segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Mapeamento da cana-de-açúcar com análises integradas é importante aliado da sustentabilidade

Sergio Torquatto - Palha de cana.
Palha de cana.
O SustenAgro, liderado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), prevê o levantamento de dados dos sistemas de produção mais representativos da cana-de-açúcar nas regiões e microrregiões do Centro Sul do Brasil. Visa desenvolver uma nova metodologia para avaliar a sustentabilidade dos sistemas de produção de cana-de-açúcar.
"O monitoramento da expansão da cana-de-açúcar torna-se fundamental e as imagens de sensoriamento remoto apresentam potencial para contribuir com esse tipo de análise, pois possuem capacidade para identificar sobre quais usos da terra esta cultura tem se expandido", explica Katia de Jesus, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do projeto.

A equipe apresentou o embasamento técnico para uma proposta metodológica para avaliação do uso e expansão da cana-de-açúcar utilizando a abordagem de Landscape Design, conceito que visa à análise sustentável da paisagem levando em consideração aspectos ambientais e socioeconômicos e sua influência, empregando ferramentas do Sistema de Informação Geográfica (SIG). Essa metodologia sugere que os mapas gerados devem ser considerados como um ponto de partida para políticas públicas.
Também foi feita a avaliação da expansão da cultura segundo os critérios de sustentabilidade da Diretiva Europeia (2009/28/CE-DE), em estudo piloto na região de Rancharia, SP. De acordo com os critérios dessa Diretiva, os biocombustíveis não devem ser produzidos a partir de matérias-primas provenientes de terrenos ricos em biodiversidade.
Rancharia foi a cidade escolhida para a análise porque, de acordo com o projeto Canasat do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre as safras de 2007 e 2013 a área plantada aumentou aproximadamente 200%. De acordo com os dados obtidos, a expansão ocorreu principalmente sobre áreas onde antes eram pastagens e solo exposto, e não expandiu para áreas de vegetação natural, ou seja, houve o cumprimento da Diretiva.
As ferramentas de SIG também foram empregadas para avaliar o cenário agroenergético da cana no estado de São Paulo, com o objetivo de analisar a sensibilidade das áreas utilizadas para a produção de cana, integrando indicadores ambientais e socioeconômicos. A metodologia consistiu em classificar variáveis socioeconômicas e ambientais, associadas à produção de cana, em três graus de sensibilidade: alta, média e baixa.
Foi possível observar que as áreas com cana estavam localizadas principalmente nas regiões norte, oeste e central do Estado. Estas áreas possuem alta correlação com o mapa de declividade, pois as máquinas de plantio e colheita de cana têm limitações referentes à declividade do terreno. O mapa de aptidão agrícola e o do zoneamento agroecológico da cana, produzido pela Embrapa, indicou as regiões oeste e central do Estado como as áreas mais aptas para expansão da cana.

Entre os dias 11 a 13 de novembro de 2015 pesquisadores do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, da Apta-UPD - Tietê, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Embrapa Meio Ambiente, membros do Projeto SustenAgro, apresentaram esses resultados no 10º Congresso sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural.
A pesquisadora Katia de Jesus, líder do Projeto SustenAgro, agradece os autores dos estudos Cauã Miranda e Núria Rampazo (Unicamp) e Sérgio Torquato (APTA Regional, UPD – Tietê) e os co-autores que colaboraram com essas pesquisas: Michelle Picoli e Daniel Duft (Centro de Tecnologia do Bioetanol – CTBE – Campinas/SP), Archimedes Perez Filho e Pedro Machado (Unicamp).

