sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

 Sethas/RN: Construção de 1.796 cisternas vai beneficiar 47 municípios potiguares






A secretária estadual do Trabalho, Habitação e Assistência Social do RN (Sethas/RN), Iris de Oliveira, participou de reunião com representantes da organização não governamental Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) para tratar da execução do Edital de Convocação nº 1/2018, que selecionou entidades privadas sem fins lucrativos para a implementação da Tecnologia Social de Acesso à Água – Cisternas, em 47 municípios potiguares.

O chamamento público foi realizado em novembro de 2018 e o resultado foi publicado em janeiro corrente, destaca informação da assessoria de imprensa da Secretaria, em Natal.
Cinco entidades foram habilitadas para construção das cisternas: Diaconia, Núcleo Sertão Verde, ATOS, CEEAD, SEAPAC.
Os recursos, da ordem de cerca de R$ 13 milhões, são referentes a execução do convênio nº 046/2012 (Siconv 775967), firmado entre o Governo Federal e o Governo do Estado, por intermédio da Sethas/RN.
A secretária ressaltou que a pasta está trabalhando para que em breve os contratos com as entidades sejam assinados e que a construção das 1.796 cisternas comece o mais rápido possível, enfatizando que as cisternas irão beneficiar famílias de baixa renda que vivem em regiões rurais atingidas pela seca ou falta regular de água.


Exportação

Brasil deve exportar mais milho que soja em janeiro pela 1ª vez em um ano

Exportação de milho no Brasil geralmente tem maior protagonismo no segundo semestre de cada ano
Mas, ao longo de 2018, os exportadores impulsionaram as vendas de soja na esteira de uma colheita recorde e um forte apetite da China diante da guerra comercial com os Estados Unidos. Além disso, a safra de milho do Brasil quebrou, reduzindo a oferta do cereal.
A inversão de janeiro, contudo, tende a ser revertida já no próximo mês, já que os trabalhos de campo estão adiantados com a soja, puxando a oferta para embarques, disseram analistas ouvidos pela Reuters.
Conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de janeiro a exportação de milho somou 2,80 milhões de toneladas, e mais 740,50 mil toneladas são esperadas até o fim do mês, tendo por base dados da agência marítima Williams. Assim, seriam enviados ao exterior em torno de 3,55 milhões de toneladas do cereal.

Quanto à soja, a exportação nas três primeiras semanas de janeiro foi de 1,34 milhão de toneladas, com mais 1,21 milhão agendado até 31 de janeiro, o que leva a um provável volume de quase cerca de 2,5 milhões de toneladas em embarques totais.
Caso se confirme, será a primeira vez que as vendas externas mensais de milho superam as de soja desde janeiro de 2018, quando foram enviados ao exterior 3 milhões e 1,56 milhões de toneladas de cada commodity, respectivamente.
O Brasil é o maior exportador mundial de soja e um dos maiores de milho, ao lado de Argentina e Ucrânia, em ranking liderado pelos EUA.
RECORDE PARA SOJA
Os 2,5 milhões de toneladas de soja seriam, aliás, uma quantidade recorde para o mês, conforme a série histórica da Secex com início em 2006, apesar de o Brasil ter passado de uma safra para outra com estoques mínimos, após recordes nas exportações da oleaginosa no ano passado.
“2018 foi um ano em que a prioridade de exportação foi para a soja. A janela de exportação de milho foi sendo empurrada. E na verdade foi empurrada muito mais do que a gente imaginava... Janeiro deve vir um volume alto (de milho). A partir de fevereiro já deve voltar a chave para soja, até pela questão de liquidez”, disse o analista Victor Ikeda, do Rabobank.

A retomada dos embarques de soja do Brasil a um ritmo mais forte, em linha com a colheita adiantada, é bastante aguardada no exterior. Isso porque os chineses, maiores importadores, estão comprando o produto nos EUA com tarifas elevadas aplicadas em meio à guerra comercial, desde meados do ano passado.
Com relação ao milho, o analista do Rabobank prevê que a exportação do Brasil deverá voltar “à normalidade” este ano, com a recomposição de oferta e exportações maiores a partir de agosto, setembro”, acrescentou.
Conforme ele, o Brasil tem potencial para exportar de 70 milhões a 71 milhões de toneladas de soja neste ano e em torno de 30 milhões de milho. Em 2018, foram cerca de 84 milhões e 23 milhões, respectivamente.
Em boletim, a Scot Consultoria também destacou que os envios de soja devem ganhar ritmo já a partir do fim deste mês.
“A expectativa é de que os embarques (de milho) diminuam gradualmente nas últimas semanas de janeiro em diante, conforme avançam as exportações de soja”, destacou a consultoria.
“Por ora, o bom ritmo das exportações, e as revisões para baixo na produtividade da safra de verão 2018/19, em função da falta de chuvas em importantes regiões produtoras, colaboram com o cenário de preços firmes para o milho no mercado interno”, comentou a Scot. 

Investimento: Construção de novo projeto eólico é iniciado em Serra do Mel



A Voltalia – empresa de energia renovável e prestadora de serviços –, há 12 anos no país, assinou com a SiemensGamesa, fornecedora de soluções de energia eólica, um contrato para a compra de 36 aerogeradores para a nova usina Ventos da Serra do Mel 2 (VSM 2), localizada no município serrano, com capacidade para 128 MW.
   
