sexta-feira, 25 de junho de 2021

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ESTIAGEM

Clima seco reduz estimativa para segunda safra de milho

Estimativa de produção é de 65,3 milhões de toneladas
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A etapa milho do Rally da Safra 2021 chega ao fim com uma estimativa de produção de 65,3 milhões de toneladas. Trata-se de uma queda de 900 mil toneladas desde que as equipes técnicas começaram a avaliar as lavouras de segunda safra, em 23 de maio. Na época, o Rally foi para a estrada esperando encontrar áreas bastante prejudicadas pela estiagem que variava de 40 a 70 dias em algumas regiões. Os dados coletados em campo confirmaram essa expectativa e, também, trouxeram algum alívio. “Não parece haver muito espaço para quedas mais acentuadas”, diz André Debastiani, coordenador da expedição. “Não se descarta que, em algumas regiões, possam ocorrer até alguns ajustes positivos.”

De acordo com os dados que foram divulgados pelo Rally da Safra. a estimativa atual para a produção brasileira é 22% inferior à projetada em janeiro. Uma das particularidades desta segunda safra foi o plantio mais tardio da história, expondo grande parte da área a um risco climático elevado. A falta de chuva de março em diante cobrou um preço alto em algumas regiões. As produtividades médias são projetadas em 58,0 sacas por hectare no Paraná e em 54,5 sacas por hectare no Mato Grosso do Sul, as mais baixas desde 2008/09. Em relação à safra passada, as quebras também são expressivas em Minas Gerais (56,6 sacas por hectare, 41% abaixo da safra anterior), Goiás (67,8 sacas por hectare, queda de 35%) e São Paulo (60 sacas por hectare, redução de 18%).

Poderia, no entanto, ser pior. Com exceção do Paraná e do Mato Grosso do Sul, na maioria dos estados o desempenho das lavouras deve fechar a temporada em patamares superiores aos de 2015/16, outra safra marcada pela falta de chuva. Além disso, os resultados do Mato Grosso ajudam a limitar a quebra de produção. A estimativa para a produtividade média no estado é de 94,5 sacas por hectare – 14% abaixo da safra anterior, mas longe de ser um desastre. Não chegou a haver períodos de estiagem tão prolongados quanto em outras regiões, embora a chuva tenha sido irregular e mal distribuída. Existem ainda as exceções, nas quais o clima foi bem mais regular e os resultados podem ser considerados bons. É o caso de Rondônia, onde a estimativa de produtividade média é de 85,7 sacas por hectare, recorde para o estado. No MAPITO, as médias devem ficar um pouco inferiores às da safra passada, mas ainda assim as lavouras terão um bom rendimento.

Outro fator que ajuda a sustentar a produção é o crescimento de área. Os produtores mantiveram os planos de expansão e ampliação dos investimentos, motivados pelas boas condições do mercado. Com base nos dados do Rally e nas conversas com os agricultores, a estimativa de área plantada aumentou em 1,25 milhão de hectares em relação à safra passada, chegando a 14,7 milhões de hectares (9% a mais). A grande parcela do milho mais tardio foi até certo ponto beneficiada pelo retorno da chuva no fim de maio e em junho. Essas lavouras, no entanto, ainda precisam de chuva e, principalmente no Paraná e Mato Grosso do Sul, continuam sujeitas a riscos, caso ocorram geadas. Além disso, o desenvolvimento dessas áreas num período do ano em que os dias são mais curtos também pode prejudicar o enchimento de grãos – o que só ficará mais claro na colheita.

