quarta-feira, 22 de abril de 2020

Embrapa publica guia para identificação de inimigos naturais em cultivos de hortaliças

Para auxiliar produtores na implementação do manejo integrado de pragas (MIP) em suas propriedades rurais, com foco no controle biológico, pesquisadores da Embrapa reuniram em uma publicação, no formato de guia de campo, uma lista com fotos e informações descritivas dos principais inimigos naturais encontrados em lavouras de hortaliças como espécies de besouros, moscas e ácaros predadores, percevejos e vespas parasitoides.
A identificação correta dos inimigos naturais é o ponto de partida para um controle biológico eficaz, um dos pilares de sustentação do MIP. “A proposta do guia é auxiliar agricultores, profissionais da assistência técnica e da extensão rural, consultores e estudantes da área de Ciências Agrárias, no reconhecimento dos inimigos naturais comumente encontrados em cultivos de hortaliças”, explica o pesquisador Miguel Michereff Filho, da área de Entomologia da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF).
Intitulado “Guia para Identificação de Inimigos Naturais em Cultivos de Hortaliças”, além de imagens ilustrativas dos inimigos naturais, o documento traz informações básicas sobre ciclo de vida, características corporais e sinais de atuação sobre as pragas que atacam lavouras de hortaliças. Os inimigos naturais são agentes de controle biológico e contribuem para a mortalidade natural das pragas no campo, isto é, são aliados dos agricultores no combate às pragas agrícolas e têm ação positiva para o equilíbrio do agroecossistema.
Os cultivos de hortaliças são muito suscetíveis a infestações por inseto-praga ou ácaro-praga e estimativas apontam que as perdas na produção podem alcançar 80%, dependendo de fatores como condições climáticas, tratos culturais e cultivar utilizada. Por isso, saber identificar com precisão quais insetos são benéficos é fundamental para que eles não sejam confundidos com as pragas em si e acabem sendo eliminados por engano com o uso de pesticidas.
As diferenças entre predadores e parasitas
No guia, os inimigos naturais estão divididos em dois grupos: predadores e parasitoides. Os predadores são inimigos naturais que se alimentam de insetos e ácaros que são nocivos aos cultivos de hortaliças. Esse grupo inclui besouros, moscas, percevejos, tesourinhas, vespas, formigas, louva-a-deus, ácaros e aranhas.
“Muitos dos inimigos naturais categorizados como predadores são maiores do que suas presas, com exceção das formigas e ácaros predadores. Eles têm o hábito de caminhar sobre as plantas ou o solo para encontrar suas presas e costumam ser generalistas, ou seja, consomem aquilo que conseguem capturar”, explica Michereff, ao acrescentar que, além dos adultos, ninfas e larvas também conseguem matar e consumir as pragas.
Os inimigos naturais considerados parasitoides são vespas, microvespas e moscas que, ao parasitar outros insetos, causam a morte do seu hospedeiro.  Eles são menores que suas presas e atuam como especialistas, isto é, optam por um tipo de hospedeiro e em uma fase de desenvolvimento específica. “Muitos desses inimigos naturais vivem boa parte da sua vida dentro do hospedeiro ou aderidos externamente nele. Na maioria das vezes, eles passam despercebidos pelos produtores, que acabam desconsiderando a sua importância como agentes de controle biológico de pragas nos cultivos agrícolas”, analisa o pesquisador.
Controle: químico ou biológico?
Os diferentes tipos de controle de pragas não devem rivalizar porque o MIP pressupõe a associação de dois ou mais métodos de controle, visto que quando se adota diferentes práticas, compatíveis entre si, criam-se várias frentes de controle e, ao longo do tempo, a eficiência aumenta à medida que o problema fitossanitário reduz.
A adoção simultânea do controle biológico e do controle químico potencializa as chances de supressão da praga-alvo mais rapidamente e contribui para a sustentabilidade da produção. Por exemplo, a liberação dos inimigos naturais na lavoura, se realizada no momento exato e na quantidade correta, garante altos índices de controle e contribui para a redução do número de pulverizações de produtos químicos.
Embora o custo do controle biológico e do controle químico seja praticamente equivalente, há uma economia indireta e outras vantagens associadas à adoção do MIP como, por exemplo, a redução entre 30% e 40% da frequência de pulverizações em diferentes cultivos de hortaliças. “Há também uma exigência do mercado consumidor por alimentos mais saudáveis, o que pode fazer o produtor repensar em outras vias de controle”, pondera o pesquisador.
Incentivo à adoção do MIP
A publicação do “Guia para Identificação de Inimigos Naturais em Cultivos de Hortaliças” faz parte das ações previstas no projeto “Promoção do Manejo Integrado de Pragas na Produção de Hortaliças do Distrito Federal”, que visa resgatar a adoção das boas práticas agrícolas direcionadas ao manejo de pragas em quatro culturas agrícolas: morango, alface, tomate e pimentão.
Além da disponibilização de documentos orientadores, a equipe do projeto dedica-se à realização de cursos de capacitação para técnicos e produtores rurais. O objetivo dos treinamentos tem sido diagnosticar e nivelar os conhecimentos para que, a partir de parcerias e articulação institucional, seja possível efetuar a instalação de Unidades de Referência Tecnológica (URT) para implementação do MIP nessas quatro importantes culturas do Distrito Federal.
“Pretendemos contribuir com o processo de conscientização da cadeia produtiva para que incorporem o MIP e compreendam a relevância do controle biológico na sua rotina de trabalho”, planeja Michereff, ao contar que o objetivo maior será contribuir para a racionalização do uso de agrotóxicos e para a produção de alimentos de alta qualidade nutricional e totalmente seguros para a saúde humana.
O projeto é realizado em cooperação técnica com a Emater/DF e com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).

