Feliz Ano Novo, Sertão Sofredor. Que 2018, venha com muita paz, muita saude para todos e que 2018 tenha um período chuvoso muito bom, para que os nossos produtores rurais tenham condições de criar, plantar, colher, satisfatoriamente. Com Deus no coração. Feliz Ano Novo, meu povão do nordeste brasileiro.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Agricultura familiar
Conab vai adquirir leite em pó da agricultura familiar
Ação foi autorizada pelo Grupo gestor do PAA , que reajustou os preços de referência de R$ 12 para R$ 13,94 o quilo
Cooperativas e
associações da agricultura familiar da cadeia do leite estão recebendo
apoio de R$ 15 milhões do governo federal na comercialização de sua
produção. Os recursos estão sendo aplicados pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) na compra de 1,08 mil toneladas de leite em pó,
por meio do Programa Aquisição de Alimentos (PAA). A ação é realizada em
parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Ao todo, serão contempladas 34
cooperativas, beneficiando 1.916 agricultores familiares do Rio Grande
do Sul, do Paraná e de Alagoas. A operação, realizada na modalidade de
Compra Direta da Agricultura Familiar, se limita a um total de R$ 500
mil por cooperativa. O produto adquirido será doado a pessoas em
condições de insegurança alimentar e nutricional, conforme demanda do
MDS.
A medida
tem como objetivo a regulação do mercado do leite e a sustentação de
renda do pequeno produtor, uma vez que o preço do produto está em queda
em diversas regiões. A aquisição foi aberta para todo o país, mas
apenas cooperativas e associações do RS, PR e AL manifestaram interesse
em vender leite em pó para a Conab.
A ação foi autorizada pelo Grupo gestor do
PAA , que reajustou os preços de referência de R$ 12 para R$ 13,94 o
quilo. De acordo com a Superintendência de Suporte à Agricultura
Familiar da Conab, a última atualização do preço de referência do leite
em pó foi em 2012.
Brasil teve maior crescimento do cultivo de transgênicos do mundo em 2016
País cultivou 49,1 milhões de hectares no período. Biotecnologia é aplicada principalmente nas culturas de soja, milho e algodão
Globo Rural
O
Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em
Agrobiotecnologia (Isaaa) divulgou nesta quinta-feira (4/5) um relatório
sobre a produção de alimentos transgênicos em todo o
mundo. Em 2016, o Brasil cultivou 49,1 milhões de hectares de culturas
geneticamente modificadas, apresentando um crescimento de 11% em relação
a 2015 (equivalente a 4,9 milhões de hectares). Com isso, o país
apresentou o maior crescimento na adoção de transgênicos do planeta e
atingiu a segunda posição no ranking global de adoção de biotecnologia agrícola, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que produziu 72,9 milhões de hectares.
O documento também divulgou a taxa de adoção para a soja geneticamente modificada (GM), que é de 96,5%, do o milho (safras de inverno e verão), com 88,4% de plantações transgênicas, e do algodão, com índice de 78,3%.
Em
todo o mundo, 26 países plantaram 185,1 milhões de hectares com
variedades GM, um crescimento de 3% se comparado com os 179,7 cultivados
em 2015. Além de Estados Unidos e Brasil, se sobressaem as áreas
plantadas com OGM na Argentina (23,8 milhões de hectares), no Canadá
(11,6 milhões de hectares) e na Índia (10,8 milhões de hectares).
De
acordo com o levantamento do Isaaa, a adoção de organismos
geneticamente modificados (OGM) globalmente gerou uma redução das
emissões de dióxido de carbono (CO²).
Países do Mercosul avançam na discussão sobre sanidade e inocuidade da agricultura familiar
A
sanidade e inocuidade dos produtos da agricultura familiar integram os
principais temas da pauta dos países do Mercosul. Promover o intercambio
e capacitação entre os agricultores familiares e técnicos para
contribuir com a inclusão da produção da agroindústria, de pequena
escala artesanal, nos mercados em âmbito regional, tornou-se uma das
principais metas para o fomento da comercialização.
A
discussão sobre o assunto ganhou avanços durante XXVII Reunião
Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), realizada
entre os dias 4 e 8 de dezembro, em Florianópolis (SC). A Comissão de
Facilitação do Comércio (CFC) trouxe para o debate o “Projeto Regional
de Intercâmbio e Construção de Capacidades em Inocuidade e Sanidade das
Produções da Agricultura Familiar – em busca de Territórios Saudáveis”,
elaborado em conjunto com o Instituto Interamericano de Cooperação para a
Agricultura (IICA).
Os objetivos da
proposta passam por aperfeiçoar a diversidade de formas e sistemas de
processamento, adequar as legislações, as condições de
agroindustrialização em pequena escala, com vistas a garantir a
inocuidade e sanidade e a participação dessa produção da agricultura
familiar nos diversos mercados. O projeto foi enviado para considerações
do Grupo de Cooperação Internacional (GCI).
“Acordamos
que os pontos focais dos países da comissão serão os responsáveis no
acompanhamento do projeto, envolvendo todos os atores governamentais,
das organizações e comitês regionais, com o apoio do IICA”, ressaltou
Igor Teixeira ponto focal do Brasil. Ele também informou que a delegação
da Argentina vai elaborar uma proposta de recomendação sobre os
aspectos sanitários e inocuidade para ser apresentada já na próxima
reunião da comissão.
Para Hur Ben
Correa da Silva, coordenador de assuntos da agricultura familiar e
cooperação internacional da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e
do Desenvolvimento Agrário (Sead), a experiência do Brasil na
agroindústria familiar e os avanços na legislação podem contribuir para o
Programa Regional. Ele também acredita que a existência dessa
iniciativa no Mercosul poderá promover nos países uma aproximação maior
entre os diversos setores de governo e da sociedade que atuam na
agroindústria familiar, e aperfeiçoar o que está sendo desenvolvido em
relação às boas práticas de agroindustrialização familiar, a legislação
específica e sua aplicação. “Nosso esforço deve ser no sentido de
aperfeiçoar e fortalecer o que já temos, promovendo a renda no campo por
meio de alimentos saudáveis e inócuos para a população”, disse o
representante da Sead.
Outras novidades
Entre
outros avanços da Comissão de Facilitação do Comércio está a discussão
sobre as negociações comerciais. O grupo considerou importante que as
Seções Nacionais da Reaf identifiquem os produtos prioritários da
agricultura familiar em cada país, levando em consideração como foram
tratados em outros acordos comerciais assinados pelo Mercosul, e
analisem o impacto, a nível regional. Os avanços devem ser apresentados
nas próximas reuniões da CFC.
