Estudo analisa capacidade de suporte para a inserção de piscicultura no RN
O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio de um convênio firmado entre o Instituto de Gestão das Águas (Igarn) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), com a contratação da Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Funpec),
está realizando um estudo em 11 mananciais, visando à análise da
capacidade de suporte para a inserção da atividade de piscicultura. Na
manhã desta sexta-feira (27), foram apresentados os resultados
preliminares do estudo, pelo professor da UFRN, José Luiz Attayde.
Para o desenvolvimento do estudo, os
reservatórios foram selecionados com base nas características
morfológicas e ambientais, disponibilidade de água para as atividades
econômicas e a sustentabilidade para as comunidades que utilizam os
mananciais, onde foram realizadas coletas mensais de amostras de água
para a realização de análises físico-químicas e hidrobiológicas durante
um período de 12 meses.
O estudo tem como objetivo subsidiar os
órgãos ambientais e de recursos hídricos quanto à liberação controlada
desta atividade econômica, de modo a preservar a qualidade da água dos
reservatórios e o próprio processo produtivo. Os reservatórios
escolhidos foram os açudes, Boqueirão de Parelhas, Encanto, Santa Cruz
do Apodi, Umari, Pataxó, Tabatinga, Pajuçara e Prata, além das lagoas,
Ferreira Grande, Cutia e Boqueirão de Touros.
As análises já realizadas no estudo
indicaram que o Açude Santa Cruz do Apodi e a Lagoa Ferreira Grande
apresentam condições adequadas para o cultivo de peixes em tanque-rede,
por apresentarem em todos os meses de coleta, índices das variáveis
indicadoras de estado trófico abaixo dos limites estabelecidos pelo
Conselho Nacional Do Meio Ambiente na Resolução do Conama 357/07.
Já os Açudes Encanto, Tabatinga e Pajuçara
apresentaram condições inadequadas para o cultivo, pois obtiveram
valores indicadores de estado trófico acima dos limites estabelecidos
pela resolução. Os outros mananciais obtiveram uma ou duas variáveis
acima do limite, o que indica a necessidade de cuidados para a
implantação do cultivo dos peixes em tanques-rede.
O estudo é uma iniciativa do Governo do
Estado, com um aporte financeiro de, aproximadamente, 413 mil reais,
objetivando dar aos órgãos responsáveis condições de avaliar de forma
técnica a implantação da atividade econômica. “O estudo tem grande
importância para o desenvolvimento da produção de peixes em tanques-rede
e proporcionará, após conclusão, ao estado a condição de licenciar aos
interessados os possíveis mananciais que poderão ser usados para a
implantação dessa atividade”, analisou Josivan Cardoso,
diretor-presidente do Igarn, após a apresentação dos resultados
preliminares do estudo, que deverá está pronto para uso até abril de
2018.
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