Ações para redução do desperdício de alimento movimentam Dia Mundial da Alimentação
Nesta
segunda-feira, 16, Dia Mundial da Alimentação, a Embrapa Hortaliças e a
Confederação Nacional da Agricultura (CNA) realizaram um evento com o
lançamento do livro Sustentabilidade e Horticultura no Brasil: da
retórica à prática (acesse aqui).
Com vinte autores entre pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras, o livro aborda o trabalho da pesquisa agropecuária na busca pela sustentabilidade na horticultura em quinze artigos sobre diversas áreas relacionadas com a produção agrícola – fitopatologia, irrigação, engenharia agrícola, entomologia, melhoramento vegetal, ciências dos solos, ciências dos alimentos, microbiologia, fitotecnia, economia agrícola e sociologia rural –, todos ancorados na questão da sustentabilidade da horticultura.
Para o pesquisador Carlos Lopes, que divide a edição técnica do livro com a pesquisadora Maria Thereza Pedroso, existe “muito palpite sobre a questão da sustentabilidade e pouca informação técnica sobre o assunto, e dessa constatação surgiu a ideia do livro”.
Na ocasião, a pesquisadora Milza Moreira Lana apresenta a campanha desenvolvida no âmbito do projeto Hortaliça não é só salada, para estimular o consumo de hortaliças e orientar os consumidores sobre as pequenas atitudes cotidianas que reduzem o desperdício de hortaliças. “Mais do que detalhar o contexto ambiental e socioeconômico por trás do desperdício, o propósito é mostrar como o incentivo ao consumo está atrelado ao melhor aproveitamento da hortaliça nas receitas do dia a dia”, explica a pesquisadora. Dez textos serão veiculados entre 16 de outubro e 30 de novembro (acesse aqui).
Embrapa amiga da ODS 12.3
Em outubro, a Embrapa foi convidada a se tornar instituição amiga do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 12.3 (ODS), pelo seu envolvimento com o tema. O ODS 12 visa assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. Mais especificamente, o ODS 12.3 prevê a redução do desperdício de alimentos no varejo, entre consumidores e ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheitas.
Dessa forma, a instituição participará da rede Friends of Champions 12.3. Trata-se de uma coalisão que reúne cerca de 40 líderes do governo, do mercado e da sociedade civil, criada para inspirar ambição, mobilizar ações e desenvolver ações que possibilitem o alcance da meta estabelecida, conectando meio ambiente, oportunidades econômicas e o bem-estar das pessoas.
Hoje, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço de todo o alimento produzido do mundo é perdido, sendo que uma em nove pessoas no mundo estão em estado de subnutrição. As perdas equivalem a US$ 940 bilhões por ano e respondem por 8% das emissões anuais de gases de efeito estufa. A meta é reduzir perdas e desperdícios de alimentos pela metade até 2030.
São 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 com base nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM). Com as ações, pretende-se acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar pra todos, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas.
União Europeia e Brasil no combate ao desperdício de alimentos
Para fechar o mês, no dia 31, a Embrapa, em parceria com a Delegação da União Europeia e a WWF-Brasil, realizará o Seminário Sem Desperdício , no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR). O evento faz parte dos Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil e reunirá especialistas da Dinamarca, Espanha, França, Holanda e Suécia, além de pesquisadores brasileiros e representantes do varejo e indústria nacionais.
Durante a programação, a FAO Brasil apresentará o panorama sobre perdas e desperdício na América Latina e serão discutidas estratégias nacionais de combate ao desperdício de alimento, como os bancos de alimentos e a iniciativa Save Food Brasil. A partir das experiências europeias, serão apresentadas alternativas implementadas no continente com bons resultados.
As iniciativas na indústria e no varejo serão abordadas como oportunidades de ação, para reduzir as perdas nessas etapas finais da cadeia agroalimentar, tais como o caso do varejo do Rio de Janeiro e da indústria de embalagens do Brasil.
Eneida Zanquetta de Freitas, diretora nacional da iniciativa de apoio aos diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, explica a importância da troca de experiências entre os países participantes: “As ações da União Europeia já implementadas para combater o desperdício de alimentos, tanto em nível nacional como em nível regional e local, são consideradas boas práticas e podem ser compartilhadas com o Brasil, visando modificar e aprimorar o comportamento e o consumo responsável ao longo de toda a cadeia de valor com benefício final para a sociedade. É nesse contexto que a Iniciativa de Apoio aos Diálogos Setoriais vem facilitar o intercâmbio de conhecimentos e experiências, a fim de obter os resultados esperados”.
