Ideas for Milk
                
Embrapa estimula tecnologias para aprimorar cadeia do leite
Sete soluções serão apresentadas na final do Desafio de Startups
Tecnologias de 
ponta que envolvem blockchain, Internet das Coisas, inteligência 
artificial, automação, plataformas integradas e computação em nuvem - 
todas aplicadas à produção de leite -  vão ajudar o setor a melhorar sua
 produtividade e impulsionar o Brasil a se tornar competitivo na 
exportação de leite e derivados. É o que pretende a Embrapa ao estimular
 que empreendedores apresentem suas soluções na terceira edição do 
desafio de startups Ideas for Milk. A final ocorrerá no dia 30 de 
novembro, em São Paulo.
“Essa edição do Ideas for Milk consolida o
 trabalho que está sendo feito nos últimos três anos. Ela vai 
possibilitar unir, no mesmo espaço, um conjunto grande de empresas de 
laticínios, indústrias de equipamentos, empresas de TI, investidores e 
jovens ávidos por mostrar a sua competência”, diz o chefe-geral da 
Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins. Algumas das soluções precisam 
apenas de aporte de recursos para fazer com que o setor tenha custos 
menores e produtos de melhor qualidade, lembra o economista.
Com o desafio de startups, a Embrapa se 
mostra revolucionária, na opinião de Samir Iasbeck, CEO e fundador da 
startup educacional Qranio, que está entre as realizadoras evento. “A 
Embrapa foi além do trabalho que já fazia e passou a apostar em um 
movimento de inovação aberta, que é hoje o que grandes eventos de 
startups e aceleradoras fazem”, diz o empreendedor.
Grandes empresas de telefonia passaram a 
trabalhar muito próximas de startups porque viram que o Whatsapp e o 
Skype, por exemplo, surgiram fora de seus departamentos de inovação, 
compara Iasbeck. “A Embrapa busca integrar o criador, o estudante, a 
universidade, o técnico e o professor na criação de uma ideia. E mostra 
isso para o mercado para que ela possa evoluir, muitas vezes com um 
investimento de um criador ou investidor-anjo, para transformá-la em 
algo palpável”, completa.
CONHEÇA AS FINALISTAS DE 2018
Nesta edição, seis finalistas foram 
escolhidas entre 65 propostas e a seleção foi realizada por 164 
executivos de empresas líderes de diversos setores, desde laticínios a 
tecnologia da informação, e também produtores, pesquisadores da Embrapa e
 professores das principais universidades do Brasil. Os temas de 2018 
envolvem controle da mastite, conforto animal, monitoramento do rebanho,
 higienização automática de equipamentos, plataforma de monitoramento da
 cadeia de valor e detecção de fraude no leite. Ainda há vaga para uma 
startup, que será preenchida pela vencedora de uma final regional, no 
Rio Grande do Norte, marcada para 24 de novembro.
Entre as seis startups já definidas, a 
Agroconforto oferece monitoramento de animais com foco no bem-estar de 
vacas em ambientes confinados. Por meio de um sistema formado por 
sensores que se conectam via wi-fi a um painel de armazenagem, os dados 
são enviados para a nuvem ou para o smartphone do produtor. Assim, é 
possível medir temperatura ambiente, luminosidade e umidade do local, 
por exemplo.
Já a OnFarm trabalha  na identificac¸a~o 
das principais causas de mastite na própria fazenda em 24 horas. Reúne 
três tecnologias, dentre as quais está um sistema de gesta~o que 
controla todas as etapas - da coleta da amostra ao resultado da análise.
 Com isso, permite monitoramento remoto, pelo produtor rural ou pelo 
veterinário, e pela central de suporte.
A Cowmed desenvolve dispositivos de 
monitoramento e intelige^ncia artificial para pecua´ria de precisa~o. A 
soluc¸a~o contempla um dispositivo, que pode ser uma coleira eletrônica,
 capaz de monitorar comportamentos como ruminac¸a~o e atividade. Uma 
antena coleta os dados e envia as informac¸o~es dos animais para um 
software, que possui intelige^ncia artificial e analisa o rebanho.
A proposta da Z2S Sistemas Automáticos é 
fornecer equipamentos para automatizar os processos de limpeza e 
higienizac¸a~o de equipamentos ligados à ordenha. Segundo os 
idealizadores, a padronização da limpeza resulta na reduc¸a~o da ma~o de
 obra e na queda de mais de 80% da contagem bacteriana total (CBT).
A Milkchain usa o blockchain para 
monitorar a cadeia do leite. A startup prevê o uso de dispositivos 
inteligentes que substituem a tampa de verificac¸a~o nos tanques de 
leite nas fazendas.  Assim, é possível monitorar em tempo real a 
temperatura, volume, abertura e fechamento da tampa dos tanques e 
umidade. Essas informac¸o~es ficam salvas em nuvens de forma segura e 
imuta´veL  - o blockchain -  e certifica que o leite passou pela cadeia 
sem sofrer variac¸o~es que poderiam afetar sua qualidade. Além disso, 
informa ao laticínio ou cooperativa quais propriedades estão com o 
tanque cheio, o que permite dimensionar a rota do caminhão para coleta 
do leite.
Na Macrofen, o objetivo é o 
desenvolvimento de dispositivos para identificar rapidamente 
adulterantes comuns, como álcool, amido, formaldeído ou antibióticos, em
 amostras de leite, por meio da Internet das Coisas. A proposta inclui 
um aplicativo para a triagem rápida da qualidade do leite, com a 
identificação de fraudes e adulterações no ponto de coleta.
INOVAÇÃO QUE VEM DO NORDESTE
Na edição de 2018, a Embrapa decidiu 
estimular a participação de empreendedores e universidades da região 
Nordeste, que até então era reduzida. O trabalho surtiu efeito e o 
número de propostas aumentou em dez vezes em relação aos dois primeiros 
eventos. Uma etapa regional realizada em Natal, no Rio Grande do Norte, 
no dia 24 de novembro, vai decidir o sétimo finalista nacional.
Em 2016 e em 2017, o Ideas for Milk 
recebeu 220 propostas de todo o Brasil e apenas três - ou 1,4% do total -
 foram dos Estados do Nordeste.
“Este ano, estamos fazendo um Ideas for 
Milk só para a região e conseguimos doze inscrições, num total de 65 em 
todo o Brasil, ou seja, 18% do total”, diz Martins. A Embrapa também 
procurou envolver instituições de ensino locais que não participaram 
anteriormente, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade 
Potiguar (UnP). “O Ideas for Milk também cumpre a missão que é de 
interiorizar as discussões para o leite relativas à inovação 4.0”, 
destaca.
COMO PARTICIPAR
A final no dia 30 de novembro será no 
CUBO, a maior estrutura de startups da América Latina e é aberta ao 
público. Os interessados em participar podem adquirir o ingresso até a 
véspera pelo Sympla: http://bit.ly/ideas-2018
EMBRAPA
 
                
                
                 
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