sexta-feira, 31 de julho de 2020

Presidente da Embrapa diz que futuro da agricultura passa pelo investimento em ciência


Mais conhecimento, ciência e tecnologia são a chave para um futuro com segurança alimentar e uma agricultura sustentável e produtiva, desenvolvida com pesquisa e inovação. Na palestra de abertura do WorldAgriTech South America Summit, um dos mais conceituados eventos destinados a especialistas da agropecuária, Celso Moretti, presidente da Embrapa, defendeu investimentos e parcerias como caminho para conciliar produtividade, sustentabilidade e garantia de alimento para populações crescentes em todo o mundo. A conferência virtual ocorreu na manhã de quarta-feira, 29 de julho.

Moretti citou as principais estratégicas adotadas pela Embrapa, para os próximos anos: “edição genômica, bioeconomia emergente, intensificação sustentável e agricultura digital são as prioridades para que mais soluções e inovações sejam entregues à sociedade”, disse. “Assim como no passado, a ciência terá papel central na modernização do agro. Com as demandas cada vez mais desafiadoras, a tecnologia passou a ser ainda mais imprescindível”.

Segundo o presidente da Embrapa, se antes as dificuldades envolviam a compreensão limitada dos biomas, a baixa produção agrícola e os baixos rendimentos, a pobreza rural generalizada e a crise constante de suprimento de alimentos, agora o cenário do agro nacional é de um de país exportador e tecnologicamente capacitado. “O mundo precisa ser mais bem informado sobre a agricultura do Brasil. Ainda assim, apesar das falhas de comunicação sobre a nossa produção agrícola, há o reconhecimento internacional da nossa capacidade de produção e de nossa competência em pesquisa agropecuária”, afirmou. A partir de um investimento de quase cinco décadas em ciência foi obtido um conjunto de conhecimentos que permitiu elevar o Brasil à categoria de um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.

Moretti destacou a transformação de solos ácidos e pobres em terras férteis, a tropicalização de culturas e sistemas de produção animal e o desenvolvimento de uma plataforma de práticas sustentáveis como os três principais pilares, responsáveis pela transição do perfil do agro brasileiro. Ele cita exemplos: “soja, trigo, forrageiras africanas e o gado europeu e indiano foram tropicalizados. A produção de trigo nos trópicos atingiu níveis inéditos, ocupando hoje uma área de 130 mil hectares do Cerrado brasileiro”, comentou, explicando que ainda pode ser pouco: “podemos chegar a  2 milhões de hectares, tornando o Brasil autossuficiente na produção”.  

Cenários e possibilidades

Para o futuro, disse ele, as possibilidades da edição genômica sinalizam com cultivares de soja tolerantes à seca e mais resistentes a nematoides e feijões com redução do escurecimento do tegumento (revestimento do grão), causado pelas condições de armazenamento. Na área da bioeconomia, Moretti destacou o potencial do produto biológico desenvolvido por pesquisadores e à base de bactérias que dissolvem o fósforo presente no solo. Ele já foi testado em culturas de milho, com aumento de rendimento de cerca de 10%. “Esse produto, o Biomaphos, representa a redução da importação de fertilizantes e o aumento da competitividade da produção”, completa.

O presidente da Embrapa disse que a participação da Embrapa no WorldAgriTech South America Summitrepresenta uma oportunidade importante de reforçar a imagem brasileira perante os maiores nomes da agricultura internacional. “Debater novas tecnologias e modelos de negócios para o setor, a partir da perspectiva de uma instituição de pesquisa como a Embrapa, é estratégico para o Brasil”, disse. “Além de contribuir com a abertura de possibilidades e identificar potenciais parceiros, ajuda a atrair investimentos para a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação”, completa. Ele ressalta que a comunicação é estratégica para que haja o reconhecimento do que representa a agropecuária nacional, produtiva e sustentável.

Sobre o evento

A Cúpula Mundial de Agrotecnologia da América do Sul (World Agri-Tech South America Summit) foi um evento virtual, realizado dias 29 a 30 de julho, com o objetivo de ajudar produtores a superar desafios e compartilhar práticas da agricultura eficientes e dentro dos padrões de sustentabilidade. O evento apresentou startups da América Latina, interessadas em parcerias para disseminação de produtos do laboratório de pesquisa ao campo.

Na edição deste ano, a cúpula virtual se concentrou nas principais tendências agrícolas específicas do Brasil e da região sul-americana. Ao reunir palestrantes e parceiros da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia e Chile, além de especialistas dos EUA, Canadá, Israel e Europa, a cúpula forneceu tanto um foco regional quanto uma perspectiva global. Os principais tópicos de discussão foram Gestão Agrícola: Novas plataformas que geram lucratividade para os agricultores; Precisão na Agricultura: Sensores, satélites, drones e imagens; Inteligência Artificial e Automação: Criando soluções integradas para sistemas de campo mais inteligentes; Saúde do Solo: Novas inovações na proteção biológica de plantações e nutrição de plantas; Gerenciamento Inteligente da Pecuária: Otimizando a saúde e o bem-estar animal; Inovação em Alimentação Animal: Aumentando a sustentabilidade e a qualidade da produção; Novos Modelos de Negócio: Interseção entre AgTech e Fintech; Ecossistema Regional de Agrotecnologia; tendências do consumidor e oportunidades de produção de alimentos na América do Sul.

Além do presidente da Embrapa, Celso Moretti, participaram cerca de 60 palestrantes, entre os quais representantes da Bayer, Basf, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bioceres Crop Solutions (Argentina), Solinftec (agricultura digital, Brasil), Aqua Capital e Capria Ventures (Argentina).

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Regularização Fundiaria

Processo de regularização fundiária é apresentado à imprensa

 
Processo de regularização fundiária é apresentado em videoconferência com a imprensa.
Processo de regularização fundiária é apresentado em videoconferência com a imprensa.

Para esclarecer as dúvidas sobre a regularização fundiária na Amazônia Legal e o uso de tecnologias de sensoriamento remoto e cruzamento de informações dos bancos de dados governamentais, o presidente do Incra, Geraldo Melo Filho, participou nesta quarta-feira (29) de uma conversa com jornalistas de agências de notícias e sites nacionais e estrangeiros por meio de videoconferência.

A iniciativa partiu do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento, que identificou a existência de muitas dúvidas em relação ao processo de regularização fundiária em áreas da União na Amazônia Legal.