terça-feira, 21 de abril de 2020

 
Ovinos

Alimentação específica para cordeiros recém-nascidos melhora produtividade do rebanho

Boa produtividade do rebanho ovino depende do uso de tecnologias adequadas às necessidades dos animais
Por:

A boa produtividade do rebanho ovino depende do uso de tecnologias adequadas às necessidades dos animais nas diferentes fases da vida. No período de cria, quando os filhotes ainda são amamentados pela mãe, recomenda-se o uso do creep-feeding, um espaço restrito para alimentação exclusiva desses animais. As instalações são feitas de modo que somente os cordeiros possam ter acesso aos cochos, onde é servida suplementação (ração ou concentrado).
O pesquisador da Embrapa, Fernando Reis, explica que os cordeiros podem começar a consumir alimentos sólidos a partir do décimo dia de vida, em quantidades muito pequenas. “Eles adquirem o hábito de ingerir alimentos sólidos muito cedo, logo nos primeiros dias de vida, observando as mães pastejarem. Porém o consumo deve se iniciar após o décimo dia e a quantidade varia de acordo com cada animal”.  Reis alerta sobre a importância de o comedouro possuir espaço suficiente para o acesso simultâneo dos animais evitando competição e restrição ao suplemento. “Cerca de 10 a 15 centímetro lineares por cordeiro já é suficiente. Higiene geral e água de qualidade disponível são fundamentais”.
Além de melhorar o desempenho das crias, o creep-feeding também auxilia no rápido retorno das matrizes à condição reprodutiva, antecipando sua próxima parição. Isso ocorre porque os filhotes que recebem suplementação diminuem o ritmo das mamadas e as mães podem se recuperar mais cedo para a estação de monta.
A técnica pode ser utilizada ao longo de todo o ano, a partir da parição das ovelhas. Mesmo em estações frias ou chuvosas é possível adotar o creep-feeding, desde que sejam observadas a segurança e a adequação das instalações para os recém-nascidos.
Relação custo x benefício satisfatória
Para o pesquisador da Embrapa, as despesas com as instalações e com a alimentação dos cordeiros apresentam uma relação custo/benefício satisfatória. “Em média, o consumo de ração durante o período de creep-feeding é de 200 g/dia, considerando uma desmama dos cordeiros aos 60 dias de vida. O ganho de peso pode chegar a 300 g/dia e o peso à desmama superar 20 kg de peso vivo. As instalações podem ser adaptadas e construídas, tanto em ambientes internos quanto externos, com materiais muitas vezes existentes nas propriedades. A elaboração do suplemento também pode ser feita na propriedade, embora seja recomendado observar com critério a origem e condições dos ingredientes usados” explica. 
 
