureza e na complexidade quanto ao custo e efetividade de programas de vacinação. Devido à dinâmica evolução dos vírus de influenza é necessária a contínua revisão de cepas vacinais a serem utilizadas para vacinação.

Várias vacinas para humanos, suínos e aves estão continuamente em desenvolvimento mundialmente para que forneçam adequada proteção contra novos vírus. Entretanto, a vacinação de aves contra influenza aviária não é permitida no Brasil, uma vez que o país não registrou a presença da doença em plantéis comerciais.

O México e Itália, por exemplo, utilizaram vacinas para conter surtos da doença em plantéis de galinhas comerciais causados por vírus H5 e H7 altamente patogênicos. Vacinas para o vírus H5N1 têm sido utilizadas na Ásia na tentativa de controle do vírus. Contudo, a vacinação não foi capaz de conter totalmente o vírus H5N1 e focos da doença continuam sendo relatados mesmo em países que adotaram a vacinação, tais como a China. A vacinação das aves foi adotada principalmente para o vírus H5N1 asiático em países onde o vírus tem se mantido endêmico como estratégia de também minimizar os riscos do vírus como zoonose fatal a humanos.

A estratégia está definida por Portaria Ministerial sobre Diagnóstico e Controle de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, prevendo todas as ações que devem ser tomadas pelos órgãos oficiais para conter focos da doença. A portaria define perímetros de contenção de focos, testes de diagnóstico a serem realizados, procedimentos de descarte de aves, de comercialização, abate etc.

O MAPA, além de ter estabelecido um Plano de Contingência, mantém programas de treinamento de técnicos da defesa sanitária animal sobre o diagnóstico da doença, procedimentos de controle e treinamentos de simulação de surtos. Os Serviços de Defesa Sanitária Animal, no âmbito federal e estadual, são responsáveis pela vigilância de fronteiras, portos, aeroportos e pelo recebimento de notificações de suspeitas. Apenas os Serviços Oficiais podem atuar na identificação e controle oficial de suspeitas de influenza.

Saber que o risco sempre existe e que se deve monitorar plantéis de aves comerciais e silvestres para identificar de imediato e eliminar qualquer foco da doença que possa ocorrer.

O vírus é facilmente inativado, mas pode resistir bem no ambiente por certo tempo, especialmente nas épocas de inverno de regiões mais frias do hemisfério norte, e em carcaças de frango congeladas. Por tanto, o comércio de aves e produtos avícolas deve ser muito bem controlado.

É essencial a adoção de medidas rigorosas de biossegurança das granjas e a adoção de boas práticas de produção, que reduzem os riscos de contato e entrada de aves ou materiais infectados nos variados sistemas de produção de aves.

Ficar em alerta e monitorar os relatos de disseminação do vírus em outros países é essencial para se prever os riscos da chegada do vírus.

Os casos de surtos em outros países demonstram que a prevenção depende em grande parte de monitoramento constante das aves: o MAPA e órgãos estaduais de Defesa Sanitária Animal executam as várias ações de defesa sanitária para controle de entrada de influenza, entre as quais:

  • Monitoria periódica de aves comerciais e migratórias
  • Quarentena de todas as aves importadas em instalações portuárias e de aeroportos com biossegurança adequada para contenção do vírus
  • Controle de trânsito de aves vivas no país: exigência de certificação de diagnóstico negativo de influenza aviária e doença de Newcastle
  • Controle de comércio de aves vivas
  • Treinamento de médicos veterinários no diagnóstico de suspeitas de casos, coleta e envio de material suspeito para o laboratório, metodologias de contenção de surtos, treinamentos simulados de ação sobre focos da doença

Nesse caso, lavar bem as mãos e corpo após contato com as aves. Somente o Serviço Veterinário Oficial pode confirmar se a suspeita é fundamentada. Também deve contatar os serviços de saúde oficiais (agricultura e saúde) do município para orientações.