Os
selos de identificação dos produtos da agricultura familiar também foram
trabalhados pela Comissão. A comissão acordou que serão analisados os
avanços nos países da implementação dos selos e a relação como
instrumento à promoção comercial.
Para
fomentar a economia da agricultura familiar, em níveis nacional e
regional, as comissões de Facilitação do Comércio e Registro trabalham
em conjunto na elaboração de uma proposta de resolução para tratar da
identificação e caracterização das organizações econômicas de
associativismo e cooperativismo. Leia mais aqui.
Sementes geneticamente modificadas dá mais produção ao feijão-carioca
Nos
últimos 40 anos, o Brasil reduziu em 30% sua área plantada de feijão,
mesmo assim, a produção no período aumentou 35% atingindo três milhões
de toneladas atuais. Esse ganho se deve ao incremento da produtividade
das lavouras, que, em parte, é atribuído ao uso de novas variedades. No
caso do feijão-carioca, o mais cultivado no País, estima-se um
crescimento na produtividade de grãos de 0,72%, acréscimo de 17 quilos
por hectare ao ano exclusivamente devido à utilização de plantas
geneticamente superiores. Essa
informação é de um estudo da Embrapa que avaliou a eficiência de seu
programa de melhoramento de feijão e se baseia no cálculo do progresso
genético com a cultura. Esse é um indicador que correlaciona
características agronômicas como a produtividade, e métodos utilizados
para a seleção, cruzamento e avanço de gerações de plantas (linhagens).
Considerando todo o período do estudo de 22 anos, o avanço da
produtividade representa um aumento acumulado de 380 quilos por hectare,
ou o equivalente a praticamente um terço da produtividade média
nacional, que é de 1.354 quilos por hectare. De
acordo com o pesquisador que esteve à frente desse projeto, Luis
Claudio de Faria, que trabalha no programa melhoramento de feijão da
Embrapa, em Aracaju (SE), o progresso genético foi estimado em uma série
de experimentos no campo, em conjunto com instituições parceiras, em
quatro regiões produtoras (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste),
abrangendo 20 ambientes diferentes, três épocas de semeadura (água, seca
e inverno) e empregando uma base de dados com 22 anos de informações
sobre linhagens e variedades. “Como
o estudo foi conduzido com repetições e em vários ensaios no campo, foi
possível representar mais fielmente as condições de interação entre os
genótipos e os diferentes ambientes de cultivo; e fazer uma estimativa
consistente do progresso genético médio para produtividade de grãos, por
meio do método do tipo direto, permitindo alcançar resultados bastante
precisos”, conta Faria.
A
estimativa do progresso genético para a produtividade de grãos na
cultura do feijão-carioca no Brasil é inédita, pois nunca foi
considerada em âmbito nacional, levando-se em conta as principais
regiões produtoras do País. Isso só foi possível graças à ligação do
programa de melhoramento da Embrapa à rede de instituições de pesquisa
estaduais, que apoiaram a iniciativa.
Analistas garantem que o
Programa de Regularização Tributária é uma tentativa do Governo de fazer
acordo com os produtores rurais
A
criação do Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) pelo
Governo Federal, é uma tentativa de entrar em acordo com o setor do
agronegócio brasileiro. “Este é o mais benéfico programa de
regularização de débitos fiscais já editado na última década pelo
governo, quando se trata de pagamentos de tributos federais. Nada mais é
que um acordo, uma boa saída”, diz o tributarista Joaquim Rolim Ferraz,
sócio fundador do escritório Juveniz Jr. O
projeto de Lei (PL) 165/2017, aprovado pelo Senado, traz uma série de
benefícios ao produtor rural mas, por outro lado, reativa o Funrural, ao
reintroduzir no ordenamento jurídico os trechos excluídos pela
Resolução n. 15/2017. O PRR prevê a redução para 2,5% da alíquota de
entrada, em até duas parcelas iguais, mensais e sucessivas, a serem
pagas sobre o valor total das dívidas e 100% de desconto das multas e
encargos sobre as dívidas acumuladas com o Funrural até agosto de 2017. O
restante do valor poderá ser parcelado em até 176 prestações. “O
governo, desta vez, demonstrou interesse em se entender com o produtor
rural. Foi excluído todo o custo dos honorários advocatícios dos
procuradores federais, que é de 20%, toda a multa que pode ser 20% a
120% e todos os juros incidentes sobre esta dívida. O governo baixou a
guarda com o PRR. Nada mais é que um acordo, uma forma de solucionar o
conflito com o setor ruralista e acalmar esta tensão no campo e nos
tribunais”, avalia o tributarista. O
projeto de lei também traz outras inovações em relação à vida
financeira do produtor rural. Ele permite que as empresas e os
produtores rurais pessoas jurídicas aproveitem parte do prejuízo fiscal
para ser usado como crédito para pagar parte da dívida do Funrural.
“Isto também é uma inovação com relação aos regramentos anteriores”,
observa Ferraz. Foi mantida a opção de recolhimento sobre a folha (INSS)
ou sobre a produção, a partir de 2019, para pessoas jurídicas, e a
partir de 2018, para pessoas físicas.
Além
da renegociação da dívida tributária, o projeto autoriza, até 27 de
dezembro de 2018, a repactuação das dívidas em operações de crédito
rural inscritas em dívida ativa da União, com o Banco do Nordeste ou
Banco da Amazônia relativas a empreendimentos localizados na área de
abrangência da Sudene e Sudam, e no âmbito do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em empreendimentos
familiares rurais, agroindústrias familiares e cooperativas de produção
agropecuária.
O Secretário Estadual do Meio
Ambiente e dos Recursos Hídricos, Ivan Júnior, vai assinar, hoje (27),
a ordem de serviço para início das obras de desassoreamento do Canal do
Piató, em Assu. A solenidade inicia às 14:30, na Igreja da comunidade
Porto Piató.
No inverno entre 2005 e 2009, devido a
fortes chuvas que caíram na região, o estrutura do canal foi prejudicada
e atualmente ele encontra-se obstruído. O projeto de desassoremanto foi
elaborado pela própria secretaria e consiste na retirada de areia de
pontos críticos, onde os levantamentos topográficos indicaram a
necessidade de sua realização.
O Canal do Piató garante que a Lagoa do
Piató, importante centro pesqueiro, possa receber continuamente água
proveniente do Piranhas-Açu, em períodos de invernos normais, quando o
leito do rio estiver num volume considerável.