Na abertura da apresentação, a ministra Tereza Cristina disse que a regularização fundiária representa o resgate de uma dívida com a população enviada à região amazônica por políticas públicas promovidas pelo próprio estado ao longo dos últimos 60 anos. “É um dever moral trazer essas pessoas para a legalidade”.

Tereza Crista destacou que o processo de regularização será feito com base na legislação vigente e, e que terras indígenas, quilombolas e áreas de preservação ambiental não serão afetadas pela política pública. A ministra disse que a conversa com os jornalistas é uma forma de esclarecer “inverdades e distorções que são ditas a respeito da regularização fundiária na Amazônia Legal”.

Durante mais de uma hora, Geraldo Melo apresentou aos jornalistas como é feito o processo de sensoriamento remoto nas áreas da União com até 4 módulos fiscais, que podem ser tituladas por meio da Lei 11.952/2009, sem a necessidade de vistoria presencial.

O presidente do Incra demonstrou na prática como as glebas públicas da União georreferenciadas e certificadas no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) da autarquia podem ser regularizadas sem o risco de afetarem áreas de preservação ambiental, reservas indígenas, quilombolas e assentamentos da reforma agrária.

“Todas essas áreas já estão registradas em nosso sistema. Portanto, ao regularizar uma parcela temos como verificar se há sobreposição em terras indígenas ou áreas de preservação ambiental, entre outras exigências legais”, observou.

O presidente do Incra informou que o processo de checagem será feito em duas etapas. Na primeira será feito o cruzamento das informações do requerente junto aos bancos de dados do governo: Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR); Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (SIPRA); Sistema Eletrônico de Informações (SEI); Sistema de Cadastro, Arrecadação e Fiscalização (SICAFI) do IBAMA; Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo divulgada pelo Ministério da Economia; e Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR).

Vencida essa etapa, não sendo constatada nenhuma inconformidade, o processo segue para a checagem da parcela a ser regularizada sendo feito o cruzamento de imagens de satélites com dados do Sigef para verificação de sobreposições com terras indígenas, quilombolas, áreas de preservação, embargos ambientais, entre outras exigências legais. Se tudo estiver certo, o Incra poderá emitir o título ao requerente.

O presidente do Incra chamou atenção para o fato de quer ao lançar uma parcela no Sigef - o perímetro dessa parcela é definido com precisão de centímetros -, se houver alguma sobreposição em áreas demarcadas, o sistema rejeita imediatamente. “É impossível que sejam lançadas parcelas a serem regularizadas dentro de uma área com restrição”.

Usando para exemplificar imagens do Mapbiomas, Geraldo Melo mostrou como Incra consegue comprovar a ocupação do solo da parcela a ser legalizada atendendo ao marco temporal exigido pela legislação – 22 de julho de 2008.

Cruzamento de dados

A partir do cruzamento de informações do Sigef, dos dados do Censo Agropecuário feito pelo IBGE e do CAR, o Incra identificou a existência de 166 mil propriedades na Amazônia Legal com potencial para regularização. Desse total, pelo menos 88% possuem até 4 módulos fiscais – limite da pequena propriedade.

Também foi identificado o perfil da maioria dos ocupantes de áreas públicas da União. Esse produtor tem em média apenas 66 hectares e a renda média mensal é de cerca de 1,01 salário mínimo.

O pesquisador do Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Judson Valentim, apresentou, no final, a conclusão a respeito de uma pesquisa junto a pequenos produtores da região amazônica. Segundo ele, um dos maiores problemas apontado por essas pessoas é a falta de regularização fundiária.

Como exemplo ele citou o caso de pequenos produtores de mandioca da região de Cruzeiro do Sul, no Acre. De acordo com o pesquisador, pelo sistema tradicional de produção, a produtividade cai em até 50% já no terceiro ano por causa da degradação do solo e por isso muitos produtores realizam o desmatamento de novas áreas para plantio, já que não dispõem de recursos para investir na recuperação das áreas com baixa produtividade.

A Embrapa possui tecnologias que aumentam essa produtividade. No entanto, para fazer a parceria com a estatal é necessária a regularização fundiária. “Os bancos não financiam os custos do uso dessa tecnologia sem que o produtor ofereça uma garantia e essa garantia é a terra”, observou.

 

 

Assessoria de Comunicação Social do Incra

Uma tecnologia de plantio de cana permite economia de até 20% para o produtor

 

É o plantio através do Sistema de Baixa Densidade. A Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana em Pernambuco (Coaf) tem estimulado a técnica que eleva a produção de cana por safra e reduz a quantidade de sementes e custos operacionais em comparação ao plantio convencional. O modelo ainda reduz emissão de CO² no cultivo.

O condomínio dos canaviais dos produtores vinculados à Coaf, que gere a antiga usina Cruangi em Timbaúba, começa a passar por mudanças no cultivo para atender novos padrões econômico e ambiental. O engenheiro Agrônomo da entidade, Geraldo Barros, tem apresentado aos cooperados os benefícios do replantio da cana através do sistema de baixa densidade. Ao invés do modelo convencional, a mudança reduz o uso de máquinas e os custos e utilização de óleo diesel e insumos – materiais poluentes. O agricultor também utiliza menos sementes e produz mais cana por safra.

“A economia é 5,5 a 6,5 toneladas/hectares (ton/ha) semente no semeio e de 0,5 a 2 ton/ha plantado de descarte. Quanto ao aumento de produção é de 6,5 a 8 por hectares tonelada a mais de cana para moagem”, informa o engenheiro. Os benefícios são diversos. Não por acaso que o conceito adotado para plantio de cana de baixa densidade é economia de semente, mais cana para moer, menos máquina, menor consumo de diesel, menor replanta, menor entrada de máquinas e possibilidade de retirada anual de semente. Barros apresentou inclusive os detalhes técnicos numa palestra na Associação dos Fornecedores de Cana de PE ((AFCP).

Agricultura familiar

Agricultura Familiar: essencial no passado, elementar no presente e fundamental para o futuro

A história mostra que a Agricultura Familiar foi essencial para que humanidade começasse a se organizar melhor como sociedade. Em um processo chamado pelos historiadores de Revolução Agrícola, nossos ancestrais perceberam que podiam cultivar seus próprios alimentos e se nutrir deles sem que precisassem se arriscar em caçadas e expedições perigosas. E a partir da agricultura, a humanidade começou a dar seus primeiros passos rumo a sua evolução.