Após dois contratos anteriores assinados com a SiemensGamesa para a compra de 13 turbinas para o Vila Acre I (27 MW) e de 47 unidades para o parque Ventos da Serra do Mel 1 (VSM 1) com capacidade de 163 MW, a Voltalia anuncia a nova parceria com a empresa.
As novas turbinas que serão instaladas em VSM 2 (128 MW) são do modelo SG 3.4-132, com potência nominal de 3,55 MW cada. Rotores com um diâmetro de 132 metros se elevarão em 120 metros acima do solo.

Usina pernambucana aumenta produção de etanol em 16% fugindo do preço baixo do açúcar

usinas cruangi 2O fim da moagem da cana da Usina Cruangi foi de festa. A usina, que hoje é uma cooperativa com cerca de 800 fornecedores de cana na zona norte de Pernambuco, moeu 627 mil toneladas nesta safra. A cooperativa superou a marca de 547 mil toneladas da safra anterior. Também ampliou a fabricação de etanol com 51,6 milhões de litros. Cresceu 16% em comparação a última safra. A unidade focou na produção do combustível devido os baixos preços do açúcar no mercado nacional e global. E ainda produziu cachaça. Foram 6,2 milhões de litros.
Com safra maior após anos de seca, a usina Cruangi, rebatizada pelos canavieiros de Coaf (Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana), é responsável por 300 postos de trabalho na unidade e mais 3,7 mil empregados nos engenhos dos 800 agricultores cooperativados. “Tivemos uma das melhores safras até agora, apesar da mortandade de parte dos canaviais diante de períodos secos. Já vamos reiniciar os preparativos para a nova safra e esperamos que o clima ajude para que possamos atingir marcas maiores”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da cooperativa e da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).
A cooperativa assumiu a usina em 2015. E vem crescendo desde então. O grupo tem investido na qualificação da unidade. Só na eletrificação das moendas, investiu R$ 3,5 milhões nesta safra. Já colhem resultados desta aposta. Tem gerado uma sobra maior do bagaço da cana, que está sendo vendido em grande quantidade para a alimentação de animais e inclusive para o uso de outras usinas. O bagaço é utilizado como matriz energética. Só para a alimentação, foram comercializadas 1,5 mil toneladas de sobras do bagaço hidrolisado nesta safra, ante as 264 toneladas na anterior.
“Já com a sobra do bagaço in natura, usado na produção de energia por outras usinas e no setor avícola para acomodar as aves, já vendemos 15 mil toneladas e temos mais 13 mil para negociar”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da cooperativa e da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).

O dirigente ainda destaca outro ponto importante para o setor canavieiro no estado diante dos resultados produzidos pela usina na safra. A unidade deve ficar como a melhor pagadora do preço da cana dentre as usinas de Pernambuco. Nos dois últimos anos, pagou a maior média de ATR (taxa de açúcar da cana). O ATR é um dos indicadores principais para definição do valor que as usinas pagam aos fornecedores pela cana. “O nosso ATR médio da atual safra foi de R$ 141 por quilo. Tem tudo para ser o maior outra vez”, diz Lima.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

 Cientistas querem criar tomates que já vem apimentados do pé



O tomate é um fruto complexo. Seu sabor é, na verdade, uma combinação que estimula a língua em de quatro formas sensoriais diferentes, que nós identificamos como sabores: doce, azedo e salgado, além do sabor umami. Mas parece que isso é pouco pros cientistas – uma equipe da Universidade Federal de Viçosa (UFV) quer produzir
tomates que apimentados.
Escrevendo no periódico Trends in Plant Science, os cientistas explicam como pretendem estimular, no fruto, a produção de capsaicina. É este o nome do composto químico que dá às pimentas o sabor picante. Ela é responsável por ativar as células nervosas da língua que lidam com a dor induzida pelo calor – e cria a sensação apimentada, de “queimadura”, que conhecemos.
Existem pelo menos 23 diferentes tipos de capsaicinoides. O ardor das pimentas é determinado pelos genes que regulam a fabricação desses compostos – as pimentas mais “fracas” apresentam mutações que diminuem este processo.
O que os cientistas descobriram é que não é difícil fazer o tomate produzir capsaicina. A pimenta e o tomate são “primos”, separados pela evolução há 19 milhões de anos (um evento três vezes mais recente que os dinossauros – ou seja, foi ontem na escala evolutiva).
Segundo os cientistas, portanto, o primo não apimentado tem todos os genes necessários para produzir capsaicina, falta só a “maquinaria” celular para ativá-los. Mas com a engenharia genética de hoje, isso de ativar genes é tarefa simples.
De acordo com o artigo, uma das técnicas que pode ser efetiva é a CRISPR, que permite que cientistas modifiquem o genoma com uma maior precisão. Segundo Augustín Zsögön, co-autor do estudo, a equipe de cientistas já está trabalhando nisso, e espera ter novidades até o final do ano.
Tudo isso, naturalmente, levanta a questão: por que os cientistas estão tão interessados ​​em criar tomates apimentados? Simples: eles serão uma maneira fácil de colher capsaicina.
“Capsaicinoides são compostos muito valiosos: eles são usados ​​na indústria de armas para spray de pimenta, mas também em anestésicos. Há pesquisas mostrando que eles promovem a perda de peso”, disse Zsögön. Além disso, já foram comprovadas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, e até benéficas no combate ao câncer.
Tirar esse capsaicina das pimentas, porém, exige bem mais esforço. Para crescerem saudáveis, pimentas precisam se desenvolver ao ar livre, em campos abertos – o que as deixa suscetíveis a condições naturais prejudiciais, como alta chuvas e temperaturas. Além disso, seus níveis de capsaicina variam amplamente, com base no ambientes em que são cultivadas.
Como se já não bastasse, as pimentas também são vulneráveis ​​a doenças transmitidas pelo solo, e a germinação de suas sementes é bastante lenta. Agora, compare isso com nosso pau pra toda obra, o tomate: resistente a doenças, cresce normalmente em ambientes fechados, com alto rendimento e é muito fácil de cultivar – dá em quase todo tipo de solo. Com tomates picantes, os cientistas acreditam que poderemos ter um caminho promissor para a produção de capsaicinoides a nível comercial.
Mas nem tudo são flores: os cientistas não podem afirmar, com certeza, que os ajustes nos genes do tomate não afetarão fatores como a produtividade e a qualidade das colheitas. Mas mesmo com esses obstáculos em mente, os autores do estudo estão otimistas com as boas possibilidades.


