sábado, 16 de fevereiro de 2013




Os novos queijos de leite de cabra da Embrapa



Em Sobral (CE), a Embrapa Caprinos e Ovinos está conduzindo o projeto “Novas tecnologias aplicadas ao leite de cabra para o desenvolvimento de queijos utilizando produtos oferecidos no Bioma Brasileiro”. Sob coordenação da pesquisadora Selene Daiha Benevides, engenheira de alimentos e doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos, a iniciativa busca aumentar a renda dos produtores rurais nordestinos e, ao mesmo tempo, desenvolver novos queijos de leite de cabra com o uso de frutas e ervas da caatinga.
A ideia partiu do professor José Matos, da Universidade Federal do Ceará, que já desenvolvia trabalhos com o uso do orégano e da pimenta na produção de queijos de leite de cabra, como acontece em muitos lugares do Sertão. Passou a incorporar no projeto, entre outros produtos, o óleo de pequi e a entrecasca do cumaru. Ela ressalta as vantagens de melhora nutricional da população por conta dos antioxidantes presentes no pequi e do potencial fitoterápico do cumaru.
O trabalho foi iniciado em maio de 2009 e neste ano os produtos já serão testados em supermercados de Fortaleza e Sobral para avaliar sua aceitação pelo consumidor.

 

 

 

 

Fim de semana encoberto na maioria dos estados

Permanece possibilidade de chuva forte e granizo no Rio Grande do Sul
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para tempo nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas nos estados da região Sul. Precipitação forte com queda de granizo no norte e serra do nordeste do Rio Grande do Sul. O aviso é válido para este fim de semana, 16 e 17 de fevereiro.
Parcialmente nublado com pancadas e trovoadas isoladas em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e nas regiões do Norte, Nordeste e Sudeste. Pode chover no Distrito Federal.
A previsão do tempo para esta segunda-feira, dia 18, é de céu encoberto em todas as regiões do País.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Reunião busca definir ações estruturantes para o semiárido



Reunião busca definir ações estruturantes para o semiárido

Foto: Albino Oliveira/MDA

A elaboração de novas políticas estruturantes para o semiárido brasileiro foi motivo de reunião entre o ministro interino do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Müller e o coordenador geral do Centro Sabiá da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Alexandre Henrique Pires. O encontro, ocorrido nesta quinta-feira (7), em Brasília, busca estabelecer ações estratégicas para a região.
De acordo com Laudemir, o ministério tem articulado com várias entidades para a formação de um plano de ação produtiva para o semiárido. Segundo ele, a parceria entre MDA e ASA é de grande importância, já que a instituição tem experiência na execução de ações para o semiárido e profundo conhecimento da região. “Sabemos da experiência da ASA e queremos auxílio na determinação de um foco para montar uma estratégia, um conjunto de ações eficazes para o semiárido”, afirmou.
Alexandre destacou que existem no semiárido cerca de 1,4 mil famílias de agricultores familiares e agradeceu a oportunidade do trabalho conjunto. “Essa parceria é para a ASA o reconhecimento pelo MDA do nosso papel e do trabalho que desempenhamos”, classificou.
O coordenador explicou os pontos principais que devem ser levados em consideração na elaboração de políticas para a região. Na sua avaliação, existem quatro questões fundamentais no processo de reestruturação do semiárido: água, forragem, estocagem de sementes e terra.
Conforme Laudemir, ainda está em andamento um trabalho junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para formulação de uma estratégia especifica da Reforma Agrária para o semiárido.
Participaram do encontro o coordenador de Políticas para o Semiárido do MDA, Jerônimo Rodrigues, a secretária de Desenvolvimento Territorial, Andrea Butto e a coordenadora do Plano Brasil Sem Miséria do ministério, Letícia Mendonça.