Hoje, milhares de anos depois, a agricultura familiar continua sendo elementar para essa sociedade construída. O primeiro compromisso dessa atividade, tomado como uma verdadeira responsabilidade, é o de alimentar as pessoas com comida de qualidade, levando a soberania e a segurança alimentar a todos os territórios. Mas além dessa premissa básica fundamental, há outras contribuições muito importantes para o mundo que também partem da agricultura familiar, e que assim como no passado, têm o potencial de manter a existência da humanidade e de levá-la para umpatamar mais evoluído.

Uma dessas contribuições é que a agricultura feita pelas famílias rurais tem um papel muito importante na produção de alimentos com preservação dos ecossistemas, pois busca se relacionar de forma harmônica com os recursos do meio ambiente em que vive. Nosso planeta hoje vive um grande desequilíbrio natural, devido a tantos séculos de exploração irracional a dos recursos naturais, cujo resultados destes impactos a humanidade já começa a sentir com as mudanças climáticas e dela decorrem o surgimentos das secas, vendavais, tornados, mudanças das marés, chuvas excessivas com inundações, novas doenças de pragas que afetam os diferentes ecossistemas, a produção de alimentos e, sobretudo, os seres humanos que neles habitam.

Frente a tudo isso, faço algumas indagações: o que queremos comer amanhã? De que forma desejamos viver e envelhecer em nossos territórios?Que ensinamentos vamos deixar para nossos filhos? O que você pode fazer para você, para seus filhos e para as futuras gerações viver neste planeta de forma saudável e sustentável?

Eu, agricultor que sou, começo a lembrar do que aprendi com meus avós e pais. Eles me ensinaram a olhar com o devido cuidado para tudo o que está a nossa volta, com o que criamos e cultivamos para comer. Cuidar para que tudo venha, cresça e se reproduz em harmonia. Pois é desse jeito que nossa agricultura familiar ainda procura manter a produção de alimentos em seus territórios. Muito desse cuidado já se perdeu em busca da produtividade e do lucro com praticas e manejos inadequados . É obvio que todos nós agricultores e agricultoras familiares queremos prosperar, aumentar a produção, a produtividades, vender mais e melhor e temuma boa renda. Mas isso precisa ser feito com o devido cuidado e responsabilidade, adotando praticas e manejo que sejam mais sustentáveis e de menor impacto ao meio ambiente, agregando valor ao seu produto que será mais saudável para o consumo humano.

Pensando no futuro, vamos trabalhar e fazer nossa parte procurando despertar maior consciência dos agricultores para que observem os cuidados com a natureza na produção de alimentos e estabelecer uma nova relação com os consumidores para que comprem alimentos saudáveis. Desta forma estaremos contribuindo para construção de uma nova era de relação Humanidade e Meio ambiente.

A humanidade precisa se conectar com suas raízes e saberes e fazer as melhores escolhas eprogredir a partir delas. A agricultura familiar é um caminho, pois com seu modo de produção, levando em conta as culturas e saberes tradicionais, é uma riqueza que vai além de valores monetários e precisa ser preservada e fortalecida enquanto estratégia para o desenvolvimento sustentáveis dos territórios rurais e das nações.

Enquanto o planeta terra gira, os/as agricultores/as familiares seguem trabalhando na produção de alimentos para as comunidades rurais e urbanas, dando sua contribuição na redução das desigualdades sociais que ainda assolam tantos países.

A agricultura familiar precisa ser reconhecida e valorizada pela sociedade urbana que todo santo dia demanda de alimentos para comer e viver e dos governantes que dada sua importância socioeconômica e ambiental precisam instituir medidas e políticas que atendam as necessidades das famílias que fazem a agricultura familiar, para que estas possam seguir com seu trabalho e prosperar com dignidade em seus territórios rurais.

As Nações Unidas deram um passo importante ao Decretar a Década da Agricultura Familiar, dando mandato e oportunidade para os governantes e a sociedade junto dos agricultores familiares instituírem políticas publicas necessárias para a produção de alimentos saudáveis para a presente e futuras gerações.

No dia 25 de julho celebramos o Dia Internacional da Agricultura Familiar, data estabelecida pela FAO, e nesse dia eu gostaria muito que todas as pessoas do mundo fizessem uma reflexão sobre tudo isso. Que se questionassem de onde vem a comida que estão colocando em seus pratos, e que para além do paladar, quais os outros valores que estão relacionados comos alimentos que comem.

FONTE:  CONTAG

Valorização de mulheres rurais ajuda a promover a produtividade da agricultura, diz ministra

A 5ª edição da campanha #Mulheres Rurais, mulheres com direitos, foi lançada nesta quarta-feira. O objetivo é dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes
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Evento de lançamento da campanha #Mulheres rurais, mulheres com direitos, no Palácio do Planalto

Ao participar do lançamento da 5ª edição da campanha #Mulheres Rurais, mulheres com direitos, nesta quarta-feira (29), a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse que o empoderamento das mulheres rurais significa a promoção do crescimento e a produtividade da agricultura, que é o grande motor econômico do Brasil. Segundo a ministra, apesar de as mulheres dirigirem cerca de 20% dos estabelecimentos rurais no Brasil, a área desses estabelecimentos equivale a apenas 8,5% da área rural total do país.

“Mulheres têm menos acesso a crédito, à tecnologia, à mecanização, à assistência técnica, a recursos produtivos e ao cooperativismo. O que isso representa é potencial econômico perdido”, ressaltou Tereza Cristina.

Segundo ela, as ações previstas pela campanha são importantes para o intercâmbio de informações, a difusão de conhecimento e a troca de experiências, que “são vitais para mostrar toda a luta e a capacidade da mulher do campo, e para dar às mulheres rurais os meios para seguir crescendo, seguir melhorando”. A ministra também lembrou que a agropecuária brasileira terá um papel determinante na retomada econômicas pós-pandemia da Covid-19, e as mulheres rurais brasileiras serão parte importante desse esforço. 

“Queremos ver mais mulheres administrando fazendas, dirigindo tratores, chefiando cooperativas, pescando, plantando e colhendo, enfim, mais mulheres se beneficiando da pujança do agro brasileiro”, disse a ministra.