A alta infestação de cigarrinhas e pulgões em boa parte das regiões produtoras também exige atenção. Essas pragas aumentam o risco o risco de tombamento das lavouras e podem prejudicar a produtividade. Nas áreas que começaram a ser colhidas no Mato Grosso e em Goiás, porém, os danos têm sido menores, o que é um bom sinal. As muitas dificuldades desta temporada deixaram a segunda safra repleta de peculiaridades. As perdas de produtividade não são de modo algum uma boa notícia, mas as reuniões virtuais organizadas pelo Rally da Safra com os agricultores nas últimas semanas mostram uma tendência. “Os produtores rurais não demonstram estar abalados com os resultados atuais. A tendência de expansão de área e de ampliação dos investimentos e da tecnologia, que está aí há alguns anos, tem tudo para se manter na safra que vem”, diz Debastiani.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

 


 

Empresa de energia eólica investe R$ 6 bilhões no RN



O Rio Grande do Norte, líder nacional em energia eólica em terra com mais de 5 gigawatts de potência instalada, acaba de atrair mais um importante investimento para o estado. Trata-se da AES Brasil, uma das maiores companhias privadas do segmento de geração de energia no Brasil, que apresentou, nesta segunda-feira (21), importante projeto voltado para os municípios de Lajes, Angicos, Pedro Avelino e Fernando Pedroza.

Com investimento inicial de R$ 6 bilhões e previsão de iniciar a construção já no segundo semestre, o Complexo Eólico Cajuína vai gerar 900 postos de trabalho durante a fase construção das obras e, após essa etapa, irá contratar equipes de manutenção e operação para atuarem no complexo. A empresa atua há 20 anos no Brasil com investimentos em energia hídrica, solar e consolida a atuação no Rio Grande do Norte com o investimento em energia eólica. 

“É inegável a qualidade dos ventos do Rio Grande do Norte para a geração de energia eólica. Nosso estado continua líder nacional em geração de energia limpa. E o mais importante neste momento é manter o compromisso que assumimos desde o início, que é o de promover ambiente acolhedor, favorável para parcerias com empresas privadas”, destacou a governadora Fátima Bezerra, que esteve acompanhada do vice-governador Antenor Roberto. 

A chefe do Executivo estadual lembrou que o estado possui uma das mais importantes expansões do ensino técnico nacional. “Essa foi uma das principais lutas em defesa do Rio Grande do Norte”, concluiu, citando a expansão dos Institutos Federais de Educação, conquistada enquanto deputada federal. 

Presidente da AES Brasil, Clarissa Sadock participou virtualmente da apresentação e destacou um programa inovador de diversidade e inclusão previsto para se tornar modelo no Complexo Eólico Cajuína. “Nosso compromisso é levar para o Rio Grande do Norte o Programa de Diversidade e Inclusão da empresa, onde temos um programa de preparação exclusiva de mulheres para as atividades de operacionalização dos parques”, observou. Clarissa Sadock esteve acompanhada dos diretores Rodrigo D’Elia, Anderson de Oliveira e José Antônio Martins, gerente de relações institucionais.

Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Jaime Calado exaltou o crescimento em geração de energia pelo estado. “O Complexo Cajuína vai aumentar a produção de energia eólica em 20% da nossa capacidade instalada, que hoje nacionalmente é de em 5,1 gigawatts”, disse Jaime Calado, que esteve acompanhado do coordenador de desenvolvimento energético Hugo Fonseca (Sedec), do diretor Leon Aguiar (Idema) e do secretário Carlos Eduardo Xavier. 

 

Um aumento para o consumo mundial de café

 

O consumo mundial de café no ano-cafeeiro 2020-2021, deverá atingir o volume físico equivalente a 167,58 milhões de sacas de 60kg, o que representa um acréscimo de 1,9%, em comparação com o consumo registrado no ano-cafeeiro anterior, que foi de 164,43 milhões de sacas. Neste ano-cafeeiro em curso, a Europa será responsável 32,5% do consumo mundial de café, Ásia & Oceania 21,9%, América do Norte 18,9%, América do Sul 16,2%, África 7,3% e México & América Central 3,2%.

