terça-feira, 31 de maio de 2022

 

O que é sorgo e para que serve?

O Sorghum bicolor é uma espécie de cereal que pertence à família Poaceae, a mesma do milho. Mais conhecido como sorgo ou milho-zaburro, ele é versátil e de grande importância econômica.

Trata-se de uma planta cultivada há milhares de anos e com diversas aplicações. No Brasil, a expansão do cultivo de sorgo começou na década de 70 e hoje o país está entre os principais produtores.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil ocupa a 9ª posição no ranking dos maiores produtores de sorgo na safra 2020/21. O cereal é o quinto mais produzido no mundo.

O sorgo é bastante utilizado na alimentação animal, sobretudo em países da América do Sul, Estados Unidos e Austrália. Na América Central, Ásia e África, também tem os grãos utilizados na alimentação humana para produção de farinhas e amido industrial, na fabricação de pães e de biscoitos.

Diferentes tipos de sorgo

Existem 5 tipos de sorgo: sorgo granífero, biomassa, forrageiro, sacarino e vassoura. Você conhecerá um pouco sobre cada um desses tipos a seguir:

1. Sorgo granífero

O sorgo granífero possui porte baixo. Os grãos são o principal produto desse tipo de sorgo, produzidos na extremidade superior da planta. 

As plantas têm porte baixo (aproximadamente 170 cm de altura). A panícula é pequena e compacta. Além disso, é possível mecanizar todo o processo do sorgo granífero, do plantio à colheita.

Esses grãos são empregados principalmente na agroindústria de rações, embora também possam ser fornecidos na silagem.  Dentre os tipos de sorgo, o granífero é o que tem maior expressão econômica

2. Sorgo biomassa

O sorgo biomassa tem grande porte, podendo alcançar mais de 5 metros de altura. É muito utilizado na geração de energia, assim como o eucalipto e a cana-de-açúcar.  As plantas apresentam rápido crescimento, além de grande potencial de produção.

A propagação é feita por sementes, o que facilita a implantação das lavouras. Além disso, o processo é 100% mecanizado. Dependendo das condições climáticas, ainda é possível manejar a rebrota do sorgo biomassa.

Homem em plantação de sorgo biomassa. As plantas têm o triplo do tamanho do homem.

Sorgo biomassa

(Fonte: Embrapa; Foto: Marina Torres)

3. Sorgo forrageiro

O sorgo forrageiro é consumido na silagem e também pode ser utilizado para pastejo e corte verde na alimentação animal. As plantas têm grande porte, elevado número de folhas e poucas sementes.

Algumas cultivares de sorgo forrageiro tem dupla aptidão. Isso significa que têm potencial para a produção de forragem e grãos.

>> Leia mais: ‘’Zoneamento Agrícola do Sorgo Forrageiro: O que você precisa saber’’ 

4. Sorgo-sacarino

O sorgo-sacarino é semelhante à cana-de-açúcar devido aos colmos doces, ricos em açúcar fermentescível. 

Ele é utilizado como alternativa para a produção de etanol no período de entressafra da cana-de-açúcar. Além disso, esse tipo de sorgo também pode ser utilizado como forrageiro. 

As características dessas plantas possibilitam a produção de silagem de alta qualidade. Isso gera respostas positivas na produtividade animal.

A China produz uma bebida alcoólica conhecida por “baijiu”. Essa bebida representa 1/3 dos destilados consumidos em todo mundo e é elaborada a partir da fermentação e destilação do sorgo.

5. Sorgo-vassoura

O sorgo-vassoura possui como principal característica a inflorescência com fibras longas. O uso dessas fibras é voltado para a fabricação de vassouras, conhecidas como vassouras melga ou caipira.

Além de ser uma alternativa ecológica, esse tipo de sorgo geralmente é plantado por produtores que complementam a renda familiar com a produção artesanal das vassouras.

O preparo do solo, plantio e tratos culturais podem ser feitos mecanicamente. No entanto, a colheita e limpeza das panículas do sorgo são realizadas manualmente, o que requer muita mão de obra. 

Imagens de vassouras confeccionadas com sorgo

Vassouras fabricadas com panículas de sorgo

(Fonte: Testo Notícias)

Características da cultura do sorgo

O sorgo é uma planta muito resistente à seca e à salinidade do solo, além de ser uma cultura mecanizável. Seu porte é baixo, com até 170 cm. Seu metabolismo C4 lhe garante elevada eficiência no uso da água.

O sistema radicular pode atingir 150 cm de profundidade, sendo que 80% das raízes são encontradas nos primeiros 30 cm do perfil do solo.

A inflorescência é do tipo panícula, e pode variar quanto ao tamanho e formato. 

O ciclo da cultura varia de 90 a 120 dias.

Veja quais são as fases de desenvolvimento do sorgo.

Estagios de desenvolvimento do sorgo

Estádios de desenvolvimento do sorgo

(Fonte: Traduzido de United Sorghum Checkoff Program)

Condições e melhor época para o plantio de sorgo

As sementes do sorgo são muito pequenas, o que exige plantio superficial. A profundidade ideal é de 3 cm a 5 cm. Para facilitar o desenvolvimento das plântulas, o preparo do solo é fundamental. 

O sorgo deve ser semeado entre setembro e novembro, e essa data depende de quando as chuvas começam. 

Além disso, é importante lembrar que ao ser plantado tardiamente, a planta do sorgo pode sofrer redução de porte. Outra consequência do plantio tardio é a menor produção de matéria seca.

Isso tem maior probabilidade de acontecer em plantios em dezembro. Portanto, planeje bem e com antecedência a semeadura e fique sempre de olho nas previsões climáticas.

Como aumentar a produtividade das lavouras de sorgo?

Além de evitar cultivar o sorgo em áreas com histórico de pragas e doenças e utilizar sementes de qualidade, existem outros aspectos que interferem na produtividade. Veja quais são.

Clima ideal e exigência hídrica

O sorgo é uma espécie de climas quentes e que tolera elevados níveis de radiação.  O intervalo ótimo de temperatura para o desenvolvimento do sorgo é de 26 a 30ºC. 

Sabe-se que temperaturas inferiores a 16ºC e superiores a 38ºC são limitantes para a produção desse cereal.

A tolerância do sorgo ao estresse hídrico faz com que ele seja uma boa opção para o plantio na safrinha. Apesar disso, é importante lembrar que os efeitos do déficit de água podem comprometer a produtividade.  

O consumo de água pela lavoura de sorgo varia em função das condições edafoclimáticas, do ciclo da cultivar e do manejo do solo. 

De acordo com a Embrapa Milho e Sorgo, no decorrer do desenvolvimento da cultura são consumidos de 380 mm a 600 mm de água.

Preparo do solo

De modo geral, no sistema de produção convencional, o preparo do solo é um processo que compreende aração seguida de gradagem.

Esse processo tem o objetivo de melhorar as condições físicas do solo que irá receber a semente. Isso garante uma germinação uniforme, o bom desenvolvimento do sistema radicular e aumenta a infiltração de água.

O sorgo tem melhor desenvolvimento em solos bem drenados e profundos. A acidez e fertilidade devem estar corrigidas, e o pH ideal é entre 5,5 e 6,5.

Plantio

O sorgo é uma planta cultivada em sistema convencional e em sistema de plantio direto (SPD).