A campanha é uma iniciativa conjunta, de âmbito internacional e intersetorial, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), com a colaboração de diversas instituições e entidades governamentais, além de organizações da sociedade civil e entidades privadas de toda a América Latina que buscam reconhecer a liderança, as capacidades e as necessidades das mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes da região. 

O representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, lembrou que muitas mulheres rurais latino-americanas sofrem impactos das limitações para acessar recursos produtivos como terra, água, insumos agrícolas, financiamento e treinamento, além de barreiras para colocar seus produtos no mercado. Para ele, a campanha chega em boa hora, para tornar mais visível o papel dessas mulheres. “Ações inovadoras, principalmente aquelas envolvendo o desenvolvimento tecnológicas serão essenciais para impactar de maneira positiva os desafios da pandemia de Covid-19, especialmente nas condições de vida dessas mulheres rurais”, disse.

Também presente ao evento, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, disse que o governo precisa fortalecer cada vez mais a atuação de mulheres rurais. “Com políticas públicas que permitam o seu desenvolvimento profissional e aumento de sua renda, e que as protejam das dificuldades inerentes à sua condição, principalmente no combate à violência”.

A ministra Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) destacou que, durante a pandemia, mais de 10 milhões de pessoas no meio rural receberam o auxílio emergencial do governo federal, sendo que uma grande parte eram mulheres. “É assim que a gente cuida das mulheres no campo, nenhum direito a menos para as mulheres rurais. Hoje estamos assumindo um compromisso, nenhum direito a menos para vocês”, disse.

Campanha

A proposta da campanha é dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes que vivem e trabalham em um contexto desigualdades estruturais e desafios sociais, econômicos e ambientais, agravado pelo impacto da pandemia de COVID-19 na América Latina e Caribe.

Entre as ações que integram a campanha estão a identificação e difusão de experiências e conhecimentos sobre o poder transformador das mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes, e a realização de concurso, seminários e oficinas que levem até as mulheres do campo o conhecimento de direitos e políticas públicas ao seu alcance. A edição deste ano quer dar visibilidade também às mulheres como guardiãs e promotoras do desenvolvimento, seguindo o princípio da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

No Brasil, a organização da campanha está a cargo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que atuará em conjunto com o gabinete da primeira-dama e com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

 
MUNDO

Covid-19 pode comprometer alimentação da América Latina

Isso foi confirmado por uma pesquisa do Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA)
A maioria dos agricultores familiares da América Latina e do Caribe, chaves para a segurança alimentar, trabalha em uma estrutura de falta de equipamentos de proteção e protocolos sanitários em meio à pandemia de Covid-19 e enfrenta limitações para vender seus produtos, um cenário que, com o menor poder aquisitivo dos consumidores, afeta a produção e terá consequências no fornecimento de alimentos básicos pelo setor. 
Isso foi confirmado por uma pesquisa do Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA), realizada nos meses de maio e junho entre 118 referentes da agricultura familiar em 29 países das Américas. “Este é um raio-x muito preciso do setor de agricultura familiar, realizado em um contexto muito desafiador. Juntamente com essa ‘foto’, a pesquisa apresenta opções de políticas públicas em face da pandemia para servir a um setor-chave para emprego agrícola, suprimento de alimentos, segurança alimentar e nutricional e mitigação do êxodo rural. Em outras palavras, um setor estratégico que deve ser prioritário”, afirmou o engenheiro agrônomo Mario León, gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial e Agricultura Familiar da Diretoria de Cooperação Técnica do IICA e coordenador da pesquisa. 
O trabalho também constatou uma crescente preocupação no setor de agricultura familiar em relação às possibilidades de comercialização de alimentos nos mercados locais, devido à redução no fluxo de consumidores por medo de serem infectados. Com referência ao suprimento produtivo da agricultura familiar, uma grande maioria dos pesquisados na pesquisa do IICA disse que já estão percebendo repercussões negativas causadas pela pandemia.  
Além disso, a opinião dos entrevistados é generalizada de que os produtos mais afetados seriam grãos e cereais, vegetais, seguidos de frutas, raízes e tubérculos e carnes. 

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Cana de Açucar

Uma tecnologia de plantio de cana permite economia de até 20% para o produtor

 
É o plantio através do Sistema de Baixa Densidade. A Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana em Pernambuco (Coaf) tem estimulado a técnica que eleva a produção de cana por safra e reduz a quantidade de sementes e custos operacionais em comparação ao plantio convencional. O modelo ainda reduz emissão de CO² no cultivo.
O condomínio dos canaviais dos produtores vinculados à Coaf, que gere a antiga usina Cruangi em Timbaúba, começa a passar por mudanças no cultivo para atender novos padrões econômico e ambiental. O engenheiro Agrônomo da entidade, Geraldo Barros, tem apresentado aos cooperados os benefícios do replantio da cana através do sistema de baixa densidade. Ao invés do modelo convencional, a mudança reduz o uso de máquinas e os custos e utilização de óleo diesel e insumos – materiais poluentes. O agricultor também utiliza menos sementes e produz mais cana por safra.
“A economia é 5,5 a 6,5 toneladas/hectares (ton/ha) semente no semeio e de 0,5 a 2 ton/ha plantado de descarte. Quanto ao aumento de produção é de 6,5 a 8 por hectares tonelada a mais de cana para moagem”, informa o engenheiro. Os benefícios são diversos. Não por acaso que o conceito adotado para plantio de cana de baixa densidade é economia de semente, mais cana para moer, menos máquina, menor consumo de diesel, menor replanta, menor entrada de máquinas e possibilidade de retirada anual de semente. Barros apresentou inclusive os detalhes técnicos numa palestra na Associação dos Fornecedores de Cana de PE ((AFCP).

