Milho: chegar aos 100 milhões/t é perspectiva não muito distante

Se, no ano que vem, a produção 
brasileira de milho aproximar-se efetivamente dos 84 milhões de 
toneladas – como a CONAB aponta em sua segunda projeção para a safra 
2016/2017- o incremento em uma década será superior a 60%. Notar, porém,
 que ocorreu radical modificação na formação dessa produção. Dez anos 
atrás, em 2007, mais de 70% do volume registrado foi produzido na 
primeira safra – ou safra principal, como era então identificado o 
primeiro plantio. Ou seja: menos de 30% provinha da segunda safra, 
adequadamente chamada de “safrinha”.
Mas se ainda não chegou lá, a situação 
atual caminha para uma total reversão dos dois índices. Pois, de acordo 
com os primeiros números da CONAB, ainda que se recupere das perdas 
ocorridas em 2016, a primeira safra será a segunda menor da década, 
respondendo por menos de um terço da produção total. 
Já a antigamente chamada “safrinha” – 
que, pelas primeiras projeções da CONAB, não apenas recupera-se das 
perdas enfrentadas em 2016, como também tende a alcançar novo recorde 
anual – será responsável por mais de 65% do volume produzido.
Notar,
 pelo gráfico abaixo, que entre 2007 e 2011 a produção brasileira de 
milho manteve-se em relativa estabilidade, o volume registrado 
aproximando-se, na média, dos 55 milhões de toneladas anuais. Tal 
estabilidade foi rompida em 2012 e alcançou novo patamar em 2013, 
ocasião em que o total produzido passou a superar os 80 milhões/t 
anuais, resultado que tende a se repetir em 2017. Ou seja: há no período
 analisado um divisor de águas – de 2007 a 2011; e de 2012 até agora (a 
baixa produção de 2016 representou acidente de percurso de caráter 
climático). E esse divisor foi, justamente, um abastecimento interno 
extremamente apertado e com preços elevados – como vem ocorrendo em 
2016, agora com muito maior intensidade.
Em outras palavras, foi o mercado que 
estimulou os produtores a alcançarem novo patamar produtivo – nos 
últimos cinco anos (2012/2016), mais de 40% superior à média anual do 
quinquênio 2007/2011 (isto, mesmo levando em conta a quebra de 2016). 
Uma vez que agora o incentivo de mercado é muitíssimo mais forte, com 
certeza se terá, doravante, um novo patamar. Chegar aos 100 milhões de 
toneladas de milho não é difícil. Senão nesta próxima safra, 
provavelmente em 2018.

Agrolink
 
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