Delegacias regionais fortalecem ações de enfrentamento da estiagem


Delegacias regionais fortalecem ações de enfrentamento da estiagem

Foto: Ascom/MDA

Investimentos em ações emergenciais para reduzir os impactos da maior estiagem dos últimos anos estão entre as prioridades do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Nesse contexto, iniciativas que visam minimizar os efeitos da seca serão discutidas nesta sexta-feira (8) em uma videoconferência que conta com a participação do coordenador de Políticas Públicas para o Semiárido do MDA, Jerônimo Rodrigues, e delegacias federais do ministério dos estados das regiões Nordeste e Sul, além de Minas Gerais.
O ministério pretende buscar demandas e questões orientadoras para levantamento da situação e enfrentamento da estiagem nos estados, que afeta, principalmente, agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Programas como o Garantia Safra e o Bolsa Estiagem, Crédito Emergencial, Pronaf Semiárido e as chamadas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) estão entre as ações mais efetivas desenvolvidas ou apoiadas pelo MDA no enfrentamento ao problema.
“O objetivo é fortalecer as delegacias para reforçar essas políticas públicas nos estados”, afirma o coordenador Jerônimo Rodrigues. “As máquinas doadas em chamadas do PAC 2, além de reformar estradas, também podem ser utilizadas para a abertura de aguadas, barreiras e cisternas, contribuindo para a redução do impacto da estiagem”, informa.
Estratégias Um dos destaques do encontro será a discussão de estratégias para incluir o maior número de pessoas possível no Bolsa Estiagem."O MDA está estimulando as prefeituras dos municípios para que orientem os agricultores familiares a procurar o auxílio, em parceria com os municípios, estados, movimentos sociais, sociedade civil e organizações de trabalhadores rurais", explica Jerônimo.
A delegacia federal do MDA no Ceará é uma das que já começou esse trabalho. ”Atualmente, estamos fazendo contato com 183 municípios do estado para estimular quem ainda não acessou o Bolsa Estiagem a procurar o programa”, conta o delegado Francisco Sombra. “A expectativa é de que até 47 mil agricultores familiares cearenses possam ser incluídos na política.”

PARA PENSAR:
“É preferível ser dono de uma moeda do que escravo de duas” 
Provérbio grego

PARA REFLETIR:
“Um punhado de paciência vale mais do que um barril de talento” 
Provérbio holandês

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Prejuízos econômicos no RN com a seca não chegam a R$ 1 bilhão, diz IBGE

seca UOLA conta feita pelo Governo do Estado acerca do prejuízo econômico no Rio Grande do Norte devido à seca, não bate com os cálculos feitos por especialistas e representantes do setor agropecuário. Eles afirmam que em um cenário muito pessimista o prejuízo não chega a R$ 1 bilhão. Já os números oficiais divulgados em reunião do Comitê Estadual de Combate aos Efeitos da Seca, na segunda-feira (04), dão conta de que esse valor ficaria na casa dos R$ 5 bilhões.
“Mesmo que o RN tivesse perdido todo a sua safra e todo o seu rebanho não daria esse valor de R$5 bilhões. Mas nem todas as culturas foram afetadas, uma série de indústrias também não”, contestou o economista do IBGE, Aldemir Freire.
A pedido da TRIBUNA DO NORTE, o economista apresentou uma  aproximação do tamanho da perda. Ele levou em consideração apenas a produção agrícola afetada pela seca (algodão, arroz, feijão, milho, mandioca e castanha de caju) e a produção de leite e tomou por base o ano de 2009 (considerado normal no quesito chuva) e uma estimativa perda de 90% da safra. O valor encontrado foi inferior a R$250 mil em perdas diretas.
“Pois bem, o valor a que cheguei foi algo próximo da R$ 250 milhões de perdas diretas. Agora vamos pegar os efeitos indiretos e, exagerando muito, multiplicar o número que encontrei por 4. Teremos com isso, no máximo, uma perda de R$ 1 bilhão. Porém, nem mesmo esse número eu acho que esteja correto. Acho que não passará dos R$ 750 milhões. Algo como 2% do PIB estadual”, disse Aldemir Freire.
Outra justificativa apresentada pelo economista é que o principal produto de exportação do RN vem da fruticultura irrigada, que não foi atingida pela seca. Segundo ele, a exportação de frutas é praticamente a mesmo de 2011.  Algumas, como o caso do melão, tiveram aumento. Passou de US$50.557.900, em 2011, para US$54.056.370, em 2012. A exportação de melancia também ficou em alta. Foram US$6.042.420, em 2011, contra US$7.779.416, em 2012. A maior queda ficou por conta da castanha de caju que registrou exportação de US$50.177.836, em 2011, contra US$36.660.025, em2012.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Paulo Davim critica ação do Governo do RN em relação à Seca