A obra está orçada inicialmente em R$ 2,5 milhões. A empresa vencedora da licitação foi a construtora Cristal LTDA.
Modelo de crédito rural está com os dias contados, diz diretor do Banco Central
Executivo diz que mudança deve
ocorrer, porque o volume dos depósitos à vista teve uma queda real,
descontada a inflação, de 25% nos últimos cinco anos
O
modelo de crédito rural vigente no país há quase 40 anos, que libera
recursos a taxas subsidiadas para todos os produtores, está com os dias
contados. O alerta foi dado na última terça-feira (21/11) em palestra a
dirigentes de cooperativas por Claudio Filgueiras Pacheco Moreira,
diretor do Banco Central responsável pelo Derop (Departamento de
Regulação, Supervisão e Controle das Operações de Crédito Rural). A
palestra integrou o evento “O Poder do Cooperativismo”, que foi
organizado pelo Sicoob-Credicitrus e reuniu mais de 300 lideranças em
Bebedouro, no interior paulista.
O Plano Safra deste ano
prevê a liberação de R$ 188,4 bilhões em financiamentos até junho de
2018, sendo R$ 116,25 bilhões com juros controlados (6,5% a 8,5% ao ano)
e R$ 34 bilhões com juros livres, que dependerão de negociação entre o
produtor e a instituição financeira. Do total anunciado, 13%, o
equivalente a R$ 25 bilhões, já foram contratados no bimestre
julho-agosto ante os 11% emprestados no mesmo período do Plano Safra
anterior.
Segundo o representante do Banco Central, a mudança no
crédito rural terá que ocorrer porque o volume dos depósitos à vista
que ainda são a base dos recursos teve uma queda real, descontada a
inflação, de 25% nos últimos cinco anos. “Como fazer o dinheiro do
crédito rural crescer? Será que a tutela é realmente necessária para
todos? O grande produtor rural que contrata crédito de R$ 800 milhões
precisa da mão do Estado como o pequeno que financia R$ 50 mil? Essas
questões foram colocadas como desafio aos cooperativistas pelo
palestrante, alertando que, talvez, o Estado deva “segurar nas mãos”
apenas os pequenos produtores.
Moreira
disse que o conceito de crédito rural tem que evoluir e que cabe ao
Estado dar segurança para o mercado operar, mas não necessariamente
liberar dinheiro com taxas subsidiadas para todos os produtores. Segundo
ele, os recursos provenientes de outras fontes têm crescido e devem ser
mais utilizados. No caso das LCA (Letras de Crédito Agrícolas), o
volume dobrou em dois anos e, hoje, praticamente ninguém contrata pelo
teto das taxas. O juro pode ser mais alto para o pequeno produtor, mas
para o grande fica quase equivalente ao do crédito subsidiado e é
liberado de forma muito mais fluída e logo pode ser feita até
eletronicamente.
O diretor ressaltou que qualquer
alteração no crédito rural tem que ser aprovada por cinco setores: Banco
Central, ministérios do Planejamento, Fazenda, Agricultura e Casa
Civil. Disse ainda que uma mudança que já está em curso é a redução, com
o uso da tecnologia de ponta, dos custos de observância e vigilância
para concessão do crédito rural que, atualmente, em alguns casos chegam a
ser maiores que o crédito concedido.
Lição de casa
No
Brasil, 420 cooperativas operam crédito rural, segundo o Banco Central,
mas a participação delas no mercado é de apenas 14% do volume, ante os
51,6% (já foi 82%) dos bancos públicos e 33,4% dos bancos privados.
Segundo Moreira, um dado levantado na última sexta-feira pelo seu
departamento, com base nos 3 milhões de contratos do crédito rural da
última safra, o surpreendeu muito: as cooperativas de produção só
buscaram 2,7% dos recursos nas cooperativas de crédito. Isso significa
que há muito espaço a ser conquistado por esse segmento.
Marcelo
Martins, porta-voz da Sicoob Credicitrus, anfitriã do evento, disse que
o “puxão de orelhas” do diretor do Bacen foi motivador para o setor. “A
cooperativa sabe como fazer o crédito rural porque está próxima do
produtor, conhece as necessidades e os detalhes da operação do
cooperado. Esse alerta vai nos motivar a conseguir quebrar algumas
barreiras e avançar nesse segmento.”
Martins afirma que a
Sicoob Credicitrus, com 34 anos de atividade e patrimônio líquido de R$
1,3 bilhão, tem atualmente aproximadamente R$ 1,1 bilhão em crédito
rural e o sistema Sicoob, R$ 11 bilhões. “Nós já estamos buscando
aproximação com a cooperativa de produção para que ela foque realmente
na produção e a cooperativa de crédito fique com a operação financeira.”
A Sicoob Credicitrus é a maior cooperativa de crédito do país, com
81.613 cooperados e ativos totais de R$ 5,4 bilhões. Vai inaugurar em
dezembro sua 60ª unidade, atingindo todo o interior paulista e mineiro.
La Niña faz temperatura oscilar no Brasil nos próximos dias
Algumas regiões podem ter forte calor, mas isso não deve persistir, de acordo com a Somar Meteorologia
O
clima está sob os que os meteorologistas chamam de La Niña clássico. No
Brasil, o fenômeno climático, marcado pelo resfriamento das águas do
Oceano Pacífico, traz temperaturas mais baixas para o Sul e Sudeste e
chuva para parte da região nordeste. Não impede o calor, mas provoca uma
alternância maior de temperatura, explica Celso Oliveira, da Somar
Meteorologia.
“Vai
ter calor, mas não é algo persistente. No Centro-oeste, a temperatura é
mais elevada, mas menor que no período anterior”, diz Oliveira, as
máximas e mínimas previstas para diversas regiões do Brasil.
Na região Sudeste, por exemplo, as comemorações do
Natal devem ser com temperaturas mais amenas e chuvas em algumas áreas,
também consequência do fenômeno La Niña, que veio se consolidando ao
longo dos meses. “Vamos ter declínio de temperatura e sensação de frio”,
acrescenta ele.
