A
gripe aviária é uma doença de aves domésticas e silvestres, causada
pelo vírus de influenza A (IAV) altamente patogênico. O vírus Influenza A
pode infectar aves e mamíferos, incluindo humanos, e é transmitido de
forma eficaz através de aerossóis respiratórios, fezes e fluídos
corporais, seja diretamente (proximidade hospedeiro-hospedeiro) ou
indiretamente (água ou objetos contaminados). Nas aves domésticas a
doença é caracterizada principalmente por alta mortalidade e problemas
respiratórios tais como tosses, espirros, muco nas narinas e hemorragias
nas partes desprovidas de penas e mucosas. Podem ocorrer sinais
clínicos nervosos tais como o andar cambaleante das aves. Em aves em
postura ocorre queda de produção de ovos.
Os vírus influenza tipo
A são classificados em subtipos de acordo com as diferentes
glicoproteínas de superfície do vírus hemaglutinina (HA) e neuraminidase
(NA). Até agora, são conhecidos 18 subtipos diferentes de hemaglutinina
(H1-H18) e 11 subtipos diferentes de neuraminidase (N1-N11), com apenas
alguns desses subtipos circulando em humanos (gripe sazonal).
Dependendo do hospedeiro de origem, os vírus da gripe A também podem ser
classificados como gripe aviária, gripe suína, gripe humana etc., ou
outros tipos de vírus da gripe animal. Quando os vírus da gripe animal
infectam humanos, são chamados de infecções zoonóticas. As aves são
suscetíveis a uma ampla variedade de cepas de vírus Influenza A dos
subtipos H1–H16 e N1–N9. Existem também duas categorias de vírus
influenza definidas por sua capacidade de infectar e causar doença e
morte em aves domésticas: baixa patogenicidade e alta patogenicidade.
Apenas alguns subtipos de IAVs (H5 e H7) têm capacidade para se tornar
classificados como de alta patogenicidade (em inglês, HPAI - Highly
Pathogenic Avian Influenza), embora outros subtipos como H9 possam
causar doença com perdas significativas. Os IAVs podem ser classificados
pela categoria e subtipo de patogenicidade (por exemplo, baixa
patogenicidade H3N2 ou alta patogenicidade H5N1). Os vírus de alta
patogenicidade H5 ou H7 são assim classificados a partir de um teste de
virulência realizado em galinhas e está relacionado à capacidade do
vírus de causar lesões severas e alta mortalidade nestas aves.
A
influenza aviária causada por vírus altamente patogênicos, ou qualquer
vírus dos subtipos H5 ou H7, é uma doença de notificação obrigatória
imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do país. O
diagnóstico oficial da doença deve ser comunicado a órgãos
internacionais de controle de saúde animal e a países importadores.
Portanto, surtos da doença causados por vírus altamente patogênicos
acarretam em barreira sanitária para a comercialização de produtos
avícolas no mercado interno e internacional e, portanto, em enorme
prejuízo econômico para a avicultura comercial, podendo tornar-se uma
ameaça também à saúde de pessoas. Essa medida é permitida, uma vez que
produtos avícolas não tratados termicamente e oriundos de lotes que
tiveram a doença, têm a capacidade de albergar e servir como fonte de
transmissão para o vírus.
Existem vários subtipos diferentes de
vírus de influenza, que variam quanto a sua patogenicidade nas
diferentes espécies de aves. A influenza aviária não é diagnosticada
como doença e não é notificável quando a infecção for diagnosticada como
sendo causada por algum subtipo de vírus de baixa patogenicidade
(influenza aviária de baixa patogenicidade -LPAI). Aves aquáticas
(Anseriformes como patos, marrecos, gansos e cisnes) são hospedeiros
naturais dos vírus de baixa patogenicidade da influenza aviária, com
baixo efeito nocivo.
Os vírus de baixa patogenicidade normalmente
não causam sinais clínicos em aves silvestres ou causam sinais clínicos
leves em aves domésticas. Mesmo assim, quaisquer vírus LPAI demonstrado
infectar e causar consequências graves em humanos também deve ser
relatado e notificado. Contudo, qualquer infecção por vírus dos subtipos
H5 e H7, mesmo quando diagnosticados em aves silvestres e sendo
considerados como LPAI, é também notificável, mas não impõe barreiras
comerciais à avicultura. A notificação dos vírus H5 e H7, mesmo em aves
silvestres, é necessária como alerta de riscos para as aves domésticas,
especialmente para a avicultura comercial por serem os subtipos de vírus
mais associados à capacidade de se adaptarem e adquirirem alta
patogenicidade em aves domésticas e em consequência podem causar surtos
graves, com alta mortalidade de aves e perdas econômicas por barreiras
sanitárias.
A doença foi diagnosticada pela primeira vez na Itália em 1878, como
Praga Aviária. Em 1955 o vírus foi identificado como influenza A
aviário.
