Governo e setor do algodão brasileiro fecham acordo para implantar Sistema Integrado de Agrotóxicos (SIA)
Produtores de algodão tomaram a frente do projeto pois esta cultura
Nesta quinta-feira
(13), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto
Brasileiro do Algodão (IBA) assinaram um acordo de cooperação técnica
para desenvolvimento do Sistema Integrado de Agrotóxicos (SIA), que vai
permitir redução nos prazos de registro de novas substâncias e de
produtos genéricos. O Decreto, que regulamenta a Lei de Agrotóxicos, já
estabelece a necessidade de desenvolvimento deste sistema desde 2002.
Neste ano, o Ministério da Agricultura tomou a frente da iniciativa para
cumprimento do marco legal. Atualmente, o tempo médio para os genéricos
é de quatro anos e de até oito anos para as novas moléculas.
A Agência Brasileira de Cooperação do
Ministério das Relações Exteriores e a Associação Brasileira dos
Produtores de Algodão (Abrapa) também participam do projeto. Segundo o
Secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, o SIA vai
unificar todos os pedidos de registro destes produtos existentes ao
sistema do MAPA, no IBAMA e na ANVISA. As vantagens do novo sistema, que
funcionará em dois anos, serão a transparência e velocidade no processo
de registro. “Em dois anos e meio da gestão do ministro Blairo Maggi,
foram realizados mais de 1.100 registros de produtos mais modernos e
menos tóxicos ao meio ambiente e à saúde humana”, explicou Rangel. Ainda
estão pendentes cerca de 1.500 solicitações de registro.
Os produtores de algodão tomaram a frente
do projeto pois esta cultura é a que mais depende de defensivos
inovadores, em função da grande incidência e variedade de pragas nas
lavouras. Para o vice-presidente da Abrapa, Júlio Busato, acredita que
este novo sistema é fundamental para garantir maior agilidade no trâmite
burocrático para aprovação destes produtos. “Com uma agricultura de
ponta e tecnificada, os produtores poderiam estar utilizando produtos
que impactam menos ao meio ambiente e que sejam mais assertivos no
combate a pragas. Não podemos nos esquecer dos erros cometidos no
passado. Na década de 70, o bicudo, a principal praga do algodão, chegou
nas lavouras de São Paulo, e por conta da morosidade e impedimentos
legais, não pôde ser combatido, espelhando-se pelo Brasil”.
Ainda segundo Busato, que preside a
Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), a praga dizimou na
década de 80, 4 milhões de hectares no Nordeste brasileiro, levando
muitas famílias a abandonarem o campo e irem morar na periferia das
grandes cidades. Associados ao novo sistema, serão desenvolvidos
aplicativos do SIA para celulares das plataformas Android e IOS. O custo
estimado para a implantação do Sistema é de US$ 2,5 milhões.
Atualmente, o Agrofit tem registrado cerca de 2 mil produtos formulados,
dos quais aproximadamente 50% são genéricos.
O setor do algodão acompanhou este a
aprovação do parecer do projeto de Lei 6299/02, em uma comissão especial
da Câmara dos Deputados, que pretende modernizar a legislação que
regula a aprovação e uso dos defensivos agrícolas para a produção de
alimentos no Brasil. Com previsão de ser votada no próximo ano, a nova
lei trará benefícios para a sociedade ao permitir o uso de tecnologia
mais eficiente no combate a pragas e com menos impacto à saúde e ao meio
ambiente. A nova lei também mantém o rigor técnico reduzindo o entrave
burocrático na liberação destes produtos.
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