Mandioca vira iguaria da alta gastronomia na forma de tapioca, tucupi, polvilho e farinhas
O consumo de tapioca, por exemplo, saltou de 10 mil toneladas em 2010 para 58 mil em 2016
Alimento
presente na culinária de todas as regiões do Brasil, a mandioca tem
sido cada vez mais utilizada na alta gastronomia brasileira. É o que
constata a chef paraense Daniela Martins, proprietária do restaurante Lá
em Casa, de Belém (PA). O uso da mandioca pelos chefs de cozinha tem
aumentado consideravelmente, não só na forma de tapioca, mas também como
farinhas e tucupi, que começaram a sair do Pará para restaurantes
requintados em todo o Brasil. “Como chefs de cozinha, temos sempre de
procurar novidades, e os produtos da Amazônia, onde a base da
alimentação é a mandioca, são a grande descoberta da atualidade”, conta.
Daniela
diz que, além das receitas tradicionais, começam a surgir novas
descobertas, como o tucupi preto. “Trata-se de uma redução ao extremo do
tucupi amarelo, feita por índios ou descendentes. Esse era um produto
que estava sendo perdido”, conta a chef, que, com o auxílio da mãe e da
irmã, pesquisa novos alimentos na região norte do país.
O
restaurante Lá em Casa tem sido, ao longo dos últimos 45 anos, um
grande laboratório para o preparo e a divulgação da comida tipicamente
regional do Pará. Inspirado na culinária da avó de Daniela, Anna Maria
Martins, ele oferece pratos com quase tudo o que vem da mandioca:
maniva, beiju, tapioca, tucupi, farinhas, tucupi preto. “Só não usamos a
casca, mas, se descobrirmos um uso para ela, passaremos a usar”, conta
Daniela, que seguiu os passos do pai, Paulo Martins, chef de renome
internacional. Entre os pratos com tapioca do restaurante, destacam-se o
tacacá, que leva goma de tapioca, e o camarão empanado com farinha de
tapioca.
Além da tapioca, já consumida em todas as regiões
brasileiras, o tucupi (sumo amarelo extraído da raiz da mandioca) é
outra iguaria paraense que vem sendo usada com mais frequência na alta
gastronomia brasileira. “Existem formas interessantes que estão sendo
usadas por outros chefs, que suavizam o sabor do tucupi, para que ele
não fique muito agressivo ao paladar de quem não está acostumado, mas
que mantêm as características do produto”, diz Daniela.
Ela
acredita que a maniva (folha da mandioca), usada na produção do prato
típico conhecido como maniçoba, feito com maniva moída e cozida,
acrescida de carnes de suínos e bovinos, também deve ganhar novos usos
pelas mãos de chefs de outras regiões do país.
O exemplo
mais marcante é a tapioca, produzida a partir da fécula de mandioca, que
já caiu no gosto do brasileiro. De acordo com dados da Associação
Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), nos últimos cinco
anos a produção triplicou, reflexo da popularização dessa iguaria
nordestina, que ganhou adeptos em todas as regiões brasileiras.
“Assim
como aconteceu com o pão de queijo, feito com fécula e polvilho azedo
de mandioca, que ultrapassou as fronteiras de Minas Gerais e ganhou o
mundo, a tapioca começa a ser difundida fora do país”, conta José
Eduardo Pasquini, vice-presidente da Abam.
Dados da Abam
mostram que o consumo das indústrias que fabricam amido é de 4 milhões
de toneladas de mandioca por ano, volume que rende 750.000 toneladas de
amido. Deste total, 150.000 toneladas são destinadas à produção de
tapioca, que respondia por 50.000 toneladas em 2012. “Atualmente,
existem mais de 300 marcas de tapioca no Brasil, uma quantidade
impensável anos atrás”, diz José Eduardo. São indústrias regionais que
apostam na consolidação do consumo nos próximos anos. Só no Paraná, um
dos maiores Estados produtores de mandioca, com safra estimada entre 3
milhões e 3,8 milhões de toneladas por ano, já existem 45 indústrias
produzindo diversas marcas de tapioca.
A fabricação da
tapioca é o quarto segmento que mais utiliza a fécula de mandioca
industrial, setor que, no ano passado, teve um crescimento de 35% no
faturamento, estimado em R$ 1,3 bilhão pelo Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). A indústria de massa, biscoito e
panificação é a que mais demanda a fécula, vindo em seguida as vendas
no mercado atacadista e depois o uso pelos frigoríficos para a
fabricação de embutidos.
Fábio Isaías Felipe, pesquisador
do Cepea, acredita que a tendência é de crescimento do consumo de
produtos elaborados a partir da mandioca nos grandes centros, graças ao
valor cultural gastronômico e à funcionalidade do alimento, por não
conter glúten e ser livre de organismos geneticamente modificados (OGM).
“É um produto genuinamente brasileiro, o mais brasileiro dos
alimentos”, diz ele.
Valor da produção
Um
estudo elaborado pelo Ministério da Agricultura calcula que o Valor
Bruto da Produção da mandioca neste ano deve crescer 75% e atingir R$ 12
bilhões. O aumento se deve à alta dos preços da mandioca, que atingiram
valores recordes em 2017. Fábio Felipe explica que o cenário atual é
reflexo da retração do plantio a partir de 2015, quando os baixos preços
desestimularam os produtores.
O agricultor Vitório Fadel
Neto mantém quatro propriedades na região de Echaporã, no interior de
São Paulo, onde cultiva 1.700 hectares de mandioca de primeiro ciclo
(colhidas 12 meses após o plantio) e de segundo ciclo (colhidas entre 18
e 24 meses após o plantio). “Todo ano, colho em torno de 600 hectares.”
Combinar
variedades de ciclo normal e de ciclo longo foi a estratégia que o
produtor encontrou para manter a safra nos mesmos patamares todo ano. Em
2017, a colheita somará cerca de 30.000 toneladas de mandioca, que
serão entregues à Tereos Amido, de Palmital (SP). “Essa empresa era da
minha família e foi vendida à Tereos uns anos atrás. Continuo fornecendo
para eles”, conta Vitório, que também é agrônomo e presta consultoria
para a Tereos. “O produtor rural comercializa para as indústrias de
amido e dificilmente sabe qual será o destino da produção, se alimento,
produto químico ou papel”, avalia.
Tapioca hidratada
O
produtor Mauro Oliveira, que mantém 96 hectares cultivados com mandioca
em Oscar Bressani, também em São Paulo, tem percebido que o aumento das
vendas de tapioca no Brasil ajudou a manter os preços da mandioca em
patamares mais altos. Ele é um dos fornecedores da Casa Maní, empresa
que produz tapioca já hidratada em Tarabai (SP). Este ano, ele colherá
2.000 toneladas de mandioca, metade das quais será entregue à Casa Maní.
“Trabalhar em parceria com a empresa me ajuda a planejar melhor o
cultivo, pois temos garantia de preço mínimo em caso de queda brusca nas
cotações”, conta Mauro.
