quarta-feira, 25 de abril de 2018

Agronegócio: precisamos debater comunicação como se debate mercado


     

Nestor Tipa Júnior*
Nós que vivemos estas andanças acompanhando o agronegócio, sempre ouvimos um questionamento em relação à imagem do setor perante à sociedade. Muitas vezes são veiculadas informações sobre exceções que acabam sendo vendidas como regra. O produtor que desmata, que polui, que envenena o alimento para obter ganhos, o criador que explora e maltrata os animais. Há muita reclamação de como o campo é tratado pela cidade. As "Fake News", tema da vez na comunicação, já fazem parte da vida da agropecuária há muito tempo.

Um dos principais entraves que vejo, neste período trabalhando e estudando a comunicação do agronegócio, é o foco das organizações que compõem o setor, tanto empresas quanto entidades, em falar com o "dentro da porteira". É extremamente fundamental fazer este contato com o seu cliente, associado, acionista, entre outros públicos, mas não podemos esquecer que é vital manter o diálogo com o "fora da porteira". Digo isso porque a sociedade, com o advento das mídias sociais e seu constante debate sobre a validade das informações circuladas e discursos de ódio que vemos todos os dias quando abrimos nossas mídias, tende a cada vez mais a apertar esse olhar negativista contra o setor.
Mais do que nunca é preciso que o setor rural se atente à comunicação como uma ferramenta estratégica de mudança deste cenário, transforme sua linguagem e busque o diálogo sintonizado especialmente com estas novas gerações formadoras de opinião dentro dos círculos virtuais. É importante direcionar parte da sua comunicação para que possa conversar com este público também que, influenciando com suas opiniões que são dadas, muitas vezes por desconhecimento ou devido à intervenção de movimentos ou grupos contrários ao agronegócio, disseminam uma informação desconcertada e podem afetar inclusive o pensamento de quem determina os rumos da nossa sociedade.

Hoje creio que o papel da comunicação deve ser encarado por dirigentes e representantes das organizações no mesmo tamanho em que se encara mercado, técnicas e inovações. As mesmas devem prestar atenção no tema e levar a comunicação para o mesmo nível de debate quando se fala de preços, custos, manejo e tecnologias. Vemos diversos eventos falando sobre os mesmos temas com as mesmas pessoas dando as mesmas receitas e pergunto: porque não incluir a comunicação na sua pauta? Valorizar um debate sobre este tema como se valoriza um debate sobre o mercado, sobre as dicas técnicas, entre outros que existem dezenas de palestras que dão o mesmo tom.
Por outro lado, a mídia também precisa ser sensível aos contrapontos feitos pelo setor quando o mesmo é atacado. A própria mídia especializada, que debate o assunto em fóruns fechados, pode começar a discutir a relevância e o papel da comunicação como uma ferramenta estratégica para combater a forma que o agronegócio é visto e tentar desmistificar alguns assuntos polêmicos. Em suma, o que proponho aqui é que possamos discutir mais sobre a comunicação elevando ao mesmo nível dos temas que são exaustivamente trabalhados pelas organizações. 

O desafio está lançado.
* Jornalista e especialista em Marketing em Agribusiness. Quase 20 anos de carreira nos principais veículos de comunicação do país, hoje é sócio diretor da AgroEffective Comunicação e Agronegócio e responsável pelo canal Falando de Agro.

Inédito

New Holland apresenta novo trator movido a biometano pela 1ª vez no Brasil

Mesma eficiência e menos emissões
     
Com design futurista, conceito tem motor com mesmo desempenho de versão a diesel com até 30% de redução de custos; modelo conecta todos os elementos para a independência energética dos produtores rurais
O Brasil é o primeiro país da América Latina a receber o novo trator conceito movido a biometano da New Holland Agriculture. O protótipo simboliza a transformação energética nas propriedades rurais do país, com a possibilidade de o produtor buscar sua independência de combustível. O novo trator conceito foi construído usando como base os protótipos anteriores do T6 movido a metano para alcançar um avanço tecnológico relevante.

“A presença do novo trator conceito no Brasil é significativo por dois motivos: a importância do agronegócio no país, responsável por sustentar o Produto Interno Bruto e tirá-lo de uma recessão; e por carimbar o compromisso da New Holland com a produção sustentável, independente e tecnificada”, afirma Rafael Miotto, vice-presidente da New Holland Agriculture para a América Latina.
O novo trator conceito movido a metano cria um elo vital no ciclo virtuoso que fornece  uma produção neutra de CO2, em que a própria fazenda produz a energia que precisa para realizar suas operações, aquecer instalações agrícolas e fazer seus equipamentos funcionarem – conceito de Energy Independent Farm. O biometano como combustível sustentável é particularmente adequado a fazendas, pois elas têm as matérias-primas e o espaço para abrigar um biodigestor para produzir o gás.
“Em 2013, a marca apresentou o primeiro protótipo do trator T6 movido a metano, que vem sendo, desde então, testado com seus clientes. No Brasil, o modelo chegou em 2017 e desde então está em avaliações práticas no campo, como na Chácara Marujo, em Castro (PR)”, explica Nilson Righi, gerente de Marketing para Produto.
Mesma eficiência e menos emissões
O novo trator conceito movido a biometano usa motor com uma avançada e eficiente tecnologia de combustão especificamente desenvolvida para aplicações agrícolas pela FPT Industrial, marca que, assim com ao New Holland, pertence à CNH Industrial. A motorização NEF, de 6 cilindros, desenvolve 180 hp de potência e 740 Nm de torque, o que garante um desempenho equivalente ao modelo movido à diesel.