O Plano de Contingência para Influenza estabelecido pelo MAPA prevê as ações exercidas por veterinários do serviço oficial do estado, município ou federal. A eles compete supervisionar:

  • Uso de máscaras de proteção para evitar respirar o vírus excretado pelas aves nas secreções nasais, oculares, fezes, assim como a poeira do ambiente contaminado
  • Eliminar rapidamente as aves infectadas - enterrar as aves e cama e desinfetar completamente os aviários. As aves infectadas devem ser eliminadas na propriedade e, por tanto, não podem ser levadas ao abatedouro
  • O transporte de aves com influenza não é permitido na legislação de controle de focos da doença e o controle de suspeitas da doença deve ser supervisionado pelos Serviços Oficiais de Defesa Sanitária Animal
  • Evitar contato entre lotes doentes e os não infectados

A influenza aviária é considerada exótica na avicultura doméstica no Brasil e não há ainda recomendação de vacinação, sendo o controle baseado na eliminação dos lotes de aves doentes e em áreas de risco e erradicação da doença.

Não há registros de infecção de pessoas por vírus aviários no Brasil. No entanto, a situação mundial do vírus da gripe aviária A(H5) difere da realidade brasileira. Desde a última avaliação de risco em 30 de agosto de 2022, um caso humano de infecção pelo vírus influenza A (H5N6) foi relatado na China.

Mesmo com essa notificação, a avaliação geral do risco permanece inalterada, ou seja, o risco de contaminação humana é muito baixo, pois a influenza aviária não foi diagnosticada em aves domésticas no Brasil. Além disso, não há evidências que sugiram que o A(H5), A(H7N9) ou outros vírus da gripe aviária possam ser transmitidos a humanos através da carne ou ovos devidamente preparados. A maioria dos casos humanos foram infecções esporádicas expostas ao vírus A(H5) através do contato com aves infectadas ou ambientes contaminados, incluindo mercados de aves vivas. Alguns casos humanos de influenza A(H5N1) foram associados ao consumo de pratos feitos com sangue de aves cru e contaminados. O controle da circulação dos vírus da gripe aviária em aves é essencial para reduzir o risco de infecção humana. Portanto, os riscos de contaminação humana são maiores em regiões do mundo onde o vírus não é controlado e onde já tenham ocorrido registros de vírus aviários capazes de infectar diretamente humanos. A Ásia, norte da África e Oriente Médio são as regiões no mundo onde ocorreram mais casos humanos devido ao contato direto de pessoas com aves infectadas com alguns dos poucos subtipos de vírus capazes de infectar humanos.

A contaminação humana ocorre por contato direto com secreções de aves infectadas - especialmente feiras de aves vivas, fezes de aves, sangue, aves mortas.

Não. Alguns subtipos de vírus aviários adquiriram a capacidade de infectar humanos, mas nem todos os casos já confirmados de infecção humana causaram doença grave.

Os subtipos de vírus de influenza aviária já diagnosticados em humanos são:

  • H3N8: O primeiro caso de infecção humana pelo vírus da gripe aviária A(H3N8) foi notificado em abril de 2022 à OMS. Até o momento (novembro/20222), um total de 2 casos confirmados laboratorialmente de infecção humana pelo vírus influenza A(H3N8) sem morte foram relatados à OMS na região do Pacífico Ocidental. Outras investigações epidemiológicas e virológicas deste evento estão em andamento. As informações epidemiológicas e virológicas disponíveis atualmente são limitadas, mas sugerem que este vírus da gripe aviária A(H3N8) não adquiriu a capacidade de transmissão sustentada entre humanos, portanto, o risco em nível nacional, regional e internacional de propagação da doença entre humanos é avaliado como baixo. O subtipo viral da gripe aviária A(H3N8) é comumente detectado globalmente em animais e representa um dos subtipos mais encontrados em aves selvagens, causando mínimo ou nenhum sinal de doença em aves domésticas ou aves selvagens.
     
  • H5N1: Os primeiros casos de doença grave e mortalidade de pessoas infectadas por um vírus de influenza aviária foram relatados em Hong Kong em 1997 e foram causados por um vírus asiático do subtipo H5N1. Alguns anos depois, a partir do final de 2003 e 2004, novos casos de doença grave, com mortalidade de mais de 60% das pessoas infectadas pelo vírus H5N1 se disseminaram em diferentes regiões do sudeste da Ásia. A doença em humanos tem sido resultado de contato direto com aves infectadas com o vírus asiático H5N1 altamente patogênico e até hoje não houve confirmação ou evidências epidemiológicas e virológicas que o vírus influenza A(H5) adquiriram a capacidade de transmissão sustentada entre humanos, portanto, a probabilidade é baixa de transmissão direta entre pessoas. Alguns casos esporádicos foram relatados e podem ter sido resultado de contato direto com pessoas doentes em fase aguda com excreção de altos títulos de vírus. Mas a transmissão entre pessoas não foi resultado da adaptação do vírus e o H5N1 ainda não adquiriu capacidade de replicação no trato respiratório superior para transmissão por tosses, espirros e secreções, a exemplo da forma que ocorre normalmente na transmissão dos vírus de influenza humana e que ocorrem sazonalmente em humanos.
     