O produtor Jairo Parron, de
Itaguajé, no Paraná, também trabalha em parceria com uma empresa, a
Pinduca Alimentos, para quem fornece 80% de sua safra. Com experiência
de 20 anos no cultivo da raiz, Jairo acredita que qualquer produto que
leve a mandioca como matéria-prima em sua composição contribui para
melhorar os preços pagos aos produtores. Ele também mescla o plantio em
suas propriedades entre variedades precoces, tradicionais e tardias.
“Assim colho um pouco todo ano e mantenho a produtividade alta”, diz o
agricultor, que já foi prefeito, vice-prefeito e vereador em Itaguajé.
Jairo,
que 30 anos atrás trabalhava como diarista na colheita das lavouras de
seu pai e em outras da região, resolveu investir em cultivo próprio em
1997. Nos últimos três anos, vem incrementando a área de produção,
atualmente de 120 hectares. “Como o consumo de tapioca está ajudando a
manter os preços mais firmes, consigo planejar a expansão da área.”
Todos os paladares
Rica
em amidos, o que a torna uma excelente fonte de carboidratos, com baixa
quantidade de gorduras e livre de glúten, a tapioca, assim como o açaí,
ganhou nova “roupagem” ao chegar às regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste. Enquanto no Norte e no Nordeste a receita da massa
contempla a farinha de mandioca crua misturada a água, que depois de
pronta leva os recheios de queijo coalho, manteiga ou coco ralado, no
Sudeste, por exemplo, há variações tanto na massa quanto no recheio. A
massa, além do amido da fécula da mandioca, pode levar também ovos,
espinafre ou grãos como chia e linhaça. Já os recheios são infinitos,
criados na medida da criatividade de quem prepara o prato, com versões
simples, como as nordestinas, que levam apenas manteiga, ou altamente
calóricas, como as que carregam morango com brigadeiro, criadas para
aliviar a tensão pré-menstrual (a famosa TPM) das mulheres.
Na
avaliação do professor e chef de cozinha Carlos Ribeiro, proprietário
do restaurante Na Cozinha – A Casa do Picadinho, que estuda a
preservação dos alimentos naturais, as primeiras versões da tapioca com
leite condensado surgiram na década de 1980. “Foi uma época de aumento
do turismo no Nordeste e as tapioqueiras começaram a acrescentar o leite
condensado ao recheio da tapioca para agradar os turistas. Isso virou
uma tendência”, conta o paraibano Carlos.
“Nas aulas que
ministro, percebo que as pessoas têm uma enorme necessidade de trocar os
ingredientes das receitas tradicionais. Não reprovo o uso de
ingredientes naturais”, afirma o chef, que serve como entrada em seu
restaurante a versão tradicional da tapioca, recheada apenas com
manteiga de garrafa. A farinha usada na produção da tapioca ele costuma
trazer quando viaja para a terra natal ou adquire nas mercearias
nordestinas instaladas no bairro do Brás, em São Paulo.
Tapiocarias
O
maior interesse pelo prato nordestino justifica o surgimento de
diversas tapiocarias (inclusive nos shoppings) em São Paulo. A tapioca
também entrou no cardápio de restaurantes famosos como Capim Santo, Casa
de Maria Madalena e Bananeira, entre outros.
Uma das
tapiocarias mais antigas da cidade é a Dona Tapioca & Cia, fundada
em 2003. “Meus pais viajaram para o Nordeste e, quando retornaram,
queriam investir em um novo negócio e resolveram apostar na tapiocaria”,
conta o empresário Lucas Padovan Sabino Ferreira. Atualmente, a Dona
Tapioca & Cia mantém um cardápio com cinco versões diferentes de
massas e 70 tipos de recheios.
O carro-chefe da empresa é
a tapioca salgada “sou italiano”, recheada com mussarela, tomate,
azeitona, orégano e azeite. “No começo, tínhamos de explicar o que era
nosso produto. Agora, todo mundo já conhece a tapioca”, diz o
empresário, que montou uma segunda loja no bairro do Ipiranga para
atender no sistema delivery (entregas). Para conferir características
paulistas ao seu negócio, Lucas criou diversos “combos” para atrair a
clientela. “Está dando certo. Em dias mais movimentados, as vendas
chegam a 100 unidades, o dobro do registrado dez anos atrás”, diz.
A
Pinduca Alimentos, do Paraná, especializada na produção de alimentos à
base de mandioca, como farinhas, polvilhos industriais e amidos,
percebeu alguns anos atrás um aumento nas vendas para as empresas do Rio
de Janeiro e São Paulo. “Fornecemos amido para cerca de 100 pequenas
indústrias e identificamos que algumas estavam fazendo massa pronta de
tapioca. Resolvemos investir em uma marca própria também”, diz Cesar
Fernando Paggi, diretor comercial da Pinduca Alimentos. Dentre os 57
itens que a empresa produz, 22 são à base de mandioca, sendo a tapioca
hidratada a mais recente inovação da companhia. “A diferença entre o
amido e a massa pronta da tapioca é que a massa é hidratada e com sal,
pronta para ser consumida”, conta.
Na avaliação de Cesar,
a facilidade no preparo da tapioca com a massa hidratada tem
contribuído para o bom desempenho das vendas do produto. “Basta aquecer a
frigideira e realizar o preparo. Não é preciso óleo e os recheios podem
ser variados”, conta. Antes desse tipo de produto chegar ao mercado, as
pessoas compravam o polvilho e tinham de hidratar a massa em casa e
depois peneirá-la.
Jairo Parron, de Itaguajé (PR), atua em parceria com uma indústria de amido
Parceria
Na
opinião do executivo, o consumo de tapioca é uma tendência que deve se
consolidar nos próximos anos. “Desde que lançamos nossa marca própria,
em 2014, registramos aumento entre 8% e 10% ao mês nas vendas do
produto”, calcula Cesar, que planeja anualmente as compras de mandioca
com os cerca de 40 produtores de mandioca que mantém como parceiros.
Cesar
aposta em crescimento ainda mais vertiginoso nos próximos anos. “Como a
popularização desse produto se deu em meio à seca no Nordeste, que
elevou os preços da mandioca, a tendência é que, com a regularização da
oferta nos próximos anos, os preços se acomodem um pouco e com isso a
tapioca ficará mais barata, sendo viável para mais consumidores”,
explica. Atualmente, 1 quilo da tapioca hidratada custa entre R$ 10 e R$
18 nos supermercados paulistas, dependendo da marca.