Neste contexto global do consumo de café, no ano-cafeeiro em curso 2020-2021, um ranking dos seis blocos econômicos, em termos de volume e respectivo crescimento percentual, em relação ao período anterior, demonstra a seguinte performance em ordem decrescente de volume: a Europa, em primeiro lugar, com 54,25 milhões de sacas a serem consumidas,  apresentará um crescimento de 1,8%; na segunda posição, vem a Ásia e Oceania, com 36,70 milhões de sacas (1,3% de crescimento); e, na sequência, destaca-se a América do Norte, com 31,77 milhões de sacas (3,7%).

Em quarto colocado nesse ranking, figura a América do Sul, com 27,23 milhões de sacas, volume físico que representa um acréscimo de 1,2% em relação ao período anterior; em quinta posição, o continente Africano, com 12,27 milhões de sacas (2,1%); e, por fim, a região que contempla o México e a América Central, o consumo atingirá 5,36 milhões de sacas, o que representará aumento de 0,7%, também se comparado com o consumo do ano-cafeeiro anterior.

Os números e dados estatísticos, ora em análise, da performance do consumo da cafeicultura global, foram obtidos do Relatório sobre o mercado de Café – maio 2021, da Organização Internacional do Café – OIC, instituição representativa da cafeicultura mundial, da qual o Brasil é país-membro. Tal Relatório encontra-se disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, rede integrada de pesquisa coordenada pela Embrapa Café. Convém esclarecer que o ano-cafeeiro para a OIC compreende o período de outubro a setembro. E, ainda, que o consumo e a produção mundiais de café são agrupados pela Organização nos seis blocos econômicos anteriormente citados.

 

Ricardo Salles deixa o Ministério do Meio Ambiente

 

A exoneração a pedido foi publicada no Diário Oficial da União. Joaquim Álvaro Pereira Leite foi nomeado como substituto no comando da pasta. O agora ex-ministro é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por supostamente ter atrapalhado investigações sobre apreensão de madeira.


 

O que muda para o agro com um produtor rural no Meio Ambiente

Joaquim Pereira Leite, ou Juca para os mais próximos, é velho conhecido do agronegócio, assim como seu antecessor

Joaquim Alvaro Pereira Leite, ou Juca para os mais próximos, é velho conhecido do agronegócio, assim como seu antecessor.

O novo ministro do Meio Ambiente, que assumiu o comando do órgão na tarde desta quarta-feira (23/6) após Ricardo Salles pedir demissão, trabalha há anos ao lado de Salles, desde os tempos em que o ex-ministro atuava em São Paulo, seu berço político.

Leite é produtor rural e já teve voz como representante do setor ao ocupar a cadeira de conselheiro na Sociedade Rural Brasileira (SRB) por mais de 20 anos.

Antes de ingressar no governo, Joaquim foi consultor da Sociedade Rural Brasileira (SRB)  (Foto: Divulgação/MMA)

Antes de ingressar no governo, Joaquim Leite foi consultor da Sociedade Rural Brasileira (SRB) 

 

Nos últimos tempos, atuava em Brasília e segundo fontes do setor foi o responsável por construir ou coordenar algumas políticas públicas no Ministério do Meio Ambiente. Entre as mais recentes, o programa Floresta+, lançado em julho do ano passado e que prometeu repasses de R$ 500 milhões do governo federal como incentivo a atividades de conservação da mata nativa no território da Amazônia Legal.

O novo ministro também é um entendedor do mercado de créditos de carbono, um tema atual e muito relevante, sobretudo ao agro brasileiro, considerado uma potência nesse assunto, mas que necessita de respaldo político para ser explorado.

“Vai ser uma boa. Juca é produtor. Conhece o tema. O ministro Salles estava numa linha negacionista em relação ao desmatamento e isso poderia vir perturbar o Brasil lá na frente”, disse uma das fontes.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

 

Uma semente de inhame capaz de produzir 30% a mais que a sementes tradicionais

 

O taro (Colocasia esculenta L. Schot), mais conhecido como inhame, pertence à família Araceae e é originário da Ásia.  Possui alto teor nutritivo, vitamínico, energético e de sais minerais, sendo por isto indicado para a dieta de crianças, pessoas idosas e convalescentes.