O
primeiro relato da influenza aviária ou "gripe do frango" foi de doença
em galinhas, em 1918. A ocorrência da gripe aviária em humanos, causada
pelos vírus H5N1, foi relatada pela primeira vez em 1997, em Hong Kong.
Por
outro lado, a gripe sazonal em humanos é aquela causada por vírus
influenza humano que acomete as pessoas periodicamente e que é prevenida
pelas campanhas de vacinação anuais, sendo diferente da gripe causada
pelos vírus aviários.
A primeira grande pandemia mundial de gripe
humana foi relatada pela primeira vez em 1918 e causou elevadíssima
mortalidade de pessoas no mundo todo.
O
vírus de influenza aviária é de distribuição mundial em aves
silvestres, mais tipicamente nas aves aquáticas. Nestas aves podem ser
encontrados diferentes subtipos do vírus, entre os quais subtipos de
vírus de baixa patogenicidade que circulam normalmente em aves
silvestres. Os vírus H5 ou H7 que podem ser de baixa ou alta
patogenicidade já foram relatados em inúmeros países.
A gripe
aviária de alta patogenicidade (HPAI), desde a sua primeira
identificação na China em 1996, apresentou múltiplas ondas de
transmissão intercontinental da linhagem viral H5Nx Gs/GD. O HPAI
resultou na morte e abate em massa de mais de 316 milhões de aves em
todo o mundo entre 2005 e 2021, com picos em 2021, 2020 e 2016. Durante
cada um dos anos de 2006, 2016, 2017 e 2021, mais de 50 países e
territórios no mundo foram afetados pelo HPAI (África, América do Norte,
Ásia, Austrália, Europa, Oriente Médio). Além disso, até agora, os
humanos foram ocasionalmente infectados com subtipos H5N1 (cerca de 850
casos notificados, dos quais metade morreu), H7N9 (cerca de 1.500 casos
notificados, dos quais cerca de 600 morreram), H5N6 (cerca de 80 casos
notificados, dos quais cerca de 30 morreram), H9N2 (cerca de 75 casos
notificados, dos quais 2 morreram) e casos foram relatados com subtipos
H3N8, H7N4, H7N7 e H10N3 (HIGH PATHOGENICITY AVIAN INFLUENZA (hpai) –
Situation Report (woah.org).
Regiões de maior risco de influenza
são aquelas em que há predominância de íntima relação de contato entre
galinhas comerciais e aves aquáticas domésticas e silvestres, como patos
e marrecos, tanto nas áreas rurais como em centros urbanos onde são
comuns feiras de comércio de aves vivas, que propiciam constante contato
entre diferentes espécies de aves e humanos. Na Ásia, há o agravante
desta interação ocorrer em áreas muito densamente povoadas, compondo um
ambiente propício para a disseminação e evolução de novos vírus de
influenza aviária.
Na disseminação de vírus de influenza há
também o suíno como hospedeiro intermediário importante, principalmente
em sistemas de produção mistos com contato entre galinhas, aves
silvestres, gansos, patos, marrecos, entre outras aves, além de pessoas.
Este modelo de produção e comercialização, com densa população animal
mista e humana tem sido considerado um fator determinante do inesperado
"pulo" do vírus aviário diretamente a humanos, ocorrido pela primeira
vez com o sorotipo H5N1, sem a necessidade de passagem por hospedeiro
intermediário, como o suíno, para infecção de humanos.
A
gripe aviária é causada por um vírus classificado como orthomixovirus
do grupo A, do tipo aviário. Há três grupos de vírus de influenza - A, B
e C - e estes três grupos ocorrem em humanos. Apenas o grupo A infecta
diferentes espécies animais e humanos. Mais usualmente os subtipos de
vírus de influenza encontrados em uma determinada espécie se limitam a
se manter circulando na mesma espécie. Desta forma, muitos dos vírus de
influenza do grupo A são classificados como vírus do tipo humano, vírus
de influenza de suínos, vírus de influenza equina e os vírus de
influenza aviária. No entanto, alguns vírus circulando em determinada
espécie podem adquirir a capacidade de infectar outra espécie. Por
exemplo, vírus de aves silvestres podem eventualmente ser transmitidos a
aves domésticas.
Casos frequentes ocorrem de vírus humanos
infectando suínos e vírus de suínos em humanos. Os suínos não parecem
ser capazes de transmitir eficazmente vírus puramente aviários. Por
exemplo, estudos experimentais demonstraram que os suínos podem se
infectar com o vírus H5N1 ou H7N9 aviário que tem causado mortalidade em
humanos, mas, assim como humanos, os suínos não transmitem o vírus
entre si nem a humanos. Contudo, se durante a infecção pelo vírus
aviário o suíno estiver também infectado com vírus de influenza suína,
os vírus aviários podem se combinar com vírus suíno durante a replicação
conjunta dos diferentes vírus no animal, gerando novos vírus de
influenza suína que contêm misturas de genes originados tanto de vírus
aviário como suíno. Se o novo vírus gerado se adaptar ao suíno, adquirir
capacidade de replicar, ser transmitido entre suínos e se estabelecer
na população o novo vírus poderá se manter circulando e eventualmente
vir a ser transmitido a humanos. Um exemplo foi a pandemia causada pelo
vírus H1N1pand. O novo vírus H1N1 humano que causou a pandemia em 2008 e
2009 teve origem em vírus de influenza de suíno que continha genes de
vírus aviários e que se manteve circulando em populações de suínos por
um período indeterminado, até que o momento que foi transmitido e se
adaptou em humanos.
