Produção
Queijo de assentamento catarinense ganha medalha de ouro em prêmio nacional
Oqueijo artesanal produzido pelo casal Adriana e Arlei Camargo, do assentamento Hermínio Gonçalves dos Santos, situado no município de Caçador, no meio-oeste catarinense, obteve medalha de ouro na 7ª edição do Prêmio Queijo Brasil, realizado de 11 a 14 de julho em Blumenau (SC).
O exemplar de Caçador foi um dos mais de 1,5 mil queijos artesanais inscritos, vindos de 20 estados brasileiros e o único na categoria leite cru a representar o município. Os melhores queijos enviados para o prêmio são elencados com medalhas de bronze, prata e ouro, de acordo com a classificação.
Organizado pela Associação dos Queijistas do Brasil (Comerqueijo), o prêmio visa divulgar a diversidade dos queijos produzidos em território nacional e premiar a qualidade de acordo com critérios de aspecto/aparência, olfato/aromas, textura e sabor, julgados por uma equipe de jurados técnicos e sensoriais.
O reconhecimento pela qualidade da produção, que rendeu aos produtores a 7ª colocação na modalidade leite cru de 15 a 30 dias, veio após três anos de trabalho e o segundo ano de participação na competição, onde obtiveram a prata em 2023. “Estou sem palavras para descrever a emoção para mim como assentada e empreendedora”, comemora Adriana.
Início
Segundo a queijeira, filha de assentados da reforma agrária e há oito anos regularizada em lote próprio, o investimento no produto começou por acaso, após um incêndio que destruiu o barracão de alho e a insatisfação com os valores pagos pelo leite pela indústria. A família deu início à produção com cinco vacas emprestadas e hoje são mais de 40, manejadas por Arlei, enquanto Adriana se ocupa da ordenha e da produção dos queijos.
Com cerca de um ano de trabalho veio a regularização junto ao Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e depois os investimentos em poço artesiano, ensiladeira, carreta e sala de fabricação, com créditos do Incra, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Banco do Brasil.
As orientações recebidas e os cursos fornecidos pela assistência técnica do estado e do município também foram essenciais para o sucesso da iniciativa, que hoje tem capacidade para beneficiar cerca de 300 litros de leite por dia e se tornou o principal sustento da família.
“Minhas vendas hoje triplicaram, o que estou fabricando está tudo vendido, por isso já estou praticamente quitando o financiamento”, detalha a queijeira. Ela comercializa a produção em uma banca na feira do produtor, todas as quartas, sextas e sábados, na avenida Beira Rio, no centro de Caçador.
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