O conceito possui também a mesma durabilidade e intervalos de serviços, mas vai além, gerando uma redução de custos de até 30%. O tanque de combustível tem design inovador e usa uma estrutura tubular em camadas composta, o que permite um dia inteiro de autonomia - em linha com um modelo equivalente a diesel.
Em condições reais de campo, o novo conceito movido a biometano produz, pelo menos, 10% menos de emissões de CO2 e reduz o total de emissões em 80% em comparação com um motor padrão a diesel. Seu desempenho ambiental melhora ainda mais quando alimentado por biometano produzido a partir de restos de colheitas e resíduos de culturas energéticas de origem agrícola, o que resulta em emissões de CO2 próximas a zero.
Estilo reinventado
A New Holland reinventou o estilo de trator, tomando como inspiração o design automotivo, para criar uma aparência totalmente integrada, ao mesmo tempo que acentua elementos de estilo icônicos da marca, como as luzes e as entradas de ar agressivas do capô. Ela também criou o exclusivo assento em formato de folha.
A máquina tem um estilo que lembra desenhos automotivos. A cabine envidraçada tem uma visibilidade de 360 graus, ou seja, aumento de 20% em comparação com um trator padrão. O teto arqueado de vidro conta com um receptor totalmente integrado de Precision Land Management (PLM), com um interior que oferece um ambiente operacional organizado, com todos os controles essenciais no apoio de braço integrado e parâmetros adicionais controlados por um display interativo. O conjunto do display, por sinal, é fixo e se move com o volante ajustável, garantindo visibilidade ideal das informações em todas as posições.

Potencial energético brasileiro
O biodigestor é alimentado com culturas energéticas especificamente produzidas, resíduos animais alimentares ou de culturas. Ele pode usar o lixo coletado de fábricas de alimentos, supermercados e restaurantes, além dos materiais reunidos na fazenda. O biogás produzido no biodigestor é transferido para uma estação de refinamento, onde é transformado em metano de grau combustível para acionar os veículos e as máquinas da fazenda.
O metano também pode ser usado para alimentar um gerador para produzir eletricidade, que pode ser usada na fazenda, além de ser uma fonte elétrica extra para abastecer comunidades locais. Os subprodutos da biodigestão podem ser usados como fertilizantes naturais nos campos da fazenda.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial energético das biomassas (matéria orgânica usada como fonte de energia) no Brasil chega a cerca de 460 milhões de TEP (Tonelada Equivalente de Petróleo) em 2050. Já a Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás) considera que o potencial nacional é de cerca de 20 bilhões de metros cúbicos ao ano nos setores sucroalcooleiro e na produção de alimentos. No setor de saneamento básico, resíduos sólidos e esgotos domésticos é de três bilhões de metros cúbicos ao ano.
Histórico de energia limpa
A New Holland tem superado os limites da inovação em soluções de energia limpa por mais de uma década com a estratégia de Clean Energy Leader. Foi a primeira fabricante a oferecer 100% de compatibilidade com biodiesel, em 2006. Em 2009, desenvolveu o primeiro conceito de trator movido a hidrogênio do mundo, o NH2, oferecendo a viabilidade de sua tecnologia de emissão zero para o futuro. Este foi um elemento chave do conceito Energy Independent Farm da marca, lançado ao mesmo tempo.

A marca continuou a explorar combustíveis alternativos que poderiam oferecer emissões reduzidas e baixar os custos. Em 2012, criou o seu primeiro trator protótipo movido a propano e, agora, está desenvolvendo um T6 que pode ser abastecido com propano, em parceria com o Propane Education & Research Council (PERC). Em 2013, a New Holland apresentou o primeiro protótipo do trator T6 movido a metano, que vem sendo, desde então, desenvolvido e testado com seus clientes.