Transmissão entre animais:
O contato das aves domésticas com as silvestres é um dos determinantes
para ocorrência de surtos da doença na avicultura comercial ou
doméstica. Além do risco de introdução do vírus por aves migratórias,
outras formas de introdução e disseminação devem ser consideradas e
incluem especialmente riscos decorrentes da movimentação de aves,
criações de múltiplas espécies e contato com aves aquáticas migratórias.
As
aves selvagens migratórias, especialmente as aves aquáticas, são o
hospedeiro natural e reservatório dos vírus da gripe aviária. Dentro de
seus tratos respiratórios e intestinais, eles podem transportar
diferentes cepas de vírus da gripe aviária. Dependendo da cepa do vírus e
da espécie de ave, o vírus pode ser inofensivo ou fatal para a ave
selvagem. Quando as aves apresentam pouco ou nenhum sintoma do vírus,
isso permite que elas espalhem o vírus entre países vizinhos ou a longas
distâncias, ao longo de suas rotas migratórias. As aves selvagens
também desempenham um papel importante na evolução e manutenção dos
vírus da gripe aviária durante as estações baixas.
O vírus de
influenza pode ser viável por longos períodos, especialmente em locais
frios (baixas temperaturas), em fezes infectadas e na água. Em patos, a
excreção ocorre nas fezes por cerca de 30 dias após a infecção. Águas de
lagos e lagoas frequentadas por patos migratórios têm sido consideradas
importantes fontes de contaminação e reinfecção de aves.
As
formas de transmissão são o contato direto com secreções de aves
infectadas, especialmente fezes, ração, secreções respiratórias das aves
infectadas, água, ovos quebrados ou carcaças de animais mortos, o que
inclui o contato de aves domésticas com aves aquáticas e migratórias que
sejam portadoras de vírus.
A disseminação de surtos muitas vezes
é causada também por equipamentos, veículos e roupas contaminadas e
trânsito de pessoas em áreas com a doença.
Outras fontes de transmissão:
- Transmissão vertical (via matriz ao ovo) não parece ocorrer
- Vírus pode estar presente na casca do ovo até 3 a 4 dias após infecção das aves
- Vírus já foi detectado no sêmen de galos
Transmissão da ave para humanos:
as infecções humanas com vírus da gripe aviária, embora raras, foram
relatadas. As infecções humanas são adquiridas principalmente através do
contato direto com animais infectados ou ambientes contaminados, mas
não resultam na transmissão eficiente desses vírus entre as pessoas. O
principal fator de risco para infecção humana parece ser a exposição
direta ou indireta a animais infectados ou ambientes contaminados, como
mercados de aves vivas. Abate, depenagem, manuseio de carcaças de aves
infectadas e preparação de aves para consumo também são fatores de
risco.
Os
diferentes subtipos de vírus de influenza são mais comumente
encontrados em aves aquáticas da ordem Anatiformes, família Anatidae,
subfamílias Anserinae e Anatinae, tais como patos, cisnes, gansos,
marrecos, irerê. Os marrecos, como o marreco de Pequim (Anas
platyrhynchos) e os patos silvestres são as principais espécies nas
quais há maior ocorrência de infecção pelos inúmeros subtipos diferentes
de vírus de influenza aviária.
O vírus é também comum em aves da
ordem Charadriiformes, que incluem mais de 350 espécies, distribuídas
por todo o mundo. A maioria dos seus membros vive nas zonas costeiras e
litorâneas. Exemplos importantes são as gaivotas, maçaricos,
vira-pedras, perdizes, trinta-réis, batuíras, jaçanã. Os vírus de
influenza aviária são encontrados menos frequentemente em periquitos,
papagaios, tecelões, cacatuas, tendilhões, ratitas (avestruzes) e
falcão.
As aves silvestres, principalmente as aves aquáticas tais
como pato, marreco, ganso, maçaricos, gaivotas, garças, tecelões,
pardelas e cisne entre outras aves das ordens Anseriforme e
Charadriforme, são o reservatório natural do vírus de influenza. Ou
seja, estas aves podem ser portadoras do vírus e excretar o vírus pelas
fezes, mas podem não desenvolver quaisquer sintomas da doença.
As
aves domésticas terrestres, tais como galinhas e perus, não são
consideradas reservatórios dos vírus de influenza, mas são sensíveis à
infecção por vírus transmitido por aves silvestres. Os patos domésticos e
codornas têm tido papel importante como hospedeiros intermediários e
reservatórios para a transmissão dos vírus de aves silvestres para
galinhas e perus. Na China, os patos domésticos têm sido associados como
as principais espécies nas quais vírus de aves silvestres se
disseminam, sendo então transmitidos a galinhas e gerando um ecossistema
favorável para a movimentação do vírus de seus hospedeiros naturais
para hospedeiros suscetíveis à doença.