Para
Antonio Fadel, proprietário da Casa Maní, que produz a marca
Tapiocando, a consolidação do consumo da tapioca é irreversível. Com uma
experiência de mais de 20 anos na indústria de amidos, Antonio trocou a
produção de amidos pela da tapioca. Na fábrica que mantém na cidade de
Tarabai, em São Paulo, produz 15 toneladas de tapioca por dia. Além da
marca própria, a empresa também industrializa outras sete marcas para
outras indústrias.
Antes de apostar exclusivamente na
confecção de tapioca, Antonio fez alguns estudos para identificar os
entraves e desafios dessa cadeia de produção e entender seus
consumidores. Descobriu o consumo nacional, que se situava em 10.000
toneladas de tapioca em 2010 e cresceu para 58.000 toneladas em 2016,
que o cheiro azedo incomodava algumas pessoas, que os novos consumidores
se sentiam bem por comer um produto sem glúten e que a praticidade da
tapioca hidratada agradava a todos.
José Eduardo Pasquini, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam)
Ele
investiu então na industrialização de um produto o mais fresco
possível, desenvolveu embalagens a vácuo de diversos tamanhos, que
aumentaram de 15 para 60 dias o prazo de validade do produto, criou um
canal de receitas usando a tapioca e realizou degustações do produto em
supermercados.
Os resultados? Excelentes. As vendas da
Casa Maní devem crescer entre 10% e 15% este ano. E Antonio não mede
esforços para manter o consumidor fiel ao produto. Além da embalagem a
vácuo, desenvolveu a barrinha de tapioca, comercializada em embalagens
de três unidades, e já está trabalhando para lançar o disco de tapioca
pronto. “Agrega valor e é ainda mais prático que a tapioca hidratada”,
conta.
Assim que for aprovado, deve – além de ser
oferecido em 80% do mercado nacional onde a Casa Maní já está presente –
ser exportado para Estados Unidos, Europa e Japão. “Já exportamos
pequenos volumes de embalagens a vácuo para localizações onde há colônia
brasileira”, diz.
Dom Helder Câmara atenderá 5.344 famílias no Ceará
A
partir de 2018, o estado cearense passará a integrar o Projeto Dom
Helder Câmara. Coordenado pela Secretaria Especial de Agricultura
Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), o projeto corresponde a
ações referencias de combate à pobreza e apoio ao desenvolvimento rural
sustentável no Semiárido. Nesta quinta-feira (21), a Agência Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) firmou parceria com a
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-CE). Com essa
ação 5.344 famílias de agricultores familiares serão beneficiadas.
A
parceria foi assinada em ato solene no auditório Murilo Aguiar, na
Assembleia Legislativa do Ceará. Serão investidos R$ 19.581.038,00 para
as ações do eixo Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) que são
realizadas pela Anater e serão executadas até o ano de 2020, em 102
municípios cearenses.
De acordo com o
presidente da Anater, Valmisoney Moreira Jardim, a agência apresentou
uma nova proposta de assistência ao agricultor familiar, integrada às
políticas públicas voltadas para o setor, com diagnóstico, monitoramento
e avaliação de resultados. “Chamamos essa proposta de Nova Ater, que
possui um viés no desenvolvimento comunitário sustentável, visando gerar
conhecimento dentro da própria comunidade. Essa nova forma de
assistência vai possibilitar que a Anater leve para o campo uma nova
estrutura, elevando a abrangência e a qualidade da assistência a ser
ofertada aos agricultores e suas organizações econômicas”, ressalta o
presidente.
As ações previstas no
plano de trabalho do projeto visam assegurar oportunidades de integração
econômica e social para agricultores familiares, indígenas,
quilombolas, beneficiários do Crédito Fundiário e assentados da Reforma
Agrária. Por meio da Ater, os agricultores familiares receberão apoio
para capacitação tecnológica e gerencial em bases sustentáveis,
incentivo e fomento para a instalação de unidades produtivas,
contribuindo assim,para o resgate da cidadania e melhoria das condições
de vida dos beneficiários.
Presente
no evento, o secretário especial da Sead, Jefferson Coriteac, reforçou o
valor da secretaria. “Nossa luta é sempre fazer o melhor para as
pessoas, de forma especial aquelas que se dedicam à agricultura
familiar, responsáveis por produzir 70% dos alimentos que chegam à mesa
dos brasileiros. E eu falo com convicção: o crescimento do Brasil passa
pela agricultura familiar. Logo, nosso objetivo é atender o agricultor
familiar.”
Ater
O
eixo Assistência Técnica e Extensão Rural é coordenado pela Anater,
beneficiando 35 mil famílias de agricultores de 572 municípios dos
estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio Grande do Norte e Sergipe (Nordeste), Minas Gerais e Espírito Santo
(Sudeste). Para esse eixo o investimento será de R$ 170 milhões, até
abril de 2020.
Inscrição de lotes de assentamentos no Cadastro Ambiental Rural é prioridade em 2018
Representação da individualização espacial de lotes do PA Joséodon (RO) no CAR.
Em 2018, o Incra empreenderá esforços para promover a regularização
ambiental de cada lote da reforma agrária do país. O foco é na inscrição
das parcelas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que fornece um raio X
da situação dessas áreas, possibilitando ao assentado corrigir eventuais
passivos e ficar apto, por exemplo, a acessar programas de
financiamento públicos e privados que tenham entre os requisitos a
regularidade das terras onde produzem.
O cadastro das parcelas será efetuado no chamado CAR Lote, módulo do
Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) desenvolvido
especificamente para atender a essa demanda de individualização da
autarquia.
Criado por meio do Decreto n° 7.830/2012, o Sicar é destinado à
integração e ao gerenciamento das informações ambientais dos imóveis
rurais de todo o Brasil. Por meio do sistema, é emitido o Registro de
Inscrição do Imóvel Rural no CAR, que confirma a realização do
cadastramento e o envio dos documentos necessários para análise da
Reserva Legal.
A inscrição dos lotes será feita a partir da coleta dos dados em
campo. A ação, de responsabilidade do Incra, subsidiará um relatório a
ser entregue aos beneficiários indicando ativos e passivos ambientais
encontrados. Desta forma, eles conhecem a situação da parcela e, quando
for o caso, se comprometem, por meio de termo circunstanciado, a
recuperarem a área.
