Pesquisa desenvolve mandioca com mais amido para a indústria
 A
 indústria baiana de farinha e fécula de mandioca contará a partir de 
agora com uma nova variedade de mandioca capaz de fornecer muito mais 
amido. Desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e com a fecularia Bahiamido, a BRS Novo Horizonte
 é capaz de apresentar até 33% de amido extraível, índice superior ao 
das variedades usadas no mercado, cujo melhor desempenho alcança até 
28%. O resultado é uma produtividade de 8,66 toneladas de amido por 
hectare, bem superior à obtida por outras variedades (veja tabela 
abaixo). O novo material é destinado às microrregiões baianas de 
Valença, Jequié e Santo Antônio de Jesus.
  “O
 ponto principal é o acúmulo de amido. A nova variedade consegue entrar 
com uma renda muito alta na indústria, tanto que a gente obteve 33% na 
extração. São índices que nem no Paraná [maior região produtora de amido
 do país] se atinge”, frisa Manoel Oliveira, encarregado de 
desenvolvimento agronômico da Bahiamido.
 “O
 ponto principal é o acúmulo de amido. A nova variedade consegue entrar 
com uma renda muito alta na indústria, tanto que a gente obteve 33% na 
extração. São índices que nem no Paraná [maior região produtora de amido
 do país] se atinge”, frisa Manoel Oliveira, encarregado de 
desenvolvimento agronômico da Bahiamido.
A produtividade da nova mandioca também impressionou pesquisadores. Nos testes, foram colhidas 27,5 toneladas de raízes por hectare, em média, enquanto as concorrentes locais oscilaram entre 12,1 e 17,8 t/ha.
 
Outra vantagem é que a nova mandioca possui casca de cor clara. Isso facilita a extração de amido sem traços escuros, o que aumenta a qualidade do produto para a indústria de alimentos que utiliza o amido nativo, como a indústria de fécula para tapioca. “Para nós, industrialmente, é fantástico”, afirma Manoel Oliveira.
O elevado teor de matéria seca nas raízes, aproximadamente 36,98%, também aumenta a eficiência industrial na extração de amido, utilizado pela Bahiamido na fabricação de fécula, amido modificado, tapioca, farinha, polvilhos doce e azedo.
 
  
  
O cientista conta que a empresa costuma fornecer uma pequena quantidade de material como apoio inicial para os produtores interessados. “Naturalmente, os agricultores querem saber o que uma grande indústria está cultivando e que, possivelmente, pode ser utilizado por eles. O material empregado na indústria de amido certamente se dá bem na indústria de farinha, que também é bem forte na região”, analisa.
Para Manoel, a expectativa em relação à BRS Novo Horizonte, especificamente, é grande. “A nossa aposta é muito alta. Notamos que o futuro e a segurança do negócio estavam em novas variedades. Desenvolver e difundir esses materiais com a Embrapa foi fundamental para promovermos o crescimento do setor. A Bahiamido tem um papel importante de servir de modelo para os pequenos e médios agricultores da região, e estimulá-los a cultivar e fornecer matéria-prima para a própria Bahiamido, movimentando o mercado local, gerando emprego e renda”, explica.
 