Representando a União Europeia, o conselheiro no Brasil, Rui Ludovino, afirma que as nações europeias estão empenhadas em cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Reduzir o desperdício de alimentos tem um enorme potencial para reduzir os recursos que usamos para produzir os alimentos que comemos. Ser mais eficiente economizará dinheiro e diminuirá o impacto ambiental da produção e do consumo de alimentos”, enfatiza.
Para o coordenador do projeto, Gustavo Porpino, também coordenador de Comunicação Mercadológica da Secretaria de Comunicação da Embrapa, a troca de experiências entre Brasil e União Europeia pode influenciar positivamente as políticas públicas relacionadas ao tema e ajudar a estabelecer estratégias ganha-ganha, que sejam benéficas tanto do ponto de vista do varejista quanto para o consumidor. “Podemos, por meio deste diálogo, ajudar a elevar a importância do tema na agenda de prioridades políticas no nosso País. Existem 30 projetos de lei relacionados à redução do desperdício em tramitação no Congresso e os mais bem elaborados precisam avançar para termos a segurança jurídica necessária para fomentar a doação de alimentos e outras ações contra o desperdício”, comenta.
O Seminário terá transmissão online pelo Facebook, nos perfis da Embrapa e da iniciativa Sem Desperdício.
Estratégia para o Brasil
A partir das discussões do Comitê Técnico sobre Perdas e Desperdícios da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), foi construída uma proposta de estratégia para a redução das perdas e desperdício de alimentos no Brasil, baseada em quatro eixos, para promover um sistema alimentar sustentável e saudável: pesquisa, conhecimento e inovação; educação e comunicação; promoção de políticas públicas; marco regulatório.
A proposta é resultado da participação de representantes do governo, de diversos ministérios envolvidos com o tema, em conjunto com setores da sociedade e também do poder legislativo. “Esperamos que a estratégia subsidie o legislativo a pensar novas propostas e a revisar as existentes, de forma a termos um arcabouço legal que permita efetivamente diminuir as barreiras e incentivar as ações que previnam e reduzam o desperdício de alimentos no Brasil”, explica Kathleen Machado, coordenadora da Secretaria Alimentar e Nutricional do MDSA.
Kathleen informa que a proposta deve ser avaliada em novembro. Caso aprovada, será possível avançar na definição de uma metodologia brasileira para quantificar o total do desperdício de alimentos no País, pois atualmente são utilizados dados estimativos produzidos pela FAO. A coordenadora ressalta ainda que o grande desafio nesse tema é transformar a atual cultura do desperdício, que envolve comportamentos desde o agricultor até o consumidor, para uma cultura de produção e consumo sustentável e consciente.
Com vinte autores entre pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras, o livro aborda o trabalho da pesquisa agropecuária na busca pela sustentabilidade na horticultura em quinze artigos sobre diversas áreas relacionadas com a produção agrícola – fitopatologia, irrigação, engenharia agrícola, entomologia, melhoramento vegetal, ciências dos solos, ciências dos alimentos, microbiologia, fitotecnia, economia agrícola e sociologia rural –, todos ancorados na questão da sustentabilidade da horticultura.
Para o pesquisador Carlos Lopes, que divide a edição técnica do livro com a pesquisadora Maria Thereza Pedroso, existe “muito palpite sobre a questão da sustentabilidade e pouca informação técnica sobre o assunto, e dessa constatação surgiu a ideia do livro”.
Na ocasião, a pesquisadora Milza Moreira Lana apresenta a campanha desenvolvida no âmbito do projeto Hortaliça não é só salada, para estimular o consumo de hortaliças e orientar os consumidores sobre as pequenas atitudes cotidianas que reduzem o desperdício de hortaliças. “Mais do que detalhar o contexto ambiental e socioeconômico por trás do desperdício, o propósito é mostrar como o incentivo ao consumo está atrelado ao melhor aproveitamento da hortaliça nas receitas do dia a dia”, explica a pesquisadora. Dez textos serão veiculados entre 16 de outubro e 30 de novembro (acesse aqui).
Embrapa amiga da ODS 12.3
Em outubro, a Embrapa foi convidada a se tornar instituição amiga do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 12.3 (ODS), pelo seu envolvimento com o tema. O ODS 12 visa assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. Mais especificamente, o ODS 12.3 prevê a redução do desperdício de alimentos no varejo, entre consumidores e ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheitas.
Dessa forma, a instituição participará da rede Friends of Champions 12.3. Trata-se de uma coalisão que reúne cerca de 40 líderes do governo, do mercado e da sociedade civil, criada para inspirar ambição, mobilizar ações e desenvolver ações que possibilitem o alcance da meta estabelecida, conectando meio ambiente, oportunidades econômicas e o bem-estar das pessoas.