A cultivar de inhame de alta produtividade recomendada pelo Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) é a “São Bento”, que chega a ser 30% mais produtiva, em média, que as tradicionalmente cultivadas. Ela se destaca por ser genuinamente capixaba e é, na verdade, a primeira do país.

O pesquisador do Incaper, Carlos Alberto Simões ressalta que, além da rentabilidade para o produtor, o inhame São Bento “apresenta um rizoma de aspecto comercial bonito, tendo padrão de aceitação no mercado.” Um fator interessante na cultura do inhame é o não uso de agrotóxicos, pois são raros os registros de danos econômicos causados por pragas e doenças nas lavouras em regiões de cultivo.

O taro pode ser cultivado em todo o Brasil, mas concentra sua maior produção na Região Sudeste, com destaque para o Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde é conhecido popularmente como “inhame”.

A cultivar de inhame São Bento começou a ser selecionada em 1989, na propriedade do Sr. Jair Pianzoli, em uma lavoura de produção comercial da cultivar Chinês, no distrito de São Bento de Urânia, em Alfredo Chaves, no Estado do Espírito Santo.  Depois de ser informalmente distribuída entre amigos nos primeiros anos, já em 1995 o Incaper a traz para o Programa de Raízes pelas mãos do técnico agrícola Laudir Pianzola (in memoriam).

Quatro anos depois, o pesquisador do Incaper, Carlos Alberto Simões do Carmo, inicia as pesquisas com a cultivar, realizando trabalhos de avaliação e testes juntamente com outros materiais.  Em 2008 o Incaper e a Seag (Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca / ES) registram a cultivar com o nome de São Bento.

No Espírito Santo, o cultivo do taro é atividade tradicional e de elevada relevância sócio-econômica. O aumento do consumo interno e a grande perspectiva do incremento das exportações para países não tradicionais consumidores estão contribuindo para o crescimento das áreas de plantio e para a fixação do homem no campo, fazendo dessa hortaliça uma boa opção de cultivo.

 

Plano Safra

Mais da metade do crédito rural nos últimos anos foi destinada a práticas que promovem melhorias ambientais

Estudo mostra que, além do Programa ABC, outros programas e linhas de crédito contribuem para uma atividade mais verde

Nas últimas três safras (2017/18, 2018/19 e 2019/20), pelo menos R$ 187 bilhões, nas finalidades custeio e investimento, foram direcionados, por meio do Plano Safra, para sistemas ambientalmente sustentáveis. A estimativa é que cerca de 56,5% dos empréstimos para investimentos tenham sido direcionados às práticas que promovem melhorias ambientais. 

A Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) elaborou estudo sobre “A Contribuição do Plano Safra para o Fortalecimento de Sistemas Produtivos Ambientalmente Sustentáveis” e comprovou que o financiamento com recursos do crédito rural à produção agropecuária sustentável, não se limita apenas ao Programa ABC. 

Há diversas linhas que financiam práticas modernas e sustentáveis, além do Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC) que busca financiar tecnologias que mitigam a emissão de gases de efeito estufa na produção agropecuária, além de promover a adaptação às mudanças climáticas. 

“O Plano Safra é um grande fomentador do desenvolvimento agropecuário em bases sustentáveis, dado que incentiva a modernização tecnológica e a aplicação das melhores práticas no campo, em conformidade com a legislação ambiental brasileira, uma das mais avançadas do mundo”, destaca o diretor de Crédito e Informação da SPA, Wilson Vaz de Araújo. 