“Essa inscrição é feita sem custo algum para os assentados e
representa um compromisso da autarquia com a preservação e utilização
consciente dos recursos naturais dos projetos de reforma agrária, além
de ser uma ferramenta útil para identificar situações irregulares na
ocupação dos lotes”, afirma o diretor de Obtenção de Terras e
Implantação de Projetos de Assentamentos do Incra, Clóvis Cardoso. Ele
destaca que a ação será a maior iniciativa de regularização ambiental em
curso no país e que beneficiará milhares de famílias.
Os dados ambientais devem ser monitorados de forma contínua e a
inscrição precisa ser atualizada a cada alteração em relação à
propriedade ou posse do imóvel. Iniciativas
De acordo com a coordenadora-geral de Meio Ambiente e Recursos
Naturais do Incra, Ivana Silva Sobral, a primeira fase do trabalho, em
finalização, consistiu na inscrição dos perímetros dos projetos de
assentamentos e territórios quilombolas titulados no Sicar, por meio de
parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla). O resultado foi o
cadastramento de 95% dos 7,5 mil assentamentos criados pelo Incra. Nos
cadastros já efetivados constam dados como localização, identificação
dos beneficiários, áreas de uso restrito e consolidadas, áreas de
proteção permanente (APP) e de reserva legal.
O presidente do Incra, Leonardo Góes, ressalta que além de investir
na consolidação de parcerias para viabilizar o cadastramento dos lotes, o
Instituto vai contar com novos recursos tecnológicos, a exemplo da
utilização de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) e dos
recém-adquiridos receptores GNSS (Sistema Global de Navegação por
Satélite), que realizam o mapeamento detalhado das divisas dos lotes,
com celeridade e precisão milimétrica.
E no sentido de qualificar servidores da autarquia, além de
profissionais de empresas e entidades de assistência técnica contratadas
pelo Incra, foram promovidas, em duas ocasiões no ano de 2017,
capacitações a distância sobre legislação ambiental com ênfase no CAR e
no Programa de Recuperação Ambiental, assim como ambientação de uso do
Sicar.
A expectativa é a de que análise dos dados do CAR e o correto uso do
Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural orientem o planejamento de
ações do Incra e de parceiros, a gestão das informações ambientais nos
assentamentos e o monitoramento da conservação, recomposição,
compensação e supressão da vegetação nativa ou da cobertura vegetal
nessas comunidades rurais.
Assessoria de Comunicação Social do Incra
Produção de cana brasileira deve enfrentar uma redução
Os
dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
que apresentou o 3° levantamento sobre a safra cana para 2017/2018. A
estimativa traz também dados da área colhida, a produtividade e o
percentual destinado a açúcar e álcool. Este ano os produtores
brasileiros devem colher algo em torno de 635,59 milhões de toneladas,
com um recuo de 3,3% frente às 657,18 milhões da temporada anterior. A
queda de produção é resultado da retração de área. O recuo só não é
maior graças ao pequeno aumento de 0,2% na produtividade, que passou de
72,62 toneladas por hectare da safra anterior para 72,73 toneladas. A
área colhida deve sofrer uma redução de 3,4%, passando de 9,05 milhões
para 8,74 milhões de hectares. A disponibilidade menor tem a ver com a
desistência e devolução de áreas de fornecedores que têm plantações
distantes das unidades de produção, principalmente aquelas em que há
dificuldade de mecanização.
A
estimativa de açúcar deve atingir 39,46 milhões de toneladas, ou seja,
2% a mais que a safra passada. Agora, na reta final da safra, com 92,9%
da cana já moída, as unidades aumentam a destinação para o etanol em
função de sua melhor rentabilidade. No entanto, a produção ainda deve
ser menor que a do ciclo anterior. A previsão é de 27,05 bilhões de
litros de etanol, com um recuo de 2,7%. Enquanto o hidratado cai 5,2%,
saindo de 16,73 para 15,87 bilhões de litros, o anidro sobe de 11,07
para 11,18 bilhões de litros, com aumento de 0,9%.
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Verão
Chuvas do verão de 2018 deverão garantir a produção agrícola
Há previsão de grande pressão para pragas e doenças na agricultura
Excesso de calor deverá ser no mês de fevereiro
O verão começou oficialmente no dia 21 de
dezembro, às 14h28, e vai até 13h15 do dia 20 de março de 2018, pelo
horário de Brasília. A expectativa sobre o comportamento da chuva e da
temperatura é maior em relação ao verão do que nas outras estações. É a
chuva do verão que vai garantir o abastecimento de água para o consumo,
para a produção agrícola, industrial e de energia hidrelétrica. Há ainda
previsão de que haja grande pressão para pragas e doenças na
agricultura.
De acordo com o Instituto Nacional de
Metereologia (INMET) Com a presença do fenômeno La Niña de intensidade
fraca, essas condições poderão ser alteradas no decorrer do período, com
chuva mais contínua nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, índices de
chuva acima do normal nas Regiões Norte e Nordeste, e irregularidade na
distribuição na Região Sul, essas são as condições médias da
recipitação. Quanto a temperatura, poderá ficar acima do normal na
Região Sul, normal a abaixo do normal nas Regiões Sudeste e
Centro-Oeste, e dentro do normal nas Regiões Nordeste e Norte do País,
são as condições médias.
Nos últimos meses, a temperatura das águas
do Oceano Pacífico Equatorial, mantiveram-se abaixo da média. Esse
resfriamento vem sendo observado desde agosto de 2017 e indica a
permanência do fenômeno La Niña pelo menos até março de 2018. Os modelos
de previsão climática, gerados pelos principais centros de
Meteorologia, indicam que as temperaturas da superfície do mar devem
continuar abaixo da média até o mês de março de 2018, o que mostra uma
tendência de continuidade do La Nina de fraca intensidade.
Conforme os dados do INMET, a maior parte
da chuva no sudeste e no centro-Oeste ocorrerá principalmente na
primeira metade do verão com risco elevado para enchentes. O sul do
Brasil, em média, deve ter chuva abaixo da média, mas não será
completamente seco, diferente da região norte, que terá muita chuva na
estação. A região nordeste terá muito calor e pouco chuva, porém nas
áreas produtoras terão chuva suficiente.
Conheça o melhor adubo para plantio de milho com sistema de fertirrigação
Como fonte nitrogenada, é comum a recomendação de ureia, nitrato e sulfato de amônio, nitrato de cálcio e potássio
Para
fertirrigação, geralmente, a preferência é pelos adubos de alta
solubilidade, com pouca impureza
Qual é o adubo indicado para o uso de fertirrigação em plantio de milho híbrido em uma área de 20 por 70 metros?