Além
das aves silvestres ou domésticas, o vírus da influenza aviária pode
ser esporadicamente encontrado em espécies de mamíferos marinhos como
focas, baleias e martas. Em agosto de 2022, houve a notificação do
primeiro caso de infecção pelo vírus da gripe aviária H5N1 de alta
patogenicidade em um urso preto e, além disso, o vírus H5N1 asiático
também foi isolado de felinos (como tigres, gato doméstico e leopardos),
suínos e cachorros.
No ciclo natural do vírus ocorre
primeiramente a transmissão viral entre as aves silvestres e destas para
as aves domésticas e, eventualmente, das aves para os suínos e dos
suínos para humanos e de humanos para suínos. Eventualmente, sob
condições bastante peculiares, pode ocorrer a transmissão do vírus
aviário de aves domésticas ou de produção diretamente para o ser humano
envolvido no manejo das aves.
Nos suínos podem ocorrer
combinações de genes dos vírus aviários com genes dos vírus que estejam
circulando na população suína. Dependendo da adaptação dos novos vírus
aos suínos pode haver transmissão do vírus do suíno para o homem e do
homem para o suíno.
Em 1997 em Hong Kong foi descrito o primeiro
caso de transmissão de um vírus aviário altamente patogênico, do subtipo
H5N1, diretamente das aves ao homem. Este "pulo" do vírus aviário
diretamente a humanos se repetiu na Ásia e na Europa nos anos seguintes,
onde alguns subtipos de vírus aviários adaptaram-se e se disseminaram
em aves domésticas tais como marrecos, patos, codornas, gansos e
galinhas e foram transmitidos destas aves para o homem. Desde então o
mundo vem convivendo com uma aparente rápida evolução dos vírus de
influenza e casos de novos vírus aviários de origem na Ásia, tais como
H9N2, H7N3, H5N6 e o H7N9, vem ocorrendo em humanos com variados graus
de gravidade da doença e mortalidade.
O aumento no número de
casos humanos relatados de infecção por influenza aviária A(H5N6) pode
refletir a circulação contínua do vírus nas aves, e um sistema de
vigilância e capacidade de diagnóstico reforçados como resultado direto
da resposta à pandemia de COVID-19. A ameaça zoonótica permanece elevada
devido à disseminação do vírus entre as aves. No entanto, o risco
global de pandemia associado a A(H5) não mudou significativamente em
relação aos anos anteriores. A OMS recomenda que os Estados-Membros
permaneçam vigilantes e considerem medidas de mitigação para reduzir a
exposição humana a aves potencialmente infectadas para reduzir o risco
de infecção zoonótica adicional.
O
principal sintoma da doença causada por subtipos de vírus altamente
patogênicos, H5 ou H7, é a morte súbita, muito acima da mortalidade
normal de aves no lote, podendo ser superior a 60% ou de até de 80 a
100% das aves dependendo da patogenicidade do vírus. Nesse caso,
consulte um veterinário para fazer a análise clínica e a necropsia das
aves. Em caso de mortes muito rápidas, as aves podem não apresentar
sintoma da doença.
Sintomas da gripe aviária em galinhas são:
- Tosse, espirros, muco nasal
- Queda de postura, na produção de ovos e/ou alterações nas cascas dos ovos; Hemorragias, nas pernas e as vezes nos músculos
- Edema (inchaço) nas juntas das pernas; inchaço da crista e barbela, com cor roxa-azulada ou vermelho escuro
- Falta de coordenação motora (sintomas nervosos)
- Diarreia e desidratação
Lesões (necropsia das aves):
- Muco excessivo ou hemorragia da traqueia
- Edema subcutâneo na região da cabeça e pescoço, inchaço da cabeça, olhos, crista, barbela e juntas das pernas
- Coloração roxa das penas, cristas e barbelas
- Hemorragias musculares
- Petéquias (pontos hemorrágicos) no peito, gordura abdominal e interior da carcaça
- Severa congestão dos rins, às vezes com depósitos de uratos
- Hemorragias e degeneração dos ovários
- Hemorragias na mucosa do pró-ventrículo principalmente na junção com a moela
- Focos de hemorragias na mucosa do intestino
As
lesões em perus são similares a lesões em galinhas, mas podem não ser
tão severas. Patos infectados com vírus de influenza altamente
patogênico e que excretam o vírus podem não apresentar lesões nem
sintomas.
Ao
primeiro sinal da doença, procure o médico veterinário para fazer a
análise clínica das aves. Comunique a suspeita ao Serviço Veterinário
Oficial da região, que fará o trabalho de investigação e, se a suspeita
for confirmada, desencadeará todas as medidas cabíveis.