SAÚDE ANIMAL

Monitoramento de antimicrobianos é atualizado

Um total de 153 países participou da quarta rodada de coleta de dados


A OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) anunciou nesta segunda-feira (24.0) a publicação do quarto relatório anual sobre agentes antimicrobianos destinados ao uso em animais. Este relatório permite uma melhor compreensão global dos modelos de uso de agentes antimicrobianos e do progresso feito pelos países por um uso mais prudente e responsável.
Um total de 153 países participou da quarta rodada de coleta de dados, o que evidencia a vigilância em todas as regiões. O nível de participação de países capazes de fornecer dados quantitativos está aumentando. Dados mais precisos poderão ser usados como base de evidências para otimizar o uso responsável de agentes antimicrobianos, como o estabelecimento de parâmetros de referência para os indicadores do Plano de Ação Nacional.
“O desenvolvimento de um banco de dados global sólido, projetado para aumentar o entendimento geral do uso de antimicrobianos em animais, é um objetivo permanente da Estratégia da OIE sobre resistência a antimicrobianos. Além disso, nossa colaboração com os países-membros e o aprimoramento da capacidade nacional de monitorar e supervisionar o uso de antimicrobianos geraram um impacto positivo no banco de dados. O compromisso de acompanhar A OIE e seus países membros, por meio de seus planos de ação nacionais sobre RAM, são inestimáveis para a coleta de dados no setor de saúde animal”, observa a Dra. Monique Eloit, diretora-geral da OIE.
Dr. Geraldo Marcos de Moraes, diretor do Departamento de Saúde Animal e Delegado da OIE afirma que “desde 2015, respondemos aos questionários, trabalhando com entidades privadas que representam o setor de saúde animal no Brasil. Houve um avanço em termos de qualidade dos dados apresentados ao longo dos anos. Dada a sua importância, a estruturação do monitoramento dos dados de uso foi incluída em nosso Plano de Ação Nacional, para que as informações obtidas sejam utilizadas pelo governo brasileiro, para contribuir com a avaliação e gestão dos riscos relacionados à resistência antimicrobiana”.
 
MUNDO

Agricultura remota salva quarentena

Alguns países estão impondo medidas duras de restrição


Nestes tempos de reclusão, as novas tecnologias podem ser a chave para setores como a agricultura sobreviverem, indicou a Paintec, empresa fundada há alguns anos em Ejea de los Caballeros, na Espanha. Essa empresa, por exemplo, propõe uma plataforma abrangente de gerenciamento agrícola com base em dados de drones, sensores e satélites. 


Em resumo, a alternativa é "um  aplicativo  com o qual pode-se transportar a lavoura no bolso e observar todas as alterações que ocorrem nele", dizem os executivos da empresa.
Desde 15 de março, o número de visitas à tecnologia desta empresa aumentou 24%. A ferramenta nasceu com o objetivo de "melhorar a produtividade e a eficiência em um setor em que apenas 7,1% dos agricultores utilizam regularmente novas tecnologias", de acordo com uma pesquisa lançada pela própria empresa. 
O cenário que seus criadores imaginaram, é claro, não era o que vivíamos, mas a verdade é que a plataforma pode ser um recurso muito útil na situação atual. “Permite minimizar as viagens às parcelas para rastrear as plantações. Embora essas transferências sejam permitidas, quanto menos forem feitas, menor será o risco para os produtores”, diz José Manuel Ruiz, co-fundador da Paintec com seu parceiro Cristian Aldaz. 
Do ar, drones e satélites pilotados geram imagens espaciais que a ferramenta processa para oferecer ao agricultor todas as informações de que ele precisa, como para detectar ervas daninhas. Tudo isso minimizando o deslocamento. Segundo essa empresa, quem utiliza seus serviços obteve " economias de aproximadamente 15% nos custos de insumos, enquanto sua produtividade aumentou em 5%". 

Pecuária de precisão contribui para desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis e eficientes