Para
fertirrigação, geralmente, a preferência é pelos adubos de alta
solubilidade, com pouca impureza e sem qualquer tipo de substância que
possa causar empedramento. Como fonte nitrogenada, é comum a
recomendação de ureia, nitrato e sulfato de amônio, nitrato de cálcio e
potássio. O uso do cloreto de potássio, principalmente o branco, também é
frequente.
O
ácido fosfórico, que ajuda a limpar a tubulação e os gotejadores, no
caso do sistema de irrigação localizado, é a indicação de fonte de
fósforo. Junto também podem ser aplicados micronutrientes na forma de
sais e quelatos. É importante prestar atenção quanto às concentrações
máximas dos fertilizantes no preparo da diluição em água (calda), para
não queimar as plantas.
Siga as orientações de adubação para a
cultura do milho, sendo que a princípio a fertirrigação pode utilizar a
mesma quantidade de fertilizantes em relação à aplicação do adubo
sólido, embora na prática tem se observado que as doses são menores.
Melhor se parcelar a adubação para o aproveitamento mais eficiente dos
nutrientes, evitando a lixiviação.
Entre os diversos injetores de
fertilizantes existentes, os mais comuns são os tanques pressurizados.
Outros utilizados são as bombas injetoras hidráulicas e os venturis, que
são peças baratas e com grande capacidade de injeção, porém requerem
pressão extra no sistema.
Anater faz balanço das ações em 2017
O
Conselho de Administração da Agência Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Anater) reuniu-se nesta quarta-feira (20), em Brasília,
quando foram apresentados os avanços registrados pela agência em 2017 e
feita uma avaliação do planejamento para os próximos anos.
Ao
abrir os trabalhos, o presidente do Conselho, Jefferson Coriteac,
titular da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do
Desenvolvimento Agrário (Sead) agradeceu pela oportunidade de estar
conduzindo uma reunião com uma pauta tão importante. “Esta é a primeira
reunião do Conselho que presido desde que assumi como titular da Sead,
em novembro passado. É uma honra fazer parte desse Conselho e ajudar a
construir a história da Anater, cuja ação é tão salutar para a
Agricultura Familiar, para o trabalho do profissional da Extensão e para
a qualidade de vida do produtor rural”, destacou.
A
Anater foi instituída em 2014, sob a forma de serviço social autônomo,
como pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, de
interesse coletivo e de utilidade pública. Apesar de já estar
instituída, o presidente Valmisoney Moreira Jardim explica que somente
em 2016 é que a agência começou a construir os instrumentos e se
estruturar para iniciar a operacionalização de suas ações. “No final de
2016, iniciamos o processo de contratação da equipe técnica e o
planejamento dos projetos que hoje estão sendo executados. A estrutura
da Anater foi construída para fazer a gestão nacional de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Ater) e iniciamos a operacionalização das
ações com a certeza de que estamos atendendo à expectativa de todos
aqueles que trabalham incansavelmente pelo setor, especialmente os
extensionistas rurais”, ressalta o presidente.
Avanços e conquistas
Ao
apresentar os avanços registrados em 2017, o presidente Valmisoney
Moreira Jardim explicou que a Anater já está executando as ações do
Projeto Piloto, primeira ação da agência junto aos produtores, que está
sendo realizada em 11 Estados de todas as regiões do País, beneficiando
10.500 famílias de agricultores, de 2.017 a 2.020, com investimento de
cerca de R$ 50 milhões. “A diversidade e especificidade de cada região
vão contribuir para aprimorar a proposta da Anater, de forma que todo o
País possa ser assistido com a mesma eficácia nos resultados”,
ressaltou.
O presidente informou que
também está em andamento o projeto D. Helder Câmara, cujas ações estão
sendo realizadas em 572 municípios de 11 Estados, prestando serviços de
Ater a 34.921 famílias de agricultores, com investimento de R$
169.289.372,86.
Segundo o presidente,
a Anater também está trabalhando com o planejamento do programa Mais
Gestão, que irá beneficiar 206 mil famílias, através de 1.032
cooperativas. Para o projeto, serão investidos R$175.068.411,00. “Os
Instrumentos de Parceria já foram elaborados para os Estados de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul e estamos aguardando apenas a assinatura do
Aditivo ao Contrato de Gestão e liberação dos recursos para iniciar as
ações”, completa.
De acordo com o
presidente, já estão credenciadas 302 entidades prestadoras de Ater, que
poderão participar das chamadas públicas que serão realizadas pela
Anater a partir de 2018. “Também estão sendo realizados cursos de
formação de extensionistas com objetivo de prepará-los para ir a campo e
executar a proposta da Anater, que possui um viés no desenvolvimento
comunitário, visando gerar conhecimento dentro da própria comunidade”.
Segundo o presidente, em 2017, a Anater formou 101 gestores e 1.048
agentes de Ater.
Gestão de Ater
Para
gerenciamento dos projetos, o presidente informou que a Anater criou o
Sistema de Gestão de Ater (SGA), plataforma construída em ambiente de
software livre, sem a necessidade de aporte de recurso, com solução
tecnológica para análise, monitoramento e avaliação de todos os
programas e projetos da Anater, e com capacidade de expansão e ampliação
de recursos tecnológicos. Ao finalizar a apresentação, o presidente
informou que foi liberada aos conselheiros uma senha de acesso ao SGA
para que possam acompanhar os processos diretamente na plataforma.
Planejamento
Durante
a reunião, os conselheiros deliberam sobre o planejamento estratégico e
de demais instrumentos para as ações da Anater a partir de 2018.
Representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
(Contag), o conselheiro Antoninho Rovaris sugeriu que seja feita uma
reavaliação em relação à abrangência dos recursos aportados na Anater e
propôs uma mobilização do Conselho nesse sentido.
O
Conselheiro Argileu Martins, secretário de Agricultura e
Desenvolvimento Rural do Distrito Federal e representante do Conselho
Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), reforçou a
proposta do representante da Contag, para que seja aberta a
possibilidade de a Anater receber recursos de outros Ministérios, de
forma a fortalecer a agência.
O
Conselheiro Luiz Silveira Rangel, representante do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), reiterou a proposta de
reavaliação do Decreto de criação da Anater, de forma que o MAPA também
possa aportar recursos para a Ater através da Anater.
O
presidente do Conselho, Jefferson Coriteac, destacou que é anseio da
Sead é que haja essa abertura para entrada de recursos de outros
Ministérios para a Anater e que a questão, inclusive, está sendo
considerada no Aditivo ao Contrato de Gestão.