São programas e linhas que contribuem principalmente para o aumento da produtividade (efeito poupa-terra), redução da emissão de gases de efeito estufa, prevenção e recuperação de perdas na produção agropecuária, racionalização do uso dos recursos naturais e de insumos, recuperação e conservação dos solos, melhoria da qualidade e sanidade da produção agropecuária, redução da volatilidade dos estoques nacionais de alimentos, tratamento de dejetos e resíduos da agricultura, reflorestamento, recomposição de áreas de vegetação nativa, redução do desmatamento, adequação das propriedades à legislação ambiental e geração de energia limpa nas propriedades, dentre outros tantos benefícios. 

O estudo elencou diversas linhas de financiamento que mais contribuíram para a adoção de práticas modernas e sustentáveis na agropecuária brasileira. Por exemplo, o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), que financia a aquisição de tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas mais modernos e eficientes, possibilita a menor emissão pelas máquinas de gases de efeito estufa por unidade produzida.

Outro programa citado na pesquisa da SPA é o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), que incentiva a disseminação de tecnologias nas propriedades rurais, como as de geração e distribuição de energia alternativa e renovável, pecuária e agricultura de precisão, de automação de estabelecimentos de produção animal, de melhoria da gestão da propriedade rural, dentre outras. Nesse sentido, além de contribuir para a rentabilidade do produtor rural, tais tecnologias tornam mais racional o uso dos insumos e recursos naturais no desenvolvimento da atividade agropecuária, conferindo maior sustentabilidade à produção. 

O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), direcionado à construção, reforma, modernização e ampliação de armazéns, contribui com a maior capacidade de armazenagem, o que favorece a redução da volatilidade dos estoques nacionais e a estabilidade nos preços. Além disso, a maior capacidade de armazenagem permite a redução no tráfego excessivo de caminhões na época de colheita, levando à queda na emissão de gases de efeito estufa no transporte, um segmento relevante nas emissões.

O financiamento a equipamentos de limpeza e secagem na fazenda ajuda também a reduzir a umidade e resíduos dos grãos, diminuindo assim o transporte de peso desnecessário, contribuindo também para a mitigação de emissões, além de proporcionar a melhoria da qualidade/sanidade do produto, dentre outros benefícios.

 

Saiu na grande imprensa: Polo cloroquímico de US$ 5 bilhões no RN começa a sair do papel

Um projeto ambicioso, que nasceu há mais de duas décadas com vistas a agregar valor ao sal marinho e a outros recursos naturais abundantes no Rio Grande do Norte, começou a ganhar contornos concretos e poderá atrair US$ 5 bilhões em investimento total para o Estado nos próximos anos.  

O plano de construção de um polo cloroquímico, na região potiguar que compreende Mossoró e outros três municípios, finalmente assegurou os primeiros investidores e parte, agora, para as fases de normatização, licenciamento e estudos de viabilidade técnica e econômica. 


Leia a informação completa no portal Valor Econômico. 

 

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Plano Safra: confira os recursos para a temporada 2021/22

Serão 251,2 bilhões para custeio e investimento na agropecuária brasileira e juros de 3% a 8,5%
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Anuncio foi feito nesta terça-feira (22.06)

O Plano Safra 2020/2021 foi anunciado nesta terça, dia 22 de junho. Para esta temporada serão 251,2 bilhões para custeio e investimento na agropecuária brasileira. O valor reflete um aumento de R$ 14,9 bilhões (6,3%) em relação ao Plano anterior. O Tesouro Nacional destinou R$ 13 bilhões para a equalização de juros. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e da ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 

Os financiamentos poderão ser contratados de 1º de julho de 2021 a 30 de junho de 2022.   Do total, R$ 177,78 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização e R$ 73,4 bilhões serão para investimentos. Os recursos destinados a investimentos tiveram aumento de 29%. 

A convite da ministra. o o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli esteve presente durante o anúncio para falar em nome dos produtores rurais e salientou que o  Brasil é a garantia da segurança alimentar até 2050. “Essa é uma janela que nos abre e não podemos perder”, pontuou.