Publicação da Embrapa aborda uso das tecnologias de agricultura e pecuária de precisão
O uso de tecnologias de pecuária de precisão pode auxiliar no desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis e de uma pecuária mais competitiva. Essas ferramentas, como identificação animal automatizada, dispositivos eletrônicos de pesagem, colares com sensores, bebedouros e cochos automáticos, termografia infravermelha e estações meteorológicas automáticas, ampliam a capacidade de observação do rebanho.
Seu uso possibilita identificar e medir consumo de alimentos e água, comportamento alimentar, frequência cardiorrespiratória, temperatura corporal, atividade e posição dos animais. Os dados trazem indicadores produtivos, comportamentais e fisiológicos em benefício da saúde, produtividade e bem-estar dos animais.
A publicação “Potencial de uso das tecnologias de agricultura e pecuária de precisão e automação” traz conceitos, ferramentas e usos, mostrando seu potencial para inserir a agropecuária em um novo patamar tecnológico, tornando-a mais eficiente. O documento está disponível gratuitamente no site da Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Carlos (SP).
De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, um dos autores, a utilização da pecuária de precisão pelo produtor permite aumentar a eficiência do uso de insumos, reduzir as perdas, elevar a qualidade dos produtos agropecuários, diminuir esforços e otimizar o trabalho, refletindo em melhores condições de vida no campo. Os reflexos também atingem o meio ambiente, com mitigação de gases de efeito estufa, principalmente pela utilização eficiente dos insumos agropecuários e redução do consumo de água e energia elétrica para irrigação.
Outro benefício da aplicação da tecnologia é manter ou, ainda, atrair à área rural os mais jovens, já que o uso desses equipamentos exige conhecimento e habilidades de informática, eletrônica, mecânica, robótica, comunicação, além do conhecimento tradicional de agronomia, veterinária e zootecnia. “Esses conhecimentos multidisciplinares são necessários para que os dados de monitoramento e controle, individual ou em grupo, dos vários sensores disponíveis, sejam efetivos e possam orientar as decisões de manejo mais adequadas”, conta Bernardi.
O pesquisador alerta que a pecuária de precisão não é a solução de todos os problemas. “O seu uso será mais eficiente, quanto mais eficiente for o sistema em que está sendo empregado. E um bom modelo agropecuário é aquele em que as boas práticas estão sendo utilizadas, e todos os conhecimentos agronômicos e zootécnicos aplicados da forma mais acertada”, destaca.
Muitos produtores acreditam que a tecnologia é só para grandes pecuaristas e é baseada em máquinas caras e sofisticadas. Alberto Bernardi explica que o mais importante é a gestão da propriedade, com   coleta e interpretação dos dados e informações. Se o produtor e o técnico fazem a gestão da fazenda e dos animais, observam, coletam e organizam dados e informações, eles já utilizam a pecuária de precisão. “Por exemplo, se o produtor faz o controle leiteiro individualizado e a partir desta informação regula o fornecimento de concentrado para os animais, ele está fazendo um manejo mais preciso. É lógico que se os animais tiverem identificação eletrônica, o controle leiteiro for automático, houver um sistema de banco de dados e um sistema para interpretar estes dados de forma automática, a operação será muito mais rápida, com menor possibilidade de erros e dará mais autonomia para o produtor ou técnico”, esclarece.
No Brasil, ainda existem desafios em relação ao acesso à rede de comunicação e à disponibilidade de tecnologias, desde a geração de energia para manter a rede ativa até o alto custo de sensores e equipamentos. Mesmo assim, a pecuária de precisão está chegando às propriedades e estará cada vez mais presente. Há também uma tendência de redução de custo da tecnologia com o passar do tempo. Para Bernardi, é fundamental que essas ferramentas sejam vistas como uma forma de ajudar o produtor a ser mais eficiente, e não apenas como mais um custo no sistema de produção.

Pesquisa
A Embrapa coordena uma rede de pesquisa em Agricultura e Pecuária de Precisão que vem atuando em várias frentes.
A Embrapa Pecuária Sudeste, segundo Bernardi, fez grandes avanços na identificação eletrônica de animais, no monitoramento do consumo de alimentos e água, no estudo do comportamento animal, acompanhamento automático do clima. Outra linha importante trabalha com sensores e mapeamentos para melhorar o manejo das pastagens.
Também houve progresso na implantação de uma rede wi-fi alimentada por energia solar para captar e transmitir os sinais dos sensores dos animais no campo. Ainda, estão previstos ordenha robotizada e novos sistemas de monitoramento de gado.
Todas essas tecnologias já são utilizadas por pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste para dar respostas aos produtores rurais em relação a sistemas de produção pecuários mais eficientes, sustentáveis e competitivos.
Informações
Também estão disponíveis para consulta nota técnica sobre Aplicação da agricultura e pecuária de precisão na Embrapa Pecuária Sudeste e vídeos relacionados ao tema no canal da Embrapa no youtube - Pecuária de precisão e Conectividade no Campo.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