Importação chinesa de milho no 1º trimestre cresce 82% ante 2017

No acumulado de janeiro a março, o volume importado foi de 557,346 mil toneladas


agricultura-colheita-milho (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
As importações chinesas de milho somaram 62,83 mil toneladas em março, salto de 1.094,03% em relação ao igual período do ano passado, informou o Departamento de Alfândega do país nesta terça-feira (24/4). Já no acumulado de janeiro a março, o volume importado foi de 557,346 mil toneladas, alta de 82% no comparativo anual.
No mês passado, as compras externas chinesas de soja atingiram 5,66 milhões de t, queda de 10,51% ante março de 2017. Do total, os Estados Unidos foram o principal fornecedor com 3,10 milhões de t, recuo de 26,60% em comparação com um ano antes. O Brasil vendeu 2,332 milhões de toneladas em março, alta de 33,32%. No acumulado de 2018, até o mês passado, os chineses importaram no total 19,57 milhões de t da oleaginosa, leve avanço de 0,23%. A importação chinesa de óleo de soja alcançou 8,88 mil t em março, redução de 67,11% ante igual período do ano passado. No acumulado dos três primeiros meses do ano, o volume adquirido foi de 34,04 mil t, recuo de 63,03%. As compras de farelo de soja foram de 1,32 mil t em março (-85,18%) e de 2,05 mil t no acumulado do ano (-92,59%).

Aumentam os cuidados para evitar que uma praga que ataca o cacau entre no Brasil

cacauUm forte bloqueio nas fronteiras, é algumas das medidas preventivas de defesa vegetal, para evitar a chegada da monilíase do cacaueiro às plantações brasileiras. Desta vez o reforço de controle está no Acre. Por meio de um projeto financiado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Embrapa executará ações estratégicas para conter a doença. Até 2020, serão investidos 300 mil reais em atividades de monitoramento em áreas fronteiriças, procedimentos laboratoriais para diagnóstico do problema e promoção de práticas de educação fitossanitária.
De acordo com o pesquisador Amauri Siviero, coordenador das atividades, o objetivo é fortalecer as ações do Plano de Contingência da doença, desenvolvidas no estado. Em 2018 serão instaladas unidades de monitoramento nos municípios de Xapuri, Brasileia, Epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia, e Assis Brasil, fronteira com o Peru, com o objetivo de identificar frutos e sementes com suspeita da doença.
“Esses materiais serão coletados por fiscais da defesa fitossanitária estadual, com uso de metodologias específicas de coleta, e encaminhados à Embrapa Acre. A partir de análises microscópicas, realizadas em laboratório, podemos diagnosticar a presença da monilíase e outras doenças de plantas, trabalho que vai permitir a emissão de laudo fitopatológico oficial pelo Mapa”, esclarece Siviero.
Paralelamente ao trabalho de vigilância na fronteira e em laboratório, serão realizadas ações de educação fitossanitária em comunidades rurais, com a participação de produtores e filhos de agricultores, por meio de palestras e cursos ministrados em parceria com o Idaf, visando orientar sobre medidas de prevenção da monilíase e como identificar o problema.
A monilíase é uma doença extremamente agressiva, que ataca os frutos do cacaueiro (Theobroma cacao), do cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) e de outras plantas do gênero Theobroma. Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, é facilmente disseminada pelo vento e por materiais infectados como plantas, roupas, sementes e embalagens. As perdas na produção podem variar de 50% a 100%, com sérios prejuízos para os agricultores. Detectada na Bolívia e Peru, a doença ocorre também no Equador, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Venezuela e outros países do continente americano.
Conforme estudo realizado pelo Mapa e Embrapa, a monilíase está entre as 20 pragas quarentenárias ausentes do território brasileiro, consideradas prioritárias para ações de vigilância e pesquisa, em função do risco iminente de entrada no País e dos prejuízos econômicos que pode causar à agricultura nacional. Entre os critérios para atribuir o status de prioridade a uma praga, utilizados no estudo, estão o seu potencial de destruição e a ocorrência em áreas próximas do País, especialmente em regiões fronteiriças.

Diligências realizadas pelo Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (Idaf) indicaram a presença da monilíase em plantações de cacau na cidade de Cobija, há 50 quilômetros de Brasileia. “A proximidade do Acre com a fronteira boliviana coloca o Estado como potencial porta de entrada da doença no País. A atuação conjunta de órgãos da Defesa Vegetal, pesquisa e extensão rural potencializa esforços para minimizar riscos de contágio e garantir segurança à agricultura do País ”, destaca Siviero.

Embrapa e MBC assinam acordo de cooperação para transformação digital da agricultura


