Vender seguro rural não é para qualquer um
Realmente, não é
tão simples vender seguro rural como se imagina. Existem vários
aspectos do seguro rural que o diferenciam de outros seguros mais
comuns, como seguro de automóvel e vida. Os principais pontos de
diferenciação são:
a) Produto bastante técnico. Os tipos
de seguros rurais e suas modalidades ainda são pouco conhecidos e cada
um funciona de maneira diferente. Os mais comuns são: Custeio,
Produtividade e Receita. Deve-se atentar nas formas específicas de
cálculo de indenização, coberturas e riscos cobertos.
b) Sujeito a subvenção a nível
federal, estadual e municipal. Todos os produtores podem ter acesso a
subvenção federal que consiste no pagamento de parte do custo do seguro
pelo governo. Além disso, dependendo da localidade do produtor, ele
também poderá ter acesso a subvenções estaduais e municipais. Essas
subvenções se complementam e entender como funciona cada uma delas será
um grande diferencial, além de baixar o custo do seguro para o produtor.
c) Janela de contratação. Para cada
cultura e região existem janelas específicas de contratação.
Recomenda-se que a procura por um seguro rural seja feita com certa
antecedência do período do plantio ou já no ato da contratação do
crédito. Vale ressaltar que os "lotes" de subvenção liberadas pelo
governo seguem um calendário específico. Por isso, a comunicação entre
as seguradoras e seus canais de distribuição, como por exemplo
corretoras, deve estar alinhada.
d) Fornecimento de dados. O
fornecimento correto de uma série de dados do produtor rural é
fundamental para que seja feita uma cotação mais próxima possível da
expectativa e realidade do cliente. Alguns dados podem não ser simples
para os produtores. Uma ferramenta que tem auxiliado este processo é o
CAR (Cadastro Ambiental Rural).
e) Inspeção e monitoramento. O
produtor está sujeito à visitas de inspeção prévia e monitoramento
durante a safra. É fundamental que o cliente esteja ciente destas
visitas e que as boas práticas de manejo agronômico e gestão estejam
sendo empregadas continuamente durante todo o período de vigência da
apólice. Qualquer falha de manejo, que possa ser identificada, pode
gerar descontos nas indenizações.
f) Regulação de sinistros. Esta é uma
parte mais delicada, pois a maioria dos produtores que já tiveram
indenização, com certeza já se perguntaram se o perito está “sacaneando”
com ele. Na maioria dos casos, os produtores possuem a percepção que os
prejuízos foram maiores que os apurados. Para reduzir estas
desinformações, se faz necessário que tanto as seguradoras, como os
corretores de seguros, sanem todas as dúvidas previamente, como por
exemplo: tipo de solo, ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático),
riscos cobertos, nível de cobertura, franquias, riscos excluídos, entre
outros aspectos relevantes.
g) Segurês. Produtor rural, mesmo os
mais tecnificados, não estão acostumados com os termos e definições que
são utilizados nas apólices de seguro rural. Esse desconhecimento dos
termos reduz o entendimento do funcionamento do produto e de suas
cláusulas.
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