Hoje, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço de todo o alimento produzido do mundo é perdido, sendo que uma em nove pessoas no mundo estão em estado de subnutrição. As perdas equivalem a US$ 940 bilhões por ano e respondem por 8% das emissões anuais de gases de efeito estufa. A meta é reduzir perdas e desperdícios de alimentos pela metade até 2030.
São 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 com base nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM). Com as ações, pretende-se acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar pra todos, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas.
União Europeia e Brasil no combate ao desperdício de alimentos
Para fechar o mês, no dia 31, a Embrapa, em parceria com a Delegação da União Europeia e a WWF-Brasil, realizará o Seminário Sem Desperdício , no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR). O evento faz parte dos Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil e reunirá especialistas da Dinamarca, Espanha, França, Holanda e Suécia, além de pesquisadores brasileiros e representantes do varejo e indústria nacionais.
Durante a programação, a FAO Brasil apresentará o panorama sobre perdas e desperdício na América Latina e serão discutidas estratégias nacionais de combate ao desperdício de alimento, como os bancos de alimentos e a iniciativa Save Food Brasil. A partir das experiências europeias, serão apresentadas alternativas implementadas no continente com bons resultados.
As iniciativas na indústria e no varejo serão abordadas como oportunidades de ação, para reduzir as perdas nessas etapas finais da cadeia agroalimentar, tais como o caso do varejo do Rio de Janeiro e da indústria de embalagens do Brasil.
Eneida Zanquetta de Freitas, diretora nacional da iniciativa de apoio aos diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, explica a importância da troca de experiências entre os países participantes: “As ações da União Europeia já implementadas para combater o desperdício de alimentos, tanto em nível nacional como em nível regional e local, são consideradas boas práticas e podem ser compartilhadas com o Brasil, visando modificar e aprimorar o comportamento e o consumo responsável ao longo de toda a cadeia de valor com benefício final para a sociedade. É nesse contexto que a Iniciativa de Apoio aos Diálogos Setoriais vem facilitar o intercâmbio de conhecimentos e experiências, a fim de obter os resultados esperados”.
Representando a União Europeia, o conselheiro no Brasil, Rui Ludovino, afirma que as nações europeias estão empenhadas em cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Reduzir o desperdício de alimentos tem um enorme potencial para reduzir os recursos que usamos para produzir os alimentos que comemos. Ser mais eficiente economizará dinheiro e diminuirá o impacto ambiental da produção e do consumo de alimentos”, enfatiza.
Para o coordenador do projeto, Gustavo Porpino, também coordenador de Comunicação Mercadológica da Secretaria de Comunicação da Embrapa, a troca de experiências entre Brasil e União Europeia pode influenciar positivamente as políticas públicas relacionadas ao tema e ajudar a estabelecer estratégias ganha-ganha, que sejam benéficas tanto do ponto de vista do varejista quanto para o consumidor. “Podemos, por meio deste diálogo, ajudar a elevar a importância do tema na agenda de prioridades políticas no nosso País. Existem 30 projetos de lei relacionados à redução do desperdício em tramitação no Congresso e os mais bem elaborados precisam avançar para termos a segurança jurídica necessária para fomentar a doação de alimentos e outras ações contra o desperdício”, comenta.
O Seminário terá transmissão online pelo Facebook, nos perfis da Embrapa e da iniciativa Sem Desperdício.
Estratégia para o Brasil
A partir das discussões do Comitê Técnico sobre Perdas e Desperdícios da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), foi construída uma proposta de estratégia para a redução das perdas e desperdício de alimentos no Brasil, baseada em quatro eixos, para promover um sistema alimentar sustentável e saudável: pesquisa, conhecimento e inovação; educação e comunicação; promoção de políticas públicas; marco regulatório.
A proposta é resultado da participação de representantes do governo, de diversos ministérios envolvidos com o tema, em conjunto com setores da sociedade e também do poder legislativo. “Esperamos que a estratégia subsidie o legislativo a pensar novas propostas e a revisar as existentes, de forma a termos um arcabouço legal que permita efetivamente diminuir as barreiras e incentivar as ações que previnam e reduzam o desperdício de alimentos no Brasil”, explica Kathleen Machado, coordenadora da Secretaria Alimentar e Nutricional do MDSA.
Kathleen informa que a proposta deve ser avaliada em novembro. Caso aprovada, será possível avançar na definição de uma metodologia brasileira para quantificar o total do desperdício de alimentos no País, pois atualmente são utilizados dados estimativos produzidos pela FAO. A coordenadora ressalta ainda que o grande desafio nesse tema é transformar a atual cultura do desperdício, que envolve comportamentos desde o agricultor até o consumidor, para uma cultura de produção e consumo sustentável e consciente.
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