Não vacine as aves, pois no Brasil não há ocorrência da doença e não há vacinas licenciadas no país.
Não
misturar aves de espécies diferentes no mesmo aviário, principalmente
galinhas e frangos com aves aquáticas tais como patos, marrecos, gansos
ou aves silvestres. Na avicultura comercial, utilize apenas aves de
linhagens comerciais, mesmo se forem aves caipiras ou de criações de
subsistência. Cercar os galpões com tela é uma medida fundamental para
impedir a entrada e contato direto com aves de vida silvestre.
Evitar
contato de galinhas com outras aves, especialmente outras espécies de
aves domésticas, aves silvestres ou aves migratórias. Se houver uma
propriedade avícola com suspeita de influenza, não visite a propriedade.
Adquirir
aves somente de plantéis certificados ou registrados junto ao MAPA e
não comprar aves ilegalmente e nem transportar aves sem autorização
oficial de trânsito animal.
Por
conterem um genoma de RNA, os vírus de influenza estão sujeitos a
mutações frequentes, uma vez que não possuem a capacidade de corrigir o
processo de cópia do RNA durante a replicação do genoma viral para
formação de nova partícula vírica. Estas mutações frequentes causam alta
variabilidade dos vírus de influenza e, em consequência, os problemas
com a incompleta proteção conferida pelas vacinas e pela variabilidade
na patogenicidade dos diferentes vírus.
Os vírus de influenza A
muito frequentemente podem intercambiar genes, principalmente em aves,
gerando novos vírus e este processo de combinações de genes tem um
impacto importante na biologia e evolução dos vírus na natureza e na
complexidade quanto ao custo e efetividade de programas de vacinação.
Devido à dinâmica evolução dos vírus de influenza é necessária a
contínua revisão de cepas vacinais a serem utilizadas para vacinação.
Várias
vacinas para humanos, suínos e aves estão continuamente em
desenvolvimento mundialmente para que forneçam adequada proteção contra
novos vírus. Entretanto, a vacinação de aves contra influenza aviária
não é permitida no Brasil, uma vez que o país tem se mantido livre da
doença.
O México e Itália, por exemplo, utilizaram vacinas para
conter surtos da doença em plantéis de galinhas comerciais causados por
vírus H5 e H7 altamente patogênicos. Vacinas para o vírus H5N1 têm sido
utilizadas na Ásia na tentativa de controle do vírus. Contudo, a
vacinação não foi capaz de conter totalmente o vírus H5N1 e focos da
doença continuam sendo relatados mesmo em países que adotaram a
vacinação, tais como a China. A vacinação das aves foi adotada
principalmente para o vírus H5N1 asiático em países onde o vírus tem se
mantido endêmico como estratégia de também minimizar os riscos do vírus
como zoonose fatal a humanos.
Sim,
é reconhecido esse risco, mas não é possível ter certeza pois há
inúmeros fatores envolvidos e que são difíceis de dimensionar com
precisão apenas com base nos dados existentes na América do Sul.
É
essencial considerar que os riscos são grandes especialmente com
comércio ilegal de aves. Há riscos ainda desconhecidos sobre as aves
migratórias nas rotas de migração Norte-Sul e a propagação do vírus de
influenza aviária do hemisfério Norte para o Sul. Países da Europa, Ásia
e América do Norte mantêm programas extensos de monitoria de vírus em
aves silvestres, mas estes programas têm um alto custo e não foram
feitos intensivamente no hemisfério Sul.
Uma vez que os surtos na
América do Norte e Latina tomaram uma extensão sem precedentes desde o
final de 2014, torna-se mais evidente ainda a importância e urgência de
monitoramento mais extenso de influenza aviária em aves silvestres
aquáticas nas rotas migratórias que cursam o Brasil e em produções
domésticas que não adotam procedimentos de biossegurança. A execução das
monitorias de aves silvestres em estabelecimentos avícolas comerciais é
de determinação e controle exclusivo do Programa Nacional de Sanidade
Avícola do MAPA, sendo o diagnóstico realizado no laboratório oficial do
MAPA para diagnóstico de influenza aviária.
A
estratégia está definida por Portaria Ministerial sobre Diagnóstico e
Controle de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, prevendo todas as ações que devem
ser tomadas pelos órgãos oficiais para conter focos da doença. A
portaria define perímetros de contenção de focos, testes de diagnóstico a
serem realizados, procedimentos de descarte de aves, de
comercialização, abate etc.
O MAPA, além de ter estabelecido um
Plano de Contingência, mantém programas de treinamento de técnicos da
defesa sanitária animal sobre o diagnóstico da doença, procedimentos de
controle e treinamentos de simulação de surtos. Os Serviços de Defesa
Sanitária Animal, no âmbito federal e estadual, são responsáveis pela
vigilância de fronteiras, portos, aeroportos e pelo recebimento de
notificações de suspeitas. Apenas os Serviços Oficiais podem atuar na
identificação e controle oficial de suspeitas de influenza.