Ao completar 160 anos, Ministério da Agricultura prevê crescimento de 27% na produção de grãos do país na próxima década

Segundo estudo do Mapa, o volume de produção de grãos chegará a 318 milhões de toneladas em 2029/2030. A produção de proteínas terá um aumento de 23,8% no período
Mapa
Em 28 de julho de 1860, o Imperador D. Pedro II assinou o decreto Nº 1.067, criando a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, hoje denominado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que  completa nesta terça-feira (28) 160 anos. 
Ao longo do Império, a Secretaria procurou regular as questões relativas à agricultura através de diversas medidas de fomento e modernização da produção. A lavoura no período monárquico dividiu-se em duas produções: açucareira no Nordeste e a cafeeira no Centro-Sul. Além disso, havia áreas menores dedicadas ao cultivo de outros produtos, como o algodão no Nordeste, que constituía a base da economia maranhense, o fumo na região de Cachoeira e Santo Amaro na Bahia e em alguns municípios de Alagoas e Sergipe e também a cultura do cacau no sul da Bahia e em algumas áreas do Pará.  
Hoje, a agricultura se expandiu, se modernizou e o Brasil se tornou uma potência agroambiental. O agronegócio é responsável por 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20% dos empregos no país. O Brasil exporta para mais de 200 países e 1,5 bilhão de pessoas têm algum alimento no seu prato que vem da nossa agropecuária. 
O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas e o principal produtor e exportador de produtos importantes como, açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos e carnes. Tudo isso aliado a práticas de sustentabilidade e preservação ambiental, seguindo a exigência mundial para que a demanda por alimentos seja atendida com impacto ambiental mínimo e baixo custo. 
Neste dia em que o Mapa completa 160 anos, queremos celebrar  não apenas o passado e o presente, mas também projetar o futuro. Na próxima década, a produção de grãos do Brasil deverá aumentar 27%; a de carne bovina, 16%; a de carne suína, 27%, e a de carne de frango crescerá 28%. Os dados constam das Projeções do Agronegócio, Brasil 2019/20 a 2029/30, atualizado anualmente com base nas informações que abrangem o período de 1994 até maio deste ano. O estudo é realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB).
O relatório aponta que a agropecuária brasileira tem um cenário promissor para os próximos dez anos, apesar da ocorrência da pandemia do Covid-19, que afetou a trajetória da economia nacional ao longo deste ano e atingiu algumas atividades agropecuárias, como as das hortaliças, frutas e leite. “A pandemia, entretanto, não afetou a safra de grãos e a produção e distribuição de carnes bovina, suína e de aves”, ressalta José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Política da Informação do ministério e um dos coordenadores das projeções. 
Na projeção para a próxima década, o Brasil vai saltar dos atuais 250,9 milhões de toneladas em 2019/20  (de acordo com levantamento da Conab de maio/2020) para 318,3 milhões de toneladas, incremento de 27% à produção nacional. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos. 


A área plantada de grãos deve expandir de 65,5 milhões de hectares para 76,4 milhões de hectares em 2029/30, alta de 16,7%. Levando-se em consideração a área total plantada com as lavouras, incluindo grãos, cana de açúcar, cacau, café, laranja, frutas e mandioca, o país deve passar de 77,7 milhões de hectares (2019/20) para 88,2 milhões (2029/30), alta de 13,5%. A necessidade adicional de áreas pode ser atendida através da substituição de culturas, redução de pastagens e sistema de plantio direto.
Algumas lavouras, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade. As projeções também indicam tendência de redução de área de pastagem nos próximos anos.
O estudo aponta que o desenvolvimento da produção agrícola no Brasil deve continuar ocorrendo com base na produtividade. É projetado um crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF) de 2,93% ao ano, até 2030. Este valor é resultado da análise das tendências na redução de mão de obra ocupada, redução da área plantada devido aos ganhos de produtividade da terra e aumento do uso de capital.
"A área plantada de grãos vai aumentar 16,7% e a produção deve aumentar 27%. Isso significa que o crescimento vai se dar pelos ganhos de produtividade. Mesmo nas áreas de fronteira, a produtividade vai puxar o crescimento, não a área. Mesmo quando usamos um indicador mais completo para a produtividade, a taxa prevista é elevada", comenta Gasques.
A expansão da agropecuária exigirá investimentos em infraestrutura, pesquisa e financiamento, assinala o estudo. De acordo com Gasques, a pesquisa tem por objetivo indicar direções de crescimento da agropecuária e fornecer informações aos formuladores de políticas públicas para as tendências dos produtos do agronegócio.

Carnes 

A produção brasileira de carnes (bovina, suína e aves), entre 2019/20 e 2029/30, deverá aumentar em 6,7 milhões de toneladas. O volume total das carnes passará dos atuais 28,2 milhões de toneladas para quase 34,9 milhões de toneladas, o que significa um acréscimo de 23,8% na produção de proteína no Brasil, com destaques para as carnes suína e de frango. 
A tendência da pesquisa aponta um salto de 14,1 milhões de toneladas para 18,1 milhões de toneladas de frango para a próxima década. Já a carne suína, de 4,1 milhões de toneladas para 5,2 milhões de toneladas, em 10 anos. A previsão da carne bovina é de sair de 9,8 milhões de toneladas para 11,4 milhões de toneladas. 

Projeções regionais 

O trabalho apresenta também projeções regionais para o setor rural. Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país. 
De acordo com o coordenador da pesquisa, o estudo indica que os maiores aumentos de produção e de área da cana-de-açúcar devem ocorrer nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais. “Mas São Paulo, como maior produtor nacional, também, projeta expansão elevada de produção e de área desse produto”, afirma Gasques. 

Matopiba 

A região denominada Matopiba, que compreende o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, deverá apresentar aumento da área e da produção de grãos. “É uma região com grande potencial e que merece bastante atenção das políticas públicas para se desenvolver”, prevê o coordenador. As projeções indicam que essa região deve produzir 32,7 milhões de toneladas em uma área de quase 9 milhões de hectares ao final da década estudada. 
De acordo com a pesquisa, o crescimento com base na produtividade deverá ocorrer em quase todas as regiões do país, especialmente nas regiões novas, como o Matopiba. 

Tendências no comércio internacional 

No contexto internacional, o Brasil deve continuar sendo, junto com os Estados Unidos, um dos maiores produtores e exportadores de alimentos. Considerado grande supridor de alimento com qualidade e com sustentabilidade para o mundo. 
Nas carnes, haverá forte pressão do mercado internacional, especialmente de carne bovina e suína, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do frango. 
O Brasil deverá participar com quase 52% das exportações mundiais de soja, 35,3% da carne de frango, 23,2% das exportações de milho, 22,7% do algodão e 9,7% das exportações de carne suína. 
Entre os produtos com destaque no aumento das exportações na próxima década estão o açúcar, que passará de 15,98 milhões de toneladas em 2019/20 para 25,23 milhões de toneladas em 2029/30 (alta de 57,9%) e o algodão, com aumento de 41,6%. A exportação de milho deve passar de 34,5 milhões de toneladas para 44,5 milhões no período, alta de 29,1%.
A carne de frango deverá ter um incremento de 34,3% nas exportações e a carne suína 36,8%. As frutas também têm destaque, com aumento nas exportações de manga (57,6%), melão (47,6%) e maçã (43,4%). 

