| O parto múltiplo é vantagem ou desvantagem para o criador |  | 
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A
 prolificidade, ou as crias multiplas, é uma medida importante para 
determinar a eficiência produtiva e reprodutiva de um rebanho. 
Dependendo do sistema de produção, prolificidade alta pode ser benéfica.
 Os benefícios dos partos múltiplos são o aumento da produtividade, 
diminuição do intervalo de geração e aumento da taxa de desfrute de um 
rebanho.  
Em
 sistema extensivo, em que os animais são criados soltos e com pouco 
cuidado, alta prolificidade não é desejável, uma vez que a taxa de 
mortalidade é alta”, afirma o pesquisador. Ele explica que neste caso, é
 preferível que haja partos simples em que a cria nasça com maior peso e
 tenha maiores chances de sobrevivência. Além disso, em sistema 
extensivo, a presença de partos múltiplos gera maiores dificuldades para
 a matriz amamentar as crias devido à baixa disponibilidade de alimento,
 principalmente na época seca. 
O principal problema  com as crias de parto múltiplo é o peso inferior e a fragilidade destes animais, que terão dificuldade de se alimentar -  podem
 sofrer competição com as crias maiores - e estarão mais sujeitos a 
pisoteio e ataques de predadores. Assim, a tendência é maior índice de 
mortalidade.  
Uma cabra da raça Anglo Nubiana, do rebanho da Embrapa Caprinos e Ovinos, em Sobral, no  Ceará,
 teve um parto múltiplo de cinco cabritos. Segundo especialistas, a raça
 é conhecida pela elevada prolificidade, é a quantidade de cabritos 
nascidos por cabras paridas, mas um parto quíntuplo é menos comum. 
De
 acordo com o pesquisador Kleibe Moraes, o aparecimento de partos 
múltiplos em caprinos acontece bastante, principalmente duplos e 
triplos. “No rebanho de caprinos da raça Moxotó da Embrapa, mais de 55% 
dos partos são duplos ou triplos. Partos quádruplos e quíntuplos são 
menos comuns, principalmente quando não há indução de ovulação com monta
 natural. No rebanho de Anglo Nubiano da Embrapa, raça que apresentou 
parto quíntuplo, a prolificidade média é de 1,8 cabritos/parto/fêmea”, 
explica. 
Os
 caprinos são os mais prolíficos entre os ruminantes domesticados e os 
fatores que interferem na prolificidade desses animais são a raça, idade
 da matriz, ordem do parto e estado nutricional. Nas raças mais 
prolíficas o número médio de animais nascidos vivos pode superar 2 
cabritos/fêmea/parto. Um caso excepcional é o da raça chinesa Jining 
Grey goat, em que o número médio de crias chega a 2,94 
cabritos/parto/fêmea. 
Estudo
 realizado recentemente na Embrapa com os caprinos da raça Moxotó, 
demonstrou que, em média, as crias de parto duplo e triplo nascem, 
respectivamente, 15% e 35% mais leves que os de parto simples. 
Observou-se que parte desta diferença pode perdurar até a idade de abate
 do animal. Neste caso, é necessário analisar se rebanhos com maior taxa
 de partos múltiplos são economicamente viáveis, levando-se em 
consideração maiores taxas de mortalidade, maior tempo para atingir peso
 para abate ou idade à primeira gestação e os custos com cuidados 
adicionais com as crias e a matriz, quando comparado com rebanho com 
maior taxa de partos simples. 
Para
 a mãe são necessários cuidados com a nutrição, fornecendo alimento em 
quantidade e qualidade, quando os animais se amamentam na fêmea. No caso
 de partos com mais de três animais, o ideal é a redistribuição das 
crias com outras fêmeas para que não haja competição entre eles e não 
sobrecarregue a cabra. Em sistemas de produção intensivos, as crias são 
amamentadas de forma artificial, sendo separadas das mães após o 
nascimento. Assim, essas fêmeas requerem apenas os cuidados normais para
 que tenham uma boa lactação.   | 
| da redação do Nordeste Rural | 
 
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