BNB: Instituição prorroga em mais 30 dias pagamento de prestações do Crediamigo


Por Rogério Magno
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) prorrogou, automaticamente, as prestações das operações contratadas no âmbito do Crediamigo com vencimento entre 19 de abril a 18 de maio deste ano para 30 dias após o vencimento da última parcela. Essa é a segunda prorrogação por conta da pandemia.
São mais 30 dias disponibilizados aos clientes, considerando que a prorrogação aprovada em 26 de março passado venceria neste sábado, 18.Multa e mora por atraso serão dispensadas, mantendo-se a cobrança dos encargos contratuais, explica a nota proveniente da assessoria de comunicação da superintendência estadual do banco, em Natal.
Como alternativa à prorrogação automática, o Banco aprovou a possibilidade de revitalização do crédito, com 60 dias para pagamento da primeira parcela, por meio de nova operação que regularize a situação do cliente e injete novo capital nos negócios.
No caso de novas operações, sejam contratações ou renovações de crédito, o BNB aprovou a concessão de carência de até 30 dias da primeira parcela, durante o período de 19 de abril a 30 de junho de 2020, resultando em 60 dias para o início do pagamento.
Os ajustes inserem-se no conjunto de medidas que o BNB vem adotando em razão das consequências da epidemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) na economia da região.
Imagem: Divulgação

Senador Heinze cobra prorrogação das parcelas do PSI e Crédito Fundiário

As duas operações foram excluídas da Resolução Bacen 4.802, aprovada na semana passada pelo CMN


O senador Luis Carlos Heinze (PP/RS) voltou a cobrar dos ministérios da Agricultura e da Economia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES - a inclusão das parcelas do Programa de Sustentação de Investimentos - BNDES PSI – e do Fundo de Terras e da Reforma Agrária – FTRA - inclusive do Banco da Terra, vencidas e a vencer neste ano, entre as contempladas com o prazo adicional concedido às demais linhas do crédito rural para produtores que tiveram prejuízos pela falta de chuvas.

As duas operações foram excluídas da Resolução Bacen 4.802, aprovada na semana passada pelo Conselho Monetário Nacional - CMN. No documento dirigido aos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina, o parlamentar argumentou que durante a estiagem de 2012, a rolagem das parcelas do PSI foi autorizada pelo Banco Central. “Isso já aconteceu no passado e o governo deve adotar o mesmo critério. As perdas nas lavouras ocorreram de forma geral, não há como conceder prazo para um e punir o outro por que a modalidade de crédito é diferente”, afirma.  
Mutuários do Crédito Fundiário que comprovarem incapacidade de pagamento podem requerer a prorrogação da prestação de 2020 para um ano após a liquidação do contrato, com base na resolução Bacen 4.177/13. A norma, no entanto, além de excluir o Banco da Terra, só autoriza o refinanciamento até o limite de 3% do total que deveria ser liquidado em cada instituição financeira. “Sabemos, diante da gravidade da estiagem, que esse percentual é muito superior e que as exigências de comprovações são extremamente burocráticas e demoradas o que torna imprescindível incluir essa modalidade de crédito, essencialmente familiar, nas mesmas regras da Resolução 4.802”, garante.

Com reunião marcada apenas para o dia 30 deste mês, Heinze destacou a urgência na deliberação dessa pauta e cobrou um encontro extraordinário do CMN. “Diante do drama de perder o trabalho de um ano inteiro, a exclusão dessas duas linhas ocasiona ainda sérios problemas aos produtores rurais. Muitos, inclusive, totalmente descapitalizados, já estão com restrições nos CPF´s, o que impede o acesso a novos financiamentos, necessários para o plantio das culturas de inverno e compromete, até mesmo, a economia dos municípios, já tão afetadas pelo isolamento social devido a pandemia do coronavírus”, disse.

Vigilância agropecuária vira atividade essencial no setor rural brasileiro

   
fiscalização sanitáriaO governo federal publicou um decreto que define como serviços públicos e atividades essenciais a vigilância e certificações sanitárias e fitossanitárias, a prevenção, controle e erradicação de pragas dos vegetais e de doença dos animais e a vigilância agropecuária internacional.
Medida também proíbe restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais e de cargas que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessários à população
O Decreto nº 10.282, regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir os serviços públicos e as atividades essenciais. Segundo o decreto, as medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o exercício e o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais citados. São serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
O decreto também proíbe a restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais e de cargas de qualquer espécie que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessários à população. As limitações de serviços públicos e de atividades essenciais, inclusive as reguladas, concedidas ou autorizadas, somente poderão ser adotadas em ato específico e desde que em articulação prévia do órgão regulador ou do poder concedente ou autorizador.
Para o cumprimento do Decreto, os órgãos públicos e privados disponibilizarão equipes devidamente preparadas e dispostas à execução, ao monitoramento e à fiscalização dos serviços públicos e das atividades essenciais. Segundo o Decreto, devem ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da Covid -19 na execução dos serviços públicos e das atividades essenciais.
Também são consideradas essenciais, segundo o decreto, atividades como transporte e entrega de cargas em geral, produção, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados, assistência à saúde, assistência social e atendimento à população em estado de vulnerabilidade, atividades de segurança pública e privada, transporte intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros e o transporte de passageiros por táxi ou aplicativo, telecomunicações e internet, captação, tratamento e distribuição de água, captação e tratamento de esgoto e lixo, geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços funerários, entre outros.