  • H7N7 e H7N3: causaram doença com sintomas brandos, tais como conjuntivite.
     
  • H7N4: até novembro/2022, apenas um caso confirmado laboratorialmente de infecção humana pelo vírus influenza A(H7N4) foi relatado à OMS. Este caso foi relatado na China em 14 de fevereiro de 2018.
     
  • H9N2: Um vírus H9N2 de baixa patogenicidade em aves causou doença leve em Hong Kong, inicialmente em 1999, depois em 2003, e novos casos foram relatados pela OMS em Bangladesh em 2011 e Hong Kong em 2015. Um total de 78 casos de infecção humana com influenza aviária A(H9N2), incluindo duas mortes (ambas com condições subjacentes), foram relatados à OMS na região do Pacífico Ocidental desde dezembro de 2015. Destes, 76 foram relatados na China e dois foram relatados do Camboja.
     
  • H5N6: A primeira detecção de um vírus H5N6 fatal em humanos ocorreu na China em abril 2014. A infecção humana foi relatada novamente em dezembro 2014 e fevereiro de 2015. Até o momento (novembro/2022), foram notificados um total de 82 casos confirmados laboratorialmente de infecção humana pelo vírus influenza A(H5N6), incluindo 33 mortes, foram relatados à OMS na região do Pacífico Ocidental desde 2014.
     
  • H10N8: Em aves domésticas e silvestres. Em humanos ocorreram três casos de doença grave, com duas mortes na China (2013-2014). Este vírus aviário se originou pela combinação com genes internos de vírus H9N2. Análise feita por pesquisadores quanto à evolução de vírus H10 no Sul da China identificou ter havido vírus precursor do subtipo H10N8 que ocorria em patos e eventualmente se adaptou a galinhas, rearranjando com genes de um vírus H9N2 que também circulava em galinhas.
     
  • H10N3: Dois casos foram relatados em humanos, todos na China e o último aconteceu em junho de 2022. A extensão da circulação e epidemiologia desse subtipo viral em aves não é clara. Vírus H10N3 com diferentes características genéticas foram detectados anteriormente em aves migratórias e em outras aves selvagens desde a década de 1970. Onde quer que o vírus H10N3 circule nas populações de aves, podem ser esperados casos esporádicos de infecção em humanos.
     
  • H7N9: Até o momento, um total de 1.568 infecções humanas confirmadas em laboratório pelo vírus da gripe aviária A(H7N9), incluindo 616 casos fatais (CFR: 39%), foram relatados à OMS desde o início de 2013. O último caso de infecção humana com a gripe aviária A(H7N9) relatado à OMS na região do Pacífico Ocidental foi em 2019.
    Das 1.568 infecções humanas com influenza aviária A(H7N9), 33 relataram mutações no gene da hemaglutinina indicando uma mudança para alta patogenicidade em aves. Esses 33 casos eram de Taiwan, China (um caso tinha histórico de viagem para Guangdong), Guangxi, Guangdong, Hunan, Shaanxi, Hebei, Henan, Fujian, Yunnan e Mongólia Interior. Nenhum aumento da transmissibilidade ou virulência do vírus em casos humanos foram detectados relacionados ao vírus HPAI A (H7N9). A OMS continua a avaliar a situação epidemiológica e realizará outras avaliações de risco conforme novas informações se tornam disponíveis. O número e a distribuição geográfica de infecções humanas com vírus da gripe aviária A(H7N9) na quinta onda epidêmica (1 de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017) foram maiores do que as ondas anteriores e as ondas subsequentes.
    Outros casos humanos esporádicos de infecção pelo vírus da gripe aviária A(H7N9) são esperados em áreas afetadas e possivelmente vizinhas. Caso humanos de áreas afetadas viagem internacionalmente, sua infecção pode ser detectada em outro país durante ou após a chegada. No entanto, se isso ocorrer, a disseminação no nível da comunidade é considerada improvável, pois o vírus não tem a capacidade de se transmitir facilmente entre humanos. Até o momento, não há evidências de transmissão sustentada de humano para humano do vírus da gripe aviária A (H7N9). Infecções humanas com o vírus A(H7N9) são incomuns e precisam ser monitoradas de perto para identificar mudanças no vírus e no comportamento de transmissão para humanos, pois isso pode ter sérios impactos na saúde pública.