O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, e o presidente-executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Claudio Gastal, assinam acordo de cooperação técnica durante solenidade de comemoração dos 45 anos da Embrapa, que ocorre no dia 24 de abril. O plano de trabalho tem validade para o ano de 2018 e tem como objetivo apoiar as discussões de questões vinculadas à transformação digital das cadeias produtivas do agronegócio, para viabilizar soluções inovadoras que possam melhorar a qualidade da vida no campo e nas cidades.
O MBC foi lançado em 2001 para aproximar os setores público e privado e tornar o Estado mais eficiente, o que pode refletir em menor burocratização dos serviços públicos, na oferta de serviços de melhor qualidade aos cidadãos, na melhoria do arcabouço legal do Brasil para viabilizar e incentivar novos negócios e na inserção do tema na agenda política.
Em 2017, a Embrapa foi convidada para participar da coalização Brasil Digital, liderada pelo MBC, e está discutindo temas importantes para a transformação da economia brasileira, especialmente os que se referem às diretrizes e eixos estratégicos para a agricultura digital.
Segundo Cleber Soares, diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, neste momento a vertente do digital está ganhando força junto à agricultura e por isso é um dos temas priorizados pelo MBC: “O objetivo é delinear diretrizes e temas estratégicos para nortear a inclusão e a conexão da economia digital com a economia do agronegócio”.
Ele completa: “Por ser o Brasil uma das referências na agricultura tropical, não há como evoluir em produtividade ou em ganho de renda para os produtores, na qualidade dos alimentos e da agricultura em si, se não houver a junção da transformação digital, com desenvolvimento de elementos de software, hardware, robôs e outros processos automatizados que utilizam tecnologia inovadora, com os processos produtivos que atendam os diversos elos das cadeias produtivas do agronegócio”.
Fabiano Mariath, gerente de Tecnologia da Informação da Embrapa, explica que o plano de trabalho firmado entre as duas instituições prevê três frentes de atuação: estudos de análise de mercado e oportunidades de negócio a partir de soluções tecnológicas pela Embrapa discussão de regulamentações ligadas às cadeias produtivas da agricultura e participação na agenda relacionada à governança da estratégia brasileira de transformação digital.
“A Embrapa tem que se posicionar nesse cenário como um ator importante, como detentor de conhecimentos científicos que transformaram a agricultura nacional nos últimos 40 anos. Nesse momento específico, quando estamos falando em uma transformação global digital, a Embrapa, que já está antenada à essa dinâmica, reúne todas as condições para contribuir com a temática, para melhorar a atividade econômica baseada na agropecuária”, defende o gerente.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Exposição Agropecuária de Currais Novos.


Após realização da EXPO POTENGÍ, vem a EXPO NOVOS. A Exposição Agropecuária de Currais Novos, abrindo o circuíto de Exposições no Seridó. De 18 a 20 de maio.

O Presidente Trump Presenteará o Agro?

Mais uma estimativa da CONAB e a safra vem vindo bem
     

Foi um mês muito bom ao agro, fazia já algum tempo que não tínhamos um conjunto favorável de notícias, tanto em preços como em quantidades. Começando com a economia mundial dando bons sinais, pois o FMI projeta agora expansão de 3,9%, advindos de 2,9% nos EUA, 2,4% na região do Euro, e 4,9% para os emergentes, com destaque para 7,4% na Índia e 6,6% na China, não sem riscos, pelo elevado endividamento mundial e tormentas políticas. Para o Brasil são esperados 2,3%. Já o Relatório Focus (Banco Central) traz expectativas para o IPCA de 2018 em 3,48% e de 2019 em 4,07%. O PIB fecharia em 2,76% este ano e 3% em 2019. Para a taxa Selic se esperam 6,25% e 8,00%, respectivamente e finalmente, para o câmbio, R$ 3,30 no final de 2018 e R$ 3,39 no final de 2019. Estabilidade à frente no campo econômico, mas não podemos dizer na política brasileira, que segue confusa.

Mais uma estimativa da CONAB e a safra vem vindo bem. Produziremos em grãos 229,5 milho~es de toneladas (3,4% menor que a safra anterior). Em um mês a estimativa cresceu 3,5 milhões de toneladas, com uma a´rea plantada de 61,38 milho~es de hectares, apenas 0,8% maior que a da safra passada. No milho segue estimativa de perda, indo de quase 98 para 88,61 milhões de toneladas com menores área e produtividade. Já na soja teríamos 114,96 milhões de toneladas, praticamente 9 milhões acima da primeira expectativa, graças a uma produtividade de 3,27 t/ha. Temos ainda chance de chegar no recorde de 237 milhões de toneladas se o clima ajudar, pois o plantio de milho da segunda safra é estimado em 11,54 milhões de hectares, quase perto dos 12,1 milhões de 2016/17. Vale também destacar o algodão, que deve produzir 1,86 milhão de toneladas de pluma, 22% a mais que 2016/17.
Como antecipado na nossa análise de dois meses atrás, bateremos recorde na soja, com preços comparativamente 10% maiores em Chicago e 15% maiores em regiões do Brasil. Isto posto, o MAPA já estima em quase R$ 125 bilhões a renda desta lavoura, 3,8% acima do ano passado. Para a ABIOVE, a produção de soja deve chegar ao recorde de 117,4 milhões de toneladas, e exportaremos 70,4 milhões (acima dos 68,15 milhões de 2017), trazendo um faturamento de US$ 36 bilhões (US$ 31,7 bilhões em 2017). Os preços médios devem ser de US$ 410/t (a previsão de março era de US$ 380 e a média de 2017 foi de US$ 377).
Quatro grandes fatos ajudaram: o câmbio (desvalorização do Real), a seca na Argentina (a produção deve ser de 15 a 20 milhões de toneladas abaixo do esperado), os efeitos da sobretaxa americana no aço e alumínio, lembrando que compra chinesa pode chegar a 100 milhões de toneladas de soja neste ano, e o Brasil deve ocupar espaços abrindo espaço aos EUA em outros compradores mundiais e, finalmente, a nova projeção do USDA, que trouxe uma área 1% menor dedicada à soja. Milho também deve cair 2%. E tem mais, o plantio está atrasado pelo frio que não cede!