Algodão

Preço do farelo de algodão acompanhou a queda do farelo de soja

As cotações do farelo de algodão deverão acompanhar essa tendência nos próximos meses

Os preços do farelo de algodão caíram acompanhando o farelo de soja e a soja grão, que por sua vez recuaram em função do câmbio e da pressão do lado da oferta, com a colheita em andamento (safra).
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na primeira quinzena de janeiro, a tonelada do farelo de algodão com 38% de proteína bruta (PB) ficou cotada, em média, em R$937,78 em São Paulo, sem o frete.
O recuo foi de 0,5% na comparação com a quinzena anterior, mas o alimento concentrado ainda está custando 15,1% mais em relação a janeiro de 2018.
Em curto e médio prazos, a expectativa é de preços mais frouxos no mercado da soja (grão e farelo), em função da colheita, câmbio pesando menos e incertezas com relação à demanda, especialmente para exportação.
No entanto, as quedas nos preços poderão ser limitadas, em função das revisões para baixo na produção brasileira de soja, devido à falta de chuvas no final de 2018 em importantes regiões produtoras.
As cotações do farelo de algodão deverão acompanhar essa tendência nos próximos meses.
Boi gordo

Pressão de baixa no mercado do boi gordo surtindo pouco efeito em São Paulo

A pressão de baixa imposta pelas indústrias vem perdendo força
A pressão de baixa imposta pelas indústrias vem perdendo força. Não está fácil tornar efetivas as ofertas de compra em preços menores. Apesar da demanda fraca, a oferta de gado está restrita e esse é o fator que tem contido as baixas, impedindo recuos mais significativos para a arroba. 

Esse cenário fica mais evidente na praça de São Paulo. No estado, a referência para o boi gordo segue estável há duas semanas e a arroba ficou cotada em R$150,50, à vista, livre de Funrural, na última terça-feira (22/1).
A maioria dos frigoríficos paulistas trabalha com escalas de abate que atendem ao redor de três dias. No restante do Brasil, o mercado está relativamente calmo, com alterações pontuais de preços em algumas praças, mas sem tendência definida.
Nestes últimos dias do mês, a expectativa fica por conta da dificuldade para o escoamento da produção, se ela será suficiente para reduzir as referências para a arroba de maneira mais intensa, frente a esta oferta limitada.

Seca reduz safra de soja do Brasil em 2% ante 2018

Maior consumidor mundial de soja, a China buscaria, assim, assegurar produto para suprir o mercado interno

Chuvas irregulares e altas temperaturas nas principais áreas produtoras de soja do Brasil retiraram o potencial de uma colheita recorde na atual safra 2018/19 e apontam para mais perdas, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta quarta-feira com participantes do mercado.

De acordo com a média de estimativas de 10 consultorias e outras instituições, o Brasil, maior exportador global de soja, deverá produzir 117 milhões de toneladas da oleaginosa no ciclo vigente, ante previsão de históricos 120,8 milhões na pesquisa anterior, de novembro.
O volume já é quase 2 por cento inferior ao recorde de 119,3 milhões de toneladas de 2017/18, quando as condições climáticas foram bem mais favoráveis.
Mas as perdas reportadas desde dezembro provavelmente não devem parar por aí, segundo alguns especialistas, uma vez que o clima segue irregular e com temperaturas elevadas. Além disso, a colheita está só no seu início, atingindo 6,1 por cento da área ao final da semana passada, de acordo com a consultoria AgRural.
O cenário contrasta com o otimismo no início do desenvolvimento da safra, marcado por chuvas regulares. A expectativa era de uma produção muito superior à da temporada passada, até porque o plantio superou 36 milhões de hectares, 1 milhão acima do visto no ciclo anterior.