Embrapa Meio Ambiente

Expedição safra 2016 planeja formas de crescimento do agronegócio brasileiro

expedição safraA evolução do agronegócio brasileiro nos últimos 10 anos e as tendências para a próxima década fazem parte das discussões durante o lançamento da décima temporada da Expedição Safra, nesta segunda-feira (15), em Curitiba, na sede da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural). O objetivo do encontro é debater mercado, logística e estatísticas da produção global de grãos com base no cenário do ciclo atual. A discussão traduz a temática da Expedição 10 Anos – Da produção ao mercado à inovação e tecnologia.
Com potencial produtivo de 215 milhões de toneladas de grãos para a temporada 2015/16, a safra brasileira deve alcançar crescimento de 2,4% em relação ao ciclo anterior, estima a Expedição Safra. O ciclo tem potencial para 215 milhões de toneladas, quase 5 milhões de toneladas a mais que as 210,4 milhões colhidas na temporada 2014/15, conforme indicador da Expedição Safra. A produção da campanha atual é puxada pela soja e pelo milho, que juntos devem somar mais de 180 milhões de toneladas.

Na esteira do crescimento da produção e motivado pela desvalorização do real frente ao dólar, o país também deve bater recordes de exportação de soja e milho em grão e farelo. Pela primeira vez, os três itens da pauta de exportação do agronegócio brasileiro devem superar 100 milhões de toneladas. Em 2015, o volume embarcado atingiu 98,07 milhões de toneladas segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) – duas vezes mais que o resultado de 2009, de 48,6 milhões de toneladas. Isso significa que em apenas seis anos, as exportações brasileiras de milho e soja em grão e farelo dobraram.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

SERTÃO, BENDITA LEMBRANÇA
Relembro o tempo passado
Que na memória guardei
A casa onde eu morava
A vida que eu levei
Nem tinha televisão
Mas ali, naquele chão
O melhor tempo passei.
No velho fogão a lenha
A minha mãe cozinhava
O abano atiçava o fogo
A caça na brasa assava
Com preá e avoante
Naquele tempo distante
A família se fartava.
De chafariz ou cacimba,
Meu caro amigo anote
Era a água de beber
Que se botava no pote
Ou mesmo numa quartinha
Água ficava fresquinha
Caneco tinha um magote.
No caneco de alumínio
Tinha meu nome gravado
E cada irmão tinha o seu
Mamãe tinha este cuidado
E pra não entrar caçote
Uma boina tinha o pote
Com laço bem amarrado.
Naquele velho sertão
Que vivi quando menina
Por lá se dormia cedo
Luz era só lamparina
E ainda pro meu regalo
Lá se acordava com o galo
Linda aurora nordestina.
A lembrança quando bate
Desperta minha saudade
Recordo a vida singela
E a minha felicidade
Os costumes do sertão
Que jamais se apagarão
Da minha realidade
Dalinha Catunda

Conab leiloa mais 150 mil toneladas de milho




A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza na próxima terça-feira (16/2) o segundo leilão de venda de milho dos estoques oficiais, com oferta de mais 150 mil toneladas do cereal para atender à demanda de criadores de aves, suínos e bovinos, além de cooperativas e indústrias de insumo para ração animal e indústrias de alimentação humana à base de milho.
Segundo a Conab, o preço de venda do milho será divulgado por meio de comunicado, que deverá ser publicado até dois dias antes da data de realização do leilão. A data limite para pagamento dos lotes arrematados é até 23 de fevereiro. O produto está estocado em armazéns da Companhia nos estados de Mato Grosso (148,779 mil toneladas) e Mato Grosso do Sul (1,220 mil toneladas).
Na primeira rodada de leilões de venda de milho, realizada no dia 1º de fevereiro, a Conab ofertou 148 mil toneladas também desses dois estados, além do Rio Grande do Sul, e foram negociadas um total de 125,9 mil toneladas. Os preços médios foram de R$ 22,85/saca para o aviso 10 e de R$ 23,09/saca para o aviso 11.
O valor total da operação foi de R$ 46,7 milhões.CaféNa quarta-feira (17/2), a Conab leiloa 192 mil sacas de café dos estoques oficiais, depositados em São Paulo e Minas Gerais. Na quarta feira da semana passada foi realizado um leilão para venda de 200 mil sacas, das quais foram vendidas 8,666 mil sacas, sendo média de R$ 402,95/saca para os lotes do aviso 7 e de R$ 397,62 para o aviso 9. O valor total da operação foi de R$ 3,3 milhões.