Segundo o MAPA, o valor bruto da produção (VBP) agropecuária neste 2018 será de R$ 530,1 bilhões (R$ 14,2 bilhões maior que a projeção de março) e 3,7% abaixo do recorde de 2017, de R$ 550,4 bilhões. Na nova projeção, subiu R$ 9,3 bilhões o valor da agricultura (R$ 355,4 bilhões), principalmente devido à soja, e também em R$ 5 bilhões o valor da pecuária, agora estimado em R$ 174,8 bilhões. Também o índice mundial dos preços das commodities alimentares (índice da FAO) subiu outra vez 1,1% para 172,8 pontos. Cereais subiram 2,7% e os lácteos 3,3%. Os açúcares caíram 6,5%, óleos vegetais caíram 0,8% e carnes permaneceu estático.
As exportações no agro deste março surpreenderam e foram de US$ 9 bilhões (5,2% acima de fevereiro de 2017) e retirando-se as importações de US$ 1,3 bilhão, ficou um superávit 6,8% maior, de US$ 7,8 bilhões. Trouxemos US$ 4,02 bilhões no complexo soja, com aumentos expressivos no óleo e no farelo. Na sequência vieram as carnes, com US$ 1,34 bilhão, puxados por crescimento de 22,1% na bovina, e queda de 9,7% no frango e 23,4% na suína, seguido pelos produtos florestais com US$ 1,2 bilhão. Fechamos o primeiro trimestre 4,6% acima de 2017, vendendo US$ 21,4 bilhões e importamos 4% a menos (US$ 3,6 bilhões) o que dá um saldo 6,6% maior, de US$ 17,8 bilhões, um excelente desempenho.
Esta produção toda vem ajudando o consumidor, pois o Índice Alimentação e Bebidas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE subiu apenas 0,07% em março, ou seja, o agro controlando a inflação.
Se os fatos de curto prazo foram favoráveis, o melhor fato de médio prazo foi ventilado nos EUA. É possível que o presidente Trump autorize a venda de gasolina com 15% de etanol durante todo o ano em seu país, o que foi uma surpresa, pois suas declarações não estavam nesta linha favorável ao etanol. No verão é vetada esta venda com 15% por razões de maior volatilidade com altas temperaturas. Este novo mercado potencial ajudaria a manter o etanol americano no mercado interno, pois tem gerado um excedente anual de 5 bilhões de litros e poderia inclusive demandar mais milho no futuro, abrindo espaços ao Brasil. Nesta safra foram usadas para etanol 141,6 milhões de toneladas e se o E15 for adotado, pelo menos 50 milhões a mais serão necessárias, quando na plenitude. Se der certo, será a melhor notícia do ano ao agro brasileiro.

Entre fatos empresariais destaco duas: já temos investimentos chineses via a China Communications Construction Company (CCCC) em 51% do Porto de São Luís e agora no Terminal Graneleiro da Babitonga (TGB), em São Francisco do Sul (SC), dois importantes corredores de exportação entre outros investimentos projetados para a área de infraestrutura, principalmente ferrovias e portos. Chineses entrando firme na nossa infra para o agro.
E do novo mundo digital e tecnológico, a IBM fez um levantamento que apenas para armazenar os dados gerados por 6 lavouras no Brasil exigirão por ano 28,3 exabytes (28 bilhões de gigabytes). Tecnologia e dados são o quarto fator de produção, além dos tradicionais terra, trabalho e capital. A Cargill acredita que o “machine learning” trará grandes ganhos de competitividade, como o exemplo de máquinas que pelo barulho do camarão durante sua alimentação, sabem o momento de despejar mais ração ou parar. Ou seja, tem um mundo de eficiência a caminho!
Finalizando o mês, são boas as notícias no crescimento econômico, na produção e preços do agro e na confiança crescente. O clima até o momento ajuda para que possamos quebrar o recorde de produção novamente, e com preços melhores. O grande fato negativo foi o embargo da União Europeia a um grande número de unidades exportadoras de frango. Temos que avaliar quanto tempo vai durar e o possível estrago que fará no mercado externo e interno, afetando também as outras carnes e grãos.