Mapa e Banco Central alertam produtores sobre as mudanças de regras do Proagro

Resolução do CMN autorizou que a comunicação de perdas de beneficiários do Proagro poderá ser feita de forma remota
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O Conselho Monetário Nacional editou, em 02 de abril, a Resolução 4.796/2020 visando simplificar os procedimentos de comunicação e comprovação de perdas, bem como do cálculo das coberturas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), considerando que houve redução de técnicos a campo da rede de encarregados de comprovação de perdas em função da crise do Covid-19. Além disso, já existem mais de 30 mil comunicações de perdas (COPs) pela ocorrência de seca nas culturas de milho e de soja, concentradas principalmente no estado do Rio Grande do Sul.
Diante disso, o Banco Central do Brasil (BCB) e a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPA/MAPA) reforçam aos agricultores a atenção às seguintes normativas do Proagro:
- Uma vez efetivada a comunicação de perdas junto ao agente do Proagro, a disponibilidade ou não do técnico encarregado pelos serviços de comprovação de perdas será informada pelo agente do Proagro ao produtor.
- Caso seja informada a existência de disponibilidade de técnico, são mantidas as regras de normalidade do Proagro, sendo que a área deve ser vistoriada presencialmente e a liberação para a colheita é realizada pelo agente do Proagro.
- Em casos excepcionais de indisponibilidade de técnico, informado pelo agente financeiro devido àrestrição de mobilidade imposta por legislação municipal, estadual ou federal, valem as normas previstas na Resolução 4.796/2020.
- Comunicados intempestivos de perdas realizadas pelo produtor refletem em perda sumária de direito ao Proagro.
 Além disso, foi criado pela SPA/MAPA e BCBum texto com “Perguntas e Respostas” com as dúvidas mais frequentes:

Proagro - medidas transitórias durante a Pandemia Covid–19:

 