Escola Agrícola de Jundiaí: Matrículas em cursos técnicos semipresenciais continuam abertas

Foto: Reprodução
Seguem abertas até sábado (13) as matrículas nos cursos técnicos semipresenciais ofertados pela Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), unidade acadêmica de Ciências Agrárias da Universidade Federal do RN (UFRN), através da Rede e-Tec Brasil.
Ao todo foram oferecidas 637 vagas nos cursos técnicos de Multimeios Didáticos, Secretaria Escolar, Alimentação Escolar, Agroindústria, Apicultura, Aquicultura, Comércio Exterior, Cooperativismo e Manutenção e Suporte em Informática, nos municípios de Areia Branca, Apodi, Assú, Caicó, Ceará-mirim, Macaíba, Monte Alegre, São Paulo do Potengi, Vera Cruz, Natal e Touros.
Para realizar as matrículas os candidatos aprovados devem comparecer aos polos de apoio presencial do e-Tec/EAJ/UFRN com as cópias de todos os documentos listados no edital.
Não serão efetivadas matrículas com documentação incompleta, destaca informação de Cecília Oliveira, da assessoria de comunicação da EAJ.
Mais informações podem ser encontradas por intermédio da página eletrônicahttp://www.etec.eaj.ufrn.br.

 Saiba como ter a DAP: documento que dá acesso às políticas públicas para agricultores familiares de todo o Brasil




Foto: Paulo Henrique Carvalho/ MDA
A agricultora e o agricultor familiar têm à disposição diversas políticas públicas que auxiliam no desenvolvimento da produção e, consequentemente, na melhoria das condições de trabalho e qualidade de vida. Mas, para acessá-las é necessário requisitar a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Criado para identificar o agricultor familiar nas áreas rurais, o documento dá acesso a políticas como o crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e aos programas de compra pública, como o de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae).
Atualmente, existem mais de 5,1 milhões de DAP’s ativas no Brasil. Com 700 mil DAP’s, a Bahia é o estado com o maior número de adesão.
Quem pode requisitar
A Declaração pode ser emitida por pessoa física ou jurídica e contempla públicos específicos como: jovens, mulheres e assentados da reforma agrária. Ainda existe a DAP que inclui os agricultores familiares com renda anual de até R$ 20 mil e a direcionada aos trabalhadores com renda anual superior a R$ 20 mil e até R$ 360 mil.
Onde tirar o documento
O processo para a emissão da DAP é simples. Basta o agricultor ir até um órgão emissor autorizado, que pode ser o escritório da empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural mais próximo ou os sindicatos de trabalhadores rurais. É necessário ter em mãos a carteira de identidade e o CPF. No caso de pessoas casadas, devem ser apresentados os documentos do cônjuge. Além dessas informações básicas, o interessado deve levar documentação que permita a análise dos rendimentos da produção.
Você sabia?
Existem mais de 28 mil agentes emissores espalhados pelo País. Caso o sindicato ou associação ainda não emitam a DAP, o agricultor familiar precisa comunicar o interesse em fazer o documento e, assim, pedir ao estabelecimento que entre em contato com o MDA. A emissão da DAP é gratuita e não é permitida a cobrança de qualquer importância em dinheiro, nem mesmo, exigida filiação a qualquer entidade.
Tássia Navarro


dap - Credenciamento de Entidades



Como realizo o credenciamento da DAP?