Muitas lavouras foram fortemente impactadas pela falta de chuvas e elevadas temperaturas em dezembro, quando já passavam por importantes estágios de desenvolvimento, dado um plantio realizado mais cedo nesta temporada. Analistas e órgãos oficiais reduziram seus números ao longo de janeiro.
“Destacaria de longe o Paraná, mais especificamente a região oeste... Ali você vê um cenário de complicação de produtividade, que caiu de 10 a 15 por cento... Já Mato Grosso do Sul talvez seja o mais afetado em termos de rendimento, com queda de até 20 por cento em algumas regiões”, afirmou o analista Aedson Pereira, da IEG FNP, referindo-se aos dois Estados mais afetados pelo tempo adverso.
A IEG FNP prevê agora produção de 117,5 milhões de toneladas de soja em 2018/19, frente 122 milhões na pesquisa anterior.
“Em outras regiões, houve perdas localizadas, principalmente nas primeiras áreas semeadas de ciclo precoce, em que o período de estiagem atingiu as lavouras no período de enchimento de grãos”, comentou o analista Victor Ikeda, do Rabobank.
QUENTE E SECO
Nos últimos dois meses, todas as regiões de Paraná e Mato Grosso do Sul receberam chuvas abaixo da média, segundo dados do Refinitiv Eikon. Mato Grosso, Goiás e partes do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) também registraram precipitações aquém do normal.

E pelo menos até o início de fevereiro a previsão é de que a situação se agrave, com o sudeste mato-grossense, por exemplo, recebendo quase 50 milímetros menos que o esperado para esta época do ano. A situação no Paraná também deve continuar com chuvas inferiores à média.
“Os efeitos do clima adverso ainda não conseguem ser mensurados na sua totalidade. Do mesmo jeito que com o avanço da colheita, podemos detectar que a produtividade obtida está sendo até pior do que se esperava, a regularização das chuvas, se ocorrer, pode contribuir para estancar as perdas ou até provocar algum tipo de recuperação em determinadas áreas e regiões”, disse o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
A Cerealpar cortou em quase 5 milhões de toneladas a sua previsão para a safra de soja do Brasil, a 116 milhões de toneladas.
“Será importante acompanhar o desenvolvimento das chuvas nessa segunda metade de janeiro e não descartamos novos cortes nas projeções de produtividade/produção em caso de novos casos de baixos volumes pluviométricos nas regiões produtoras brasileiras”, alertou Ikeda, do Rabobank.

CHINA
Uma menor produção tende a reduzir a exportação de soja do Brasil, que já conta com estoques enxutos após embarques recordes de 84 milhões de toneladas em 2018. A Agroconsult, por exemplo, prevê vendas de 73 milhões de toneladas neste ano.
A perspectiva de menor oferta disponível no Brasil leva analistas a apostarem em um maior diálogo da China com os Estados Unidos para pôr fim à guerra comercial entre ambos. Em meio à disputa, Pequim taxou a oleaginosa norte-americana e se voltou com força à commodity brasileira no ano passado.
Maior consumidor mundial de soja, a China buscaria, assim, assegurar produto para suprir o mercado interno.
“Com certeza, dependendo do grau de queda do potencial brasileiro, todos esses fatores podem fazer com que a China acelere as negociações com os EUA”, afirmou Pereira, da IEG FNP, acrescentando que as incertezas sobre a safra também têm reduzido as vendas antecipadas.
“A liquidez do mercado brasileiro, até se tirar boa parte dessa safra do campo, vai ser morosa.”

ARTIGO: Excelente

O PARADOXO: Agricultura em Alta x Agricultores em Baixa
Hoje, os nossos “produtores rurais” são um exemplo em produção e produtividade.  A balança comercial brasileira é sustentada por esta produção espetacular que aumenta a cada ano, em que pese alguns reveses climáticos. A agricultura e a pecuária brasileira conseguem competir e enfrentar o mercado internacional mesmo diante de polpudos subsídios de outros países aos seus tutelados produtores.

Subsídios não os esperem, porque eles não virão.  Temos assistido nestes últimos 20 anos uma situação inusitada e paradoxal: A produção do setor primário crescendo cada vez mais e os produtores sendo substituídos por outros, por que uns não têm conseguido suportar situações como endividamentos, custos de produção elevados, oscilações bruscas de preços, etc.

Todavia, produzir tem sido a parte mais fácil para os produtores rurais, por que tem tido acesso às tecnologias agronômicas e zootécnicas, facilitadas pelas entidades cooperativas, sindicais, privadas e governamentais.
A gestão de uma empresa rural não se limita aos fatores de produção. Produzir é apenas uma parte do processo.
Indicadores representam um bom método de acompanhamento do desempenho da gestão. Os produtores rurais, de uma maneira geral há muito possuem indicadores físicos de produção, produtividade e alguns até mesmo de custos de produção. Outros, ainda, possuem muitas anotações e registros diversos, mas, como não estão sistematizados, não lhes é possível fazer uma análise crítica do desempenho global da gestão da empresa rural.

1.Quais os benefícios de um sistema de indicadores para uma empresa?
  • Fornece informações sobre o que está certo e o que está errado.         
  • Indica até que ponto os objetivos traçados estão, ou não, sendo alcançados.
  • Indica   prioridades – onde devemos concentrar nossos esforços.           
  • Faz com que as tomadas de decisões sejam feitas com uma base sólida de dados e fatos.
Ao estabelecer um sistema de indicadores de gestão da empresa rural o empresário deve preocupar-se em criá-los de tal forma que eles possam dar uma cobertura ao modelo de gestão e que os resultados de sua medição possam realmente agregar valor (melhorar) a gestão.