Independente do sistema adotado, é importante que o plantio do sorgo seja realizado segundo as orientações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

Outro ponto importante é que os equipamentos de plantio que você vai utilizar devem estar bem regulados. Isso varia de acordo com o tipo de sorgo.  Abaixo, veja algumas sugestões: 

Tabela com tipo de sorgo e seus respectivos espaçamentos, sementes por metro, consumo e população da colheita.

Sugestões para regulagem de equipamentos de plantio de acordo com diferentes tipos comerciais de sorgo, seus usos e seus espaçamentos recomendados

(Fonte: Paulo Mota Ribas via Embrapa)

Adubação

Em relação à demanda nutricional, o sorgo tem maior exigência por nitrogênio e potássio, seguidos de cálcio, magnésio e fósforo.

A recomendação de adubação para o sorgo deve ser sempre orientada pela análise de solo. É preciso considerar também a quantidade de nutrientes que são extraídos e exportados pela cultura.

Somente a partir dessas informações é possível determinar a quantidade, a forma e em qual momento os fertilizantes serão fornecidos às plantas.

A exigência nutricional varia diretamente com o potencial de produção. Isso quer dizer que a demanda nutricional do sorgo aumenta com o aumento da produtividade. Confira na tabela abaixo!

Valores de nutrientes extraídos pelo sorgo

Extração média de nutrientes pela cultura do sorgo em diferentes níveis de produtividades

(Fonte: Embrapa)

A finalidade de exploração do sorgo (grãos, silagem, fenação, corte verde ou pastejo) também influencia na recomendação de adubação.

Manejo de plantas daninhas

O controle químico é o mais utilizado no manejo das plantas daninhas no sorgo. Apesar disso, um dos problemas da produção é o reduzido número de herbicidas registrados para a cultura. 

Somente um ingrediente ativo é registrado no Mapa para o manejo das plantas invasoras no sorgo: a atrazina. Ela é eficiente no controle das plantas daninhas de folha larga, e tem pouco ou nenhum efeito sobre as de folha estreita.

Dessa forma, é importante fazer a dessecação da área no pré-plantio. O objetivo é fazer a lavoura se estabelecer “no limpo”, sem interferência das plantas daninhas. 

Principais pragas do sorgo

Os danos causados por pragas reduzem a produtividade e a qualidade do produto final.  Alguns insetos-praga têm alta capacidade de destruição e podem comprometer lavouras inteiras.  

Veja as principais pragas que causam prejuízos ao plantio do sorgo:

  • broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis);
  • mosca-do-sorgo (Stenodiplosis sorghicola);
  • lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus);
  • lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis);
  • pulgão-verde (Schizaphis graminum).

Recentemente, a Helicoverpa armigera também foi identificada causando prejuízos às lavouras de sorgo. 

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Principais doenças do sorgo

Assim como os insetos-praga, as doenças também podem comprometer a produtividade e aumentar os custos de produção. As principais são:

  • antracnose (Colletotrichum sublineolum);
  • ferrugem (Puccinia purpurea);
  • helmintosporiose (Exserohilum turcicum);
  • míldio (Peronosclerospora sorghi);
  • podridão seca do colmo (Macrophomina phaseolina);
  • doença açucarada do sorgo ou Ergot (Claviceps africana).

Colheita e pós-colheita do sorgo

A colheita do sorgo pode ser realizada de forma manual ou mecânica. 

A colheita manual é indicada para pequenas áreas. Porém, ela apresenta alto custo operacional e demanda muita mão de obra.

A colheita mecânica é a mais usada em grandes lavouras. Ela tem alto rendimento operacional e baixo custo quando comparada ao processo manual.

Quando colher o sorgo?

O momento ideal para a colheita do sorgo deve considerar as condições ambientais, características da cultivar, teor de umidade dos grãos e a finalidade do uso.

Os grãos de sorgo devem apresentar de 17% a 14% de umidade no momento da colheita (com secagem artificial).

Se você não dispõe de meios para realizar a secagem artificial, o interessante é que no momento da colheita os grãos tenham em torno de 12% a 13% de umidade.

No caso do sorgo granífero, a colheita pode ser realizada após os grãos atingirem a maturidade fisiológica. A maturidade fisiológica é observada pela formação de uma camada preta na região de inserção do grão na gluma. 

Esse fenômeno ocorre da ponta da panícula em direção à base. A partir desse momento, não há mais transferência de fotoassimilados para os grãos.

Quando atingem a maturidade fisiológica, os grãos de sorgo apresentam alta umidade. Isso torna necessária a secagem artificial após a colheita.

Para sorgo com finalidade da produção de silagem, o recomendado é que a colheita seja realizada quando as plantas tiverem, no mínimo, 30% de matéria seca.

O sorgo forrageiro pode ser disponibilizado aos animais 30 a 40 dias após a semeadura. As plantas jovens de sorgo não devem ser consumidas pelos animais por apresentarem níveis tóxicos de ácido cianídrico. 

Velocidade de colheita

Em geral, a velocidade de colheita pode variar de 3 Km/h a 5 km/h, no máximo. Velocidades superiores causam perdas no processo e podem levar ao embuchamento da colhedora.

A determinação da velocidade deve considerar a topografia do terreno, a incidência de espécies invasoras e as características da lavoura de sorgo.

Vale ressaltar a importância de realizar periodicamente a manutenção das máquinas e implementos da sua propriedade. Isso garante maior precisão no processo, além de evitar perdas e atrasos na colheita.

Armazenamento

Os grãos de sorgo têm a característica podem ser armazenados por longos períodos sem perder a qualidade. Para isso, o armazenamento dos grãos deve ser feito em local limpo, seco e ventilado. 

Os grãos colhidos devem ser mantidos com 13% de umidade. É preciso estar atento, também, ao ataque de microrganismos, insetos, aves e pequenos roedores. 

A presença de pragas no armazenamento influencia na velocidade de deterioração dos grãos. Além disso, contamina e interfere  na qualidade do produto. As perdas são irrecuperáveis e geram grandes prejuízos econômicos.

Conclusão

O sorgo possui diversas classificações e finalidades. Sorgo granífero, biomassa, forrageiro, sacarino e vassoura possuem particularidades e aplicações distintas. 

Dentre eles, o sorgo granífero é o que apresenta maior importância econômica.

Caso você tenha problemas com plantas daninhas em seu plantio de sorgo, lembre-se que o principal manejo é realizado com herbicidas. 

Mais especificamente, use a atrazina, o  único herbicida registrado no Mapa. Em casos de dúvidas, consulte um especialista.

Você já realizou ou está pensando em realizar o plantio de sorgo? Já conhecia todas as variações da espécie? Adoraria ler seu comentário!

 

Mapa registra mais 20 defensivos de controle biológico, incluindo produtos para uso na agricultura orgânica

Em 2022, já foram registrados 36 produtos de baixa toxicidade para o controle de pragas

Ato n° 23 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado nesta quarta-feira (25), no Diário Oficial da União, traz o registro de 52 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores. Desses, 20 são de controle biológico, sendo 13 para uso na agricultura orgânica.