Saber
que o risco sempre existe e que se deve monitorar plantéis de aves
comerciais e silvestres para identificar de imediato e eliminar qualquer
foco da doença que possa ocorrer.
O vírus é facilmente
inativado, mas pode resistir bem no ambiente por certo tempo,
especialmente nas épocas de inverno de regiões mais frias do hemisfério
norte, e em carcaças de frango congeladas. Por tanto, o comércio de aves
e produtos avícolas deve ser muito bem controlado.
É essencial a
adoção de medidas rigorosas de biossegurança das granjas e a adoção de
boas práticas de produção, que reduzem os riscos de contato e entrada de
aves ou materiais infectados nos variados sistemas de produção de aves.
Ficar
em alerta e monitorar os relatos de disseminação do vírus em outros
países é essencial para se prever os riscos da chegada do vírus.
Os
casos de surtos em outros países demonstram que a prevenção depende em
grande parte de monitoramento constante das aves: o MAPA e órgãos
estaduais de Defesa Sanitária Animal executam as várias ações de defesa
sanitária para controle de entrada de influenza, entre as quais:
- Monitoria periódica de aves comerciais e migratórias
- Quarentena
de todas as aves importadas em instalações portuárias e de aeroportos
com biossegurança adequada para contenção do vírus
- Controle de
trânsito de aves vivas no país: exigência de certificação de diagnóstico
negativo de influenza aviária e doença de Newcastle
- Controle de comércio de aves vivas
- Treinamento
de médicos veterinários no diagnóstico de suspeitas de casos, coleta e
envio de material suspeito para o laboratório, metodologias de contenção
de surtos, treinamentos simulados de ação sobre focos da doença
Nesse
caso, lavar bem as mãos e corpo após contato com as aves. Somente o
Serviço Veterinário Oficial pode confirmar se a suspeita é fundamentada.
Também deve contatar os serviços de saúde oficiais (agricultura e
saúde) do município para orientações.
O Plano de Contingência
para Influenza estabelecido pelo MAPA prevê as ações exercidas por
veterinários do serviço oficial do estado, município ou federal. A eles
compete supervisionar:
- Uso de máscaras de proteção para
evitar respirar o vírus excretado pelas aves nas secreções nasais,
oculares, fezes, assim como a poeira do ambiente contaminado
- Eliminar
rapidamente as aves infectadas - enterrar as aves e cama e desinfetar
completamente os aviários. As aves infectadas devem ser eliminadas na
propriedade e, por tanto, não podem ser levadas ao abatedouro
- O
transporte de aves com influenza não é permitido na legislação de
controle de focos da doença e o controle de suspeitas da doença deve ser
supervisionado pelos Serviços Oficiais de Defesa Sanitária Animal
- Evitar contato entre lotes doentes e os não infectados
A
influenza aviária é considerada exótica na avicultura doméstica no
Brasil e não há ainda recomendação de vacinação, sendo o controle
baseado na eliminação dos lotes de aves doentes e em áreas de risco e
erradicação da doença.
Não
há registros de infecção de pessoas por vírus aviários no Brasil. No
entanto, a situação mundial do vírus da gripe aviária A(H5) difere da
realidade brasileira. Desde a última avaliação de risco em 30 de agosto
de 2022, um caso humano de infecção pelo vírus influenza A (H5N6) foi
relatado na China.
Mesmo com essa notificação, a avaliação geral
do risco permanece inalterada, ou seja, o risco de contaminação humana é
muito baixo, pois a influenza aviária não foi diagnosticada em aves
domésticas no Brasil. Além disso, não há evidências que sugiram que o
A(H5), A(H7N9) ou outros vírus da gripe aviária possam ser transmitidos a
humanos através da carne ou ovos devidamente preparados. A maioria dos
casos humanos foram infecções esporádicas expostas ao vírus A(H5)
através do contato com aves infectadas ou ambientes contaminados,
incluindo mercados de aves vivas. Alguns casos humanos de influenza
A(H5N1) foram associados ao consumo de pratos feitos com sangue de aves
cru e contaminados. O controle da circulação dos vírus da gripe aviária
em aves é essencial para reduzir o risco de infecção humana. Portanto,
os riscos de contaminação humana são maiores em regiões do mundo onde o
vírus não é controlado e onde já tenham ocorrido registros de vírus
aviários capazes de infectar diretamente humanos. A Ásia, norte da
África e Oriente Médio são as regiões no mundo onde ocorreram mais casos
humanos devido ao contato direto de pessoas com aves infectadas com
alguns dos poucos subtipos de vírus capazes de infectar humanos.
A
contaminação humana ocorre por contato direto com secreções de aves
infectadas - especialmente feiras de aves vivas, fezes de aves, sangue,
aves mortas.
Não.
Alguns subtipos de vírus aviários adquiriram a capacidade de infectar
humanos, mas nem todos os casos já confirmados de infecção humana
causaram doença grave.