Já o presidente Jair Bolsonaro elogiou o trabalho da ministra Tereza Cristina " Quero agradecer ao parlamento brasileiro, Câmara e Senado, porque tive liberdade para escolher nossos ministros, mas, nesta situação, eu pedi um nome e Tereza Cristina foi unanimidade. De imediato aceitei. Ela vale por dez ministros e, com toda certeza, está valendo um Alysson Paulinelli (ex-ministro da Agricultura). Ela é uma pessoa fantástica, a quem chamo de pequena grande mulher”, afirmou.

Veja abaixo as informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

Sustentabilidade 

Para o próximo ciclo, o Plano Safra ficará ainda mais verde, com o fortalecimento do Programa ABC, do Inovagro e do Proirriga, abrangendo o financiamento à produção de bioinsumos, de energia renovável e à adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais e agricultura irrigada. 

O Programa para Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC), que é a principal linha para financiamento de técnicas sustentáveis, teve uma ampliação de 101% em relação aos recursos disponibilizados no Plano Safra anterior. A linha terá R$ 5,05 bilhões em recursos com taxa de juros de 5,5% e 7% ao ano, carência de até oito anos e prazo máximo de pagamento de 12 anos. 

Além da ampliação dos financiamentos às práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais, o Plano Safra 21/22 prevê o financiamento para aquisição e construção de instalações para a implantação ou ampliação de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes na propriedade rural, para uso próprio. Também serão financiados projetos de implantação, melhoramento e manutenção de sistemas para a geração de energia renovável. O limite de crédito coletivo para projetos de geração de energia elétrica a partir de biogás e biometano será de até R$ 20 milhões. 

O Proirriga, programa destinado ao financiamento da agricultura irrigada, terá R$ 1,35 bilhão, com juros de 7,5% ao ano. Já o Inovagro, voltado para o financiamento de inovações tecnológicas nas propriedades rurais, ficou com R$ 2,6 bilhões, e taxas de juros de 7% ao ano.

Pequenos produtores

Os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 19%. Serão destinados R$ 39,34 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 3% e 4,5%. Desse valor, R$ 21,74 bilhões são para custeio e comercialização e R$ R$ 17,6 bilhões para investimentos. 

Entre as novidades do Plano Safra deste ano está o fortalecimento do Pronaf Bioeconomia, com a inclusão de financiamento para Sistemas Agroflorestais, construção de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes e projetos de turismo rural que agreguem valor a produtos e serviços da sociobiodiversidade. 

Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 34 bilhões, um aumento de 3% em relação à safra passada. São R$ 29,18 bilhões para custeio e comercialização e R$ 4,88 bilhões para investimento, com juros de até 6,5% ao ano. 

Armazenagem e Milho 

Os recursos para a construção de armazéns nas propriedades também tiveram um aumento significativo. Serão destinados R$ 4,12 bilhões, um acréscimo de 84%. Para o financiamento de armazéns com capacidade de até 6 mil toneladas nas propriedades, a taxa de juros é de 5,5% e para maior capacidade a taxa é de 7% ao ano, com carência de três anos e prazo máximo de 12 anos. 

O Plano Safra 21/22 prevê recursos para o custeio de milho, sorgo e à atividade de avicultura, suinocultura, piscicultura, pecuária leiteira e bovinocultura de corte em regime de confinamento: R$ 1,75 milhão (Pronamp) e R$ 4 milhões para os demais produtores. 

Seguro Rural 

Neste governo, o seguro rural foi ampliado, mais que dobrando a área segurada e os produtores atendidos. Para 2022, a subvenção ao Prêmio do Seguro Rural será de R$ 1 bilhão. Com esse montante, será possível contratar aproximadamente 158.500 apólices, proteger 10,7 milhões de hectares e um valor total segurado de R$ 55,4 bilhões. 

O Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) terá a inclusão de novos estudos para 12 culturas, além de mudanças estruturais na metodologia com a inclusão de 6 classes de armazenamento hídrico para os solos e de níveis de manejo, bem como a implementação do ZarcPro, o zoneamento de produtividade.

terça-feira, 22 de junho de 2021

 

A importância de se ter um minhocário na pequena propriedade rural

 

A minhocultura é uma atividade importante na produção de húmus, servindo como alternativa para a adubação orgânica em pequenas propriedades. De manejo considerado fácil, simples e útil nas áreas rurais, a minhoculutra busca dar qualidade à produção, principalmente, de frutas e hortaliças. Embora a presença de um minhocário na propriedade seja uma técnica conhecida pelos produtores, muitos ainda não o fazem.

O pesquisador Gustavo Schiedeck, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), diz que uma das vantagens para se construir um minhocário, é a possibilidade de usar o material localmente disponível. “Pode-se usar tábuas, tijolos, pedras, varas de bambu para se fazer a sua contenção”, explica.

No entanto, segundo Schiedeck, o mais interessante ainda é a possibilidade de utilização dos diversos resíduos orgânicos gerados nas propriedades. “Podem ser resíduos de cozinha, como também estercos de cavalo, de galinha, de porco. Mas, o de vaca é o mais fácil de obter em grande volume e o mais fácil de adaptação para as minhocas”, esclarece.

Quanto aos cuidados para se fazer um minhocário, ele indica o local a ser escolhido. “O local deve ser aquele onde nas horas centrais do dia, as mais quentes, não incida a radiação solar direta sobre o minhocário, além de o espaço ter um pouco de declividade, pois se sofrer alguma inundação, as minhocas não morrerão com excesso de chuva”, observa Schiedeck.

Gustavo Schiedeck esclarece ainda que as minhocas Vermelhas-da-Califórnia ou “californianas” (Eisenia Andrei) são as mais indicadas para a produção de húmus e manutenção dos minhocários. “Minhocas comuns não trabalham com a mesma intensidade”, afirma o pesquisador.

 

Assentado potiguar busca alternativa de renda com criação de abelhas

Assentado do Rio Grande do Norte aposta na criação de abelhas como alternativa de renda

José Vicente Filho possui cerca de 30 colmeias e já chegou a extrair mais de 200 kg de mel. Foto: Assessoria de Comunicação - Incra/RN

Uma família de agricultores do Assentamento José Coelho Silva, em Macaíba, região metropolitana de Natal, capital do Rio Grande do Norte, está apostando na criação de abelhas para ampliar a renda. Atualmente o assentamento tem na produção de mandioca o principal produto para comercialização.

O apicultor José Vicente Filho possui cerca de 30 colmeias das espécies Tiúba, Uruçú Nordestina, Uruçú Boca de Renda, Jandaíra, Jatí e Mosquitinho. Na última produção, em 2019, foram extraídos 200 kg de mel, o que rendeu um lucro de R$ 2,4 mil para a família.

"Sou muito feliz por fazer o que me dá prazer, apesar das dificuldades pela falta de chuvas, nós resistimos e insistimos nesse trabalho”, diz José Vicente. Ele relata que os filhos de outros beneficiários ajudam com as abelhas, o que gera renda para as demais famílias também.

Conforme o assentado, o ano de 2020 foi dedicado à manutenção do apiário, uma vez que sem volume de chuvas não houve produção de mel. Ainda com esperanças para este ano, o produtor afirma que hoje o litro de mel pode chegar a R $30,00.

CCU

O apicultor tem em mãos o Contrato de Concessão de Uso (CCU) da terra, o que possibilita que ele tenha acesso aos créditos destinados aos agricultores assentados. "Minha intenção é buscar também parcerias junto as universidades para expandir e estudar as abelhas, acredito no poder medicinal que o mel possui e isso deve ser aprimorado", finaliza.