DIMENSÕES DOS INDICADORES:
Devemos observar, ainda, que os indicadores, além de estarem alinhados aos objetivos estratégicos da empresa, eles seguem uma ordem de dimensões, ou abrangências que fazem com que as empresas sejam mais ou menos competitivas. Tais dimensões ou abrangência dos indicadores podem ser:
  • Finanças ou Financeiro (Lucro,  lucratividade,    Rentabilidade)
  • Custos  – Gastos diretos com a  produção (Custos Variáveis) e Gastos indiretos (Custos fixos)
  • Processos – Produção, produtividade
  • Mercado ou clientes
  • Ambiental -  
Os indicadores na dimensão ou abrangência dos Processos podem ser os de produtividade (relativos a eficiência) e os de qualidade (relativos a eficácia).
Um bom sistema de indicadores não é aquele em que há muitos indicadores para ser monitorado, mas àqueles em que assegurem que a gestão está sob controle.
Para criar e estabelecer um indicador siga o seguinte roteiro:
  • Defina o indicador a ser utilizado (SEGUNDO ALGUMA DIMENSÃO)
  • Defina a formula de cálculo e sua periodicidade               de medição       
  • Calcule o índice atual usando a fórmula definida.             
  • Estabeleça a meta.        
  • Estabeleça quem, como, quando e onde buscar as informações e os instrumentos de medição.
  • Registre os resultados alcançados, em gráficos  ou tabelas, de acordo com a periodicidade definida.
  • Analise e dissemine as informações às partes interessadas.       
  • Tome as decisões conforme os resultados.
Existem organizações que possuem instrumentos de avaliação do sistema de gestão empresarial que, através deles, o empresário poderá identificar suas potencialidades e suas fraquezas na condução do seu empreendimento.
Uma delas é o SEBRAE que, através do Prêmio MPE Brasil, os participantes respondem um questionário que faz uma abordagem geral sobre a gestão e a entidade dá a realimentação da Auto Avaliação das Características do comportamento empreendedor do participante. Outra entidade que possui um valioso instrumento de avaliação é o PGQP – Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade que disponibiliza o formulário de Auto Avaliação da Gestão, que pode ser respondido pela internet, através do site www.portalqualidade.com, cuja abordagem da avaliação segue os critérios do PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade – Liderança, Estratégias e Planos, Clientes, Sociedade, Informações e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados da Organização
Texto extraído do Livro: GESTÃO RURAL A ALMA DO AGRONEGÓCIO - Publicação Federacite 2018 - Páginas 19 a 22, Autor: Rogério de Melo Bastos

A importância de consumir leite para a saúde das pessoas

copo de leiteConsumir lácteos beneficia o organismo que absorve proteínas, vitaminas e minerais, principalmente o cálcio, nutriente fundamental para o fortalecimento dos ossos. A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição recomenda a ingestão de leite desde a infância até a fase adulta, incluindo os idosos. E alerta que a exclusão destes produtos deve ser feita apenas com diagnóstico clínico, mediante recomendação médica.
Não existe uma regra rígida para a quantidade de consumo de lácteos. Médicos e especialistas indicam que um adulto deveria consumir por dia 500 ml de leite; crianças entre 400 ml a 750 ml; grávidas e adolescentes no máximo 750 ml, e idosos até 600 ml. Os níveis recomendados também podem ser alcançados ingerindo três porções de leite por dia, misturados a cereais ou ainda na forma de iogurtes ou queijos.

Atenta às necessidades nutricionais dos consumidores, a Lacticínios Tirol oferece uma linha completa de leite e derivados, além de produtos desenvolvidos especialmente para pessoas que precisam de um tipo apropriado de lácteos, como os intolerantes à lactose. “Nossa prioridade é oferecer alimentos que contenham todos os nutrientes necessários para uma alimentação saudável e saborosa em todas as etapas da vida”, sublinha Liandro Mai, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Tirol.