Os órgãos e entidades autorizados a atuarem como emissores de DAP devem providenciar seu cadastramento. Devem atender aos seguintes pré-requisitos:
- Ter personalidade jurídica
- Ser representante legal dos agricultores familiares ou prestar serviços de assistência técnica e/ou extensão rural
- Ter experiência mínima de um ano, devidamente comprovada, no exercício de sua atribuição ou objetivo social junto aos agricultores familiares
Devem também ser cadastradas e obedecer a seguinte estrutura hierárquica:


- Unidade Central de nível nacional ou Unidade Agregadora.
- Unidades Intermediárias de nível estadual ou Unidades Sub-agregadoras.
- Unidades Locais de nível municipal ou Unidades Emissoras.
Assim, as Unidades Agregadoras cadastram as Unidades Sub-agregadoras, que, por sua vez, cadastram as Unidades Emissoras a elas vinculadas. Essas últimas cadastram os agentes emissores – pessoas físicas que efetivamente emitirão as DAP.

Emissão da DAP
Existem duas alternativas para emissão de DAP: em papel ou pela via eletrônica. A primeira é válida somente quando utilizado formulário produzido pela SAF, distribuído para a rede de agentes emissores, por intermédio das Delegacias Federais do Desenvolvimento Agrário. Pela via eletrônica, existem dois caminhos de acesso: os aplicativos homologados pela SAF e o aplicativo desenvolvido pela SAF, o DAPweb. Acesse aqui o DAPweb.
O acesso à DAPWeb requer o cadastramento do agente emissor, bem como de toda a estrutura organizacional do órgão ou entidade de sua vinculação.
Para facilitar o processo de coleta e registro dos dados das DAP, a SAF preparou o Manual do Cadastrador, que contém todas as instruções para preenchimento da DAP em formulário e, também, para o aplicativo DAPWeb, além, das tabelas de apoio.
- Extrato da DAP
Extrato da DAP individual: Identifica se uma dada pessoa física possui uma DAP registrada na base de dados da SAF. Nestes casos, basta informar o número do CPF. O sistema fornecerá extrato dos dados da DAP por CPF.
Extrato da DAP por município: Apresenta a relação de todos os agricultores familiares de um dado município. Na pesquisa, basta selecionar a Unidade da Federação. Passo seguinte, selecionar o município desejado. O sistema apresentará a relação dos agricultores que possuem DAP, contendo CPF, nome e grupo de enquadramento.
Extrato da DAP por CNPJCancelamento da DAP
Cabe aos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável ou entidades congêneres, anualmente, analisar a lista de detentores de DAP de seus respectivos municípios e, segundo o processo definido na legislação, solicitar à SAF/MDA o cancelamento das DAP identificadas como irregulares.
Também é facultada a solicitação de cancelamento de DAP às entidades formalizadas como pessoas jurídicas que estejam envolvidas no processo de emissão da Declaração ou que sejam representativas dos beneficiários dos programas da SAF. Assim como, também, a pessoas físicas, desde que formalmente indentificadas. Nestes casos a aceitação do pedido de cancelamento depende de análise da Secretaria.
Para fazer uma solicitação de cancelamento de DAP, utilize o formulário específico, o qual pode ser obtido no link abaixo:
Orientações para solicitações de cancelamento de DAP
Formulário para solicitação de cancelamento de DAP
Garantia Safra
Garantia-Safra: Relatórios públicos sobre a execução da ação deste Fundo.
Legislação
Resolução do Conselho Monetário Nacional, que atribui ao MDA a responsabilidade pelo processo de emissão de DAP.
Manual de Crédito Rural, no Capítulo 10, que trata dos beneficiários do Pronaf.
Portaria Nº 24 29 DE MAIO DE 2009 - Assentados da reforma agrária sem a demanda qualificada atendida.
Portaria nº 26, de 09 de Maio de 2014, que trata dos aspectos operacionais da emissão de DAP.
Portaria n° 21, de 27 de março de 2014Instrução Normativa nº 001 de 14 de maio de 2010Anexo: formulário de solicitação de reenquadramento da IN 001.
Manual da DAP