Agricultura Familiar nas projeções 

Atividades como floricultura e horticultura têm grande destaque na agricultura familiar. Também na produção de carnes, especialmente, suína e de frango, são marcantes nesse segmento agrícola. Outras atividades como o café, leite e frutas, também são atividades de predominância familiar, além de lavouras como o fumo e a mandioca. 
Algumas projeções da agricultura familiar na produção do próximo decênio podem chegar a 11,4 milhões de toneladas de mandioca, 24,5 milhões de toneladas de café, 745,2 milhões de toneladas de fumo, 2,69 milhões de toneladas de carne suína, 8,36 milhões de carne de frango, e 20,3 bilhões de litros de leite. 
Soja, feijão e milho são as atividades onde a agricultura familiar tem menor participação. Isso pode ocorrer devido à produção em larga escala e ao uso de tecnologia.

Dicas de inovação no agronegócio

Por Rodrigo Capella
O agronegócio brasileiro passa por constantes e profundas transformações. Tais mudanças são motivadas pelo incremento da tecnologia, pelas novas gerações de produtores rurais e por diversas técnicas de aperfeiçoamento, entre outros pontos.
No meu novo livro, chamado como "Inovar no agronegócio para alavancar as vendas" (clique aqui e faça o download gratuito), eu compartilho dicas e orientações para empresas de agronegócio, cooperativas e produtores rurais se diferenciarem neste cenário.
Dividido em duas partes, Preparação e Ação, o livro tem 90 páginas e aborda temas como reputação, marketing, exportação, sucessão familiar, entre outros.
Confira a seguir algumas dicas do livro "Inovar no agronegócio para alavancar as vendas":
1) Comparação
Faça um levantamento minucioso das últimas cinco safras. Leve em conta investimento com insumos, custos relacionados à mão-de-obra e demais variáveis que impactam a rentabilidade.
2) Qualidade 
Monitore, constantemente, o comportamento das plantas, verificando estágio a estágio a saúde e o completo desenvolvimento das mesmas. Se elas tiveram algum problema, opte primeiro em tratá-las e somente depois em inovar.
3) Continuidade
As ações precisam ter continuidade. Não divulgue simplesmente por divulgar. Pense sempre em como a ação pode ter continuidade, estimulando um engajamento digital. Muitas empresas de agronegócio optam, infelizmente, por realizar ações dispersas, sem qualquer conectividade com o produtor.
4) Grande Ação
Monte um cronograma de ações e faça uma grande ação por semana nas redes sociais. Com uma grande ação semanal, bem planejada e executada, teremos um grande impacto. Sabe aquele ditado, "mais vale um pássaro na mão do que dois voando"? Ele é perfeitamente aplicável no ambiente digital.
5) Meio Ambiente
Demonstre claramente a sua preocupação e da propriedade com o meio ambiente. Ações sustentáveis verdadeiras são superpositivas para os varejistas.
6) Questionamento
Em todos os momentos, questione-se: eu preciso utilizar esta tecnologia ou seria melhor utilizar uma outra? Desejo sucesso em suas escolhas e vamos em frente!
Rodrigo Capella é diretor geral da Ação Estratégica – Comunicação e Marketing no Agronegócio. Com atuação em agronegócio desde 2004, Capella é palestrante e autor de diversos livros e artigos, publicados no Brasil e no exterior. Autor do livro “Como inovar no agronegócio para alavancar as vendas”.  Também é editor e fundador do site Marketing no Agronegócio.
 

Instituto CNA debate uso da palma na pecuária

O Instituto CNA promoveu a última live relacionada ao Projeto Forrageiras para o Semiárido na segunda (27)
O Instituto CNA, em parceria com a Embrapa, promoveu a última live relacionada ao Projeto Forrageiras para o Semiárido na segunda (27). O tema da transmissão ao vivo pelas redes sociais foi “Como a palma forrageira pode aumentar a oferta de forragem e de água no sistema pecuário do Semiárido brasileiro”.
O encontro foi moderado pela assessora técnica do Instituto CNA, Ana Carolina Mera, e contou com a participação do pesquisador da Embrapa Semiárido, Tadeu Voltolini, do analista da Embrapa Caprinos e Ovinos, Lucas Oliveira, e dos técnicos responsáveis pelas Unidades de Referência Tecnológica (URTs) do projeto em Ibaretama (CE), Giovani Chagas, e em Tenónio (PB), Humberto Gonçalves.
A iniciativa inédita, desenvolvida em conjunto pelo Sistema CNA/Senar e Embrapa, tem o objetivo de avaliar o potencial produtivo e a adaptação das plantas forrageiras às condições climáticas do semiárido para fortalecer a pecuária na região.
“Além de recomendar aquelas plantas mais adaptadas, o projeto também orienta as formas de uso e de manejo. Não adianta ter uma planta forrageira extremamente bem adaptada a uma condição de semiárido, se não fizermos o uso e o manejo adequados. Sem isso, a planta não consegue expressar o seu real potencial produtivo”, afirmou Ana Carolina Mera.
O pesquisador da Embrapa Semiárido destacou a importância de plantas adequadas para melhorar a capacidade produtiva dos sistemas de produção pecuários da região. Ele apresentou três variedades de palma forrrageira analisadas nas URTs do projeto: Orelha de Elefante Mexicana, Miúda e Ipa Sertânia – e analisou pontos como produção de forragem, sistemas integrados, produtividade e e ingestão de água.
“O fornecimento da palma na dieta leva o animal a ingerir menos de outras fontes e faz com que o produtor possa direcionar essa água que está sendo economizada para o fim pecuário, mas também para outras finalidades como uso agrícola e até para o seu uso doméstico”, disse Tadeu Voltolini.
Pragas e doenças - Lucas de Oliveira falou sobre as principais pragas e doenças que afetam a palma forrageira e as estratégias de manejo. Ele explicou que as pragas cochonilha-do-carmin e cochonilha de escama e doenças como podridão seca escamosa, mancha de alternaria, podridão de fusário, mancha negra, podridão de macrophomina, podridão negra e podridão mole.
“O controle é feito, principalmente, através do monitoramento. É preciso estar sempre acompanhando o palmal para saber se tem focos das pragas e doenças. Infelizmente, para as doenças, principalmente as fúngicas, não existem defensivos registrados. Então a recomendação são os manejos culturais”, declarou o analista da Embrapa Caprinos e Ovinos.
Na URT de Ibaretama (CE), foram avaliadas quatro cactáceas: Orelha de Elefante Mexicana, Miúda, Ipa Sertânia e Orelha de Elefante Africana. Foram considerados aspectos como o desempenho de produção e resistência a pragas e doenças. Giovani Chagas também apresentou experiências de consórcios com gliricídia ou moringa.
O técnico responsável pela URT de Tenório (PB), Humberto Gonçalves, abordou os resultados obtidos com as mesmas quatro variedades. A Orelha de Elefante Mexicana obteve os melhores índices de produtividade tanto no tratamento solteiro quanto no consorciado.