Danos Ambiental

MPF identifica dano ambiental de mineradora em área de cavernas no RN Divulgação / SENAR Alvo de uma ação civil pública, a empresa tinha licença para prospectar minério de ferro na área conhecida como Sítio Serra da Cruz, localizada em Caicó, Pela primeira vez, o uso de drones pelo Ministério Público Federal (MPF) possibilitou a produção de provas que foram cruciais para a comprovação do dano ambiental causado por uma mineradora. Alvo de uma ação civil pública, a empresa tinha licença para prospectar minério de ferro na área conhecida como Sítio Serra da Cruz, localizada em Caicó, no interior do Rio Grande do Norte. A região recebe turistas de todo o Brasil e é conhecida pela grande concentração de cavernas, onde há pinturas rupestres e rios subterrâneos. Estudos realizados por espeleólogos (especialistas em cavernas) do RN indicaram a degradação ambiental na área de influência daquelas cavidades, inclusive, com aumento do aspecto turvo do rio subterrâneo. Embora a suspeita fosse de dano ambiental decorrente da atividade de mineração, não existiam meios adequados para comprovar a hipótese. “Foi através das análises geográficas realizadas com o auxílio do drone que conseguimos assegurar a existência do dano às cavidades das grutas, consistentes na supressão da cobertura vegetal e na modificação da topografia. Foi possível atestar esses danos pela presença de cortes, aterros e terraplanagem executada para abertura de vias de acesso e praças de sondagem”, comemora a procuradora Maria Clara Lucena, responsável pela investigação. O cruzamento das imagens obtidas pela aeronave com outros bancos de dados demonstrou que a água da chuva poderia ter levado os detritos da atividade mineradora para o interior da caverna. “O caso de Caicó é emblemático porque o uso do drone foi essencial para produção da prova técnica que subsidiou a atuação do MPF. Sem ele, dificilmente a procuradora conseguiria fortalecer a tese de que a contaminação da bacia hidrográfica da caverna pode ter sido causada pela atividade de mineração”, afirmou Marcelo Pires da Silva, diretor do Centro Nacional de Perícia do MPF. Ele explica que o MPF adquiriu dois equipamentos em janeiro de 2018, e, em agosto, foi oferecido treinamento para servidores, que passam a ser multiplicadores dos conhecimentos adquiridos. “Os procuradores podem contar com mais essa ferramenta em sua atuação. O uso dos drones elevou a qualidade do trabalho de perícia”, avalia o diretor. Apesar de a utilização dos drones em si não ser novidade, a abordagem no âmbito do MPF é inédita. Isso porque a Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea), órgão de apoio científico às investigações, passou a adotar técnicas de aerolevantamento capazes de fazer medições de distâncias, áreas e volumes, além da produção de modelos digitais de relevo que permitem conhecer as variações de altitude na área levantada. Tudo isso com resolução espacial de 3,5 cm a 8 cm por pixel (imagens do google earth têm resolução média de 50 cm). Como funciona – Um profissional habilitado faz a delimitação da área a ser trabalhada e, em função dela, estima a altura do sobrevoo. “Todo o trabalho é feito com o auxílio de um aplicativo por meio do qual se faz o planejamento de voo. Na medida em que a aeronave se desloca, ela tira automaticamente fotografias da área de interesse, criando uma imagem em faixas, em que cada fotografia se sobrepõe às fotografias vizinhas em cerca de 70%. Essa técnica, tradicionalmente aplicada em aerolevantamentos com aviões, permite a correção geométrica do conjunto de fotografias, que tipicamente possuem distorções, e, assim, é possível, por exemplo, fazer o cálculo entre diferentes pontos”, explica o perito em geologia do MPF Humberto Lima, responsável pelo trabalho realizado em Caicó, juntamente com o perito em engenharia florestal Alan Mocochinski. Em seguida, essas imagens são tratadas em um software para gerar um mosaico de alta resolução, que é georreferenciado (com coordenadas de GPS). Vantagens – Antes do surgimento dos drones, o trabalho de aerolevantamento era realizado por aviões ou a partir de imagens de satélites. No entanto, a depender da circunstância da investigação – uma localidade na região amazônica, por exemplo –, o uso das técnicas tradicionais pode não ser a mais adequada. “Os serviços com aeronaves tripuladas são extremamente caros. No caso dos satélites, não há imagens de todos os locais fiscalizados, o custo para a utilização dos serviços também é alto e muitas dessas imagens estão desatualizadas”, adverte Lima. Além da economia de recursos, as aeronaves diminuem o tempo das perícias e permitem a realização de um trabalho mais seguro para peritos, pois não é preciso deslocar a equipe até determinadas regiões marcadas por conflitos (o operador pode guiar o drone a uma distância segura de 1km), e até mesmo permitir que a equipe realize o levantamento sem ser notada. Outras perícias – Dois casos recentes também ajudaram procuradores do MPF no combate a ocupações de áreas protegidas por lei. O primeiro aerolevantamento da PGR foi feito em Aruanã (GO), em setembro deste ano, nas margens do Rio Araguaia, numa área de 79 hectares. Na ocasião, foram verificados loteamentos irregulares nas margens do curso d’água, e foi feito um levantamento sobre o número de imóveis nas margens do rio, área construída e portos. Ao todo, 19 propriedades foram vistoriadas. O outro foi o acompanhamento da execução de um termo de ajustamento de conduta na Vila Varjão, comunidade do Distrito Federal situada em área de preservação ambiental. O procedimento, realizado em outubro último, foi instaurado em razão do descumprimento de cláusulas do acordo que eram de responsabilidade do Ibama, do Governo do Distrito Federal e da Terracap. A perícia verificou ocupações irregulares nas três unidades de conservação distritais que circundam a Vila Varjão: a Área de Relevante Interesse Ecológico do Torto, o Parque Ecológico do Taquari, e o Parque Ecológico e Vivencial da Vila Varjão.                                                                                                                                  Postado por F Damião 

Ciência coloca o Nordeste no circuito de produção de suco de uva de qualidade

Viviane Zanella - A BRS Magna garante a cor violácea intensa ao suco
A BRS Magna garante a cor violácea intensa ao suco
Desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho  cultivares de uva voltadas à elaboração de sucos posicionaram o Vale do São Francisco, em pleno sertão nordestino, como polo produtor da fruta para bebidas de alta qualidade, ao lado da Serra Gaúcha. Grandes empresas do setor alimentício lançaram marcas que usam a origem das uvas como diferencial de valor de seus produtos.
A Coca-Cola do Brasil lançou recentemente o suco 100% Origens Nordeste, linha premium da Del Valle que utiliza como matéria-prima as cultivares Isabel Precoce e BRS Magna, ambas obtidas pelo Programa de Melhoramento Genético Uvas do Brasil, da Embrapa.
Outra gigante do setor, a Miolo Wine Group, utiliza cultivares da Embrapa na elaboração do suco com a marca Sunny Days. Empresas menores, como a Asa Alimentos e a Paluma, mantêm a produção de sucos de uva de qualidade todos os dias do ano graças às cultivares brasileiras adaptadas às condições do Vale do São Francisco. Cada empresa desenvolveu um blend próprio tendo como base as uvas BRS, sigla que designa produtos gerados pela Embrapa.

