Monocultura dá lugar a produção diversificada em assentamento da Paraíba
Cultivo de abacaxi é uma das fontes de renda de Carlos Santos no assentamento Santana II (PB).
Na região da Zona da Mata paraibana, conhecida pelos canaviais que abasteciam antigos engenhos de cana-de-açúcar, a monocultura deu lugar a uma produção diversificada, que garante sustento e qualidade de vida a famílias do assentamento Santana II, no município de Cruz do Espírito Santo, a cerca de 25 quilômetros de João Pessoa.
Com a criação do assentamento pela Superintendência Regional do Incra na Paraíba, em 1996, o solo rico e fértil da várzea do Rio Paraíba, hoje produz abacaxi, feijão, milho, batata-doce, macaxeira, cenoura, hortaliças e frutas variadas.
Uma das 55 famílias assentadas em Santana II – a maioria ex-posseiros da antiga Usina Santana –, é a de Carlos Pedro dos Santos, 51 anos, e Nadilza Maria dos Santos, 54 anos, que transmitem aos três filhos o amor pela terra onde nasceram. “Sempre digo a meu filho que o dinheiro que nós temos vem da agricultura. Antes, quando aqui era uma usina, a gente não conseguia conquistar nada”, afirmou Santos.
Após ser assentada, a família, que hoje tem renda mensal de aproximadamente R$ 1,5 mil, comprou motocicleta, carro e todos os utensílios da casa com a produção agrícola. “Não posso reclamar da reforma agrária.”
Parcela plantada
Quase toda a área da parcela da família de Santos – cerca de 80% dos seis hectares – está plantada com abacaxi, macaxeira, milho, feijão, fava e com espécies frutíferas como coco, laranja e tangerina. Tudo irrigado por sistema de aspersão implantado com recursos próprios. Para diminuir a exaustão do solo, os agricultores usam a rotação de culturas.
A produção é vendida em feiras da região, a atravessadores, ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em épocas de maior produção, a família já chegou a fornecer cerca de 25 toneladas de macaxeira à companhia por do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
“Aqui todo mundo era obrigado a plantar cana-de-açúcar para a usina. Agora, a gente tem liberdade para trabalhar com a cultura que a gente quer”, contou Santos, acrescentando que atualmente a família também cria gado, ovelhas e galinhas.
A mudança de vida foi total, segundo o assentado, e se reflete na alimentação e na saúde da família. “A gente agora se alimenta muito melhor e só pensa coisas boas sobre o futuro porque nós seremos donos do lugar onde vivemos e trabalhamos”, concluiu Santos.
Permanência no campo
Primo de Dona Nadilza, Antônio Carlos Soares, 48 anos, também nasceu na área do assentamento Santana II, onde vive com a esposa, Ana Maria Melo, dois filhos e um genro.
“Aqui a gente tem de tudo para comer. Na rua tudo é comprado. Não deixaria de morar aqui para morar na cidade de jeito nenhum”, afirmou Soares.
O desejo de permanecer no campo e de viver da agricultura é compartilhado com seu genro, Samuel Braz, 20 anos, casado há oito meses com Larissa, 19 anos, filha de Antônio e Ana Maria. O jovem vivia com a família no vizinho assentamento Campo Verde.
“Aqui é um paraíso para quem quer trabalhar. Aqui a gente tem tranquilidade e não se preocupa com nada”, disse Braz.
A família tem renda mensal de até R$ 2 mil com a venda de abacaxi, batata-doce, macaxeira, feijão e milho nas feiras de João Pessoa e de Santa Rita, a atravessadores e ao PNAE. Toda a produção é irrigada com água de uma vazante que percorre a parcela por gravidade.
“Às vezes ficamos adubando e aguando as plantas até ás 20h”, comentou Braz, explicando que um motor a diesel leva a água às áreas mais elevadas da parcela, assim como acontece na parcela da família Santos.
“Planto de tudo”
A família de Maria Soares, 68 anos, tia de Dona Nadilza, também é assentada em Santana II. Junto com o marido, Arnaldo Domingos Soares, 72 anos, cujo avô também já vivia nas terras da usina, planta macaxeira, feijão, fava, milho, batata-doce, abacaxi e coco. A produção, que também já foi comercializada via PNAE, atualmente é vendida na feira de Santa Rita e a atravessadores.
