Algodão
Ceará estabelece vazio sanitário para a cultura do algodão
Adagri publicou no final de setembro a portaria 1244/2018 que torna obrigatória a destruição dos restos culturais do algodoeiro, as chamadas soqueiras
Por:
Embrapa
A Agência de
Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) publicou no final de
setembro a portaria 1244/2018 que torna obrigatória a destruição dos
restos culturais do algodoeiro, as chamadas soqueiras. Com o aumento da
área plantada no Estado na última safra, graças ao projeto estadual de
revitalização da cultura, a medida é importante para evitar a
proliferação do bicudo do algodoeiro, principal praga da cultura, que se
não for devidamente controlada pode inviabilizar a produção. A portaria
estabelece medidas fitossanitárias para o controle do bicudo do
algodoeiro e critérios para o cultivo de algodão no Ceará.
A portaria determina que os produtores
devem cadastrar anualmente as áreas de produção junto ao núcleo local da
Adagri, assim como monitorar a controlar a praga durante todo o ciclo
da cultura. A eliminação e destruição dos restos culturais do algodoeiro
por meio físico, mecânico ou químico, isolados ou conjuntamente, deve
ser realizada logo após a colheita, bem como, a eliminação das plantas
voluntárias ou tigueras (planta germinada voluntariamente em qualquer
lugar que não tenha sido semeada).
“O proprietário, arrendatário ou detentor a
qualquer título de áreas cultivadas com algodoeiro que não atender à
exigência, será notificado e terá um prazo de sete dias para atender a
notificação, caso contrário, será autuado e a Adagri realizará
compulsoriamente a eliminação e destruição dos restos culturais do
algodoeiro e plantas voluntárias ou tigueras, sendo que as despesas
correrão à conta do proprietário, sem prejuízos das penalidades
cabíveis”, diz a portaria.
A norma também orienta como deve ser
realizado o transporte de produtos algodoeiros para evitar o risco de
derramamento de capulhos, sementes e caroços de algodão, durante o
transporte consequentemente a multiplicação de pragas. O veículo que
estiver transitando em desacordo com a norma, só terá a carga liberada,
após reparar vedação, de forma evitar derrame nas vias públicas ou nas
rodovias. A responsabilidade pela carga é do transportador, proprietário
ou do estabelecimento de origem dos produtos algodoeiros.
O pesquisador da Embrapa Algodão Fábio
Aquino Albuquerque afirma que o vazio sanitário é uma medida preventiva
fundamental para evitar a disseminação do bicudo. “Tão importante quanto
o vazio sanitário é não haver abandono de áreas com algodão. O que
aconteceu no passado quando o bicudo se instalou na região é que muita
gente viu o algodão se tornar inviável financeiramente, houve o abandono
dessas áreas e o bicudo teve espaço para ir se disseminando aos poucos.
Precisamos evitar que isso ocorra novamente e a portaria vai ser
importante nesse sentido”, avalia.
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