Rússia suspende importações de soja e milho dos EUA

Medida deve aumentar demanda em países como o Brasil
A autoridade sanitária russa, Rosselkhoznadzor, decretou restrição temporária às importações de soja e milho provenientes dos Estados Unidos.
As restrições começam a vigorar a partir da próxima segunda-feira (15/02). Para adoção da medida, a autoridade russa alega razões fitossanitárias (risco quarentenário e, no caso da soja, de entrada de organismos geneticamente modificados não autorizados).
O ministro da Agricultura da Rússia, Aleksander Tkatchev, informou à imprensa local que pretende substituir as importações norte-americanas de soja e milho pelas de países da América Latina, entre eles o Brasil – o segundo maior produtor e exportador da oleaginosa. Na temporada 2014/2015, a colheita brasileira de soja foi de 96,2 milhões de toneladas. No ciclo passado, a produção de milho alcançou 84,6 milhões de toneladas.
Em 2014, a Rússia importou um total de US$ 1,14 bilhão (2 milhões de toneladas) de soja em grãos, dos quais US$ 215 milhões (390 mil toneladas) foram adquiridas dos EUA, o terceiro maior país exportador de soja em grãos ao mercado russo. O principal fornecedor foi o Paraguai (US$ 533 milhões/965 mil toneladas), seguido do Brasil, que exportou US$ 312 milhões (516 mil toneladas).
O mercado de milho é significativamente menor. Em 2014, a Rússia importou do mundo 6 mil toneladas de milho, totalizando US$ 5 milhões. Grande parte foi proveniente dos EUA, que exportaram àquele país US$ 4 milhões (4 mil toneladas).

Acordo estimula potencial da compostagem


Martim Garcia/MMA
Resíduos orgânicos: adubo para hortas
Instituições parceiras fornecerão subsídios técnicos para as ações do MMA na gestão comunitária e institucional de resíduos orgânicos.


