quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Vender seguro rural não é para qualquer um


     

Realmente, não é tão simples vender seguro rural como se imagina. Existem vários aspectos do seguro rural que o diferenciam de outros seguros mais comuns, como seguro de automóvel e vida. Os principais pontos de diferenciação são:
a)    Produto bastante técnico. Os tipos de seguros rurais e suas modalidades ainda são pouco conhecidos e cada um funciona de maneira diferente. Os mais comuns são: Custeio, Produtividade e Receita. Deve-se atentar nas formas específicas de cálculo de indenização, coberturas e riscos cobertos.

b)    Sujeito a subvenção a nível federal, estadual e municipal. Todos os produtores podem ter acesso a subvenção federal que consiste no pagamento de parte do custo do seguro pelo governo. Além disso, dependendo da localidade do produtor, ele também poderá ter acesso a subvenções estaduais e municipais. Essas subvenções se complementam e entender como funciona cada uma delas será um grande diferencial, além de baixar o custo do seguro para o produtor.
c)    Janela de contratação. Para cada cultura e região existem janelas específicas de contratação. Recomenda-se que a procura por um seguro rural seja feita com certa antecedência do período do plantio ou já no ato da contratação do crédito. Vale ressaltar que os "lotes" de subvenção liberadas pelo governo seguem um calendário específico. Por isso, a comunicação entre as seguradoras e seus canais de distribuição, como por exemplo corretoras, deve estar alinhada.

d)    Fornecimento de dados. O fornecimento correto de uma série de dados do produtor rural é fundamental para que seja feita uma cotação mais próxima possível da expectativa e realidade do cliente. Alguns dados podem não ser simples para os produtores. Uma ferramenta que tem auxiliado este processo é o CAR (Cadastro Ambiental Rural). 
e)    Inspeção e monitoramento. O produtor está sujeito à visitas de inspeção prévia e monitoramento durante a safra. É fundamental que o cliente esteja ciente destas visitas e que as boas práticas de manejo agronômico e gestão estejam sendo empregadas continuamente durante todo o período de vigência da apólice. Qualquer falha de manejo, que possa ser identificada, pode gerar descontos nas indenizações.

f)    Regulação de sinistros. Esta é uma parte mais delicada, pois a maioria dos produtores que já tiveram indenização, com certeza já se perguntaram se o perito está “sacaneando” com ele. Na maioria dos casos, os produtores possuem a percepção que os prejuízos foram maiores que os apurados. Para reduzir estas desinformações, se faz necessário que  tanto as seguradoras, como os corretores de seguros, sanem todas as dúvidas previamente, como por exemplo: tipo de solo, ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático), riscos cobertos, nível de cobertura, franquias, riscos excluídos, entre outros aspectos relevantes.
g)    Segurês. Produtor rural, mesmo os mais tecnificados, não estão acostumados com os termos e definições que são utilizados nas apólices de seguro rural. Esse desconhecimento dos termos reduz o entendimento do funcionamento do produto e de suas cláusulas. 

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