Entre as novidades dos defensivos biológicos, encontra-se o primeiro registro do controlador Tetrastichus howardi. Uma vespinha cujas larvas são parasitoides da broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) e da lagarta de cor parda (Thyrinteina arnobia), que vem se apresentando como uma das principais pragas do eucalipto na atualidade. 

Para a agricultura orgânica, o documento traz o primeiro produto registrado com base na Especificação de Referência nº 39. Trata-se de uma mistura de Trichoderma harzianum com Trichoderma viride, recomendado para controle do fungo Rhizoctonia solani e do fungo Fusarium oxysporum.

Outros produtos registrados para uso na agricultura orgânica são à base de Trichoderma asperellum, de Bacillus thuringiensis var. kurstaki, um isolado de Beauveria bassiana, um isolado de Metarhizium anisopliae (isolado IBCB 425) e um Baculovírus Spodoptera frugiperda (SfMNPV). 

Já em relação aos produtos químicos, pela primeira vez um produto formulado à base do ingrediente ativo Ametoctradina será ofertado aos agricultores, registrado em mistura com metiram. A mistura visa evitar casos de resistência a fungicidas, diante das inovações que surgem no mercado. O produto que estava em análise desde 2010 é recomendado para o controle de Phytophthora infestans na cultura da batata; Peronospora destructor na cultura da cebola; Pseudoperonospora cubensis na cultura do pepino e Peronospora sparsa na cultura da rosa.

Para controle da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), considerada uma prioridade para a agricultura, o Ato traz uma mistura de Pseudomonas chlororaphis com Pseudomonas fluorescens (com recomendação também para mosca branca e percevejo marrom da soja) e dois produtos microbiológicos com a mistura de Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus velezensis e Bacillus thuringiensis.

Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração do mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira. 

Produtos de controle biológicos

Com o registro desses 20 produtos, já somam 36 produtos de baixa toxicidade para o controle de pragas registrados em 2022.

Os produtos de baixo impacto são importantes para a agricultura não apenas pelos aspectos toxicológico e ambiental, mas também por beneficiar as culturas de suporte fitossanitário insuficiente, uma vez que esses produtos são aprovados por pragas-alvo e podem ser recomendados em qualquer cultura.

Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

 

Começa hoje uma importante feira do agronegócio nordestino

  

É a Bahia Farm Show 2022. A feira é uma das principais do agronegócio do Nordeste do País. O evento será realizado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e começa hoje, 31 de maio, e vai até 4 de junho em Luís Eduardo Magalhães (BA). Aproveitando essa importante oportunidade, os pesquisadores da Embrapa apresentam novas tecnologias para aplicação na região do MATOPIBA.

No dia 1º de junho (quarta-feira), às 14h, a Embrapa Cerrados (DF), a Embrapa Algodão (Campina Grande, PB) e a Fundação Bahia promovem o pré-lançamento das cultivares transgênicas de soja BRS 8383IPRO e de algodão BRS 437B2RF no auditório da fundação, situado no complexo da feira.

A cultivar BRS 8383IPRO é uma variedade de ciclo médio (120 a 134 dias), hábito de crescimento indeterminado, com alto teto produtivo e potencial acima de 5 mil kg/ha nas regiões de indicação – MATOPIBA (Cerrado do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia) e Mato Grosso. Além da estabilidade de produção mesmo em condições de seca e elevadas temperaturas, apresenta resistência ao nematoide de galhas M. incognita, característica estratégica para a sojicultura do Oeste da Bahia, onde o sistema produtivo normalmente envolve a cultura do algodão, também afetada pelo nematoide. Apresenta, ainda, tolerância ao herbicida glifosato e expressa a proteína Bt (INTACTA RR2 PRO®), que permite oferecer proteção contra as principais lagartas da cultura da soja.

Já a cultivar de algodão BRS 437 B2RF é indicada para semeadura em abertura e meio do plantio, em condição de sequeiro ou irrigada, no Cerrado da Bahia, Piauí, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As plantas são de ciclo tardio e porte alto, sendo, portanto, indicadas para cultivo em safra única. Possui a biotecnologia Bollgard II RR Flex (B2RF), que confere às plantas resistência a algumas pragas (lepidópteros) e tolerância ao uso do herbicida glifosato. A cultivar se destaca pelo alto potencial produtivo de pluma e sanidade, principalmente quanto à resistência à mancha de ramulária, principal doença que afeta a cultura do algodoeiro no País, à doença azul, à bacteriose e ao mosaico comum, além de ser moderadamente resistente ao nematoide das galhas. A BRS 437 B2RF tem fibra de alta qualidade e elevada produtividade – potencial produtivo de 6.015 kg/ha de algodão em caroço e 2.425 kg/ha de pluma.

As duas novas cultivares poderão ser conhecidas na vitrine e no estande da Embrapa instalados no Bahia Farm Show. No local, também será apresentada a cultivar de soja BRS 8980IPRO, que, além da produtividade de grãos, da resistência às principais doenças da soja, apresenta tolerância ao déficit hídrico e estabilidade de produção nas condições agroclimáticas do Oeste baiano.

Também será divulgada a cultivar de algodoeiro transgênica BRS 500 B2RF, de alta produtividade e produção de fibra branca de comprimento médio; resistente a lagartas, ao herbicida glifosato e a doenças como a mancha de ramulária e ao nematoide das galhas. É indicada para cultivo em áreas comerciais de elevada produtividade e áreas com incidência de nematoide das galhas.

Além disso, serão apresentadas duas cultivares de gergelim – BRS Anahí e BRS Morena. A primeira possui desempenho agronômico superior às demais cultivares nas diferentes regiões do País, alta produtividade e características interessantes para a indústria, como sementes de película clara, bem maiores que as disponíveis do mercado, e adaptação à colheita mecanizada ou manual. A segunda é uma cultivar de gergelim de coloração marrom avermelhada, que proporciona sabor diferenciado para o consumo in natura e para a indústria alimentícia, com foco no mercado gourmet.

 

Serviço

 

Bahia Farm Show

Data: 31 de maio a 4 de junho

Horário: 9h às 19h

Local: Rodovia BR 020/242, km 535 – Luís Eduardo Magalhaes (BA)

Veja Como Fica o Tempo no Mês de Junho

 CI

 
AGROTEMPO

Veja como fica o tempo no mês de junho

Veja os destaques climáticos para o mês que dá início a entrada do período de inverno
Por:  

Com a entrada do mês de Junho, a expectativa das lavouras de inverno e do avanço dos cultivos sobre a parcela central do Brasil, as condições climáticas do mês podem definir o pleno desenvolvimento dos cultivos. Assim, o clima é de extrema importância para o preparo e  planejamento do produtor rural. Desta forma, separamos aqui os destaques climáticos para o mês que dá início a entrada do período de inverno. 

RESUMO

Condição oceânica: 
•  La Niña persistente e Atlântico Equatorial mais quente. 

Temperaturas
•  Parcela central do Brasil, temperaturas acima da média.
• Região Sul com temperaturas abaixo da média - possibilidade de maior ocorrência de geadas.
• Faixa norte com temperaturas abaixo da média

Chuvas
• Faixa norte e leste do nordeste, acima da média - favorecimento pelas condições oceânicas.
•  Centro-Sul do país, chuvas abaixo da média - condizente com padrão de La Niña
• Parcela central, chuvas dentro da média - porém são esperados baixos volumes.