A compostagem promove a reciclagem dos resíduos orgânicos, gerando adubo e devolvendo à matéria orgânica seu papel natural de fertilizar os solos. Apesar disso, menos de 2% dos resíduos sólidos urbanos são atualmente destinados para compostagem. Para mudar esse quadro, a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério Ambiente (SRHU/MMA) dará início às ações previstas no Acordo de Cooperação Técnica com o Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro) e o Serviço Social do Comércio em Santa Catarina (Sesc/SC), assinado em 28 de janeiro de 2016.
Segundo a secretária de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Cassandra Nunes, aproveitar este enorme potencial de nutrientes para devolver fertilidade para os solos brasileiros é um dos maiores desafios da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
O Acordo estabelece o intercâmbio de experiências entre as instituições e tem o objetivo de subsidiar tecnicamente as ações do MMA na gestão comunitária e institucional de resíduos orgânicos, associada à agricultura urbana e educação ambiental. Entre os principais resultados esperados para o primeiro ano de parceria estão o lançamento de uma cartilha sobre compostagem comunitária e institucional, e outra publicação sobre hortas escolares.“É fundamental a integração da produção de composto com a produção de alimentos. Precisamos quebrar o paradigma do aterramento para avançamos para uma nova concepção de reciclagem dos resíduos orgânicos”, destacou Eduardo Rocha, gerente de Resíduos Sólidos do MMA.
RESÍDUOS URBANOS
Dentre os resíduos gerados nos municípios brasileiros, os mais presentes, no dia a dia da população, são os resíduos sólidos urbanos. Desses, metade é orgânico, constituído basicamente por restos de alimentos e podas. São resíduos que, em ambientes naturais equilibrados, se degradam espontaneamente e reciclam seus nutrientes nos processos da natureza. Mas, em ambientes urbanos, representam um sério problema ambiental, gerando chorume, emissão de metano na atmosfera e favorecendo a proliferação de animais transmissores de doenças.
O tema ganhou destaque no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que vem discutindo uma resolução para "definir critérios e procedimentos para a produção de composto proveniente de resíduos sólidos orgânicos, para o licenciamento ambiental de unidades de compostagem". Em janeiro de 2016, o Comitê de Integração de Políticas Ambientais (Cipam) deliberou pela admissibilidade e pertinência da proposta de resolução para a compostagem. As informações sobre a situação da resolução podem ser acompanhadas aqui.
INSTITUIÇÕES PARCEIRAS
Há alguns anos, o Sesc/SC vem apostando na separação na fonte e compostagem institucional para tratar os resíduos orgânicos gerados nos restaurantes das suas unidades em Santa Catarina. O mérito foi reconhecido internacionalmente e a iniciativa foi inserida na Plataforma da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) de Boas Práticas para o Desenvolvimento Sustentável.
O Cepagro é uma instituição referência no Brasil na promoção de soluções integradas de gerenciamento de resíduos orgânicos associada à agricultura urbana e produção orgânica de alimentos. Seu projeto mais emblemático, a Revolução dos Baldinhos, acabou com uma epidemia de ratos na comunidade Chico Mendes, em Florianópolis (SC), por meio da compostagem comunitária. Atualmente, a ONG vem auxiliando o município de São Paulo na implementação do seu programa de gestão dos resíduos orgânicos.
BONS EXEMPLOS
Já na cidade de São Paulo, a prefeitura inaugurou, em 2015, a primeira central de compostagem inspirada exatamente no projeto Revolução dos Baldinhos, da Cepagro. Uma área de 3 mil metros quadrados na Lapa vem recebendo, desde a inauguração, 35 toneladas semanais de resíduos orgânicos coletados em 26 das 980 feitas espalhadas pela capital paulista.
O resultado do tratamento desses resíduos, cerca de 50 toneladas de adubo por dia, vem sendo usado nos cuidados de jardins e parques da cidade, no apoio à agricultura familiar e na produção de alimentos orgânicos e agroecológicos. Até agosto de 2016, o pátio da Lapa servirá como referência para outros pátios e quatro centrais de compostagem que a prefeitura de São Paulo pretende implantar no município no próximo ano, descentralizando o processo.
Parte do lixo doméstico recolhido pelo serviço de limpeza urbana do Distrito Federal vai para uma usina de compostagem na região administrativa de Ceilândia, onde são produzidas 25 mil toneladas de adubo orgânico por ano. A maior parte desse adubo é doada para agricultores familiares e o restante é vendido a preços mais baixos do que os praticados no mercado, numa tentativa de diminuir a quantidade de lixo que vai para o aterro, ao mesmo tempo em que representa um grande incentivo aos produtores rurais.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): 

Mapeamento da cana-de-açúcar com análises integradas é importante aliado da sustentabilidade