  
 “O
 ponto principal é o acúmulo de amido. A nova variedade consegue entrar 
com uma renda muito alta na indústria, tanto que a gente obteve 33% na 
extração. São índices que nem no Paraná [maior região produtora de amido
 do país] se atinge”, frisa Manoel Oliveira, encarregado de 
desenvolvimento agronômico da Bahiamido.
 “O
 ponto principal é o acúmulo de amido. A nova variedade consegue entrar 
com uma renda muito alta na indústria, tanto que a gente obteve 33% na 
extração. São índices que nem no Paraná [maior região produtora de amido
 do país] se atinge”, frisa Manoel Oliveira, encarregado de 
desenvolvimento agronômico da Bahiamido.A produtividade da nova mandioca também impressionou pesquisadores. Nos testes, foram colhidas 27,5 toneladas de raízes por hectare, em média, enquanto as concorrentes locais oscilaram entre 12,1 e 17,8 t/ha.
Amido fácil de ser retirado
O pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) Eder Oliveira explica que o sucesso da BRS Novo Horizonte não se deve somente ao teor de amido, mas também à facilidade de sua extração. “A quantidade superior obtida pela Bahiamido se deve, muito provavelmente, à presença de um amido mais extraível na raiz. Às vezes há até muito amido, mas ele está tão aderido à fibra que a eficiência do processo de extração não é tão elevada. E, aparentemente, a Novo Horizonte tem uma eficiência de extração alta, por isso, o rendimento de amido tem sido bastante interessante. E é isso que a indústria quer: carregar menos água e ter materiais com mais amido o que, de certa forma, influencia muito no custo de produção”, detalha.Outra vantagem é que a nova mandioca possui casca de cor clara. Isso facilita a extração de amido sem traços escuros, o que aumenta a qualidade do produto para a indústria de alimentos que utiliza o amido nativo, como a indústria de fécula para tapioca. “Para nós, industrialmente, é fantástico”, afirma Manoel Oliveira.
O elevado teor de matéria seca nas raízes, aproximadamente 36,98%, também aumenta a eficiência industrial na extração de amido, utilizado pela Bahiamido na fabricação de fécula, amido modificado, tapioca, farinha, polvilhos doce e azedo.
| Duas décadas de pesquisaO lançamento da variedade deve impactar na já elevada produção local de mandioca. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Laje, município que sedia a fecularia, foi o principal produtor baiano de mandioca em 2016, com 3.778 hectares de área colhida e produção de 61.507 toneladas. Somente na Bahiamido, cerca de 650 dos 1.500 hectares estão plantados com quatro variedades da Embrapa: BRS Formosa, BRS Kiriris, BRS Poti Branca e, mais recentemente, a BRS Nova Horizonte.As pesquisas que levaram ao lançamento da variedade tiveram início em 1998, quando o Programa de Melhoramento Genético da Mandioca era liderado pela pesquisadora Wania Fukuda, hoje aposentada. “Resgatamos alguns clones, começamos a fazer avaliações nas fazendas da Bahiamido e percebemos que esse era um material com potencial competitivo em relação aos materiais locais”, recorda o pesquisador Eder Oliveira. Depois de 17 ensaios competitivos realizados entre 2011 e 2016, a variedade BRS Novo Horizonte demonstrou características agronômicas superiores em relação às principais doenças da parte aérea (antracnose, mancha parda, mancha branca e queima das folhas) e de raízes (podridão radicular). O porte reto, com algumas ramificações acima de 1,50 m de altura, confere aptidão ao cultivo mecanizado, maior adensamento de plantas e ampla cobertura do solo, de forma a reduzir a ocorrência de plantas daninhas. | 
Parceria
A parceria com a Bahiamido foi importante para a validação das variedades da Embrapa. “A empresa faz a multiplicação em condições de campo, tem áreas bastante expressivas das nossas variedades e a ideia é que, em três ou quatro anos, já tenha substituído totalmente ou quase completamente a área”, prevê Oliveira, da Embrapa.O cientista conta que a empresa costuma fornecer uma pequena quantidade de material como apoio inicial para os produtores interessados. “Naturalmente, os agricultores querem saber o que uma grande indústria está cultivando e que, possivelmente, pode ser utilizado por eles. O material empregado na indústria de amido certamente se dá bem na indústria de farinha, que também é bem forte na região”, analisa.
Para Manoel, a expectativa em relação à BRS Novo Horizonte, especificamente, é grande. “A nossa aposta é muito alta. Notamos que o futuro e a segurança do negócio estavam em novas variedades. Desenvolver e difundir esses materiais com a Embrapa foi fundamental para promovermos o crescimento do setor. A Bahiamido tem um papel importante de servir de modelo para os pequenos e médios agricultores da região, e estimulá-los a cultivar e fornecer matéria-prima para a própria Bahiamido, movimentando o mercado local, gerando emprego e renda”, explica.
| A produtividade de cultivaresA produtividade média de raízes frescas da BRS Novo Horizonte foi de 27,50 toneladas por hectare (variando de 14,18 a 44,27 t./ha), o que significa uma superioridade de 14,18% e 95,36% em comparação com outras variedades da Embrapa e variedades locais, respectivamente. Já a produtividade média de amido foi de 8,96 toneladas por hectare (variação de 4,68 a 15,41 t./ha) sendo, portanto, superior em 22,45% e 117,66% quando comparada com outras variedades da Embrapa e variedades locais.Nos testes realizados em Laje, a BRS Formosa mostrou-se superior em 37% e 44%, na produtividade de raízes e amido, respectivamente, em comparação com as variedades locais (superior em 61% e 60%, na produtividade de raízes e amido, respectivamente, considerando a média dos ensaios). Já a produtividade média de raízes frescas conferiu à BRS Kiriris uma superioridade de 19,30% e 103,85% em comparação com outras variedades da Embrapa e variedades locais, respectivamente. A produtividade média de amido foi superior em 17,70% e 110,32%. Em Cândido Sales, a BRS Poti Branca apresentou o maior número de manivas de 20 cm por planta (16,24), enquanto a Sergipe, a cultivar de mandioca mais plantada na região, produziu 10,51 manivas por planta – esse número de manivas de 20 cm por planta é importante por indicar aquelas que têm maior produção de material de plantio. Quanto à produtividade de raízes, a BRS Poti Branca produziu 19,44 toneladas por hectare, enquanto a testemunha Sergipe produziu 15,02. | 
Embrapa Mandioca e Fruticultura
 
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