CLIMATOLOGIA - o que é normalmente esperado
O mês de junho é caracterizado pela transição do comportamento do clima de outono para uma característica mais parecida com o inverno, tanto nas chuvas quanto nas temperaturas. É em Junho que as massas de ar polar começam a adentrar mais ao interior do território nacional e provocar o declínio acentuado no centro sul. 

Esta maior frequência e avanço das massas de ar polar, provocam uma diminuição das temperaturas, e isto, na média ao longo dos anos, dá uma característica típica da entrada do inverno. A tendência é de que as temperaturas médias fiquem abaixo dos 20°C desde o centro de Minas Gerais, sul do Mato Grosso do Sul e seguindo com uma diminuição até o extremo sul do país. Sendo que, nos pontos mais altos de Santa Catarina e sul do Rio Grande do Sul, essas médias ficam abaixo dos 14°C.

Por outro lado, na faixa norte do território nacional, o comportamento segue com poucas variações nas temperaturas, sobretudo nas áreas mais equatoriais. Porém, com o avanço eventual de massas de ar polar, a tendência é de uma temperatura média mais baixa no sul da região norte e sul da região nordeste. Com destaque para as áreas mais altas do sul da Bahia, caracterizada pelas noites mais frias nesta época do ano. 

Em relação às chuvas, o padrão é bastante conhecido e típico. A tendência é de que os bloqueios atmosféricos atuem com maior frequência nesta época do ano, na parcela central do Brasil. E isso mantém o tempo seco numa extensa área, que cobre desde o estado de São Paulo até a metade norte do MATOPIBA. 

Dentro da média das chuvas registradas de 1991 a 2020, áreas como no noroeste de Minas Gerais e oeste da Bahia, podem registrar menos de 10 mm ao longo de todo o mês de Junho. E este padrão mais seco também é observado em praticamente toda a área da região centro oeste e sul da região norte. 

Por outro lado, o padrão das chuvas tende a aumentar sobre o extremo norte do Amazonas e Roraima, onde são esperados - na média - os maiores volumes de chuva do país para o mês de Junho. Isso devido ao posicionamento da Zona de Convergência Intertropical, mais deslocada ao norte nesta época do ano. 

No leste do nordeste, também é esperado uma maior frequência e maior volume de chuvas. E o fenômeno que garante isso é a maior frequência das instabilidades conhecidas como distúrbios de leste, que se formam no meio do oceano e migram para a costa da região, trazendo chuvas. 

Já na região sul de acordo com a média também é esperada chuvas volumosas. E isso acontece devido ao aumento da ocorrência de frentes frias sobre a região. As frentes frias trazem, principalmente, chuvas durante a sua atuação. Assim, áreas ao noroeste do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, têm registros médios acima dos 180 mm para os meses de junho.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS

Dados observados

As condições atuais do oceano, mantém o padrão das águas mais frias na região do pacífico equatorial, chegando até uma profundidade de 100 metros, de acordo com as observações mais recentes. Isso corrobora com o padrão persistente de La Niña. Também é observado que a mancha de águas mais frias abrange uma ampla região, praticamente desde as Filipinas até a costa do Chile e costa Oeste dos Estados Unidos. 

Até existem alguns núcleos de águas mais quentes na região do Pacífico equatorial, próximo à América do Sul e emanando da América Central, mas que pouco vão interferir no padrão de La Niña.

Outro ponto de destaque nas águas oceânicas é o padrão mais quente na costa norte e nordeste do Brasil. Isso vem contribuindo para as chuvas mais frequentes e volumosas que estão sendo observadas sobre a região.

Previsão

Já a projeção para o desvio médio de temperatura na região do Pacífico Equatorial, mantém as águas mais frias durante todo o período de Junho. Esta previsão, sustenta as condições para La Niña ainda durante o período e sem sinais de enfraquecimento do fenômeno ao longo do mês. Além disso, a região de abrangência de águas mais frias é bastante ampla, praticamente desde a costa do Oeste dos EUA, costa do Chile até as Filipinas.  Esta maior abrangência, também sinaliza que o evento poderá persistir além de Junho.

A projeção de consenso do IRI/CPC também corrobora com a possibilidade de um prolongamento do fenômeno La Niña. De acordo com o centro, até pelo menos o trimestre de Dezembro-Janeiro-Fevereiro as probabilidades para La Niña são superiores às condições de neutralidade.

PREVISÃO 

Temperatura 

Dadas as condições oceânicas, as projeções para o mês de Junho das temperaturas são condizentes com o padrão de La Niña para a época do ano. As temperaturas serão mais elevadas na parcela central do país, particularmente sobre o leste do Mato Grosso, norte do Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro, Goiás até o sul do Maranhão. 

Isso poderá ser um reflexo da menor quantidade de chuvas esperada para o período e também da intensificação dos bloqueios atmosféricos, que contribuem tanto para o aumento nas temperaturas, quanto como uma barreira na chegada de umidade na região.

Por outro lado, as temperaturas poderão ficar abaixo da média esperada para o período no extremo norte do país e também nos estados do sul. Entretanto, as condições para isso são diferentes nas duas regiões. No norte, as chuvas ficam mais frequentes e volumosas, diminuindo a presença do sol, que consequentemente diminui as temperaturas. No sul, é esperado o contrário, as temperaturas tendem a ficar menores devido à menor presença de nuvens durante a noite, resultando em uma maior perda de calor.

Chuvas

Assim como as temperaturas, e vice-versa, o padrão das chuvas para junho é condizente com o comportamento esperado para o período em situação de La Niña. 

As chuvas vão se concentrar na faixa norte do Brasil, abrangendo desde o Recôncavo Baiano até o oeste do Amazonas. Este padrão, além de ser um reflexo do La Niña, também é influenciado pelas águas mais quentes do Oceano Atlântico. A maior presença de chuvas na região Amazônica, provoca uma diminuição das temperaturas, ao passo que, a maior presença de chuvas no leste do nordeste, pode trazer um leve aumento das temperaturas médias. 

Já no centro-sul do país, são esperadas chuvas abaixo da média. Isso pode ocorrer desde o extremo sul do Rio Grande do Sul até o sul do Mato Grosso do Sul. A menor quantidade de chuvas, poderá favorecer mais noites de céu claro e consequentemente a perda de calor e formação de geadas consecutivas. 

Na parcela central do Brasil, as projeções indicam chuvas dentro do esperado para o mês. No entanto, vale ressaltar que o período é caracterizado por poucas chuvas, com regiões onde comumente chove menos que 10 mm ao longo do mês. 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

 

Usina paraibana adota a irrigação por gotejamento e bate recorde de produtividade

   

Usinas brasileiras vêm adotando a irrigação por gotejamento em seus canaviais com o objetivo de aumentar a produtividade e a longevidade. E esses resultados já são comprovados em áreas comerciais em várias regiões do Brasil. Como por exemplo de uma Usina localizada nos tabuleiros costeiros da Paraíba que na safra 2021/2022 atingiu o 13º corte com uma produtividade acima de 100 ton/ha. Apenas recordando que a média de produtividade da região é de 47 ton/ha em apenas 3 – 4 cortes.

