terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Criadores do cavalo campolina festejam crescimento da raça
O balanço reflete o resultado dos negócios envolvendo a raça de cavalos campolina, em todo território nacional. Dois mil e treze foi um ano especial para o Cavalo Campolina, com diversas ações de fomento realizadas e aumento do número de criadores e usuários. Atualmente, a busca é pela seleção de animais cada vez mais equilibrados entre caracterização racial e andamento marchado.  "A evolução da raça se prova a cada dia, mas muitos criadores ainda estão presos a uma imagem do Campolina do passado. Nosso grande desafio, atualmente, é demonstrar que nosso cavalo nunca esteve tão bonito e marchador como agora", destaca o presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina).
Entre os projetos que impulsionaram este crescimento, dois foram apontados pelos criadores como certeiros no curto prazo: a promoção de leilões chancelados com transmissão pela televisão - novidade entre os campolinistas - e o patrocínio da raça na participação em provas multirraciais, ou poeirões, como são popularmente conhecidos. Nove leilões oficiais ocorreram em 2013, arrecadando quase R$ 7 milhões, com a comercialização de 349 lotes, entre aspirações, potros, éguas, garanhões e animais castrados. A média geral dos preços ficou em R$ 20 mil.
Em muitos dos remates, mais de 20% dos investidores eram pessoas desconhecidas na raça, ou seja, novos criadores. Outra demanda que vem ganhando força são pelos animais de passeio, negociados entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Em relação aos poeirões, cerca de 250 cavalos Campolina foram apresentados ao grande público de marcha, em dez competições diferentes. E para cada uma delas foram reservadas quantias de até R$ 10 mil para premiar os melhores competidores campolinas em cada uma das categorias. "Distribuímos R$ 100 mil em prêmios e já começamos nosso novo ano hípico com a liberação do mesmo montante", revela o presidente.
Para este ano de 2014, a expansão do Cavalo Campolina é a meta principal da ABCCCampolina. Para auxiliar aqueles que lidam com o cavalo, a entidade criou a Escola Nacional do Cavalo Campolina (ENACAM), que oferece cursos básicos e avançados sobre seleção e aspectos gerais dos cavalos em todo o Brasil. Além disso, inspetores fixos foram contratados para assistir os associados de Norte a Sul do País e as principais exposições passaram a contar com um número maior de jurados, sendo um grupo específico para julgar morfologia e outro para andamento.

Outras novidades serão presenciadas ao longo do ano, como a extinção do julgamento em separado para o Campolina Pampa e a consagração dos melhores animais na marcha picada, uma verdadeira vitrine de maciez e comodidade de andamento. No ano hípico atual, exposições com mais de 150 animais passam a contar com prova funcional obrigatória, que futuramente serão pontuadas e poderão ser decisivas em casos de empate nos grandes campeonatos.

da redação do Nordeste Rural

Falta de chuva afeta produção de maracujá e preço da fruta dobra no mercado


O preço do maracujá já é duas vezes mais caro em relação ao cobrado na mesma época do ano passado. A seca trouxe quebra para a cultura em São Paulo, e os preços tiveram que ser reajustados para que o produtor não tivesse tanto prejuízo.
Na propriedade do produtor Walter Sulino Timóteo, em Pindamonhangaba (SP), a colheita da fruta começou há três dias, mas já dá pra sentir os efeitos causados pela estiagem na região durante o mês de janeiro, que antecede a retirada da fruta.
– Não chove há pelo menos 20 dias e tudo está morrendo – relata Timóteo.
Com a falta de chuva veio também o calor excessivo. O problema é que as altas temperaturas - acima dos 35°C - provocam danos irreversíveis à planta. As flores nem chegam a vingar. Em outros casos, as flores secam ou as frutas queimam antes mesmo de ficarem maduras.
Timóteo já calcula perda de cerca de 25% da produção. A situação do produtor só não é pior porque o preço ainda remunera. Com a falta de maracujá no mercado, o preço disparou. No ano passado, neste mesmo período, a caixa com 11 quilos era vendida por cerca de R$ 35,00. Agora, o produtor consegue até R$ 70,00.
Timóteo conta que os preços cobrem os custos com tranquilidade e que ele chega a lucrar cerca de R$ 40,00 por caixa. No ano passado, ele tirava cerca de R$ 7,00. Hoje, o custo está em R$ 20,00.
De acordo com o diretor presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva Fernandes, o setor se mantém bem diante dos outros, que estão mais prejudicados pela estiagem, e que a tendência é que permaneça assim. (Rural BR)

Chuvas para Hoje

NORDESTE
Na terça, as instabilidades persistem muito mal distribuídas. Da Bahia até o Rio Grande do Norte, o predomínio ainda é de tempo seco e as chuvas ocorrem de forma muito isolada e com acumulados baixos. Entre o Piauí, Maranhão e Ceará, as instabilidades ainda trazem pancadas de chuva. Ao longo da tarde, a sensação ainda é de abafamento.
Na quarta, pancadas de chuvas continuam a ficar concentrada sobre o Maranhão, Ceará e Piauí. No interior da Bahia, predomina o sol entre nuvens, sem previsão de chuva; já no litoral, a previsão é de chuva de final de tarde. Os demais Estados da região Nordeste segue sem previsão de chuva. Esse padrão deve permanecer até o final de semana.