Conquista recente

Há pouco mais de seis anos, a elaboração de suco não era um negócio viável na região. Mesmo com as condições favoráveis de solo e clima, que possibilitam a colheita de uvas ao longo de todo o ano, o Vale do São Francisco necessitava de cultivares que apresentassem alta produtividade e qualidade, demanda dos produtores e de técnicos da região.
“As tentativas de elaborar sucos no Nordeste já são antigas. Inicialmente tinham uma cor muito amarronzada, que não chamava a atenção do consumidor”, relembra João Dimas Garcia Maia, melhorista da Embrapa que, em conjunto com a pesquisadora Patrícia Ritschel, coordena o programa de melhoramento Uvas do Brasil. Ele comenta que mesmo com a disponibilidade de sucos brancos e rosés, a tradicional versão tinta continua sendo a preferida do consumidor, por causa da cor, do aroma e do sabor.
Ele conta que, para atender à demanda dos produtores, desde 1985, o programa tem uma linha de pesquisa dedicada a aprimorar a qualidade e oferecer maior competitividade ao suco de uva brasileiro, tanto nos polos tradicionais, como o Sul do País, como nas novas fronteiras: as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. “Desenvolvemos cultivares adaptadas ao clima e ao solo brasileiro, isso faz a diferença no produto final”, destaca o pesquisador.

A uva ideal

Cor violácea intensa, altos teores de açúcar, elevada produtividade, acidez equilibrada, aroma e o sabor das tradicionais cultivares de Vitis labrusca são as características indispensáveis que a uva deve apresentar para resultar em um bom suco, enumera Maia. Com esse foco, ele relata que já foram lançadas cultivares tintas específicas para suco, como a BRS Cora, a BRS Violeta, BRS Carmem e, mais recentemente, a BRS Magna.

Fazenda muda foco de produção

As uvas que estão sendo utilizadas no suco da Dell Valle são cultivadas na Fazenda Timbaúba, ligada à Queiroz Galvão Alimentos, em Petrolina (PE). Segundo Sérgio Lima Cavalcanti, diretor do grupo que há 25 anos atua na empresa, a elaboração do suco surgiu como parte de uma reestruturação há cerca de seis anos, quando a exportação de frutas, que era o principal ramo de atuação, deixou de ser um bom negócio pelo aumento no custo da produção.
Após uma análise de mercado, a escolha foi a implantação de uma agroindústria para processamento de frutas, entre elas a uva. “Na época, testamos cerca de 20 cultivares de uva para ver quais apresentavam o melhor desempenho. Ajudamos a validar a seleção 33, que depois foi lançada como BRS Magna”, relembra. Hoje em dia, ao lado da Isabel Precoce, também uma cultivar lançada pela Embrapa, ela lidera a produção de uva para suco na propriedade, totalizando 150 hectares cada.
“A BRS Magna tem boa produtividade, podendo chegar a 60 toneladas anuais por hectare, divididas em duas safras”, ressalta Lima. Na propriedade também estão sendo avaliadas outras cultivares da Embrapa, como a BRS Violeta, BRS Cora e BRS Carmem. Além de elaborar cerca de 200 mil litros de suco integral (marca OQ) por mês, a fazenda fornece a matéria-prima para a Dell Valle Origens Nordeste e outros produtos.

Saudável, suco de uva brasileiro
ganha o mundo

A qualidade do suco de uva brasileiro e a inexistência de produtos semelhantes no mercado internacional têm se tornado diferenciais competitivos. Somente no primeiro semestre de 2018, o produto foi exportado para 13 países: Angola, Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Chile, China, Estados Unidos, Japão, Holanda, Paraguai, Portugal e Reino Unido e, em 2017, chegou a 22 países.
Grande parte desse crescimento é resultado de pesquisas que o caracterizam como um superalimento, com muitos benefícios para a saúde. Segundo a biomédica e pesquisadora Caroline Dani, que estuda o suco de uva há 13 anos e é uma das principais referências em pesquisas sobre o produto no Brasil, o seu consumo está relacionado à prevenção de doenças cardiovasculares, redução da pressão arterial, diminuição do risco de aparecimento de enfermidades neurológicas, prevenção do envelhecimento precoce e auxílio na redução de peso.
"O consumo de até 400 ml de suco de uva por dia para adultos protege em até 80% contra os riscos das doenças cardiovasculares”, destaca a pesquisadora, que também coordenou estudos que revelaram o benefício dos polifenóis presentes na uva: a proteção do sistema nervoso central, com a melhora da cognição e da memória, observada em um grupo de idosos que consumiu suco de uva por 30 dias. Há também trabalhos que revelam o aumento da atividade cerebral e de proteção contra o câncer de mama, além da redução do risco de diabetes e obesidade, com ganhos na prática de atividades físicas.
Segundo Felipe Braga, gerente sênior de inovação da Coca-Cola do Brasil, pela primeira vez, a empresa terá um produto desenvolvido em duas regiões diferentes: inicialmente com o Origens Serra Gaúcha e agora com o lançamento do Origens Vale do São Francisco para atender o Nordeste do Brasil. “É uma forma de valorizar a expertise técnica dos produtores. Fomos em busca de especialistas e conseguimos produzir os melhores sucos. Além disso, poderemos atender o mercado do Nordeste com um produto local”, afirma ao explicar que a linha Origens foi concebida para explorar a diversidade de frutas cultivadas por parceiros nas diferentes regiões brasileiras.

