Uso de tecnologia e orientação especial fazem o agricultor aproveitar tudo do abacaxi e produzir mais
Foi o que aconteceu no município de Itaberaba, na Bahia, que em pouco tempo se transformou no maior produtor de abacaxi do estado. O uso de pesquisa e extensão rural transformam Itaberaba e oferecem mais renda ao produtor, na Bahia. Uma parceria entre técnicos extensionistas e pesquisadores conseguiu alavancar a cadeia produtiva do abacaxi no do Semiárido baiano a ponto de transformar a cidade no maior produtor estadual da fruta.Para isso foi preciso usar uma adubação correta, adensamento da plantação, controle de pragas e indução floral como algumas das práticas que fizeram a produtividade aumentar. Além disso, toda a cadeia foi organizada a fim de dar sustentabilidade à produção e até a palha do abacaxi foi aproveitada para alimentar o gado, ajudando o Município a reduzir as perdas na produção animal durante um período de seca.
“Um achado”. Assim o engenheiro-agrônomo Alberto de Almeida Alves, da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão (Bahiater), resume a importância da abacaxicultura para o município localizado na entrada da Chapada Diamantina, distante 264 quilômetros de Salvador. O fruto é explorado há cerca de 40 anos na região — que tem condições ecológicas diferentes da maioria das regiões tradicionais de cultivo —, mas foi há menos de 20 anos que se firmou.
Hoje, o abacaxi da variedade Pérola é o principal produto agrícola do município, ocupando 2,3 mil hectares de área plantada. Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014 a produção anual foi de 18,9 mil toneladas gerando cerca de seis mil empregos diretos e indiretos durante todo o ciclo da cultura e receita anual acima de R$ 30 milhões. O abacaxi produzido no município correspondeu por vários anos quase à metade do produzido em todo o estado e é destinado ao mercado interno de frutos in natura e o Estado de São Paulo é o maior comprador.
A cultura é predominante em pequenas propriedades, com áreas médias inferiores a três hectares, nas quais se emprega mão de obra familiar e, na maioria das vezes, sem financiamento. “O abacaxi tem um papel social muito grande para Itaberaba e para a Bahia. Podemos dizer que temos aqui uma classe média rural de abacaxi e pelo menos 80% são agricultores familiares. Um dado interessante é que são muitos jovens por que o abacaxi precisa de muita tecnologia e o agricultor de mais idade tem certa resistência”, pontua Alves.
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