Plantada em larga escala no Brasil, a cana-de-açúcar possui uma área estimada de 10 milhões de hectares, e representa, em divisas, mais de 2% do PIB brasileiro. Em geral, uma Usina reforma anualmente até 20% do seu canavial, ou seja, se uma Usina possui 30.000 ha de área plantada, reformando 6.000 ha por ano ao custo de R$ 12.000,00/ha terá um investimento de R$ 72 milhões no ano, o que é um custo extremamente elevado.

Fazendo uma conta simples, com o uso da irrigação por gotejamento, foi deixado de fazer 3 reformas, ou seja, uma economia direta de R$ 36.000,00 por hectare. Concluindo, apenas com a economia de reformas, o projeto já foi pago e com lucro. Isso sem considerar os benefícios do aumento da produtividade e redução dos custos de produção.

Ou seja, utilizando o sistema de irrigação localizada por gotejamento a Usina conseguiu aumentar a produtividade em mais 100% e aumentou a sua longevidade de 3 vezes mais.

Vacina contra o Câncer

 Promissora vacina contra o câncer é esperança de novas opções para tratamento da doença

Foto: Freepik Pacientes que sofrem de câncer devem ter nos próximos anos novas opções de tratamento que aumentam sua sobrevida. Uma delas é a promissora vacina OVM-200, que está sendo desenvolvida pela empresa Oxford Vacmedix, ligada à Universidade de Oxford, no Reino Unido. Recentemente, os testes nos primeiros 35 pacientes oncológicos começaram. Eles vão receber três doses do imunizante, com duas semanas de intervalo, e serão monitorados durante um semestre. Ao contrário do que indica o senso comum, a vacina, caso seja aprovada, não será usada como forma de prevenção.
 
Nota do Blog: Esta vacina está sendo esperada a bastante tempo. Tomara que todos os esforços sejam arregimentados e esta vacina atinja as camadas mais carentes, que são as que sofrem mais.

 

Preocupações globais com o clima na Terra

É inegável que, apesar das críticas que recebe mundo afora, o Brasil tem implementado medidas que apontam para a sustentabilidade ambiental, como o plantio direto na palha, a integração lavoura-pecuária-floresta, o manejo integrado de pragas, os programas de microbacias, a produção e uso de bioinsumos, entre outros, em contraste com as práticas dos anos 60 a 80, período durante o qual se privilegiou o aumento da produção, via expansão da área, com pouca preocupação com a dimensão ambiental.


Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja

Produzir alimentos, sem comprometer os recursos naturais provedores da sobrevivência das gerações futuras, é mandatório. Os consumidores mundo afora o exigem. Os eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes no Planeta Terra por causa do excessivo aquecimento da atmosfera, indicam a importância que precisa ser atribuída ao ambiente terrestre, sinalizando que no futuro, a geopolítica enfatizará a dimensão ambiental em suas relações multilaterais. Até o momento, levando-se em conta o faturamento, um quinto das principais empresas globais, em 15 dos principais setores da economia, estão comprometidas em reduzir as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) pela metade, ainda nesta década.

Brasil tem implementado medidas de sustentabilidade ambiental, como ILPF

O pacto celebrado recentemente por mais de 200 países na COP26 (Glasgow, Escócia), confirma o compromisso dessas nações de reduzir em 1,5ºC a temperatura da superfície terrestre, acelerando a implementação dos objetivos estabelecidos pelo Acordo de Paris, em 2015. Para que tal redução ocorra, a COP26 encorajou os participantes a acelerarem a transição de uso de combustíveis fósseis para fontes de energia que emitem quantidades menores de CO2, o gás que mais promove o aquecimento da atmosfera; não devido ao seu poder de contaminação atmosférica por unidade de produto, mas pela grande quantidade emitida.

O Brasil assumiu quatro compromissos na COP26: 1º) corte de 50% na emissão de CO2 até 2030; 2º) economia carbono zero até 2050; 3º) zero desmatamento ilegal até 2030; e 4º) redução de 30% na emissão de metano, até 2030. O metano é um gás produzido principalmente no rúmen dos bovinos, mas também na decomposição da matéria orgânica em pântanos e lixões, entre outros. É o segundo gás que mais promove o aquecimento da atmosfera. Só não é pior do que o CO2, porque este é produzido em muito maior quantidade. Apenas para ilustrar, 1 kg de metano causa 86 vezes mais efeito estufa do que 1 kg de CO2.

É inegável que, apesar das críticas que recebe mundo afora, o Brasil tem implementado medidas que apontam para a sustentabilidade ambiental, como o plantio direto na palha, a integração lavoura-pecuária-floresta, o manejo integrado de pragas, os programas de microbacias, a produção e uso de bioinsumos, entre outros, em contraste com as práticas dos anos 60 a 80, período durante o qual se privilegiou o aumento da produção, via expansão da área, com pouca preocupação com a dimensão ambiental.

À raiz dos eventos climáticos devastadores (Petrópolis-RJ e Franco da Rocha-SP, por exemplo), governos e integrantes de organizações da sociedade civil aportaram em Glasgow, Escócia, determinados a exigir dos governos, ainda nesta década, a redução drástica das emissões de GEE. Muito se fez, ou está sendo feito, para reduzir as emissões de CO2 na atmosfera via promoção de mudanças na matriz energética global – excessivamente dependente do uso de combustíveis fósseis – para fontes renováveis de energia (hidroeletricidade, energia solar e eólica, assim como biocombustíveis).

Em 2010, a eletricidade proveniente de fontes eólicas e solares no mundo era de apenas 1,7%, evoluindo para os atuais quase 10%. Cresceu, mas não está sendo suficiente para evitar que o Planeta ultrapasse o limite de 1,5°C de aquecimento estabelecido no Acordo de Paris, em 2015. Para evitar a violação desse limite, as emissões precisam ser reduzidas pela metade até 2030 e atingir o zero líquido por volta de 2050. Chega de blábláblá. A Terra está a exigir mais compromisso da sociedade para sustentar-se, um compromisso que precisa ser levado a sério por todos.


 CI

 

AFTOSA: primeiro ano do novo status sanitário

Entidades avaliam a primeiro a ano da certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação do Rio Grande do Sul

A certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação do Rio Grande do Sul, concedida há exatamente um ano (27 de maio de 2021) pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é motivo de comemorações. E expectativas. Um ano após esta conquista, entidades e órgãos ligados ao setor agropecuário gaúcho avaliam os avanços e desafios.

“É um dia de comemoração, sim, mas também um dia de responsabilidade. A manutenção do status sanitário é um compromisso de todos. E tenham certeza que a Secretaria da Agricultura está muito atenta, com suas diversas atividades sendo realizadas com competência pelos servidores, em todos os rincões, contribuindo para o movimento que vai culminar na conquista de mercados”, declara o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Velho Lopes.

Para a superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa/RS), Helena Rugeri, o avanço do status sanitário no Rio Grande do Sul foi possível pela forte integração entre o setor público e o privado. “A manutenção do fortalecimento do Serviço Veterinário Oficial, que realiza uma vigilância ostensiva, e a orientação dos produtores são de suma importância para a manutenção do status sanitário”, afirma Helena.