Do lado político, como antecipado na análise de março, o ex-presidente foi preso e deve seguir um destino semelhante ao do ex-governador do Rio de Janeiro, de acumulo de penas. Sua saída definitiva de cena permitirá deixar o quadro eleitoral mais claro e espero vencer na aposta que uma candidatura de centro e aglutinadora do país possa emergir e para construir consenso e promover ainda no primeiro semestre de 2019 todas as reformas estruturantes e liberalizantes necessárias para nos destravar e colocar o Brasil na competição mundial. Chega de obsolescência e retrocesso.
Marcos Fava Neves é Professor Titular da Faculdade de Administração da USP, Campus de Ribeirão Preto. Especialista em planejamento estratégico do agronegócio (favaneves@gmail.com).

A TV Globo deveria contratar agrônomos


     

                                                                                                                                                                                                    

Um ecologismo juvenil, quase ingênuo. Esta é a definição mais adequada para a forma como certos autores de novelas da rede Globo continuam a perseguir a atividade agrícola moderna, o agronegócio. A novela da vez, palco do discurso anti-agricultura, é a “O outro lado do paraíso”.

A novela é ambientada em Palmas, Tocantins, uma das novas fronteiras agrícolas do país. Ao que sugere, justamente por isso, uma provocação (gratuita), vira-e-mexe algum personagem repete um trecho no script com um certo disparate.
Como grupo de mídia televisiva, a rede Globo é uma das mais competentes do mundo. Claro, ao longo de sua variada programação, poderia qualificar bem mais os conteúdos; acrescer maiores fatias de conhecimento e cultura e encurtar as exagerado tempo dos programas de gosto discutível.
E não me refiro necessariamente às novelas – como a também no ar “Deus salve O Rei”, um esquisito épico da Idade Média – como os filmes que remetem à infância da minha geração, os inesquecíveis Ivanhoé, El Cid, Sansão e Dalila. Mas fica muito estranha a estilização de reis em castelos típicos da Dinamarca ou batalhas de arco-e-fecha nos alpes escandinavos da Noruega do século XV – em pleno Brasil de 2018 e suas agruras. Haja criatividade!
Outras novelas famosas serviram de ocasião para espicaçar a agricultura. Nos anos 1980, o sucesso O Rei do Gado retratou, com alguma dose de veracidade, o surgimento do movimento dos Sem-Terra em contraposição a um meio rural latifundiário e ultrapassado.

Qual o problema da novela “O outro lado do paraíso” com a agricultura? Independentemente da visão ideológica do autor Walcyr Carrasco e seus colaboradores Nelson Nadotti, Vinícius Vianna e Márcio Haiduck, há um equívoco, não percebido pelo telespectador urbano não-especializado, mas grave para quem possui um conhecimento mínimo de plantio. Para os agricultores e especialistas, então, é quase uma ofensa.
As falas equivocadas que alguns personagens repetem cansativamente são: “Fulano é dono de uma fazenda de soja”, ou: “Sicrano ficou rico com uma fazenda de soja”.
Pois bem, aí vai a dica aos autores (com a licença dos agrônomos que aqui lêem). Existem fazendas de café, de pimenta, de citros e frutíferas como goiaba e pêssego, entre outras, e mesmo flores, como as rosáceas. Mas não existe “fazenda de soja”.
Os grãos de café, a laranja e outras frutas vicejam em plantas arbustivas, chamadas perenes ou permanentes. Ou seja, após cada colheita, os novos frutos produzem na mesma planta.
Por que não existem fazendas de soja - assim como não existem fazendas de milho, de feijão, de algodão? Essas são culturas anuais. Isto é, após a colheita, a plantação inteira “morre”; o agricultor precisa do replantio e daí obter nova safra. Da mesma forma, anualmente, produzem algodão, milho, feijão, ervilha, amendoim, sorgo e outras oleaginosas e cereais.
E, principalmente, não existe “fazenda de soja” porque, do ponto de vista agronômico, a plantação deve ser inteiramente substituída por outra, após três anos ou, no máximo, cinco anos. Esta é a recomendação dos técnicos chamada de rotação de cultura.

A alternância auxilia a preservação do solo, melhora o controle de pragas e doenças e aumenta a produtividade. Assim, após três safras de soja, em média, o agricultor substitui pelo plantio de milho, algodão, girassol ou feijão, por exemplo. Nas grandes propriedades, a rotação é feita por áreas (talhões): soja ao lado de milho; após três ou quatro safras, inverte-se as culturas em cada lado.
A mudança de cultura, em certas temporadas, pode obedecer também estratégias de mercado. Por exemplo, muitos agricultores podem estar avaliando, seriamente, neste exato momento em que estão terminando de colher a safra de verão, do plantio da próxima safra com soja - independente da rotação agronômica. O peso dessa decisão é a perspectiva de alta da cotação de preços da soja no mercado internacional, devido ao confronto comercial entre China e Estados Unidos, maior produtor mundial do grão mas que deve perder mercado para a soja brasileira.
E por fim, outro motivo é o manejo mais recente, mais produtivo e mais sustentável desenvolvido no Brasil: a chamada integração lavoura-pecuária. Neste sistema, convivem plantações de soja, por exemplo, com a criação de gado na mesma “lavoura”. Mas aí o assunto começa a ficar muito técnico para quem não é ramo, como eu e os autores de novela.

