Água no campo
                    
ODS 13: mulheres e jovens em prol do uso consciente da água no campo
No semiárido, o sol forte e a falta de água, atinge diretamente a rotina dos agricultores e suas produções.
As mudanças 
climáticas são uma realidade em todo o planeta e o combate a esse 
fenômeno não poderia ficar de fora dos 17 Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU) 
para a agenda 2030. A temática é retratada no ODS 13. Para combater e 
amenizar esses efeitos, os agricultores familiares têm tido um papel 
fundamental, colocando em prática novos comportamentos, como a captação 
de água da chuva e produções agroecológicas.
No semiárido, o sol forte e a falta de 
água, atinge diretamente a rotina dos agricultores e suas produções. Na 
seca, se torna indiscutível que as questões sobre água merecem destaque e
 atenção. É justamente pensando no cuidado com esse bem, que o Projeto 
Água Fonte de Vida, Saúde e Produção: Saberes e Fazeres das Mulheres no 
Território do Sisal (Projeto Margaridas) vem envolvendo jovens, 
estudantes do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) e mulheres rurais em 
torno da temática nas comunidades Alto Alegre e Canto, município de 
Serrinha-BA
Promovido pelo IF Baiano e executado em 
parceria com o Laboratório de Políticas Públicas, Ruralidades e 
Desenvolvimento Territorial (LaPPRuDes) – IF Baiano Campus Serrinha, o 
projeto tem o objetivo de promover o empoderamento de mulheres, por meio
 de oficinas, debates, rodas de conversas e intercâmbios de 
experiências, abordando agroecologia e educação ambiental.
As jovens, junto com a coordenação do 
projeto, efetuam um exercício pedagógico de empoderamento de 
agricultoras sobre as questões do acesso à água, consolidação da 
cidadania e autonomia. Bruna Santana é uma das setes estagiárias e 
estudante do curso Técnico Integrado a Agroecologia que atua no projeto.
 A jovem não esconde o orgulho de relatar sua experiência com as 
mulheres no campo, o que para ela não foi só um aprendizado 
profissional, mas um aprendizado para a vida.   
Segundo Bruna, muitos açudes da região 
secaram e a educação ambiental e técnicas sociais de captação de água 
precisavam ser fortalecidas na pauta da comunidade. “A gente tem uma 
noção que a seca é natural e sempre existiu mas foi agravada devido ao 
desmatamento. Educação ambiental é perceber como a gente pode contribuir
 para amenizar isso”, afirma a jovem.
Atitudes, como a captação de água e o 
combate ao desperdício passaram a fazer parte do dia a dia das 
produtoras. Foram realizadas ações que envolveram a captação de água da 
chuva, com cisternas de consumo e produção; questões de gênero; 
convivência com o semiárido; agroecologia; e educação ambiental.
Na experiência do projeto, destaca-se o 
empoderamento das mulheres em torno das questões de acesso a água, 
consolidação da cidadania e autonomia feminina, que segundo as jovens 
participantes, são preservadas e remetidas às questões agroecológicas, 
ambientais, sociais e históricas. “Como a professora afirmava para 
gente, o nome do projeto é água, mas envolve outras coisas. Quando a 
gente fala da mulher tem toda uma questão social em torno dela, pois as 
mulheres ainda são desfavorecidas e muitos veem o seu trabalho como uma 
ajuda no campo”, comenta Bruna.
Jovem, mulher, e do campo, Bruna ressalta o
 impacto do projeto não só na vida das agricultoras e no meio ambiente, 
mas também, na vida dela mesma. “O contexto de intervenção social em que
 as mulheres estão inseridas me completou enquanto cidadã, uma vez que 
mecanismos como oficinas e intercâmbios de experiência estão sendo 
elementos essenciais na consolidação da minha identidade”, destaca. A 
estudante ainda completa: “hoje me reconheço enquanto mulher do campo. 
Além disso, os trabalhos realizados na comunidade vem proporcionando a 
desconstrução sociopolítica, cultural e histórica dos estereotípicos 
femininos enraizados até então na sociedade”.
15 dias de ativismo
No marco da campanha internacional 
#MujeresRurales, mujeres con derechos, o Brasil participa da iniciativa:
 “15 dias de ativismo pelo empoderamento das mulheres rurais”. A ideia é
 difundir os principais ODS a forte ligação da atuação da mulher rural 
para o cumprimento dos temas. 
 
                     
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