Entre as entidades, é consenso de que a nova certificação vai abrir mercados mais exigentes, a médio e longo prazos, e destacam a responsabilidade de toda a cadeia produtiva na manutenção deste status. “Isto traz uma importância sanitária ímpar para o rebanho gaúcho. É um passo importante, sim. Mas, nós, produtores rurais, ainda não usufruímos benefício, a não ser o custo da vacina, obviamente. Quanto às questões de mercado, ainda não evoluímos. É verdade que é muito pouco tempo e que o mercado internacional não funciona no imediatismo. Ainda precisamos caminhar para que os grandes mercados do mundo tenham este reconhecimento e que ele seja duradouro”, destaca o presidente da Farsul, Gedeão Pereira.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS), José Roberto Goulart, analisa que “o reconhecimento da OIE não é um botão que você aperta e no outro dia todos os países vão estar liberados para exportar”. Mas entende que o novo patamar sanitário abre portas para mercados mais exigentes. “São mercados que pagam mais pelos nossos produtos, além de serem mais estáveis”. Segundo ele, o Estado e as empresas precisam estar prontos para quando essa oportunidade aparecer. “Esse é o objetivo: estar pronto”.

O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), Valdecir Folador, concorda que este status facilita o caminho até mercados mais exigentes. “No caso da cadeia da suinocultura, acaba ajudando porque tem países que só importam carne de zonas livres de aftosa sem vacinação”, lembra Folador.

De acordo com o presidente do Fundesa/RS, Rogério Kerber, entidade que congrega as várias cadeias produtivas gaúchas, o marco de um ano de certificação precisa ser celebrado e, também, deve servir para manter o assunto vivo, dentro do olhar do produtor. “A luta pela certificação levou anos e envolveu muitas pessoas e instituições. Somos gratos a todos pelo trabalho que resultou neste fato, mas temos certeza de que a manutenção é uma tarefa ainda mais árdua e permanente, pois exige que cada um faça a sua parte”, pondera Kerber.

Na avaliação do presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, a conquista do Rio Grande do Sul resultou em uma valorização geral da produção. “Ganhamos todos, produtores, Estado e o país, ou seja, ganha a sociedade”, afirma.

Vigilância redobrada

A vigilância constante e atenta de toda a cadeia produtiva é fundamental para a manutenção desta condição sanitária, destacam as diferentes entidades. “O produtor rural é o primeiro e mais importante vigilante, porque é ele que está em contato direto com os seus animais na sua propriedade. Portanto, ele é o principal sentinela de qualquer alteração que possa ser encontrada. O sucesso no combate de uma possibilidade de foco é, realmente, a agilidade do produtor em comunicar, da autoridade sanitária em se manifestar e correr rapidamente para debelar o foco”, destaca Gedeão Pereira.

O presidente do SIPS também entende que a preocupação com a biosseguridade e a conscientização, principalmente do produtor, é fundamental para essa manutenção. Folador, da Acsurs, reforça que a responsabilidade é ainda maior sobre os rebanhos. “Temos que ter um cuidado e uma atenção redobrados, numa parceria forte entre o setor público e o setor privado”, diz ele. Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), João Francisco Wolf, o produtor deve sempre alerta. “Ele não se pode afrouxar. Temos que reforçar o programa Sentinela, que faz a vigilância nas fronteiras, já que os países vizinhos seguem vacinando. E seguir trabalhando”.

Kerber lembra que os investimentos no sistema de defesa sanitária animal em áreas estratégicas do Serviço Veterinário Oficial têm sido constantes. “Temos certeza de que os desafios para a defesa sanitária animal são grandes e, por isso, o Fundesa e todas as entidades que o compõe, tem mantido a atenção e viabilizado investimentos”, ressalta o dirigente do fundo.

Parceria com as forças de segurança

A parceria com as forças de segurança é outro ponto importante para assegurar o status sanitário, fazendo o monitoramento nas regiões de fronteira em parceria com o Serviço Veterinário Oficial. Na Secretaria da Agricultura, os programas Sentinela e Guaritas fazem este monitoramento desde 2020.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), uma das entidades parceiras na vigilância das fronteiras, afirma em nota que “o apoio das forças de segurança e defesa às ações de fiscalização agropecuária, no âmbito dos programas Sentinela e Guarita, acontece basicamente em duas fases: inteligência e salvaguarda. Desta maneira, busca-se tanto colher o máximo possível de informações para otimizar as operações quanto assegurar que os profissionais da Seapdr possam executar seu trabalho adequadamente”.

Para o comandante do Comando Ambiental da BM, tenente coronel Rodrigo Santos, “a Brigada Militar se sente orgulhosa por participar ativamente das estratégias de fiscalização, garantindo a sanidade do rebanho gaúcho”.

Além do Rio Grande do Sul, os estados do Paraná, Acre, Rondônia e alguns municípios do Amazonas e do Mato Grosso, foram certificados como zona livre de aftosa sem vacinação em maio do ano passado. Santa Catarina possui a certificação internacional há 15 anos.

Para atingir o status sanitário de área livre de aftosa sem vacinação, o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) determina critérios técnicos, estratégicos, geográficos e estruturais. O último caso da doença registrado no Rio Grande do Sul foi em 2001.

As informações são da Sedpr*

sexta-feira, 27 de maio de 2022

 


RN sedia I Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária


ASSECOM/RN

O Rio Grande do Norte sedia, no período de 15 a 19 de junho próximo, a I Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária – Fenafes, no Centro de Convenções de Natal, na Via Costeira. O evento é iniciativa da Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste, coordenada pela governadora Fátima Bezerra, e realizado através das secretarias de Estado do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sedraf), Emater-RN e Fundação José Augusto (FJA). O Governo do RN investiu R$ 640 mil em toda a promoção da I Feira Nordeste da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes). Os recursos foram garantidos pelo empréstimo junto ao Banco Mundial, por meio do Projeto Governo Cidadão, com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária  e da Pesca (SAPE).

O objetivo principal é fortalecer iniciativas de integração de políticas públicas em torno do Programa de Alimentos Saudáveis do Nordeste – PAS/NE, principal bandeira dos estados que fazem o Consórcio Nordeste. Além disso, a Feira visa proporcionar o intercâmbio de políticas públicas envolvendo governos e movimentos sociais; fortalecer o cooperativismo solidário e a comercialização; e oferecer formação, com palestras, oficinas e cursos sobre acesso à terra, sistemas agroalimentares, produção de alimentos saudáveis e agroecologia. 

A previsão é da participação de 150 cooperativas e associações, 500 expositores e público visitante de mais de 10 mil pessoas durante os cinco dias de evento que tem entrada gratuita. 

A feira também será espaço estratégico para reafirmação da identidade cultural da região, divulgação de saberes e sabores que marcam e caracterizam o povo nordestino, e contará com a cozinha “Sabores da Terra” e Festival Gastronômico, além de programação cultural com shows de artistas de destaque regional e nacional. 

"A Fenafes vai mostrar a pujança da Agricultura Familiar na região Nordeste e o apoio dos governos estaduais à economia solidária que traz dignidade e cidadania aos homens e mulheres do campo", afirmou a governadora Fátima Bezerra na manhã desta segunda-feira, 23, na Central de Comercialização da Agricultura Familiar - Cecafes, no ato de lançamento da feira. 