A TV Globo costuma recorrer a consultorias para temas específicos antes de levar o programa ao grande público. Tem faltado buscar auxílio de agrônomos para suas novelas. Pior, quando contrata, não acata suas lições e conselhos.
Foi o que ocorreu em 2016, na novela Velho Chico. Seu diretor Luiz Fernando Carvalho exagerou no delírio de uma agricultura orgânica em pleno agreste nordestino. De nada adiantaram as análises e recomendações de um dos mais conceituados pesquisadores da Embrapa, chamado para a consultoria.
Ou seja, por mais que novela seja uma ficção, há um limite da realidade e de conhecimentos técnicos onde não cabem certas “viagens” dos autores. O diretor de Velho Chico, Luiz Fernando, acabou afastado no meio da novela e dispensado da TV Globo.
A emissora deveria abrir vagas, urgentemente, para engenheiros agrônomos.

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formiga_praga (Foto: Manoel Marques/Ed. Globo)
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Como se combate as formigas cabeçudas?
Charles Ramolow, de Itarana (ES)
R: No caso de proteger plantas do ataques de saúvas, uma boa solução é prender no tronco um cone invertido, que poder ser de borracha, plástico ou lata, ou qualquer outro material resistente. Como opção, também pode amarrar tiras plásticas de 10 a 15 centímetros de largura. Na parte interna do cone ou das tiras, evitando contato com o tronco, passe graxa ou vaselina sólida para impedir a subida das formigas na planta. O uso de garrafas PET de 2 litros, vazias e limpas, é mais uma alternativa. Retire o fundo e o gargalo, e plante a muda no interior do recipiente. Enfie a garrafa na terra pelo lado mais estreito, o do gargalo, sem que as folhas toquem as laterais. Para o controle das formigas, indica-se remover os ninhos jovens, pois os profundos são mais antigos e inviáveis de escavar; aplicar iscas granuladas, que permitem atingir formigueiros de difícil acesso, desde que seguidas corretamente as instruções do fabricante; realizar termonebulização, cuja fumaça transformada de um formicida líquido pode ser injetada dentro do sauveiro inclusive em épocas de chuva, porém o manipulador do equipamento deve ter prática; ou formular formicida em pó seco para ser introduzido em formigueiros, sobretudo em ninhos pequenos e médios, por meio de bombas insufladoras. Utilize somente produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e equipamentos de proteção individual (EPI).

 FESTA DO INTERIOR: Açude sangrando em Angicos foi o point de encontro das famílias neste domingo (22)







Para nós que somos angicanos já era esperada a movimentação intensa de populares neste domingo, dia 22 de abril no Açude Novo Angicos, conhecido como “Açude do Rio” devido a sangria do reservatório que começou na última segunda feira, dia 16.

O açude do rio é maior reservatório público de Angicos e sempre que este sangra atrai aos finais de semana muitas famílias angicanas e até pessoas advindas de outras cidades da região que passam o dia tomando um gostoso banho e usufruindo dos serviços que são oferecidos pelos comerciantes que tem seus bares e restaurantes as margens do reservatório e até passeio de lancha e jet ski tivemos em nosso açude.

Neste domingo (22) nós estivemos no referido reservatório e observamos o grande movimento de populares tanto no açude como nos bares e restaurantes que além de comidas e bebidas ofereciam aos clientes musica ao vivo com os artistas da terra Forró do Desmantelo, Renan Souza e Forró Malandro e o Grupo de Pagode 100 Preconceito.

Como a tendência é que o inverno continue em nossa região, de acordo com a meteorologia a possível continuidade da sangria no maior açude de Angicos continuará atraindo muitas pessoas para o tradicional bando dos finais de semana, além de gerar divisas para os comerciantes da cidade.














fonte do blog de angicos news

Uma nova variedade de mandioquinha-salsa ou batata baroa mais produtiva


mandioquinhaAs cultivares BRS Rúbia 41 e BRS Catarina 64 produzem até 80% a mais que a Amarela de Senador Amaral. Neste mês elas serão disponibilizadas ao mercado e, pela primeira vez nessa cultura, com mudas certificadas. Além de melhorar o desempenho da produção, os cientistas pretendem diversificar geneticamente as lavouras, hoje com hegemonia da variedade Amarela de Senador Amaral, lançada há duas décadas também pela Embrapa, e que hoje domina 95% da área nacional plantada com essa raiz.
O pesquisador da Embrapa Nuno Madeira, que coordena os trabalhos de pesquisa com a mandioquinha-salsa desde 2002, esclarece que a diversificação dos materiais é importante para a manutenção da cultura. “O domínio de uma única variedade, como era o caso da Amarela de Senador Amaral, fragiliza a cadeia produtiva ao torná-la suscetível a problemas, como surtos de insetos-pragas, doenças, nematoides ou à ocorrência de intenso calor ou frio”, explica o cientista.
As pesquisas em campo mostraram que a grande vantagem da BRS Rúbia 41 e da BRS Catarina 64 está nos níveis de produtividade: de 60% a 80% maiores que a Amarela de Senador Amaral. De acordo com Madeira, nas lavouras em que o produtor colhia 100 caixas, com as novas variedades ele passou a colher até 180 caixas. Esse aumento de produtividade pode reduzir os custos de produção, aumentando a rentabilidade dos produtores rurais.

