quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Canavieiros(as) em greve contra a retirada de direitos trabalhistas
"80 mil canavieiros da Zona da Mata Pernambucana decidiram paralisar suas atividades"
 
Após 13 rodadas de negociação da 39ª Campanha Salarial da Categoria, e a ameaça dos patrões de retirada, da Convenção Coletiva de Trabalho, de direitos historicamente conquistados, a exemplo das horas in itinere (tempo gasto pelo empregado, em transporte fornecido pelo empregador, de ida e volta até o local de trabalho), cerca de 80 mil canavieiros da Zona da Mata Pernambucana decidiram paralisar suas atividades.
 
 
A paralisação foi decidida na última quinta-feira (29), depois de os trabalhadores e trabalhadoras terem apresentado várias propostas de acordo aos empresários, que foram irredutíveis, e informaram que qualquer avanço na pauta apresentada pela categoria, só ocorreria com a renúncia a esse direito (horas in itinere). 
 
"Os patrões, que foram notificados na última sexta, querem acabar com conquistas históricas de nossa categoria. Se houver a retirada das horas in intinere, o canavieiro terá uma perda de 20% do seu salário”, afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais do Estado de Pernambuco (FETAEPE), Gilvan José Antunis.
 
 
Ele também destaca: "Esse retrocesso pode abrir brechas para que o empregador deixe o trabalhador aguardando, por horas, a chegada e saída do veículo, visto que, atualmente, algumas empresas já não cumprem o horário determinado na convenção”, destaca Gilvan.
 
As negociações da 39ª Campanha Salarial da Categoria, coordenadas pela FETAEPE e Sindicatos da Zona da Mata, com o apoio da FETAPE e das centrais sindicais CTB e CUT, começaram no dia 9 de outubro, inclusive com paradas para que ocorresse uma escuta da base. Na quinta,29, o diálogo chegou ao limite, e os representantes dos trabalhadores e das trabalhadoras resolveram dar um basta nessa situação. “Fizemos tudo o que foi possível. Queríamos dialogar, mas não podemos aceitar nenhum direito a menos para a nossa gente”, lamenta Gilvan.
 
 
FONTE: Comunicação FETAPE           

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