Os subtipos de vírus de influenza aviária já diagnosticados em humanos são:
- H3N8:
O primeiro caso de infecção humana pelo vírus da gripe aviária A(H3N8)
foi notificado em abril de 2022 à OMS. Até o momento (novembro/20222),
um total de 2 casos confirmados laboratorialmente de infecção humana
pelo vírus influenza A(H3N8) sem morte foram relatados à OMS na região
do Pacífico Ocidental. Outras investigações epidemiológicas e
virológicas deste evento estão em andamento. As informações
epidemiológicas e virológicas disponíveis atualmente são limitadas, mas
sugerem que este vírus da gripe aviária A(H3N8) não adquiriu a
capacidade de transmissão sustentada entre humanos, portanto, o risco em
nível nacional, regional e internacional de propagação da doença entre
humanos é avaliado como baixo. O subtipo viral da gripe aviária A(H3N8) é
comumente detectado globalmente em animais e representa um dos subtipos
mais encontrados em aves selvagens, causando mínimo ou nenhum sinal de
doença em aves domésticas ou aves selvagens.
- H5N1:
Os primeiros casos de doença grave e mortalidade de pessoas infectadas
por um vírus de influenza aviária foram relatados em Hong Kong em 1997 e
foram causados por um vírus asiático do subtipo H5N1. Alguns anos
depois, a partir do final de 2003 e 2004, novos casos de doença grave,
com mortalidade de mais de 60% das pessoas infectadas pelo vírus H5N1 se
disseminaram em diferentes regiões do sudeste da Ásia. A doença em
humanos tem sido resultado de contato direto com aves infectadas com o
vírus asiático H5N1 altamente patogênico e até hoje não houve
confirmação ou evidências epidemiológicas e virológicas que o vírus
influenza A(H5) adquiriram a capacidade de transmissão sustentada entre
humanos, portanto, a probabilidade é baixa de transmissão direta entre
pessoas. Alguns casos esporádicos foram relatados e podem ter sido
resultado de contato direto com pessoas doentes em fase aguda com
excreção de altos títulos de vírus. Mas a transmissão entre pessoas não
foi resultado da adaptação do vírus e o H5N1 ainda não adquiriu
capacidade de replicação no trato respiratório superior para transmissão
por tosses, espirros e secreções, a exemplo da forma que ocorre
normalmente na transmissão dos vírus de influenza humana e que ocorrem
sazonalmente em humanos.
- H7N7 e H7N3: causaram doença com sintomas brandos, tais como conjuntivite.
- H7N4:
até novembro/2022, apenas um caso confirmado laboratorialmente de
infecção humana pelo vírus influenza A(H7N4) foi relatado à OMS. Este
caso foi relatado na China em 14 de fevereiro de 2018.
- H9N2:
Um vírus H9N2 de baixa patogenicidade em aves causou doença leve em
Hong Kong, inicialmente em 1999, depois em 2003, e novos casos foram
relatados pela OMS em Bangladesh em 2011 e Hong Kong em 2015. Um total
de 78 casos de infecção humana com influenza aviária A(H9N2), incluindo
duas mortes (ambas com condições subjacentes), foram relatados à OMS na
região do Pacífico Ocidental desde dezembro de 2015. Destes, 76 foram
relatados na China e dois foram relatados do Camboja.
- H5N6:
A primeira detecção de um vírus H5N6 fatal em humanos ocorreu na China
em abril 2014. A infecção humana foi relatada novamente em dezembro 2014
e fevereiro de 2015. Até o momento (novembro/2022), foram notificados
um total de 82 casos confirmados laboratorialmente de infecção humana
pelo vírus influenza A(H5N6), incluindo 33 mortes, foram relatados à OMS
na região do Pacífico Ocidental desde 2014.
- H10N8:
Em aves domésticas e silvestres. Em humanos ocorreram três casos de
doença grave, com duas mortes na China (2013-2014). Este vírus aviário
se originou pela combinação com genes internos de vírus H9N2. Análise
feita por pesquisadores quanto à evolução de vírus H10 no Sul da China
identificou ter havido vírus precursor do subtipo H10N8 que ocorria em
patos e eventualmente se adaptou a galinhas, rearranjando com genes de
um vírus H9N2 que também circulava em galinhas.
- H10N3:
Dois casos foram relatados em humanos, todos na China e o último
aconteceu em junho de 2022. A extensão da circulação e epidemiologia
desse subtipo viral em aves não é clara. Vírus H10N3 com diferentes
características genéticas foram detectados anteriormente em aves
migratórias e em outras aves selvagens desde a década de 1970. Onde quer
que o vírus H10N3 circule nas populações de aves, podem ser esperados
casos esporádicos de infecção em humanos.
- H7N9:
Até o momento, um total de 1.568 infecções humanas confirmadas em
laboratório pelo vírus da gripe aviária A(H7N9), incluindo 616 casos
fatais (CFR: 39%), foram relatados à OMS desde o início de 2013. O
último caso de infecção humana com a gripe aviária A(H7N9) relatado à
OMS na região do Pacífico Ocidental foi em 2019.