Atualmente, são cerca de 15 mil hectares cultivados no Brasil com produção estimada em torno de 150 mil a 200 mil toneladas por ano. A cultura envolve cerca de cinco mil famílias e movimenta aproximadamente R$ 2 bilhões anualmente. Oriunda da Cordilheira dos Andes, entre o Peru e a Colômbia, de regiões com altitude entre 1.500 a 2.500 metros, a mandioquinha-salsa, conhecida também como batata-baroa ou batata-salsa, chegou em 1907 ao Rio de Janeiro, de onde se difundiu para regiões serranas do Sudeste e do Sul. Ela também é cultivada no Planalto Central em locais com mais de 1.000 metros de altitude.

Conexão Delta G e Embrapa desenvolvem novo projeto de seleção genômica

Divulgação Conexão Delta G - Projeto em parceria busca animais resistentes à ceratoconjuntivite
Projeto em parceria busca animais resistentes à ceratoconjuntivite
Depois do desenvolvimento do trabalho relacionado ao carrapato bovino, um novo projeto conjunto entre a Conexão Delta G e a Embrapa Pecuária Sul vai criar um modelo de seleção genômica que permita identificar e selecionar animais Hereford geneticamente mais resistentes à Ceratoconjuntivite Bovina Infecciosa (CBI), enfermidade que causa grande prejuízo na criação de raças taurinas e suas cruzas. O primeiro passo do programa consiste na coleta de fenótipos relacionados à doença em touros e novilhas de sobreano da raça Hereford de membros da entidade, com o objetivo de estimar parâmetros para a seleção genômica para resistência à CBI.
Com base nessas informações, e com base nas informações de DNA dos animais avaliados, são identificados marcadores moleculares para a característica de resistência à Ceratoconjuntivite. "Recentemente foram enviados à Embrapa animais de membros da Conexão, selecionados, com base nas informações coletadas, como resistentes e sensíveis à CBI, com o objetivo de, através de infecções experimentais com Moraxella bovis, validar os marcadores identificados e caracterizar as cepas de Moraxella bovis responsáveis pelos surtos de infecção", explica o presidente da Conexão Delta G, Eduardo Eichenberg.
Conforme o dirigente, futuramente, com base nessas informações, e com o aumento do banco de dados de fenótipos e genótipos da enfermidade, que irá ocorrer com a coleta de fenótipos sobre CBI ao longo dos próximos anos, a expectativa é poder realizar, com um satisfatório grau de acurácia, a seleção genômica para resistência à Ceratoconjuntivite em animais Hereford, "da mesma forma que já podemos realizar, com bastante confiabilidade, a seleção genômica para resistência ao carrapato em animais Hereford e Braford", observa.
Segundo o pesquisador e chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Flores Cardoso, a estratégia é muito similar à usada para seleção de animais resistentes ao carrapato. “Definimos aqui na Embrapa uma estratégia de como verificar se o animal está doente ou não e que grau tem a lesão, e estamos relacionando o fato do animal ficar ou não doente e o grau de doença com marcadores genéticos por todo o genoma. O objetivo é desenvolver um conjunto de equações de predição para prever o grau de resistência que os animais vão transmitir para os filhos. Ou seja, identificar reprodutores que tenham filhos que adoeçam menos dessa doença altamente contagiosa, que é a ceratoconjuntivite”, destacou.
Cardoso explica que o trabalho está em estágio intermediário, com bom volume de dados coletados, mas com necessidade de coleta de informações por mais dois ou três anos, “para chegar a um produto final que deve ser incorporado dentro do teste genômico para Hereford e Braford. Então, quando testasse para carrapato também testaria para essa doença e possivelmente também para Tristeza Parasitária Bovina, que é outra linha que estamos trabalhando”, explica o pesquisador.
Embora a mortalidade por CBI não seja elevada, os prejuízos econômicos causados pela doença são consideráveis. Além dos custos elevados com o tratamento nem sempre efetivo, nos animais doentes ocorre diminuição no ganho de peso e na produção de leite. Não existe uma estimativa para os custos com esta doença no Brasil, mas a perdas anuais chegam a US$ 23,5 milhões na Austrália e mais de US$ 150 milhões nos Estados Unidos, segundo estudos de pesquisadores desses países.
Texto com informações do portal Conexão Delta G