- Publicado por Robson Pires, na categoria Notas às 20:13 Paulo DavimO senador Paulo Davim (PV), ocupou a tribuna do Senado Federal na tarde desta terça-feira (05), para falar de um problema recorrente e que vem tirando o sono dos agricultores, familiares e pequenos pecuaristas do Rio Grande do Norte: a seca que persiste desde o ano passado e não dá sinais de trégua para quem vive no campo.
Em determinado momento do discurso, Davim atentou para o fato de que o Governo Federal tem feito a sua parte, mas que ele entende que o Governo do Rio Grande do Norte está muito passivo: “A sensação que eu tenho, Sr. Presidente, é que o Governo do Rio Grande do Norte está mantendo uma postura passiva e de tão somente de expectação no que diz respeito a seca no meu Estado. E essa não é uma situação inusitada, entra ano e sai ano, o agricultor familiar e o pequeno pecuarista vive no assombro da falta de chuvas”.
As 5ª Conferências Municipais devem ser realizadas no período de 1º de março a 1º de junho de 2013.

O QUE O MUNICÍPIO PRECISA FAZER?

- Convocar a Conferência Municipal da Cidade

O Executivo Municipal deverá convocar a Conferência através decreto específico até o dia 22 de fevereiro de 2013, publicado em diário oficial e em veículos de ampla divulgação.

Endente-se por ampla divulgação: rádio, televisão e/ou meios de comunicação usuais nos municípios.

Caso não haja iniciativa do Executivo Municipal, o Poder Legislativo Municipal e/ou a Sociedade Civil (de acordo com o Art. 40, Parágrafo 1º do Regimento da 5ª Conferência Nacional das Cidades) poderão convocar a Conferência em veículo de comunicação de ampla divulgação, no período de 23 de fevereiro a 30 de março de 2013.

Excepcionalmente o Executivo Municipal poderá realizar a convocação desde que em comum acordo com as entidades municipais e/ou regionais de no mínimo 4 segmentos  até 30 de março de 2013.

- Constituir a Comissão Preparatória Municipal

O Executivo Municipal deverá constituir a Comissão Preparatória Municipal obedecendo a representação dos segmentos conforme estabelecida no art. 17 da Resolução Normativa nº 14 do Conselho das Cidades, de 6 de junho de 2012, que dispõe sobre o Regimento da 5ª Conferência Nacional das Cidades.

AS FUNÇÕES DA COMISSÃO PREPARATÓRIA MUNICIPAL SÃO:

- Elaborar o Regimento da Conferência Municipal

Conteúdo: Regras para a realização da Conferência no município como, por exemplo, os critérios para eleição dos delegados municipais, o desenvolvimento do tema nacional e especificidades locais, toda a organização e orientações específicas para a realização das conferências municipais.

Prazo: até 30 dias após a instalação da Comissão Preparatória Municipal.

- Constituir as Comissões de Organização, Comunicação, Mobilização e Sistematização

- Organizar o evento da Conferência Municipal

Responsável: Governo Municipal, Conselho Municipal das Cidades e Comissão Preparatória.

Infraestrutura: local, deslocamento, alimentação e hospedagem dos Delegados e Delegadas, estrutura de credenciamento e materiais de consumo.

Regulamento: Elaborar o regulamento que deverá ser aprovado na abertura da Conferência, estabelecendo as regras para o funcionamento do evento, tais como: organização da pauta, da metodologia de debate do temário, dos grupos de debate, o credenciamento, as deliberações, a sistematização e a eleição dos delegados e delegadas para a etapa nacional, entre outros.

- Envio da documentação

O envio dos documentos deverá obedecer rigorosamente o estabelecido no Art. 25, Incisos I e III, e Art. 26 do Regimento da 5ª Conferência Nacional das Cidades assim como o previsto no calendário oficial do evento.

É importante ressaltar que, juntamente com o relatório final das Conferências, esses documentos serão utilizados para validar a Conferência Municipal.

AÇÕES COMPLEMENTARES

- Promover e incentivar a mobilização das diversas instâncias de governo e entidades da sociedade civil locais, envolvidas no debate da política urbana.

