| CONTAG, Federações e Sindicatos na luta pela manutenção dos direitos já conquistados | |
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Depois de um dia inteiro em reunião foram levantados vários 
encaminhamentos em defesa da Previdência Social Rural pela Comissão 
escolhida no Conselho de novembro da CONTAG, para tratar exclusivamente 
deste tema.  
  A Comissão apontou que a CONTAG deve sistematizar através de um 
documento o que muda com a Reforma da Previdência Social na vida dos 
trabalhadores e trabalhadoras rurais. O texto será encaminhado para as 
Federações e servirá de subsídio com informações para serem trabalhadas 
junto a base. 
 Assim, como em outros documentos já construídos anteriormente, a 
CONTAG mais uma vez mostrará sua posição contrária a Reforma da 
Previdência Social proposta pelo governo Temer, reafirmando que: 
• A Previdência Rural não é deficitária. Ela
 está vinculada ao Sistema de Seguridade Social (artigos 194 e 195 da 
CF) que é financiado por diversas fontes de contribuição, inclusive 
sobre a venda da produção rural, que dão sustentabilidade a todo o 
sistema e garante o pagamento dos benefícios.  
• A
 Previdência Rural reflete a dinâmica produtiva da agricultura familiar e
 produz melhorias na qualidade de vida de milhares famílias no campo.
 Além de garantir a subsistência das famílias, as aposentadorias rurais 
são utilizadas para investimentos na propriedade e contribuem de forma 
decisiva para a permanência das famílias no campo e para a produção de 
alimentos que chegam diariamente à mesa dos brasileiros(as). A 
Previdência Rural também cumpre o papel de seguro agrícola em situações 
de emergência e de calamidade no campo. 
• A
 Previdência Rural é uma importante política de distribuição de renda e 
de fortalecimento da comércio/economia local de mais de 70% dos 
municípios brasileiros. Mais de 2/3 do valor total dos 
benefícios rurais são destinados a municípios com até 50 mil habitantes,
 o que corresponde a um volume de recursos na ordem de R$ 5,6 bilhões de
 reais/mês que são injetados mensalmente na economia desses pequenos 
municípios (dados de janeiro de 2016).  
• O
 trabalho rural é penoso e, atualmente, mais de 70% de homens e mulheres
 rurais já trabalham mais de 41 anos para ter acesso a uma aposentadoria
 no valor de um salário mínimo. O aumento na idade de 
aposentadoria irá exigir desses trabalhadores(as) maior tempo de labor 
rural,  em atividade penosa, o que lhes retira o direito a uma 
aposentadoria digna. É importante destacar que o  trabalho penoso reduz a
 capacidade de trabalho precocemente e a expectativa de vida. 
• A expectativa de vida dos trabalhadores e trabalhadoras rurais não é igual a dos(as)  urbanos(as).
 Dados estatísticos da Previdência Social apontam que os trabalhadores 
rurais aposentados e aposentadas por idade vivem menos que os 
aposentados urbanos, especialmente as mulheres aposentadas rurais que 
estão vivendo, em média, cinco anos a menos que as mulheres aposentadas 
urbanas (IPEA, 2016).  
• Os
 agricultores(as) familiares contribuem para a Previdência Social 
mediante uma alíquota incidente sobre a venda da produção rural.
 Manter essa regra é necessário, pois se for exigido contribuição 
individual de cada membro da família para acesso aos benefícios 
previdenciários, muitos agricultores(as) serão excluídos desse sistema 
protetivo já que a maioria não consegue ter renda mensal devido a 
sazonalidade da produção rural e às condições climáticas que nem sempre 
permitem ao agricultor(a) obter renda proveniente da produção. 
“São essas questões que a CONTAG quer reafirmar para a sociedade. 
Mostrar quais os vários motivos de sermos contrários a Reforma da 
Previdência  e mais uma vez nos posicionarmos  pela manutenção das 
atuais regras de acesso aos benefícios e de contribuição para custear  a
 seguridade social do povo brasileiro”, ressaltou o secretário de 
Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves.  
Já o presidente da CONTAG, Alberto Ercílio Broch, pontuou fortemente durante a reunião, que todo o MOVIMENTO SINDICAL estará mais do que nunca: MOBILIZADO! 
“Nossos Sindicatos estarão mobilizados nos municípios. Vamos fazer 
Audiência Pública com as Câmaras de Vereadores, mexer com os (as) 
prefeitos (as), conversar com os nossos (as) associados (as). Estaremos 
nas Igrejas, sensibilizando os (as) trabalhadores e trabalhadoras sobre o
 que significa essa proposta, pois a visão que eles (as) têm é só a da 
grande mídia e a do governo, que sistematicamente aponta que se a 
Reforma não for feita, o mundo acaba em no máximo dois anos”, afirmou 
Alberto. 
A Comissão ainda apontou outras estratégias de MOBILIZAÇÃO,
 como a sugestão de um acampamento em frente as Agências do INSS em todo
 o País. Pressão direta com os deputados (as) e senadores (as) nos 
estados e em Brasília. E ainda apontou na agenda de luta, uma grande 
ação em contrapartida aos retrocessos previstos pela Reforma da 
Previdência.   
 PROPOSTAS PARA GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DA SEGURIDADE SOCIAL 
Vale destacar que a CONTAG vem apresentando várias propostas para 
garantir a sustentabilidade da seguridade social, como a Recriação do 
Ministério da Previdência Social; Aprimorar o sistema do Cadastro 
Nacional de Informação Social Rural (CNIS-RURAL) para tornar mais 
eficiente a arrecadação das contribuições previdenciárias rurais; 
Intensificar a cobrança da Dívida Ativa da Previdência e da Seguridade 
Social; Fim da aplicação da DRU - Desvinculação de Receitas da União - 
sobre o orçamento da Seguridade Social; Revisão das isenções 
previdenciárias para entidades filantrópicas; Revisão das renúncias 
previdenciárias sobre as exportações; Revisão das desonerações das 
contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento concedida a 
diversos setores econômicos; Alienação de imóveis da Previdência Social e
 de outros patrimônios em desuso, por meio de leilão; Realização de 
auditoria da dívida pública como forma de dar transparência ao valor 
efetivamente devido pelo Estado brasileiro e evitar o pagamento indevido
 de juros exorbitantes ao sistema financeiro; e Destinação à Seguridade 
e/ou à Previdência Social das receitas fiscais provenientes da 
regulamentação dos bingos e jogos de azar, em discussão no Congresso 
Nacional. | |
| FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG | 
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
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