Embrapa divulga vencedores do Desafio Agritech Semiárido
Após três meses de evento, o Agritech Semiárido chega ao fim alcançando o objetivo de contribuir para a inovação da cadeia da fruticultura irrigada no Semiárido. A iniciativa contou com 28 startups inscritas provenientes de vários estados do Brasil. A fase final da competição envolveu a disputa de 10 finalistas, com três vencedores.
Em 1º lugar ficou a startup Raks com um projeto que buscou aumentar a eficiência da irrigação nos cultivos. O 2º lugar foi conquistado pela Tarvos, que apresentou o monitoramento de pragas utilizando estação meteorológica, placa fotovoltaica e visão computacional. O 3º lugar foi alcançado pela startup Agriconnected, que trabalhou com o monitoramento e gestão de atividades de máquinas na lavoura.
A fase final do Agritech Semiárido aconteceu no dia 29/11, em formato híbrido. As startups realizaram os ‘pitchs’ online e a comissão avaliadora, formada por pesquisadores da Embrapa Semiárido, representantes do setor produtivo e de instituições parceiras, assistiram as apresentações a partir de transmissão no auditório do Sebrae Petrolina. Os critérios de avaliação envolveram a maturidade da solução apresentada, a escalabilidade e o potencial para codesenvolvimento.
Como premiação, todas as startups finalistas receberam certificado com menção honrosa. Já as vencedoras ganharam a possibilidade de estruturar um projeto de inovação aberta junto à Embrapa Semiárido. Também poderão participar como convidadas em eventos da Instituição.
Para Rita Mércia Borges, chefe adjunta de Transferência de Tecnologia, a realização do Agritech Semiárido faz parte de um movimento de aproximação da Embrapa com os ecossistemas de inovação locais e regionais. A gestora ressalta que o Vale do São Francisco é um importante pólo fruticultor com destacado papel nas exportações nacionais, sendo um ambiente que apresenta inúmeras oportunidades de inovação..
“Com este evento, a Embrapa buscou ampliar e estreitar o relacionamento entre a pesquisa, o setor produtivo e as startups, apostando no intercâmbio de conhecimento e na construção de projetos em codesenvolvimento na busca de soluções mais inovadoras para a agricultura do Semiárido”, destaca.
Desafios
A dinâmica do Agritech Semiárido envolveu a delimitação de desafios ligados à agenda de pesquisa da Embrapa Semiárido, validados pelo setor produtivo do Vale, explica Daniela Campeche, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do Agritech Semiárido.
Os desafios propostos para a fruticultura irrigada foram: Agregar valor aos produtos da fruticultura; Estender e diversificar o período de colheita das principais fruteiras; Aumentar a eficiência da irrigação nos cultivos; Reduzir perdas pós-colheita durante o armazenamento de frutas; e Viabilizar sistemas de produção de baixo impacto ambiental e com certificação adaptados a condições tropicais.
Para Fabiane Kuhn, integrante da startup Raks, foi muito gratificante ter participado do evento e ter vencido o desafio. A startup apresentou um sistema inteligente para o manejo da irrigação, visando indicar quando e quanto irrigar, unindo dados de solo, planta, clima e método de irrigação. “Para isso a gente projetou desde o sensoriamento remoto, com sensores fixos em campo, alimentados com energia solar, e com capacidade de avaliar pequenas mudanças na umidade do solo, proporcionando maior assertividade ao produtor”, explica.
Como motivação para participar do Agritech Semiárido, Fabiana ressalta a geração de conexões e a expansão da atuação da startup no mercado da fruticultura irrigada no Nordeste. "Foi muito importante a troca que tivemos com os avaliadores, com a Embrapa, o setor produtivo e também com as outras startups, bem como a oportunidade de ampliar a nossa presença na região”, completa.
Startups participantes
Das 10 startups finalistas, duas eram de Petrolina, uma de Recife e as demais provenientes do Rio Grande do Sul e São Paulo, incluindo as vencedoras. As startups regionais foram muito bem avaliadas, apesar das soluções ainda não estarem em fase de maturidade quando comparadas às apresentadas pelas startups do eixo sul-sudeste, destaca Campeche. “As soluções foram muito elogiadas pelos produtores presentes, apresentando um match muito grande com as demandas do mercado”.
A iniciativa também contribuiu para que startups de fora passassem a ter um olhar mais aguçado frente às potencialidades do Semiárido. “O evento foi muito importante pela conexão entre os diferentes elos da cadeia: quem pesquisa, quem desenvolve, quem leva até o mercado, quem consome e investe. Esse objetivo foi cumprido pelo Agritech Semiárido”, conclui a pesquisadora.
Parceiros
Foram parceiros o evento o Sebrae, com diversos trabalhos de incentivo ao ecossistema de inovação regional, a FINEP e o Banco do Nordeste, que possuem programas para financiamento de projetos e startups, o setor produtivo, que desempenhou um importante papel na avaliação das propostas, e as organizações Valexport e Abrafrutas, grandes apoiadoras da inovação para a cadeia da fruticultura do Vale do São Francisco.
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