Possibilidade de chuva em várias regiões do país

Para esta terça-feira (11), previsão de tempo nublado no centro-oeste, nordeste, sudeste e norte do país.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para tempo nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas no centro/norte, oeste e sudoeste do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Pode chover no Distrito Federal e em Goiás. Demais áreas parcialmente nublado.
No nordeste, previsão de tempo nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas isoladas no Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Acre, Rondônia e Tocantins. Demais áreas parcialmente nublado.
Nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas isoladas no Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Acre, Rondônia e Tocantins. Demais áreas parcialmente nublado.
No sudeste, tempo parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas em São Paulo (exceto no litoral). Pode chover no Noroeste, Triângulo e Sul de Minas Gerais. Demais áreas parcialmente nublado.
Na região Sul do país, tempo parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas no oeste e sul do Rio Grande do Sul. Pode chover nas demais áreas.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Chuvas Insuficientes





No Piauí, as chuvas não estão sendo suficientes para compensar a estiagem prolongada.
 A chuva se espalhou por todo o estado, mas a situação ainda é crítica. Reservatórios e barragens não se recuperaram e muitos agricultores tentam salvar as plantações(globo rural).

NOTA DO BLOG:  Esta notícia é péssima para o semiárido do RN, visto que, para que tenhamos um bom inverno, neste período, é necessário que esteja chovendo no estado do Piauí e do Ceará. Enquanto isso, o nosso pequeno produtor procura meios alternativos para alimentar o gado, como o xique xique, que é sem dúvida, o nosso principal produto mandado por Deus. 

Agropecuária brasileira torna-se mais produtiva, porém mais excludente, afirma publicação americana