A governadora acrescentou que o evento é resultado da integração de políticas públicas e de ações de vários órgãos da administração estadual. Ela lembrou que no início da atual gestão foi criada a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sedraf) e sancionado o projeto de lei de autoria da deputada estadual Isolda Dantas que criou o Programa de Compras Governamentais da Agricultura Familiar do RN (Pecafes), que determina a aquisição de pelo menos 30% das compras do Estado à agricultura familiar. "Desde o início nossa administração mostrou compromisso com a agricultura familiar. São as mulheres e homens do campo que alimentam a nossa população com produtos de qualidade e saudáveis", declarou.

O titular da Sedraf, Alexandre Lima, disse que "o momento da realização da Fenafes é importante por que é no período da colheita e reúne em Natal toda a expressão que a agricultura familiar representa no Nordeste. "Está é a primeira vez que os estados do Nordeste se associam a um evento para melhor organizar o setor e promover o intercâmbio de políticas públicas para a economia solidária. Quem produz alimento de qualidade e agroecológico é a agricultura familiar e este será o maior evento do setor no Brasil", informou. 

Rosana Lima, coordenadora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar no RN - Fetraf/RN, considerou que "a feira é a prova de que homens e mulheres do campo resistem ao retrocesso, produzem e demonstram que a agricultura contribui para o desenvolvimento dos estados e do país. Fomos ouvidos, encaramos o desafio e junto com os governos dos estados vamos fazer este grande evento". A presidente da Unicafes - União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Fátima Torres, tem avaliação semelhante, e pontuou: "construímos junto com Governo do Estado esta feira que é grande oportunidade para fortalecer o setor".

A perspectiva de ampliação da produção e dos negócios foi ressaltada pelo diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio. Ele disse que o evento vai viabilizar também contatos de compradores à agricultura familiar. "Estaremos presente com stand oferecendo mesas de negócios a cada Estado para viabilizar a comercialização entre o produtor e o comprador em escala". 

Integrante da coordenação nacional do MST, Érica Rodrigues, parabenizou o Governo do RN "pela grande estrutura que será disponibilizada na feira, um evento que dialogada com os movimentos de agricultores e agricultoras. Temos certeza que será sucesso", declarou.

Representando a Assembleia Legislativa, a deputada estadual Isolda Dantas, afirmou que "a feira diz ao Nordeste e ao Brasil que a agricultura familiar produz, e produz sem veneno, alimentos de qualidade. Ela lembrou também que o Pecafes - programa de compras criado por lei de sua autoria e sancionado pelo Governo do RN - é um sucesso e se tornou modelo para o país. A deputada federal Natália Bonavides ressaltou que a Fenafes "é símbolo do compromisso dos governos do RN e dos estados do Nordeste de apoio a quem produz o alimento que a população brasileira consome. 

"A realização da primeira Fenafes é uma ousadia". A definição é de Bivar Dutra, secretário da agricultura familiar no estado da Paraíba. Ele também considerou que "a feira simboliza a capacidade de produção de alimentos pela agricultura familiar e mostra toda a sua capacidade".

No ato de lançamento a Governadora esteve acompanhada também dos secretários de Estado da Infraestrutura, Gustavo Coelho, Ana Maria Costa, Turismo, Comunicação, Daniel Cabral, Agricultura, Pesca e Pecuária, Guilherme Saldanha, adjunto da Sethas, Adriano Gomes, presidente da AGN, Edivane Vilar, presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, diretor da FJA, Fábio Henrique, diretor-geral da Emater, César Oliveira, Carlos  Cerveira, Controlador Geral do Estado, coordenadora de economia solidária da Sethas, Lidiane Freire. 

Ainda compareceram Fábio Mendonça, superintendente da Conab, representante do senador Jean-Paul Prates, deputados Francisco Medeiros e Souza Neto, vereadoras em Natal, Divaneide Basílio e Brisa Bracchi, vice-presidente da Ocern, Joseilson Medeiros, Francisca Eliane, da rede Xique-xique de produtores, José Rodrigues, coordenador da Asa Potiguar.

 

O capim annoni pode se dispersar pelo campo com a Ingestão de sementes pelos animais

   

Uma análise sobre a capacidade de dispersão de sementes de capim no campo foi realizado pelos pesquisadores da Embrapa e pelo Instituto Federal Sul Rio-grandense.  As pesquisas foram realizadas em Bagé, no bioma Pampa gaúcho, onde há plantas invasoras de rápida infestação comprometendo os campos e afetando consideravelmente a produção pecuária dos produtores rurais que enfrentam o problema.

Os experimentos foram feitos com bovinos e ovinos contaram com a avaliação do comportamento das sementes após o trato digestório. Segundo a pesquisadora da Embrapa Fabiane Pinto Lamego , o estudo comprova cientificamente que a ingestão do capim-annoni na atividade pecuária é mais um potencial dispersor das sementes da invasora no ambiente de produção, seja na mesma, entre áreas infestadas e não infestadas, ou entre propriedades, quando há manipulação de animais e não é um período de quarentena.

“Existem diversas possibilidades de dispersão da semente de capim-annoni e essa é mais uma das formas que ajudam na multiplicação e perpetuação da planta reforçam a necessidade de os estudos ou áreas de extensão que não se destacam na necessidade de animais em espaços reservados, no intuito de disseminarem esses pesquisadores em novo foco.

No caso das aves, a experimentação foi realizada no IFSul, Campus Bagé-RS e a recuperação das sementes de capim-anoni aconteceu apenas seis horas após a ingestão, com recorrência dos materiais até 48h. Para realizar o estudo, os pesquisadores coletaram as fezes dos animais diariamente, após a ingestão das sementes de capim-annoni. No caso das ovelhas, para facilitar a coleta, foram utilizadas bolsas coletoras. Depois, as sementes foram levadas ao IFSul, para lavagem e contagem.

Ainda segundo Schaedler, esse tipo de estudo é fundamental para uma melhor compreensão sobre como se dá a interação entre as plantas invasoras e os animais. “A investigação da dispersão endozoocórica torna-se importante para compreender como as áreas onde anteriormente não havia infestações de espécies daninhas, apresentam hoje infestação elevada. Por exemplo, animais em área com presença de capim-annoni podem se alimentar das inflorescências com sementes, e devido ao tempo de passagem madura no trato digestório, podem ser dispersos para outro local”, explica o professor.

Entre as principais características do capim-annoni se destacam a tolerância ao estresse hídrico (seca); o sistema radicular bem desenvolvido (que produz cerca de 40% a mais de massa de raízes que as espécies de campo nativo do Pampa); intolerância ao sombreamento; a manutenção de grande quantidade de manutenção no solo; e capacidade de rebrota e disseminação de sementes pelas ações mecânicas.

 CI

 

Safra de laranja é estimada em 316,95 milhões de caixas

Previsão é de aumento de 20,53% em relação à safra anterior

A safra de laranja 2022/23 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, principal região produtora de laranja do mundo, é estimada em 316,95 milhões de caixas (40,8 kg), de acordo com o anúncio feito pelo Fundecitrus nesta quinta-feira, 26 de maio. O crescimento é de 20,53% em comparação à safra anterior (finalizada em 262,97 milhões de caixas), o que representa um aumento de 1,11% em relação à média de produção dos últimos dez anos. A perspectiva de uma safra melhor indica que, no geral, os pomares conseguiram se recuperar das adversidades climáticas, incluindo seca e geada, que ocorreram em 2020 e 2021 e provocaram duas safras pequenas consecutivas.