 A denominação usada para os vírus de influenza apenas identifica o subtipo de vírus, mas não indica que seja um vírus capaz de infectar humanos. Vírus de um mesmo subtipo podem ser bastante diferentes entre si e podem ser geneticamente distintos dependendo da região em que ocorrem, espécies hospedeiras e período do ano. Embora pequenos grupos de infecções por vírus A(H5) tenham sido relatados anteriormente, incluindo aqueles envolvendo profissionais de saúde, as evidências epidemiológicas e virológicas atuais sugerem que os vírus influenza A(H5) não adquiriram a capacidade de transmissão sustentada entre humanos, portanto, a probabilidade é baixa.

Caso os indivíduos infectados das áreas afetadas viagem internacionalmente, sua infecção pode ser detectada em outro país durante a viagem ou após a chegada. Se isso ocorrer, a disseminação adicional no nível da comunidade é considerada improvável, pois as evidências sugerem que esses vírus não adquiriram a capacidade de se transmitir facilmente entre humanos.

O vírus H7N9, que até 2015 causou infecções humanas na Ásia, tem causado grande preocupação aos órgãos internacionais de saúde, pois há indicações de que este vírus seja facilmente transmitido de aves a humanos. Outra preocupação e alerta são as evidências de que os vírus asiáticos H5N1, H9N2 e H7N9 circulando na Ásia vêm se combinando a outros vírus que circulam na região e podem eventualmente ser transmitidos a outras regiões do mundo.

Essa situação de contínuo surgimento de novos vírus e a contínua evolução do H5N1 asiático chama a atenção para a extrema importância de monitoramento constantemente de vírus de influenza circulando em populações de aves domésticas e silvestres, e análises de riscos de novos vírus com potencial de zoonose (infecção humana por agente infeccioso de origem animal).

De acordo com relatórios da OMS, os vírus de influenza aviária A(H5N1) e A(H7N9) permanecem como os dois vírus de influenza com potencial pandêmico, uma vez que continuam a circular amplamente em populações de aves domésticas e para os quais os humanos não terão imunidade protetora. [https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/influenza-(avian-and-other-zoonotic, acesso 10/11/2022).

A OMS já vem trabalhando na definição de quais vírus H7N9 poderão compor uma vacina humana em caso de uma pandemia.

É essencial, portanto, o controle de todo e qualquer surto de influenza aviária em aves domésticas, mesmo quando causados por vírus de baixa patogenicidade em galinhas, uma vez que já foi demonstrado que vírus dos subtipos H5 ou H7 de baixa patogenicidade para aves podem se adaptar e mutar rapidamente em poucos meses e adquirir alta patogenicidade se for permitida a sua circulação na população de aves. Os vírus circulando em aves e que adquirirem maior patogenicidade para aves domésticas, além dos enormes prejuízos para a avicultura, aumentam os riscos de surgimento e evolução de novos vírus com potencial de infectar humanos. Reconhecer e rapidamente eliminar focos da doença em aves é a melhor estratégia de controle de influenza aviária na avicultura. O controle da disseminação da doença em aves também reduz os riscos de contaminação de humanos por meio do contato com aves infectadas.

Orientações de prevenção

Links e telefones úteis

Links

 

Telefones

  • 0800 704-1995
    Equipe especializada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para assuntos de influenza aviária. Ligação gratuita.
     
  • 0800 644-6645
    Contato com o Ministério da Saúde para informes de notificações ou dúvidas referentes à saúde humana. Ligação gratuita.
     
  • 0800 643-9300
    Contato com a Cidasc para suspeitas de doenças de notificação obrigatória. Ligação gratuita.