terça-feira, 28 de julho de 2020

O Ceará começa a recuperar a produção de algodão com ajuda da Ciência

Hoje, com novas cultivares desenvolvidas pela pesquisa, manejo moderno, apoio de assistência técnica rural e incentivo de grandes empresas têxteis, o estado do Ceará estabeleceu bases para a ampliação sustentável da produção da pluma nos próximos anos. E começa agora, quando se prepara para colher uma área plantada de aproximadamente dois mil hectares de algodão a partir deste mês de julho. A previsão é que seja colhida o equivalente ao dobro da safra anterior.
O resultado é da segunda safra do Programa de Implantação da Cultura do Algodão no Ceará, que trouxe frutos que vão além dos capulhos de algodão. Traumatizados com o bicudo-do-algodão, que devastou plantações há mais de duas décadas, muitos produtores abandonaram a cultura.  Para o coordenador do Programa, Euvaldo Bringel, o Ceará vive momentos especial para a cultura do algodão. “Os resultados nos deixam muito otimistas. Já temos mais de dois mil hectares legalizados na Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) e empresas em processo de implantação para produzir a semente necessária para atingirmos 30 mil hectares de algodão no estado, nos próximos anos, gerando emprego e renda com a cultura mais resistente à seca entre as tradicionais, e agora com tecnologia de convivência com as pragas”, comemora o coordenador.
Outro ponto que favorece esse avanço é o fato de o estado abrigar um forte polo têxtil, o que reduz os custos de transporte. Segundo o Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral no Estado (Sinditêxtil), o Ceará é o terceiro maior polo nacional, com um dos mais modernos parques tecnológicos do País, mão de obra com aptidões naturais, localização estratégica para as exportações e infraestrutura aeroportuária, que contribuem para o aumento de competitividade da cadeia têxtil cearense. Estão no estado grandes companhias do setor como Vicunha, Unitêxtil, TBM e Santana Textiles.

Parabéns Agricultor-Hoje é o seu dia

 
28 DE JULHO

Dia do Agricultor: amor e reconhecimento

 

Hoje se comemora o dia do Agricultor. Aquele que dedica a sua vida ao campo, que todos os dias coloca alimento na nossa mesa, que é responsável pelo desenvolvimento do país. Embora injustiçado, as vezes humilhado, sem a devida assistência, mas não desiste. É acima de tudo um forte. Eu reconheço o teu valor agricultor. 

Mapa lança serviço digital para obtenção de crédito fundiário

A estimativa é que o serviço permita uma redução do prazo médio de tramitação das propostas de financiamento de 24 meses para aproximadamente seis meses
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), lançou nesta segunda-feira (27) um novo serviço, totalmente digital, para obtenção de crédito através do Terra Brasil - Programa Nacional de Crédito Fundiário. A nova plataforma pode ser acessada pelo portal Gov.br
O objetivo é facilitar e agilizar o acesso ao crédito rural para aquisição de terras e infraestruturas básicas e produtivas, por meio do Terra Brasil, com recursos do Fundo de Terras do Governo Federal.
A estimativa da SAF é que o serviço permita uma redução do prazo médio de tramitação das propostas de financiamento de 24 meses para aproximadamente seis meses. O fluxo será reduzido de 12 para seis fases de atendimento divididas da seguinte forma: Solicitação; Análise Estadual; Análise Federal; Análise Financeira; Ajustes de correções e pendências; e Finalização.
“Se trata de mais uma etapa importante do trabalho que estamos realizando desde o início do governo com foco no aprimoramento do Programa de Crédito Fundiário. O objetivo é desburocratizar e ampliar o acesso dos agricultores familiares ao crédito fundiário, qualificando o processo de tramitação das contratações e tornando mais célere a concessão de financiamento aos trabalhadores rurais”, destaca o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke. 
O serviço digital dispensa a necessidade de entrega de documentação física ao governo federal. Todos os documentos serão digitalizados, eliminando os gastos com postagens e correio. A tramitação será realizada sem o comparecimento presencial. O envio do projeto técnico de financiamento e toda documentação do candidato a beneficiário, do vendedor e do imóvel rural, se dará por meio da plataforma digital, desde o pedido inicial no município até a liberação do contrato de financiamento na agência do banco indicado. A parte documental física permanecerá no município para tratativas do interessado com os cartórios de registro de imóveis competentes.   
O serviço digital “Obter Crédito - Terra Brasil”, também promoverá uma maior agilidade no processo de avaliação da elegibilidade do candidato e do imóvel rural, assim como disponibilizará, desde o início, informações de preços referenciais para aquisição de terra no Brasil, na região de interesse do candidato. Essas informações permitirão maior agilidade na elaboração do projeto técnico, com viabilidade técnica econômica e financeira do imóvel rural, e a celeridade na apuração pelos órgãos competentes.  
Além disso, a nova plataforma garante o acesso à informação de forma transparente, para o acompanhamento das etapas de análises, aprovações, envio de documentos, correção de pendências e solicitações de informações complementares, que serão automaticamente informados no portal para o técnico responsável, como encaminhadas por e-mail e por mensagem para o celular (SMS), para o agricultor e produtor rural interessado.  
O serviço digital “Obter de Crédito - Terra Brasil” já está disponível e o acesso deve ser realizado por meio das empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), tanto públicas como privadas, que comprovem a certificação no serviço CET - Certificar Entidades e Técnicos para concessão de crédito fundiário. Portanto, o cidadão interessado em obter crédito para compra de propriedade rural deve procurar a empresa de Ater do seu município para receber orientações sobre o acesso ao crédito rural com recursos do Fundo de Terras, por meio do Terra Brasil.  
A nova plataforma está alinhada com a estratégia do Governo Digital para o período de 2020 a 2022, iniciativa federal cujo foco é a transformação do governo, por meio de tecnologias digitais, para oferecer políticas públicas e serviços ao cidadão com melhor qualidade, de um jeito mais simples, transparente e acessível a qualquer hora e lugar, trazendo menores custos e maior eficiência para toda sociedade. 
Mais informações sobre o serviço podem ser obtidas pelo e-mail: terra.brasil@agricultura.gov.br ou pelos telefones: (61) 2020-0862 / (61) 3276-4104