De acordo com o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, Vinícius Trombin, o resultado desses anos foi a descontinuidade do ciclo bienal de produção, caracterizado pela alternância anual entre safras altas e baixas. “As chuvas registradas nos últimos meses tiveram papel fundamental para a composição dessa expectativa de produção. Se esse número se confirmar, finalmente, será observada a passagem da bienalidade negativa para positiva”, explica.

Chuvas e fruto

O retorno das chuvas no início de outubro de 2021 e a manutenção das precipitações de forma bem distribuída, com temperaturas do ar abaixo da média histórica, contribuíram para a regularização do nível de umidade do solo. A precipitação média acumulada no cinturão citrícola teve volume 22% abaixo da normal climatológica, mas 16% maior do que o acumulado no mesmo período do ano anterior. “Portanto, graças às condições climáticas melhores, a maioria das laranjeiras do parque citrícola exibe uma boa carga de frutos e laranjas com peso maior do que as da safra passada neste mesmo estágio de desenvolvimento”, reforça Trombin.

Esse cenário positivo em relação à temporada anterior deve se manter até o encerramento da safra, por isso, a projeção é que o peso médio das laranjas no ponto de colheita chegue a 158 gramas, 10,49% acima da safra passada, mas 3,66% abaixo da obtida nos últimos sete períodos. A produtividade média,  nesta temporada, é estimada em 920 caixas por hectare e 1,86 caixas por árvore, contra as 760 caixas por hectare e 1,58 por árvore colhidas na safra 2021/22.  O número médio de frutos por árvore em maio de 2022, sem considerar a queda que ocorrerá ao longo da safra, é mensurado em 668, o que representa um incremento de 4,5% em relação à safra passada. O número médio de frutos por árvore pode variar em 19 unidades para mais ou para menos. Em relação à produtividade por setor, o Sudoeste, que inclui as regiões de Avaré e Itapetininga, deve apresentar o maior índice, com 1.107 caixas por hectare, recuperando-se da queda de 21,4% que ocorreu na safra passada. Para o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, a previsão de aumento na produção é resultado de um trabalho constante. “A nova safra promete ser pujante para os produtores, mesmo diante de desafios que são inerentes à citricultura. O setor tem o privilégio de contar com a experiência dessas pessoas que, historicamente, têm levado nossa citricultura ao sucesso contínuo”, afirma.

Raio-x do parque citrícola

Em 2022, o Fundecitrus atualizou os dados do Inventário de árvores, que mapeia todo o cinturão citrícola e oferece um raio-x da citricultura de SP e MG. As árvores produtivas totalizam 169,97 milhões e ocupam uma área de 344.389 hectares. Esses valores representam um crescimento de 3,41 milhões de árvores, equivalente a 2% sobre o inventário de 2021, e uma redução da área produtiva em 0,50%, evidenciando o efeito do adensamento de plantas que ocorreu nos últimos anos.

De acordo com o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, para o inventário deste ano, o mapeamento georreferenciado, realizado pela primeira vez em 2015 e renovado em 2018, passou por uma atualização completa para a composição do trabalho. “Trata-se um investimento muito importante para que possamos conhecer cada vez melhor todo o nosso cinturão citrícola e as mudanças que ocorrem nessa área. As informações ajudam a nortear decisões relacionadas aos investimentos dos citricultores. Quanto mais conhecermos o cinturão, mais efetivos seremos no trabalho dentro e fora do pomar”, comenta.

Queda de frutos

A taxa de queda média projetada é de 20%. Essa taxa é aplicada sobre o número de frutos que se encontra nas árvores em maio de 2022, momento em que os
dados foram computados. Se esse percentual for confirmado ao longo dos próximos meses, estará abaixo apenas das taxas observadas nas últimas duas safras, quando as condições climáticas foram severas. O principal motivo dessa projeção é a intensificação dos problemas fitossanitários, como o aumento da incidência de laranjeiras com sintomas de greening no cinturão citrícola, que passou de 20,87% em 2020, para 22,37% em 2021, associado a sérios problemas com bicho-furão e moscas-das-frutas, pinta preta e leprose.

A realização da Pesquisa de Estimativa de Safra conta com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp. 


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Bombeiros sugerem Cuidados de Prevenção Contra Raios Durante Fortes Chuvas

 

Bombeiros do RN sugerem cuidados de prevenção contra raios durante fortes chuvas.

No início da semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu dois alertas - um de chuvas intensas e outro de acumulado de chuvas - para cidades do Rio Grande do Norte. Desta forma, o Governo do RN, por meio do Corpo de Bombeiros Militar, orienta a população a se proteger e evitar acidentes em dias de temporais.

Uma das orientações mais importantes é de nunca ou se abrigar embaixo ou próximo a uma árvore. Por se tratar de uma superfície alta, assim como os postes de energia - são atraentes como pontos de descargas elétricas, que atingem quem estar nas proximidades.

Mais cuidados

No volante, o ideal é parar o carro em um local e esperar a tempestade passar. Enquanto isso não for possível, manter a distância segura do veículo da frente, para evitar colisões em freadas inesperadas, é fundamental. O uso dos faróis baixos e a redução gradual da velocidade para não perder o controle do veículo em caso de aquaplanagem é importante, assim como evitar as ultrapassagens. Trechos alagados não devem ser atravessados.

Em casa, a proteção dos eletrodomésticos é essencial. A recomendação do Corpo de Bombeiros é desligá-los durante os temporais.

Por Floco Central

Urgência ligue: 193 

 

Saúde: Pesquisadores sugerem reduzir os limites de tolerância de cobre na produção de castanha

   

Atendendo a uma demanda da indústria de segurança de amêndoas de caju, a Embrapa ade realizou o estudo que determinou os novos parâmetros do alimento. Os pesquisadores Marlos Bezerra e Carlos Taniguchi assinam uma nota técnica que descreve como se manifesta a presença do cobre nas castanhas de caju, comprovando que o material faz parte da fisiologia da planta. Os teores de cobre encontrados no fruto são oriundos do processo natural de nutrição das espécies.

O novo índice foi publicado na Instrução Normativa nº 152, de 3 de maio de 2022. A definição sobre os indicadores em risco a indústria de processamento de castanha de caju no Brasil, uma vez que os produtos futuros estão sendo comercializados fora da norma. “Não houve nenhum problema para a indústria, haja vista que a correção foi realizada um dia antes da instrução normativa entrar em vigor. Caso não tivesse existido essa reversão com o trabalho, aí sim, como iriam sofrer a venda para as amêndoas”, avalia Bezerra.

De acordo com o Saave, chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, os poucos levantamentos encontraram doenças relacionadas ao consumo de cobre. “Nada foi encontrado, muito pelo contrário: o cobre presente nas amêndoas é indicado como um fator benéfico para a saúde humana. Nós seres humanos também precisamos de cobre, em pequenas coisas, por isso nós seres humanos também precisamos de cobre, afirma.

“O estabelecimento do novo valor garante a segurança do alimento que chega ao consumidor, bem como a viabilidade operacional de todo um segmento industrial e dos produtores a ele associados. Além disso, em outros países consumidores e produtores da castanha de caju, o indicador é equivalente ou superior ao previsto pela instrução da Anvisa”, complementa o chefe.