Serra Gaúcha já conta com 70 dias de colheita

Mas não é apenas para regiões de clima tropical que as cultivares de suco da Embrapa estão fazendo a diferença. Nas regiões de clima temperado, como a Serra Gaúcha, tradicional região produtora, as cultivares também estão agregando benefícios ao suco.
Além dos atributos básicos, como cor, açúcar, resistência a doenças e sabor, o principal diferencial dessas cultivares para o sul do País é a ampliação do tempo de colheita, com opções de materiais precoces e tardios. “Conseguimos estender de 30 para 70 dias esse período, trazendo a possibilidade de o produtor diversificar sua produção e desafogar períodos de mão de obra, bem como para indústria, a qual pode manter sua capacidade operativa por algumas semanas a mais, não concentrando o processamento de todas as variedades no mesmo período”, destaca Patrícia Ritschel, pesquisadora da Embrapa.

Mercado promissor

Segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), nos últimos dez anos houve aumento de 372% nas vendas de suco de uva no Brasil. Responsável por 90% do abastecimento nacional da bebida, o Rio Grande do Sul elaborou 125,4 milhões de litros de sucos prontos para consumo e 31 milhões de quilos de suco concentrado na safra 2017/2018. Os 10% restantes estão sendo elaborados nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia, Paraná, São Paulo e Pernambuco.
Na avaliação do presidente do Ibravin, Oscar Ló, o suco de uva vem se consolidando como um dos carros-chefe do setor vitivinícola brasileiro, especialmente por fazer bem à saúde, não ter contraindicações e agradar a todos os públicos, de crianças a idosos. Ele destaca que nos últimos seis anos o produto absorveu metade da matéria-prima cultivada no Rio Grande do Sul. “Num período de recessão econômica obtivemos, de janeiro a outubro de 2018, um crescimento de 22,12% nas vendas de suco no mercado interno, em comparação a igual período do ano anterior. Além disso, promover o suco de uva 100% é estimular o consumo de uma bebida saudável, que pode ser consumida por toda a família”, completa ele, ao se referir às ações de valorização do produto, realizadas pelo Instituto, por meio do Projeto 100% Suco de uva do Brasil.

O Programa de Melhoramento de Uva

Desde 1977, dando sequência às primeiras iniciativas da antiga Estação Experimental de Caxias do Sul, a Embrapa Uva e Vinho conduz um programa de melhoramento voltado para a obtenção de cultivares para processamento (vinho e suco) e para mesa.
Entre os objetivos do programa, está o desenvolvimento de novas cultivares com melhor adaptação às diferentes condições edafoclimáticas do Brasil, com elevada qualidade e produtividade, e alta resistência às doenças que atacam a cultura da videira, como o míldio e o oídio, para diferentes finalidades (mesa, suco e vinho).
O trabalho faz uso de métodos clássicos de melhoramento com manutenção de um banco de germoplasma (acervo que reúne cerca de 1,4 mil tipos de uva, entre espécies cultivadas e silvestres, variedades, clones e seleções), avaliado para as principais características de interesse do programa, introdução de novos materiais, seleção massal, seleção clonal e hibridações. Ferramentas de biologia avançada também estão sendo utilizadas ou desenvolvidas.

Divulgando os benefícios

Levar informação sobre os benefícios do suco de uva à saúde é um dos principais objetivos do Projeto 100% Suco de uva do Brasil, desenvolvido pelo Ibravin, que reúne 16 empresas que elaboram sucos de uva feitos totalmente de fruta, sem adição de água, açúcar nem outros componentes, os chamados “sucos 100%” (integral ou reconstituído) e prontos para beber. Segundo Diego Bertolini, gerente de Promoção do Ibravin, ações de promoção, divulgação e integração do setor, nos mercados interno e externo, capacitando produtores e adequando processos e produtos para fortalecer a imagem dos sucos de uva 100%, são permanentes ao longo do ano.
“O nosso foco é reforçar a diferenciação do suco de uva 100% quando comparado a outros produtos prontos para beber”, destaca. Entre as diferentes atividades, destaque para os projetos educacionais voltados para o público infantil (Teatro Viajante e Teatro nas Escolas) e para os profissionais da educação (+Sabor ao Educar), que visam valorizar a importância dos educadores e da alimentação saudável, tendo como mote os benefícios do suco de uva 100%. Ações em mídias sociais no canal específico do Projeto, como a websérie “Um Copo por Dia”, têm responsabilidade na popularização e na divulgação de informações sobre o produto, que com certeza estão auxiliando na alavancagem das vendas.
“O projeto tem sido bem gratificante porque trabalhamos diretamente com formadores de opinião. São professores que vão levar a informação para a sala de aula. Eles acabam modificando o comportamento alimentar das crianças e de seus familiares”, avalia Caroline Dani, ao se referir aos projetos educacionais. Ela afirma que o consumidor não costuma diferenciar uma bebida que não tem adição de açúcar e seja composta de 100% de fruta de outras que são adoçadas e recebem água. Para garantir a qualidade do produto, ela orienta a procurar no rótulo pela inscrição: 100% suco de uva, sem adição de açúcar.
Embrapa Uva e Vinho