Das 1.568 infecções
humanas com influenza aviária A(H7N9), 33 relataram mutações no gene da
hemaglutinina indicando uma mudança para alta patogenicidade em aves.
Esses 33 casos eram de Taiwan, China (um caso tinha histórico de viagem
para Guangdong), Guangxi, Guangdong, Hunan, Shaanxi, Hebei, Henan,
Fujian, Yunnan e Mongólia Interior. Nenhum aumento da transmissibilidade
ou virulência do vírus em casos humanos foram detectados relacionados
ao vírus HPAI A (H7N9). A OMS continua a avaliar a situação
epidemiológica e realizará outras avaliações de risco conforme novas
informações se tornam disponíveis. O número e a distribuição geográfica
de infecções humanas com vírus da gripe aviária A(H7N9) na quinta onda
epidêmica (1 de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017) foram maiores
do que as ondas anteriores e as ondas subsequentes.
Outros casos
humanos esporádicos de infecção pelo vírus da gripe aviária A(H7N9) são
esperados em áreas afetadas e possivelmente vizinhas. Caso humanos de
áreas afetadas viagem internacionalmente, sua infecção pode ser
detectada em outro país durante ou após a chegada. No entanto, se isso
ocorrer, a disseminação no nível da comunidade é considerada improvável,
pois o vírus não tem a capacidade de se transmitir facilmente entre
humanos. Até o momento, não há evidências de transmissão sustentada de
humano para humano do vírus da gripe aviária A (H7N9). Infecções humanas
com o vírus A(H7N9) são incomuns e precisam ser monitoradas de perto
para identificar mudanças no vírus e no comportamento de transmissão
para humanos, pois isso pode ter sérios impactos na saúde pública.
A
denominação usada para os vírus de influenza apenas identifica o
subtipo de vírus, mas não indica que seja um vírus capaz de infectar
humanos. Vírus de um mesmo subtipo podem ser bastante diferentes entre
si e podem ser geneticamente distintos dependendo da região em que
ocorrem, espécies hospedeiras e período do ano. Embora pequenos grupos
de infecções por vírus A(H5) tenham sido relatados anteriormente,
incluindo aqueles envolvendo profissionais de saúde, as evidências
epidemiológicas e virológicas atuais sugerem que os vírus influenza
A(H5) não adquiriram a capacidade de transmissão sustentada entre
humanos, portanto, a probabilidade é baixa.
Caso os indivíduos
infectados das áreas afetadas viagem internacionalmente, sua infecção
pode ser detectada em outro país durante a viagem ou após a chegada. Se
isso ocorrer, a disseminação adicional no nível da comunidade é
considerada improvável, pois as evidências sugerem que esses vírus não
adquiriram a capacidade de se transmitir facilmente entre humanos.
O
vírus H7N9, que até 2015 causou infecções humanas na Ásia, tem causado
grande preocupação aos órgãos internacionais de saúde, pois há
indicações de que este vírus seja facilmente transmitido de aves a
humanos. Outra preocupação e alerta são as evidências de que os vírus
asiáticos H5N1, H9N2 e H7N9 circulando na Ásia vêm se combinando a
outros vírus que circulam na região e podem eventualmente ser
transmitidos a outras regiões do mundo.
Essa situação de contínuo
surgimento de novos vírus e a contínua evolução do H5N1 asiático chama a
atenção para a extrema importância de monitoramento constantemente de
vírus de influenza circulando em populações de aves domésticas e
silvestres, e análises de riscos de novos vírus com potencial de zoonose
(infecção humana por agente infeccioso de origem animal).
De
acordo com relatórios da OMS, os vírus de influenza aviária A(H5N1) e
A(H7N9) permanecem como os dois vírus de influenza com potencial
pandêmico, uma vez que continuam a circular amplamente em populações de
aves domésticas e para os quais os humanos não terão imunidade
protetora. [https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/influenza-(avian-and-other-zoonotic, acesso 10/11/2022).
A OMS já vem trabalhando na definição de quais vírus H7N9 poderão compor uma vacina humana em caso de uma pandemia.
É
essencial, portanto, o controle de todo e qualquer surto de influenza
aviária em aves domésticas, mesmo quando causados por vírus de baixa
patogenicidade em galinhas, uma vez que já foi demonstrado que vírus dos
subtipos H5 ou H7 de baixa patogenicidade para aves podem se adaptar e
mutar rapidamente em poucos meses e adquirir alta patogenicidade se for
permitida a sua circulação na população de aves. Os vírus circulando em
aves e que adquirirem maior patogenicidade para aves domésticas, além
dos enormes prejuízos para a avicultura, aumentam os riscos de
surgimento e evolução de novos vírus com potencial de infectar humanos.
Reconhecer e rapidamente eliminar focos da doença em aves é a melhor
estratégia de controle de influenza aviária na avicultura. O controle da
disseminação da doença em aves também reduz os riscos de contaminação
de humanos por meio do contato com aves infectadas.