QUEM PARTICIPARÁ DE CADA ETAPA DAS CONFERÊNCIAS?

- Conferência Municipal

Somente poderão participar das Conferências as entidades com atuação nos temas da política urbana, reconhecidas dentro do segmento e validadas pela Comissão Preparatória.

A Comissão Preparatória da Conferência Municipal deverá levantar as entidades representativas dos segmentos existentes no município de acordo com o enquadramento demonstrado na tabela a seguir obedecendo a proporcionalidade disposta no art. 17 da Resolução Normativa nº. 14 do Conselho das Cidades de 06 junho de 2012.

Nº/ Quantidade
%
Segmentos
1137
42.3
Poder Público - Gestores, administradores públicos e legislativo federais, estaduais, distritais e municipais - Representantes de órgãos da administração direta, empresas, fundações  públicas e autarquias em seus respectivos  níveis, e membros  do Legislativo: vereadores, deputados estaduais e distritais, deputados federias e senadores.
715
26.7
Movimento Populares - associações comunitárias ou de moradores, movimentos por moradia, movimentos de luta por terra e demais entidades voltadas à questão do desenvolvimento urbano.
265
9.9
Trabalhadores representados por suas entidades sindicais - sindicatos federações, confederações e centrais sindicais de trabalhadores legalmente constituídos e vinculados às questões de desenvolvimento urbano.
265
9.9
Empresários - entidades de qualquer porte, representativas do empresariado relacionadas à produção e ao financiamento  do desenvolvimento urbano, inclusive cooperativas  voltadas á questão do desenvolvimento urbano.
186
7
Entidades Profissionais, Acadêmicas e de Pesquisa - entidades representativas de associações de profissionais autônomos ou de empresas , profissionais representantes de entidades de ensino, profissionais atuantes em centros de pesquisas das diversas áreas do conhecimento e outras entidades vinculadas à questão do desenvolvimento urbano. Enquadram-se, também, conselhos profissionais, regionais ou federais.
113
4.2
Organizações Não Governamentais - entidades do terceiro setor com atuação na área do desenvolvimento urbano.

*As vagas definidas para o segmento “Poder Público- gestores, administradores públicos e legislativos federais, estaduais, distritais e municipais” serão assim distribuídas: 10% para o Poder Público Federal, 12% para o Poder Público Estadual e 20,3% para o Poder Público Municipal, somando 42,3% do total dos delegados e delegadas. O Poder Legislativo terá a representação de um terço dos delegados correspondentes a cada nível da Federação.


Todos os processos de eleição dos delegados e delegadas que participarão das diversas etapas das Conferências das Cidades deverão respeitar o enquadramento por segmento disposto no art. 17 da Resolução Normativa nº. 14 do Conselho das Cidades de 06 junho de 2012 e nas disposições dos regimentos estaduais.

A Conferência Municipal elegerá os delegados à etapa Estadual.

- Conferência Estadual

Participarão da etapa estadual os delegados e delegadas eleitos nas Conferências Municipais devidamente validados pela Comissão Preparatória Estadual, além dos representantes indicados pelo Executivo e Legislativo Estadual.

- Conferência Nacional

Participarão da etapa nacional os delegados e delegadas eleitos nas Conferências Estaduais devidamente validadas pela Comissão Nacional Recursal e Validação (CNRV), além dos representantes indicados pelas entidades da Sociedade Civil e Poder Público.

Noticias do PRODECENTRO



O presidente da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, assinou nesta segunda, dia 4, o Termo de Cooperação do Projeto Nacional de Agroindustrialização de Assentamentos da Reforma Agrária. O termo de cooperação inclui o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Incra, BNDES, Banco do Brasil e Fundação Banco do Brasil, e prevê investimentos nas agroindústrias de assentados.

A Conab participa do acordo priorizando a análise e contratação, na medida da disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros, das propostas de participação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) das organizações participantes do plano. A entidade também auxiliará os beneficiários na obtenção de documentos e informações necessárias ao enquadramento e acesso aos programas.