Sergio Torquatto - Cana
Cana
O SustenAgro, liderado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), prevê o levantamento de dados dos sistemas de produção mais representativos da cana-de-açúcar nas regiões e microrregiões do Centro Sul do Brasil. Visa desenvolver uma nova metodologia para avaliar a sustentabilidade dos sistemas de produção de cana-de-açúcar.
"O monitoramento da expansão da cana-de-açúcar torna-se fundamental e as imagens de sensoriamento remoto apresentam potencial para contribuir com esse tipo de análise, pois possuem capacidade para identificar sobre quais usos da terra esta cultura tem se expandido", explica Katia de Jesus, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do projeto.
A equipe apresentou o embasamento técnico para uma proposta metodológica para avaliação do uso e expansão da cana-de-açúcar utilizando a abordagem de Landscape Design, conceito que visa a análise sustentável da paisagem levando em consideração aspectos ambientais e socioeconômicos e sua influência, empregando ferramentas de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Essa metodologia sugere que os mapas gerados devem ser considerados como um ponto de partida para políticas públicas.
Também foi feita a avaliação da expansão da cultura segundo os critérios de sustentabilidade da Diretiva Europeia (2009/28/CE-DE), em estudo piloto na região de Rancharia, SP. De acordo com os critérios dessa Diretiva, os biocombustíveis não devem ser produzidos a partir de matérias-primas provenientes de terrenos ricos em biodiversidade.
Rancharia foi a cidade escolhida para a análise porque, de acordo com o projeto Canasat do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre as safras de 2007 e 2013, a área plantada aumentou aproximadamente 200%. De acordo com os dados obtidos, a expansão ocorreu principalmente sobre áreas onde antes eram pastagens e solo exposto, e não expandiu para áreas de vegetação natural, ou seja, houve o cumprimento da Diretiva.
As ferramentas de SIG também foram empregadas para avaliar o cenário agroenergético da cana no estado de São Paulo, com o objetivo de analisar a sensibilidade das áreas utilizadas para a produção de cana, integrando indicadores ambientais e socioeconômicos. A metodologia consistiu em classificar variáveis socioeconômicas e ambientais, associadas a produção de cana, em três graus de sensibilidade: alta, média e baixa.
Foi possível observar que as áreas com cana estavam localizadas principalmente nas regiões norte, oeste e central do Estado. Essas áreas possuem alta correlação com o mapa de declividade, pois as máquinas de plantio e colheita de cana têm limitações referentes a declividade do terreno. O mapa de aptidão agrícola e o do zoneamento agroecológico da cana, produzido pela Embrapa, indicou as regiões oeste e central do Estado como as áreas mais aptas para expansão da cana.
Entre os dias 11 a 13 de novembro de 2015 pesquisadores do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, da Apta-UPD - Tietê, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Embrapa Meio Ambiente, membros do Projeto SustenAgro, apresentaram esses resultados no 10º Congresso sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural.
A pesquisadora Katia de Jesus, líder do Projeto SustenAgro, agradece os autores dos estudos Cauã Miranda e Núria Rampazo (Unicamp) e Sérgio Torquato (APTA Regional, UPD – Tietê) e os co-autores que colaboraram com essas pesquisas: Michelle Picoli e Daniel Duft (Centro de Tecnologia do Bioetanol – CTBE – Campinas/SP), Archimedes Perez Filho e Pedro Machado (Unicamp).

Embrapa Meio Ambiente

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Agricultor Familiar

Agricultura familiar
O agricultor familiar ainda é carente de políticas públicas eficazes
Segundo a Constituição brasileira, materializada na Lei nº 11.326 de julho de 2006, considera-se agricultor familiar aquele que desenvolve atividades econômicas no meio rural e que atende alguns requisitos básicos, tais como: não possuir propriedade rural maior que 4 módulos fiscais*; utilizar predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas de propriedade; e possuir a maior parte da renda familiar proveniente das atividades agropecuárias desenvolvidas no estabelecimento rural.
No ano de 2006, o IBGE realizou o Censo Agropecuário Brasileiro. Nele, verificou-se a força e a importância da agricultura familiar para a produção de alimentos no país.
Aproximadamente 84,4% dos estabelecimentos agropecuários do país são da agricultura familiar. Em termos absolutos, são 4,36 milhões de estabelecimentos agropecuários. Entretanto, a área ocupada pela agricultura familiar era de apenas 80,25 milhões de hectares, o que corresponde a 24,3% da área total ocupada por estabelecimentos rurais.
Isso revela uma concentração fundiária e uma distribuição desigual de terras no Brasil. Se realizarmos uma média do tamanho das propriedades familiares e não familiares, teríamos, respectivamente, 18,37 e 309,18 de hectares. Ou seja, é um abismo muito grande entre minifúndio e latifúndio.

Outro dado interessante é que dos 80,25 milhões de hectares de área da agricultura familiar, 45,0% destinavam-se às pastagens; 28,0% eram compostos de matas, florestas ou sistemas agroflorestais; e 22% de lavouras. Segundo o IBGE, a agricultura familiar era responsável por grande parte da produção de alimentos no país, conforme a tabela abaixo.