Assessoria de Comunicação - Incra/RN

 

Seguro rural para pecuária de leite e de corte será avaliado em videoconferência do Mapa

Evento virtual para produtores de pecuária bovina no dia 25 de junho também irá apresentar os produtos de seguro para pastagem e milho silagem

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizará no dia 25 de junho, às 15h, uma videoconferência do projeto Monitor do Seguro Rural, dedicada a apresentar os produtos disponíveis para a pecuária bovina de leite e de corte, além dos produtos de seguro para pastagem e milho silagem. O objetivo é avaliar e propor aperfeiçoamentos nos produtos e serviços ofertados pelas seguradoras, que estudam a criação de seguros para essas atividades com coberturas mais aderentes às necessidades dos produtores.

Para participar da videoconferência basta acessar o link da plataforma Teams na data e horário agendados: http://tinyurl.com/msrcorte

O evento é virtual e limitado a 350 participantes, permitindo interação do público com perguntas e propostas aos produtos de seguros apresentados. O trabalho é coordenado pelo Departamento de Gestão de Riscos do Mapa e terá a participação de produtores com o apoio das entidades representativas do setor, cooperativas, associações, revendas de insumos, companhias seguradoras, empresas resseguradoras, corretores, peritos e instituições financeiras.

O seguro rural de pecuária conta com subvenção ao prêmio de 40% e, em 2020, registrou 1.722 apólices contratadas no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). “Os seguros rurais de pecuária em geral precisam ser mais conhecidos pelos produtores. O monitor é uma oportunidade de dialogarem com as seguradoras para compreender as coberturas e propor melhorias ou até novos seguros”, explica o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, Pedro Loyola.

Seguro de pecuária

No caso da pecuária de leite e de corte, quatro companhias de seguros (BrasilSeg, Fairfax, Mapfre, Swiss Re) estão habilitadas no PSR e, dependendo da seguradora e do produto, destina-se a animais registrados em associação de raça ou não registrados, podendo ser contratados nas modalidades seguro pecuário bovino ou rebanho vida em grupo, de acordo com a característica dos animais.

O seguro tem como objetivo garantir indenização ao segurado em caso de morte do animal, sendo os principais riscos cobertos: acidente, doenças infecto contagiosas endêmicas e epidêmicas preveníveis, (desde que comprovadas por exames laboratoriais), raio, eletrocussão, intoxicação, ingestão de corpos estranhos, picada de cobra, entre outras.

Até o momento, a BrasilSeg (seguradora que atende os clientes do Banco do Brasil) disponibiliza o seguro de faturamento ao produtor de pecuária de corte, que garante a indenização sempre que o faturamento obtido com o rebanho segurado for inferior ao faturamento garantido em apólice.

Seguro de pastagens e milho silagem

Apenas uma companhia de seguro habilitada no PSR, a Essor Seguros, começou a ofertar seguro de índices (paramétrico) de pastagens (subvenção de 20%) e o seguro de milho silagem na modalidade agrícola, que tem subvenção de 20% a 40%. Outras seguradoras estudam esses riscos para verificar a viabilidade de ofertar essas coberturas nos próximos anos.

Monitor do Seguro Rural

O projeto já avaliou diversas modalidades de seguros rurais desde julho de 2020 atingindo mais de 1.600 participantes. As gravações e apresentações das edições anteriores do Monitor de Seguro Rural podem ser acessadas aqui: tinyurl.com/msrarquivos

O cronograma de eventos por videoconferência do Monitor, que começou em julho de 2020 e se estende até final de 2022, tem a finalidade de identificar e propor melhorias nos serviços de seguro para mais de 60 atividades de grãos, frutas, olerícolas, pecuária, florestas, aquícola, café e outras. O monitor é uma oportunidade para os produtores e as cooperativas, com as entidades representativas, construírem soluções em conjunto com as seguradoras e o apoio do Mapa.