Em uma ação de combate à insegurança alimentar, a Conab aplicou R$ 970.820,00 em frutas, hortaliças, açúcar mascavo, feijão, milho, macarrão, mandioca e rapadura. Já na formação de estoques, onde o produto segue para a venda em mercado, foram empregados R$ 1.498.495,00.

O PAA, que incentiva o processo de beneficiamento e industrialização da produção dos assentados, teve uma evolução notável entre 2010 e 2012, junto ao público da reforma agrária em todo o país. Em 2010, foram beneficiadas 10.367 famílias, com recursos da ordem de R$43,8 milhões e, em 2012, foram beneficiadas 30.620 famílias e aplicados R$ 135,2 milhões.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Cabugí Amado, Porém Abandonado

Sim Senhor, Seu Doutor. Essa é a verdade nua e crua.

O sim à Cabra & Ovelha



O ano de 2012 foi cheio de peripécias: houve eleições, houve turbulência econômica, houve tremores políticos, houve julgamento do “mensalão” e aconteceram duas secas, uma na região dos lanados e outra no Semiárido dos deslanados.
Novamente flagelos climáticos compareceram para evidenciar que tudo que havia sido projetado, discursado e aprovado, não conseguiu resolver os problemas das pequenas e médias propriedades. O motivo é um só: erro de enfoque. Atirou-se no passarinho que estava no espelho!
Resultado: enfraquecimento generalizado da atividade nas duas regiões tradicionais. Mesmo assim, 2012 foi um ano muito bom!
A raça Dorper brilhou como nunca! O Santa Inês marcou presença, mostrando crescimento novamente! A raça Saanen mostrou valentia, colocando 100 animais num recinto! O Boer chegou a 200 animais! O Texel manteve a reta ascendente. Outras raças lanadas começam a acelerar: Romney Marsh, Ile-de-France, Suffolk.
Do Nordeste, vem a grata notícia da raça Soinga: mostrando um caminho inovador para todos, colocando 250 animais à venda, todos os anos, na Expo Natal.
No setor de divulgação da caprino-ovinocultura, a revista O Berro uniu-se à GMBC para lançar novos produtos, já trabalhando no livro “A moderna criação de Cabra & Ovelha”, solicitado pelo BNB e também no livro oficial da ABCZ: “Zebu”. São os dois principais produtos editoriais brasileiros da pecuária de caprinos e ovinos e também de gado.
A Expointer manteve sua aura; a Feinco brilhou em São Paulo; a Expo Natal também obteve sucesso em plena época de seca; aconteceu o Dia-D, promovendo um leilão para 500 pessoas em pleno Cariri Paraibano fustigado pelo flagelo - justamente para deixar claro que o melhor é tirar proveito quando tudo fenece ao redor.
Enfim, o ano de 2012 mostrou que a solução está em assumir o chão (clima) como ele é!

Caprinos & ovinos - As medidas tão proclamadas de inclusão social mostraram ser frágeis, pois estão focadas no indivíduo e não na geração de renda. Uma coisa é “dar renda (esmola)”, outra coisa é promover a geração de renda. O foco correto - e sempre evitado pelos governos sucessivos - deveria ser inclusão do produtor rural como gerador de renda. Isso significa extirpar o caráter eleitoreiro, o caráter salvacionista, para começar a “pensar na Nação” e não apenas “pensar no voto”.
“Pensar na Nação” significa implantar as pequenas ferramentas produtivas que irão gerar milagrosos resultados em caráter permanente. Obviamente, iniciativas como “Bolsas” jamais deveriam ser encaradas como “redentoras”, pois nada mais são que a distribuição de uma fração do “superávit” das contas nacionais. Essa distribuição é feita em muitos países sem nenhuma conotação eleitoreira! É uma obrigação tentar melhorar a situação dos consumidores fracos para transformá-los em consumidores fortes. Melhorando o status do consumidor, melhora-se a economia em geral. Não há milagre nisso e o endeusamento de personagens políticas chega a ser enfadonha e picaresca. Ora, doar “Bolsas” é obrigação de empresa que vai bem, de país que vai bem! Deveria estar escrito na Constituição, para não se transformar em feudo eleitoral de alguns espertalhões num país de espertalhões.
Outro exemplo de solução é a Cisterna na região seca. Sem dúvida, no momento presente, é uma solução, devido à inoperância atávica dos governos regionais do Nordeste. O problema essencial é a falta de água - que pode ser resolvido por várias maneiras - e o governo escolheu a pior de todas (a transposição), e outra menos ruim, mas também censurável (as cisternas). No primeiro caso, o governo passou a dinamitar as caatingas, sem risco de ser preso pelo Ibama, pela Funai e pelos órgãos ambientais - para não levar água a torneira nenhuma! Apenas um crime de lesa pátria, contra os cidadãos nordestinos. O futuro dirá! Já a cisterna, solução provisória, pode se transformar num genocídio, via hepatite (e outras doenças), tanto quanto os pequenos açudes. A questão da água é fácil de ser resolvida, por outras vias, mas os governos perderiam o “feudo eleitoreiro”; perderiam a algema que mantém o “curral nordestino” dócil no momento das eleições. Tem que se aplaudir a cisterna, pois é da iniciativa privada, mas não é solução definitiva.
Um bom exemplo é a criação de cabra & ovelha! Essa, sim, é uma solução eficaz. Tanto serve para o extremo Sul (pampas) como para o Nordeste. Estes dois polos geradores de genética apurada abasteceriam o desenvolvimento no restante do país, produzindo carne e leite para o mercado interno e externo. Tarefa fácil de ser implementada, desde que o governo queira - de verdade - investir no sucesso das pequenas e médias propriedades.
O fato é que o setor rural continua alavancando a economia urbana, mas as televisões e os noticiários governamentais somente têm voz para tratar de automobilismo, indústria, comércio, etc. Pouco se fala em setor rural nas televisões e, quando o fazem, é para mostrar um produtor frágil, inculto, parasita das benesses urbanas. Pouco se mostra das vitórias rurais, num país que, ainda, depende dos produtos do campo. País dos paradoxos: tem o maior rebanho comercial do planeta, tem terra sobrando, tem um povo que ainda é mal nutrido e tem 83% das propriedades rurais em regime de precariedade!
Focar em cabra & ovelha seria uma boa política no rumo de gerar renda sustentável nas pequenas e médias propriedades. Basta querer!

O carneiro no divã


Era uma bela fazenda deixada pelo marido para a viúva que, agora, morava com Lurdinha, uma moça acompanhante e mais a cozinheira. A viúva gostava de animais e a moça gostava de tocar piano. Havia um carneiro grandalhão, meio desajeitado, mas altamente carinhoso com a empregada e com a babá do vizinho. Ah! Ele também gostava muito de ... música. Nem bem ouvia os primeiros acordes saídos das mãos de Lurdinha e ele já ia se aproximando, respeitosamente. Achegava-se ao piano, deitava e fingia dormir, ouvindo os sons maravilhosos que flutuavam na sala grande. Era sempre a “sua” música e todos podiam dizer que havia um claro sorriso em sua boca.
Passados uns tempo, sem qualquer explicação, o carneiro começou a atacar, furiosamente, a cozinheira e também a babá do vizinho. Antes, ele achava que a cozinheira e a babá eram dois xodós, mas agora parece que tinham virado o capeta! O carneirão só queria saber mesmo da moça do piano. Ora, um animal desse tamanho, furioso dentro de uma sala, não é coisa boa para os móveis tão antigos! A viúva, tristemente, ficou de coração apertado.
O comportamento do carneiro, porém, ficava ainda pior e virou caso de psiquiatra. Era preciso chamar um médico para explicar essa estranha reviravolta na vida do ex-manso e ex-carinhoso animal.
Numa manhã, chegou o médico para ver o furioso perto do piano. Era apenas uma pessoa a mais; um novo estranho para o carneiro que, num relance, já não gostou do que viu. Franziu a testa, para mostrar que não tinha boas intenções com o intruso. O médico, um veterinário, pegou a maleta e foi se aproximando, mostrando que não tinha medo de cara-feia, mas o bruto escavou o chão e partiu para cima do doutor que escapuliu pela porta, rapidamente trancada pela empregada.
Em segundo tentativa, bem protegido pelo divã, o médico analisou o tamanho do bruto e viu que não dava para encarar. Era preciso usar a psicologia própria dos carneiros.
Começou ouvindo ouvido o relatório completo dos muitos ataques e cenas incompreensíveis. Pediu, então, para a moça sentar-se e começar a dedilhar o piano. Aconteceu o óbvio: o carneiro sorriu e logo se aconchegou no lugar de sempre, para ouvir a sublime melodia. Afinal, estava sozinho na sala.
De longe, o médico tudo observava. Pegou um punhado de ração e mandou colocar perto do carneiro que recebeu com satisfação. O médico anotou: bons movimentos, olhos sadios, esticava as patas, balançava o rabo, torcia o pescoço, os olhos vasculhavam o ambiente, comeu bem, ouvia bem. Não tinha nada doendo. A fisionomia era de calma angelical, nada de capeta por perto. Depois de bem observado, o doutor chegou a um diagnóstico:
- Não é raiva! É apenas brabeza. Ou espírito-ruim. Doença zero!
Pensou e deu a ordem:
- Agora é hora de testar os reflexos psicológicos.  Pediu para a empregada entrar no recinto. O carneirão ergueu a cabeça diante da intrusão sem justa causa, perturbando a musicalidade do recinto. A empregada foi se achegando e o carneiro foi se arrepiando, o costado tremia, os olhos foram se arregalando, quando o acorde chegou ao si bemol, a velha senhora saiu correndo perseguida pelo carneiro, conseguindo escapulir pela porta salvadora.
- Ah! doutor, não volto mais lá, nunca mais!
O médico precisava pingar os “is” e pediu para a babá do vizinho entrar na sala. O carneiro, que já havia se deitado, novamente ergueu o pescoço, aprumou o olhar valentão, ajeitou a pata para dar o bote e saiu em perseguição da pobre coitada que logo desapareceu pela porta da salvação.
- Esse bicho está mesmo com o diabo!
O médico coçou a orelha, ficou interessado e perguntou:
- O bicho está é cheio de razão. O que poderia ter provocado esse esquentamento todo? Essa fervura bem apanhada?
A babá respondeu, timidamente:
- Acho que foi no dia em que eu vim visitar e trouxe o Michel...
- Que raio de Michel é esse?
- É um outro carneirinho, bem novinho.
- Pois vá buscar o tal Michel, para entrar no teste.
A babá foi e voltou, trazendo o fofinho no colo. Era uma miniatura enfeitada com coleira e lacinho. O próprio médico resolveu desafiar o carneirão, entrando na sala com o fofinho, mas nem teve muito tempo, pois o valentão empinou-se bem mais que antes, com os olhos esbugalhados pelo ódio, desembestando para cima do doutor que, já sabendo, estava bem pertinho da porta. Agora, o bruto não voltou para o piano. Ficou por ali, perto da porta, pronto para um novo ataque.
- Xii. O carneirão virou bicho, mesmo! Ele viu o cruz-credo, o provocador dessa encrenca toda.
- E vai ter jeito, doutor? - perguntou a proprietária, preocupada com os móveis e com a antiga calma do casarão.
- Claro! - acalmou o veterinário. Para tudo há um jeito, sempre.
O médicou misturou uma ração especial com sedativos fortes. Mandou empurrar para perto do carneirão. O animal estava mesmo com fome, cheio de razão e comeu. Logo depois, estava sonolento, embalado pela boa música do piano, agora num fá sustenido.
- Pronto, o animal está quase curado. Agora é entrar e fazer amizade com ele. E desapareçam com essa miniatura de carneiro, pois o grandão está com ciúme de derreter.
Todos se achegaram, alisaram o animal.
- Como vai ser, daqui para frente, seu doutor?
- Bom, é o seguinte: durante os próximos quatro dias, apliquem o tranquilizante na comida. Aproveitem para se encostar, fazer carinho, coisa e tal. Até a babá do vizinho pode entrar, com roupa nova, sem cheiro do fofinho. O carneiro vai se acostumar.
Saboreando o cafezinho quente na porcelana, o médico deu sua opinião final:
- Eita carneiro esperto! Ouvir piano é só com ele, mesmo. Não quer nenhum concorrente na vizinhança.

Adaptado de “O galinhista”, Edson Pereira, Goiânia, 2010, Funape, IPTESP, p. 31)