Governo anuncia medidas econômicas para ajudar produtores rurais afetados pela pandemia do Coronavírus
Entre
 as decisões, está a prorrogação das parcelas de financiamentos e 
recursos para estocagem e comercialização. Também haverá ajuda para os 
produtores afetados pela seca
 
  
O governo 
federal anunciou um pacote de medidas econômicas para minimizar as 
dificuldades do setor agropecuário, sobretudo os produtores rurais, 
devido à pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19) e, também, aos impactos
 ocasionados pela estiagem.  
As medidas foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)
 na noite de quarta-feira (8). O Ministério da Economia e o Banco 
Central atenderam às reivindicações feitas pela ministra Tereza Cristina
 (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em socorro aos produtores 
rurais prejudicados. 
Entre as medidas adotadas em decorrência da pandemia, 
válidas para todo o país, destaca-se a prorrogação das amortizações de 
financiamentos de custeio e de investimentos, vencidas e não pagas e 
vincendas até 15 de agosto de 2020, às taxas de juros originais da 
operação.
Em apoio às cooperativas, agroindústrias e cerealistas foi 
autorizado o financiamento para estocagem e comercialização (FGPP) com 
recursos do crédito rural, com limite de R$ 65 milhões por 
beneficiário. Para as cooperativas de agricultores familiares, a taxa de
 juros será de 6% ao ano, e de 8% ao ano para as demais empresas. O 
prazo para pagamento será de 240 dias e o período para contratação se 
encerra em 30 de junho de 2020.
“Essas medidas vão permitir que os agricultores tenham mais
 prazos e liquidez para honrar com os seus compromissos financeiros e 
tranquilidade suficiente para auxiliá-los em suas tomadas de decisões”, 
disse a Ministra Tereza Cristina. 
Agricultores familiares
Além desses benefícios, os pequenos produtores terão ajuda,
 principalmente os de flores, hortifrútis, leite, aquicultura e pesca. 
Para assegurar pequenas despesas na propriedade para recompor sua 
estrutura produtiva, custeio da atividade e manutenção do produtor e sua
 família, foi criada uma linha especial de crédito para agricultores 
familiares (Pronaf). As taxas de juros serão de 4,6% ao ano, com prazo 
para pagamento de três anos, incluído um de carência. O limite por 
produtor será de R$ 20 mil. 
Da mesma forma, foi também criada uma linha especial de 
crédito para médios agricultores enquadrados no Pronamp que se dedicam à
 produção de flores, hortifrútis, leite, aquicultura e pesca. As taxas 
de juros são de 6% a.a., com prazo para pagamento de três anos, incluído
 um de carência. O médio produtor terá limite de R$ 40 mil. 
As contratações ao amparo dessas linhas se estendem até 30 de junho de 2020.
"Nas medidas, priorizamos os produtores familiares e os médios 
produtores. O financiamento à comercialização para cooperativas 
cerealistas e agroindústrias visa dar alguma liquidez que permita o 
fluxo de comercialização dos produtos agrícolas e a estocagem para a 
entressafra, beneficiando também os produtores rurais", avalia o 
secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo 
Sampaio.
Estiagem
Para os produtores de municípios que decretaram estado de emergência ou de calamidade pública
 de 1º de janeiro deste ano até a data de publicação da normativa, 
reconhecido pelo governo estadual, está prevista a prorrogação de 
financiamentos do custeio e de investimentos, aos mesmos encargos 
financeiros originalmente contratados.
Para o custeio com vencimento ainda este ano, o pagamento 
será em até sete parcelas anuais, iguais e sucessivas, a partir da data 
da renegociação, nas condições originais do contrato. Para as operações 
com seguro rural, serão deduzidos os valores indenizados. Quanto às 
parcelas de investimentos vencidas neste ano serão prorrogadas para o 
ano subsequente ao ano do vencimento final da operação. 
Além dessas prorrogações, os agricultores familiares 
enquadrados no Pronaf e os médios agricultores do Pronamp localizados 
nesses municípios também terão acesso a linhas especiais de crédito. No 
Pronaf, as taxas de juros serão de 4,6% ao ano, com prazo para pagamento
 de três anos, incluído um de carência, e limite por produtor de R$ 20 
mil. No Pronamp, as taxas de juros são de 6% a.a., com prazo para 
pagamento de três anos, incluído um de carência, e  limite de R$ 40 mil.
 As contratações ao amparo dessas linhas se estendem até 30 de junho de 
2020.
Para as cooperativas situadas nessa região afetada pela 
estiagem, além do acesso aos financiamentos para estocagem e 
comercialização por meio do FGPP, o CMN aprovou a criação de linha 
emergencial para financiar capital de giro (Procap-Agro Emergencial 
Estiagem). A medida visa renegociar em até 100% do montante devido pelo 
associado decorrente da aquisição de insumos para utilização na safra 
2019/20, desde que a cooperativa repasse as mesmas condições de 
financiamento para o associado. 
O limite por cooperativa será de R$ 65 milhões, com taxas 
de juros de 8% a.a. Para as cooperativas de agricultores familiares, a 
taxa de juros será de 6% ao ano, e de 8% ao ano para as demais empresas O
 prazo para contratação ao amparo dessa linha também se encerra em 30 de
 junho de 2020.
"Tentamos atender às principais demandas dos produtores atingidos 
pela seca, em especial no Rio Grande do Sul. As medidas se somam às 
mudanças nos procedimentos de verificação de perdas do Proagro. Tudo isso para amenizar as dificuldades enfrentadas pelos produtores neste ano difícil", avalia Sampaio. 
 
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