1 – O que motivou a adoção de medidas excepcionais no Proagro?
Em muitas regiões há uma seca severa que gerou grande número de comunicações de perdas dos produtores no Proagro. Em condições de normalidade, seria obrigatória a visita presencial do técnico encarregado de comprovação de perdas antes da colheita. Com a crise gerada pela pandemia do Covid-19, a restrição de mobilidade imposta por legislação municipal, estadual ou federal agravou o problema, reduzindo a visita presencial de técnicos.
2. Qual a importância de simplificar os procedimentos do Proagro neste momento da crise de Covid-19?
A medida possibilita que os produtores realizem a colheita nas regiões em que há restrições de mobilidade para os técnicos realizarem vistoria presencial, evitando agravamento das perdas de produção. Além disso, a medida simplifica os procedimentos de comunicação e comprovação de perdas, bem como da análise da cobertura do Proagro, por meio da utilização de instrumentos como sensoriamento remoto, informações de instituições que utilizam satélites e outros instrumentos de supervisão e fiscalização para comprovar as perdas.
3. Como faço para consultar a Resolução N° 4.796/2020, que estabelece medidas emergenciais para comunicações de perdas do Proagro?
A resolução está disponível no site no Banco Central.
4. As medidas excepcionais editadas na Resolução Nº 4.796, serão aplicadas até que data?
Em princípio, as medidas terão validade até 30/06/2020.
5. Que tipos de procedimentos obrigatórios terão condições excepcionais e simplificadas para sua realização durante a pandemia?
A comunicação de perdas (COP), a realização da comprovação de perdas pelo técnico encarregado e também a análise e o julgamento do pedido de cobertura do Proagro nos casos em que houve comprovada restrição de mobilidade sem a possibilidade de vistoria presencial do técnico.
6. Quais são as condições obrigatórias que o produtor deve seguir para as operações enquadradas como excepcionais?
O produtor terá que entregar a comunicação de perdas e o Termo de Responsabilidade ao agente financeiro para ter direito a análise de cálculo de cobertura do Proagro. Quem já entregou a comunicação até 1º de abril, e recebeu a confirmação do agente do Proagro a respeito da impossibilidade de envio de técnico encarregado à propriedade rural, já pode realizar a colheita, e tem até 22 de abril para entregar o Termo de Responsabilidade. Demais produtores que fizeram a COP do dia 2 de abril em diante, tem que entregar, junto com a comunicação de perdas,o Termo de Responsabilidade.
7. Como será feita a comunicação de perdas pelo agricultor após 2 de abril?
Através de e-mail, aplicativo ou outro meio disponibilizado pelo banco e/ou cooperativa, sendo que ele deve preencher também um Termo de Responsabilidade e entregar junto com a comunicação. Após esses procedimentos, se receber do agente do Proagro a informação de que estáem região que não terá visita presencial do técnico, já pode realizar a colheita.
8. Na região onde não há restrição de mobilidade também poderão ser feitas COPs em estado de excepcionalidade?
Não. Para regiões onde o perito possa se deslocar devem ser observados todos os procedimentos regulares do Proagro.
9. Como se dará a apresentação do Relatório de Comprovação de Perdas (RCP) por parte dos técnicos encarregados?
Nos casos em que for possível aferir as informações relativas ao RCP por sensoriamento remoto e outras informações disponíveis, o RCP deve ser apresentado normalmente. Nos casos em que não for possível aferir nenhuma informação de maneira indireta, o Banco/Cooperativa pode utilizar modelo simplificado para a apresentação do RCP. Esse tipo de ação depende da entrega pelo beneficiário de Termo de Responsabilidade juntamente com a comunicação de perdas.
10. Qual é a recomendação em relação ao preenchimento do Termo de Responsabilidade?
As informações prestadas pelo produtor devem ser fidedignas em relação ao ocorrido na lavoura amparada pelo Proagro. Se for verificada omissão, inexatidão ou inveracidade nas informações prestadas pelo beneficiário, outra súmula de julgamento deverá ser elaborada com base nas novas informações obtidas e o beneficiário será responsável pela devolução de valores de cobertura que tiverem sido recebidos indevidamente, bem como estará sujeito à apuração de responsabilidades cível, administrativa e penal.
 11. Quais receitas serão consideradas, visto que não haverá visita do técnico nos casos de excepcionalidades?
Será considerada a produtividade média por município para o cultivo em questão divulgada pelas Ematers ou entidades afins. Na ausência, serão usados dados do IBGE ou INMET. E será considerado o preço de mercado para o cálculo da receita considerada. Todas essas informações serão fiscalizadas pelo Banco Central e pelo Ministério da Agricultura.
12. As notas fiscais serão necessárias nos casos de excepcionalidades?
A apresentação da nota fiscal ao agente do Proagro fica dispensada, porém o produtor deve sempre ter em mãos para eventuais conferências que podem ocorrer durante a análise da cobertura ou na fiscalização.
13. Com quem posso verificar o acesso a COP simplificada e ao Termo de Responsabilidade?
Com o agente do Proagro responsável pelo seu enquadramento no programa.

Garantia-Safra antecipa o benefício para agricultores familiares e vai pagar R$ 73,3 milhões em abril

Medida beneficia mais de 120 mil agricultores de 149 municípios que tiveram seca severa na safra 2018/2019
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Produtores de 149 municípios nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe terão o pagamento integral do benefício da Safra 2018/2019 disponibilizado no mês de abril de 2020. A antecipação do pagamento do Garantia-Safra beneficiará 120.267 unidades familiares e foi motivada pelo estado de calamidade pública e pelas medidas de enfrentamento da propagação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O montante em recurso autorizado para o pagamento do benefício em abril, somando a antecipação e os pagamentos de parcelas normais chegará a R$ 73,3 milhões somente no mês de abril.
O Garantia-Safra tem como objetivo garantir a segurança alimentar de agricultores familiares que residam em regiões sistematicamente sujeitas à perda de safra, por razão de estiagem ou enchente. Têm direito a receber o benefício os agricultores aderidos ao programa com renda mensal de até 1 salário mínimo e meio, quando tiverem perdas de produção severas por seca igual ou superior a 50% em seus municípios. O Garantia-Safra prevê o repasse de R$ 850, divididos em cinco parcelas de R$ 170,00. O benefício Garantia-Safra é disponibilizado obedecendo o calendário de pagamento dos benefícios sociais.
portaria nº 15, que autoriza os pagamentos, foi publicada nesta quarta-feira (15) pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Pagamentos
Neste mês de abril, a antecipação do Garantia-Safra prevê que receberão o pagamento integral do benefício os agricultores aderidos ao Programa Garantia-Safra na safra 2018/2019 que tiveram a autorização de pagamentos nos meses de janeiro a abril de 2020.
A antecipação significa que os agricultores que tiveram o benefício concedido em abril receberão integralmente os R$ 850. Quem teve o benefício concedido em março, receberá, em abril, as 4 parcelas restantes (R$680,00) e assim por diante. A soma dessa antecipação e as parcelas normais chegará a R$ 69.491 milhões.
Quem recebeu a primeira parcela em dezembro de 2019, agora em abril estará recebendo a última parcela de R$170,00, não havendo, portanto, valor a ser antecipado. Neste caso são 28 municípios com total pago de R$ 3,855 milhões. Dessa forma, a soma do total de benefícios disponibilizados apenas em abril chega aos R$ 73,3 milhões.
Garantia-Safra – Benefício antecipado em abril (parcelas e valor a receber por agricultor)
Mês da concessão do benefício
Parcelas restantes
Valor total a receber em Abril (R$)
Abril
5
850,00
Março
4
680,00
Fevereiro
3
510,00
Janeiro
2
340,00
Dezembro 2019
1
170,00

