Incra libera créditos para projetos produtivos liderados por mulheres no Ceará
 
     
        
Projetos produtivos ganham vida na força e sensibilidade de 
mulheres assentadas no Ceará por meio do Fomento Mulher. O crédito do 
Incra destinado ao incremento da produção sob a responsabilidade 
feminina nas áreas reformadas já beneficiou, de janeiro a novembro deste
 ano, 2.615 famílias no estado, em um investimento de R$ 10,4 milhões. 
Recursos que fortalecem o papel da mulher na economia familiar e 
potencializam vocações econômicas nos assentamentos.
O crédito disponibiliza R$ 5 mil por família, para aplicação em 
atividades produtivas sob gestão da mulher assentada. São as ideias e 
iniciativas delas que valem para a execução dos projetos, elaborados e 
acompanhados por técnicos do Incra ou parceiros como prefeituras e 
instituições públicas de assistência técnica.
“Com os créditos e o Fomento Mulher, o Incra estimula oportunidades
 para que os assentados se tornem empreendedores, através da formação de
 um pequeno negócio que gere renda para a família”, ressalta o 
superintendente do Incra no Ceará, Marcos Cals.
Após a assinatura de contratos, as beneficiadas recebem os valores 
no banco, através de cartões magnéticos. O recurso é reembolsável depois
 de um ano, mas com rebate de 80% do valor disponibilizado.
Projetos produtivos e gestão de pequenos negócios
Elisangela Mendes e a sogra aplicaram os créditos, recebidos ainda 
nos valores antigos de R$ 3 mil, na criação de cabras, ovelhas e 
galinhas. Ainda compraram material para confecção de artesanato feito 
com recicláveis. A produção delas e de parte das outras 28 mulheres 
beneficiadas em São Francisco, área reformada em Icapuí (CE), já vem 
sendo comercializada através de duas barracas cedidas à comunidade pelo 
programa Terra Sol, do Incra, montadas aos finais de semana na entrada 
do assentamento.
São frutas, verduras, galinhas, ovos, bolos e derivados do caju, 
como castanhas e mel, expostos à venda. “O crédito foi muito valioso 
para a gente começar uma criação, para se manter, e as barracas têm 
ajudado muito para vender o que a gente produz aqui”, explica 
Elisangela.
O crédito também contribuiu para a geração de pequenos negócios e 
oferta de serviços no meio rural. A jovem Rayla de Gois e sua mãe, por 
exemplo, resolveram investir na lan house que abriram em casa, no assentamento São Francisco.
Agora as crianças da comunidade jogam com um aparelho de jogos 
X-BOX conectado a uma TV de led de 43 polegadas, adquiridos com o 
Fomento Mulher, junto com um notebook e uma impressora. "É muito comum 
vir alguém do assentamento pedir pra imprimir algum documento, tirar 
xerox ou fazer currículo com a gente", explica Antônio Cícero, marido e 
ajudante de Rayla no pequeno empreendimento.
Turismo rural
Para Fernanda Cordeiro dos Santos, uma das 20 pessoas beneficiadas 
em novembro com o crédito no assentamento Coqueirinho, em Fortim (CE), o
 Fomento Mulher trouxe a chance de liderar um projeto próprio pela 
primeira vez. Junto com a nora, investiu na criação de galinha caipira e
 suínos. “O crédito é uma responsabilidade grande, porque a mulher nunca
 teve isso, era sempre o homem quem dava conta de receber, hoje vejo 
todas as mulheres de Coqueirinho empolgadas com o investimento”, avalia.
Ainda entre as beneficiadas com o crédito em Coqueirinho, Zildene 
do Carmo Nogueira também pretende aplicar o recurso na criação de 
galinha caipira e suínos, com o objetivo de fornecer alimentos no 
restaurante que administra na comunidade, famosa pelo turismo rural que 
desenvolve no litoral leste do estado. “O hóspede do assentamento terá 
galinha caipira e ovos produzidos aqui no meu quintal”, diz, orgulhosa.
Já Fernanda Sousa de Oliveira, além de investir em criações de 
animais, deseja usar parte do recurso na compra de equipamentos para a 
cozinha de outro espaço gastronômico local, onde são servidos lanches e 
café da manhã aos hóspedes da pousada de Coqueirinho. “Às vezes vem 
muita gente pra cá e não temos pratos e talheres suficientes, temos que 
pedir emprestado, então pretendemos resolver isso”, explica o marido 
Carlos Messias, que ajuda Fernanda na gestão do restaurante.
Os créditos também serão usados na compra de equipamentos e 
matérias primas para produção de bolos artesanais produzidos pelas 
mulheres da comunidade. “Nossa expectativa é aumentar o fornecimento dos
 nossos bolos para a merenda escolar”, explica Zildene. Atualmente ,o 
assentamento fornece 19 quilos de bolinhos por semana, mas a expectativa
 é alcançar 60 quilos, com a previsão de atender mais três escolas em 
2019.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/CE
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário