Países do Mercosul avançam na discussão sobre sanidade e inocuidade da agricultura familiar
A
 sanidade e inocuidade dos produtos da agricultura familiar integram os 
principais temas da pauta dos países do Mercosul. Promover o intercambio
 e capacitação entre os agricultores familiares e técnicos para 
contribuir com a inclusão da produção da agroindústria, de pequena 
escala artesanal, nos mercados em âmbito regional, tornou-se uma das 
principais metas para o fomento da comercialização. 
A
 discussão sobre o assunto ganhou avanços durante XXVII Reunião 
Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), realizada 
entre os dias 4 e 8 de dezembro, em Florianópolis (SC). A Comissão de 
Facilitação do Comércio (CFC) trouxe para o debate o “Projeto Regional 
de Intercâmbio e Construção de Capacidades em Inocuidade e Sanidade das 
Produções da Agricultura Familiar – em busca de Territórios Saudáveis”, 
elaborado em conjunto com o Instituto Interamericano de Cooperação para a
 Agricultura (IICA). 
Os objetivos da
 proposta passam por aperfeiçoar a diversidade de formas e sistemas de 
processamento, adequar as legislações, as condições de 
agroindustrialização em pequena escala, com vistas a garantir a 
inocuidade e sanidade e a participação dessa produção da agricultura 
familiar nos diversos mercados. O projeto foi enviado para considerações
 do Grupo de Cooperação Internacional (GCI).
“Acordamos
 que os pontos focais dos países da comissão serão os responsáveis no 
acompanhamento do projeto, envolvendo todos os atores governamentais, 
das organizações e comitês regionais, com o apoio do IICA”, ressaltou 
Igor Teixeira ponto focal do Brasil. Ele também informou que a delegação
 da Argentina vai elaborar uma proposta de recomendação sobre os 
aspectos sanitários e inocuidade para ser apresentada já na próxima 
reunião da comissão. 
Para Hur Ben 
Correa da Silva, coordenador de assuntos da agricultura familiar e 
cooperação internacional da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e
 do Desenvolvimento Agrário (Sead), a experiência do Brasil na 
agroindústria familiar e os avanços na legislação podem contribuir para o
 Programa Regional. Ele também acredita que a existência dessa 
iniciativa no Mercosul poderá promover nos países uma aproximação maior 
entre os diversos setores de governo e da sociedade que atuam na 
agroindústria familiar, e aperfeiçoar o que está sendo desenvolvido em 
relação às boas práticas de agroindustrialização familiar, a legislação 
específica e sua aplicação. “Nosso esforço deve ser no sentido de 
aperfeiçoar e fortalecer o que já temos, promovendo a renda no campo por
 meio de alimentos saudáveis e inócuos para a população”, disse o 
representante da Sead. 
Outras novidades 
Entre
 outros avanços da Comissão de Facilitação do Comércio está a discussão 
sobre as negociações comerciais. O grupo considerou importante que as 
Seções Nacionais da Reaf identifiquem os produtos prioritários da 
agricultura familiar em cada país, levando em consideração como foram 
tratados em outros acordos comerciais assinados pelo Mercosul, e 
analisem o impacto, a nível regional. Os avanços devem ser apresentados 
nas próximas reuniões da CFC. 
Os 
selos de identificação dos produtos da agricultura familiar também foram
 trabalhados pela Comissão. A comissão acordou que serão analisados os 
avanços nos países da implementação dos selos e a relação como 
instrumento à promoção comercial.
Para
 fomentar a economia da agricultura familiar, em níveis nacional e 
regional, as comissões de Facilitação do Comércio e Registro trabalham 
em conjunto na elaboração de uma proposta de resolução para tratar da 
identificação e caracterização das organizações econômicas de 
associativismo e cooperativismo. Leia mais aqui.
 
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