“Quando acordo, tomo o meu café e minha vontade é logo pegar a enxada. Planto de tudo porque a terra é boa e gosto de trabalhar”, afirmou Arnaldo Soares, que acorda às 5h. “Só vou na cidade para tirar dinheiro. Mas fico logo querendo voltar para a minha terra”, disse.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/PB
Na região da Zona da Mata paraibana, conhecida pelos canaviais que abasteciam antigos engenhos de cana-de-açúcar, a monocultura deu lugar a uma produção diversificada, que garante sustento e qualidade de vida a famílias do assentamento Santana II, no município de Cruz do Espírito Santo, a cerca de 25 quilômetros de João Pessoa.
Com a criação do assentamento pela Superintendência Regional do Incra na Paraíba, em 1996, o solo rico e fértil da várzea do Rio Paraíba, hoje produz abacaxi, feijão, milho, batata-doce, macaxeira, cenoura, hortaliças e frutas variadas.
Uma das 55 famílias assentadas em Santana II – a maioria ex-posseiros da antiga Usina Santana –, é a de Carlos Pedro dos Santos, 51 anos, e Nadilza Maria dos Santos, 54 anos, que transmitem aos três filhos o amor pela terra onde nasceram. “Sempre digo a meu filho que o dinheiro que nós temos vem da agricultura. Antes, quando aqui era uma usina, a gente não conseguia conquistar nada”, afirmou Santos.
Após ser assentada, a família, que hoje tem renda mensal de aproximadamente R$ 1,5 mil, comprou motocicleta, carro e todos os utensílios da casa com a produção agrícola. “Não posso reclamar da reforma agrária.”
Parcela plantada
Quase toda a área da parcela da família de Santos – cerca de 80% dos seis hectares – está plantada com abacaxi, macaxeira, milho, feijão, fava e com espécies frutíferas como coco, laranja e tangerina. Tudo irrigado por sistema de aspersão implantado com recursos próprios. Para diminuir a exaustão do solo, os agricultores usam a rotação de culturas.
A produção é vendida em feiras da região, a atravessadores, ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em épocas de maior produção, a família já chegou a fornecer cerca de 25 toneladas de macaxeira à companhia por do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
“Aqui todo mundo era obrigado a plantar cana-de-açúcar para a usina. Agora, a gente tem liberdade para trabalhar com a cultura que a gente quer”, contou Santos, acrescentando que atualmente a família também cria gado, ovelhas e galinhas.
A mudança de vida foi total, segundo o assentado, e se reflete na alimentação e na saúde da família. “A gente agora se alimenta muito melhor e só pensa coisas boas sobre o futuro porque nós seremos donos do lugar onde vivemos e trabalhamos”, concluiu Santos.
Permanência no campo
Primo de Dona Nadilza, Antônio Carlos Soares, 48 anos, também nasceu na área do assentamento Santana II, onde vive com a esposa, Ana Maria Melo, dois filhos e um genro.
“Aqui a gente tem de tudo para comer. Na rua tudo é comprado. Não deixaria de morar aqui para morar na cidade de jeito nenhum”, afirmou Soares.
O desejo de permanecer no campo e de viver da agricultura é compartilhado com seu genro, Samuel Braz, 20 anos, casado há oito meses com Larissa, 19 anos, filha de Antônio e Ana Maria. O jovem vivia com a família no vizinho assentamento Campo Verde.
“Aqui é um paraíso para quem quer trabalhar. Aqui a gente tem tranquilidade e não se preocupa com nada”, disse Braz.
A família tem renda mensal de até R$ 2 mil com a venda de abacaxi, batata-doce, macaxeira, feijão e milho nas feiras de João Pessoa e de Santa Rita, a atravessadores e ao PNAE. Toda a produção é irrigada com água de uma vazante que percorre a parcela por gravidade.
“Às vezes ficamos adubando e aguando as plantas até ás 20h”, comentou Braz, explicando que um motor a diesel leva a água às áreas mais elevadas da parcela, assim como acontece na parcela da família Santos.
“Planto de tudo”
A família de Maria Soares, 68 anos, tia de Dona Nadilza, também é assentada em Santana II. Junto com o marido, Arnaldo Domingos Soares, 72 anos, cujo avô também já vivia nas terras da usina, planta macaxeira, feijão, fava, milho, batata-doce, abacaxi e coco. A produção, que também já foi comercializada via PNAE, atualmente é vendida na feira de Santa Rita e a atravessadores.
“Quando acordo, tomo o meu café e minha vontade é logo pegar a enxada. Planto de tudo porque a terra é boa e gosto de trabalhar”, afirmou Arnaldo Soares, que acorda às 5h. “Só vou na cidade para tirar dinheiro. Mas fico logo querendo voltar para a minha terra”, disse.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/PB
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