Antecipação do Garantia-Safra - Confira a lista dos 149 municípios por UF e número de agricultores aderidos beneficiados
Garantia-Safra – Pagamento de última parcela para agricultores aderidos que começaram a receber o
 benefício em dezembro de 2019

Nota do Blog: desta relação anunciada pelo governo federal, no RN apenas três municípios foram beneficiados. Perguntar não ofende: Qual foi o critério usado?
Os municípios beneficiados foram: Serra do Mel, Japi e São Miguel. ??? 

Mapa e Embrapa enviam à ONU documento sobre sustentabilidade do agro

Ana Lúcia Ferreira - Medidas adotadas pelo Brasil para fortalecer a sustentabilidade do agro foram o tema de mais um documento, elaborado em parceria pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Núcleo de Políticas Globais (POLG) da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), submetido à Organização das Nações Unidas (ONU) e por ela aprovado.
A iniciativa atende à necessidade de diálogos sobre terra e oceanos e de reforço das ações para mitigação e adaptação às mudanças do clima. Segundo o pesquisador Gustavo Mozzer, este foi um dos temas acordados durante a Conferência da ONU sobre o Clima (COP25), presidida pelo governo do Chile, mas realizada em Madri, Espanha, em dezembro de 2019.
Entre as principais decisões da COP25, os países deveriam encaminhar até 31 de março contribuições para os diálogos previstos para acontecer em outubro deste ano, durante a próxima reunião dos órgãos subsidiários da Convenção SB52.
Para Mozzer, a participação da Embrapa na elaboração das contribuições brasileiras enviadas e aprovadas pela ONU reafirma o reconhecimento à expertise da Empresa em mudanças do clima. “Este é um tema que tem mobilizado pesquisadores de praticamente todas as Unidades e, sob a coordenação do Portfólio de Mudanças do Clima, tem consolidado a Embrapa como uma instituição de referência”, diz ele. “Toda a bagagem científica gerada por décadas de pesquisa na área de agricultura tropical é subsídio para o trabalho na área de mudança do clima, para avaliação de riscos e proposição de soluções tecnológicas adequadas ao cenário atual e prospecção de cenários futuros”.
Para o pesquisador, a Embrapa tem contribuído ativamente para o avanço da agricultura brasileira, por meio de estudos científicos capazes de propor estratégias de enfrentamento aos desafios impostos pela mudança do clima, com potencial de adoção em outros países. A submissão de documentos no âmbito da  Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), na sua opinião, é uma ferramenta eficiente para divulgar o potencial e a sustentabilidade do modelo e da tecnologia agrícola tropical desenvolvida no Brasil.
A contribuição brasileira sobre o tema foi resultado da articulação entre a Embrapa e o Mapa, por meio do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros) da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação (SDI), da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), da Assessoria de Assuntos Socioambientais do gabinete da ministra e da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura (CDSA).

domingo, 19 de abril de 2020

Niver de Vavá

Este blog faz questão de parabenizar o Agro pecuarista Rivaldo Silva, o popular Vavá. Além de produtor rural, Vavá é profeta do tempo. Com a experiência que herdou de seu pai, muitos produtores procuram Vavá, no início do período chuvoso, para saber se o ano é bom de inverno. Vavá também tem umas experiências antigas que herdou dos mais antigos. Vereador por vários mandatos, produtor rural, Vavá é uma figura muito estimada na sua cidade natal Fernando Pedroza. Diz ele, que que de FP não sai, nem no último pau de arara. Parabéns amigo. E que Deus sempre te proteja.