 

Boas práticas garantem qualidade do leite e prevenção contra doenças em caprinos

BPAs para a produção de leite de cabra podem garantir qualidade do produto e seus derivados e prevenir contra doenças como a mastite
Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) para a produção de leite de cabra podem garantir qualidade do produto e seus derivados e, ainda, prevenir contra doenças como a mastite. Essas recomendações serão tema da palestra sobre Controle da Qualidade do Leite, que será ministrada pela pesquisadora Viviane Souza, da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), na próxima sexta-feira (24), às 18 horas, no "Dia D", evento, promovido pela Fazenda Carnaúba (Taperoá-PB), com programação que integra palestras, exposições e intercâmbio de conhecimentos e que acontecerá, neste ano, em edição online, com acesso pelo site: https://diadfazendacarnauba.com/.

O conjunto de Boas Práticas envolve recomendações e técnicas de manejo relacionadas não somente à ordenha, mas também a sanidade animal, alimentação, cuidados com instalações e conservação do leite. “Essas medidas terão impacto significativo em relação à aceitação do consumidor e à segurança alimentar, uma vez que haverá melhoria na qualidade do leite produzido”, destaca Viviane.
A pesquisadora ressalta também que essas medidas podem prevenir e controlar a mastite, inflamação nas tetas das fêmeas que, além de afetar qualidade do leite, traz perdas produtivas para rebanhos de caprinos leiteiros. “Essas medidas estão relacionadas, principalmente, aos aspectos higiênicos das glândulas mamárias durante a ordenha e das pessoas envolvidas no processo de obtenção do leite. Com aplicação de boas práticas agropecuárias, haverá diminuição da incidência de mastite e aumento da produção de leite”, frisa ela.

Um conjunto de Boas Práticas Agropecuárias na produção do leite caprino deve observar cuidados que já começam antes mesmo da ordenha, para respeitar higiene e bem-estar animal. A recomendação é que as instalações, a água fornecida aos animais e os baldes para guardar o leite estejam limpos. A condução de animais para a ordenha deve ser feita de forma tranquila, para evitar estresse e lesões às cabras utilizadas na produção.
Os cuidados com higiene são extensivos aos ordenhadores, que devem sempre lavar as mãos com água, sabão comum ou detergente neutro. Os cabelos devem estar presos, com boné ou touca, as unhas curtas e as vestimentas higienizadas. Ordenhadores que estiverem doentes ou com ferimentos, principalmente nas mãos, não devem retirar o leite dos animais, passando, se possível, o serviço para outra pessoa. Dicas para higiene de ordenhadores podem ser vistas no vídeo a seguir: https://youtu.be/211bbrbVS1s 
Cuidados na ordenha
No processo de ordenha, deverão ser ordenhadas, inicialmente cabras sadias, que nunca apresentaram inflamação nas mamas. Em seguida, passa-se para aquelas que já tiveram este tipo de inflamação, mas que agora não apresentam mais inchaços. Na sequência, podem ser ordenhadas cabras com inflamação, mas o leite deve ser descartado, principalmente se estiver talhado ou com cor diferente da normal. Também deve ser descartado leite de cabras em tratamento com antibióticos.
Ainda na ordenha, é recomendável lavar as tetas com água clorada, antes de iniciar o processo, com secagem feita com papel toalha. Outro procedimento importante nesta etapa, para identificar as cabras que apresentam a mastite clínica [aquela em que sintomas são perceptíveis] é o teste com caneca telada ou de fundo escuro.

Neste teste, são ordenhados os primeiros jatos de leite, fazendo descarte em balde apropriado. Em seguida, deve-se observar, no leite, a presença de grumos [aspecto semelhante ao do leite coalhado], pus ou sangue. Se isso acontecer, a mastite pode ser detectada e essas cabras retiradas do rebanho e tratadas, sempre com orientação de médico veterinário. Veja dicas de como fazer o teste no vídeo a seguir: https://youtu.be/H6MtpQx0Fso
A ordenha manual deve ser realizada com movimentos lentos, para ajudar o estímulo e a descida do leite, além de evitar lesões que possam machucar o animal. Após a ordenha, aplica-se nas tetas uma solução de iodo a 0,5% com glicerina, que permite a formação de um tampão no orifício da teta, impedindo a entrada de microrganismos. No caso de ordenha mecânica, recomenda-se observar o manual do fabricante do equipamento.
Uma solução recomendada pela Embrapa é o Kit Embrapa de Ordenha Manual para Caprinos Leiteiros. Sua montagem e seu uso são explicados neste vídeo: https://youtu.be/OYImTAEGRI8
Após a ordenha, é recomendada a manutenção dos animais de pé após a ordenha, para que o orifício da teta se feche e evite a entrada de micróbios para o úbere. Uma alternativa para isso é disponibilizar alimentos no cocho. Finalizado o processo, recomenda-se a lavagem dos utensílios e equipamentos com água corrente, preferencialmente clorada, fazendo uso de escova e de detergente neutro. Após a lavagem, todos os utensílios devem permanecer emborcados para descida da água e resíduos, além de proteção contra insetos, ratos e baratas.
Já o leite ordenhado deve ser filtrado em coador limpo e armazenado em baldes fechados. Depois, é recomendado o resfriamento do leite, em temperatura igual ou inferior a 4°C, logo após o término da ordenha, para inibir a multiplicação de micróbios e conservar a qualidade do leite. 
Dia D
O evento promovido pela Fazenda Taperoá acontecerá de 24 a 26 de julho e reúne criadores, expositores e pesquisadores, sendo voltado para a geração de negócios e troca de experiências. O Dia D também traz a programação de palestras e capacitações profissionais. Para participar, é só fazer o credenciamento pelo site do evento:  https://diadfazendacarnauba.com/.