As mudanças no padrão brasileiro de uso do solo nas duas últimas décadas são destaque da capa da edição de janeiro da revista Nature Climate Change.
A boa notícia apontada pelo artigo é que, nos últimos 10 anos, ocorreu no país uma dissociação entre expansão agrícola e desmatamento – o que resultou em queda nas emissões totais de gases de efeito estufa. O fenômeno, segundo os autores, pode ser atribuído tanto a políticas públicas dedicadas à conservação da mata como à “profissionalização” do setor agropecuário, cada vez mais voltado ao mercado externo.
A “comoditização” da produção rural brasileira, no entanto, trouxe também impactos negativos, entre os quais se destacam o aumento da concentração de terras e o consequente êxodo rural.
– As grandes propriedades, maiores que 1 mil hectares, representam hoje apenas 1% das fazendas do país. No entanto, ocupam praticamente 50% das terras agrícolas – ressaltou David Montenegro Lapola, professor do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro e autor principal do artigo.
As conclusões são baseadas na análise de mais de cem estudos publicados nos últimos 20 anos. Entre os 16 autores, todos brasileiros, estão Jean Pierre Henry Balbaud Ometto e Carlos Afonso Nobre, ambos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e integrantes do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
Também participaram Carlos Alfredo Joly (Universidade Estadual de Campinas) e Luiz Antonio Martinelli (Universidade de São Paulo), do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA), da FAPESP.
– Os dados mostram, em 1995, um pico de expansão na agricultura coincidindo com um pico de desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Isso volta a ocorrer entre os anos de 2004 e 2005, quando também houve pico de crescimento do rebanho bovino do Brasil. Após esse período, porém, a expansão agropecuária se desacoplou do desmatamento, que vem caindo em todos os biomas brasileiros – disse Lapola.
Se na Amazônia é claro o impacto de políticas públicas voltadas à preservação da floresta – como criação de áreas protegidas, intensificação da fiscalização feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e pela Polícia Federal e corte de crédito para municípios campeões do desmate –, nos demais biomas brasileiros a queda parece ser resultante de iniciativas do próprio setor produtivo.
– As culturas que mais cresceram são as voltadas ao mercado externo, como soja, milho, cana-de-açúcar e carne. É o que chamamos no artigo de ‘comoditização’ da agropecuária brasileira. De olho no mercado estrangeiro, o setor passou a se preocupar mais com os passivos ambientais incorporados em seus produtos. O mercado europeu, principalmente, é muito exigente em relação a essas questões – avaliou Lapola.
Também na Amazônia há exemplos de ações de conservação capitaneadas pelo setor produtivo, como é o caso da Moratória da Soja, acordo firmado em 2006, por iniciativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais (Anec), para impedir a comercialização e o financiamento de grãos produzidos em áreas desmatadas.
– Na Amazônia, a soja tem avançado sobre áreas antes usadas como pastagem. O mesmo pode ser observado no Estado de São Paulo, no caso das plantações de cana. A maior parte da expansão canavieira dos últimos anos ocorreu sobre áreas de pastagem –afirmou Lapola.
Tal mudança no padrão de uso do solo teve um efeito positivo no clima local, apontou o estudo. Em regiões de Cerrado no norte de São Paulo, por exemplo, foi registrada uma redução na temperatura de 0,9° C.
– A maior cobertura vegetal aumenta a evapotranspiração, libera mais água para a atmosfera e acaba resfriando o clima localmente. Mas a temperatura ainda não voltou ao que era antes de ocorrer o desmatamento para dar lugar ao pasto. Nessa época, o aquecimento local foi de 1,6° C – conclui Lapola.
Êxodo rural
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que as áreas dedicadas à pecuária no Brasil estão diminuindo. No entanto, o número de cabeças de gado continua crescendo no país, o que significa um maior número de animais por hectare e maior eficiência na pecuária (o uso do solo predominante no país).
De acordo com Lapola, o mesmo pode ser observado no caso de outras culturas voltadas à alimentação, como arroz e feijão, que tiveram suas áreas de plantio reduzidas embora a produção total tenha aumentado. Graças a esse incremento na produtividade, a segurança alimentar brasileira – por enquanto – parece não ter sido afetada pela “comoditização” da agricultura.
O artigo revela, no entanto, que a concentração de terras em grandes propriedades voltadas ao cultivo de commodities intensificou a migração para as áreas urbanas. Atualmente, apenas 15% da população brasileira vive na zona rural.
Em locais onde a produção de commodities predomina, como é o caso do cinturão da cana no interior paulista, cerca de 98% da população vive em áreas urbanas.
– Essa migração causou mudança desordenada de uso do solo nas cidades. O resultado foi o aumento no número de favelas e outros tipos de moradias precárias – afirmou Lapola.
As mudanças no uso do solo afetaram também o padrão brasileiro de emissão de gases do efeito estufa. Em 2005, o desmatamento representava cerca de 57% das emissões totais do país e, em 2010, esse número já havia caído para 22%. Hoje, o setor agropecuário assumiu a liderança, contabilizando 37% das emissões nacionais em 2010, advindas principalmente da digestão de ruminantes, da decomposição de dejetos animais e da aplicação de fertilizantes.
Novo paradigma
No artigo, os autores defendem o estabelecimento no Brasil de um sistema inovador de uso do solo apropriado para regiões tropicais.
– O país pode se tornar a maior extensão de florestas protegidas e, ao mesmo tempo, ser uma peça-chave na produção agrícola mundial – defendeu Lapola.
Entre as recomendações para que esse ideal seja alcançado, os pesquisadores destacam a adoção de práticas de manejo já há muito tempo recomendadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), como o plantio na palha, além do fortalecimento do Código Florestal (que estabelece limites de uso da propriedade) e a adoção de medidas complementares para assegurar que a legislação ambiental seja cumprida.
– Defendemos mecanismos de pagamento por serviços ambientais, nos moldes do programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), por meio do qual proprietários rurais recebem incentivos financeiros pela conservação da biodiversidade e outros recursos naturais – explicou Lapola.
Os autores também apontam a necessidade de políticas públicas – entre elas a reforma agrária – que favoreçam um modelo de agricultura mais eficiente e sustentável.
– Até mesmo alguns grandes proprietários não têm, atualmente, segurança sobre a posse da terra. Por esse motivo, muitas vezes, colocam meia dúzia de cabeças de gado no terreno apenas para mostrar que está ocupado. Mas, se pretendemos de fato fechar as fronteiras do desmatamento, precisamos aumentar a produtividade nas áreas já disponíveis para a agropecuária – concluiu Lapola. (Fapesp)

Rio Grande do Norte ainda não sabe qual é o tamanho de seu rebanho após mortes na seca


Essa informação é necessária para auditoria da aftosa. Às vésperas do Nordeste passar em bloco para área livre de vacinação da aftosa, metade dos criadores do Rio Grande do Norte ainda não declarou o número exato de seus rebanhos, o que vem obrigando a Secretaria de Agricultura a correr com essa atualização.

Para conceder o status de zona livre com vacinação, os números exigidos pela OIE são altos. De acordo com o secretário, um grande número de criadores potiguares simplesmente não informou o gado vendido ou que morreu no ano passado e isso produziu inconsistências importantes no cadastro do Idiarn.

Desde fins do ano passado, a Secretaria de Agricultura do Estado anuncia medidas para apressar a recontagem desse rebanho, mas problemas internos, falta de recursos e dificuldade em se deliberar pequena decisões contribuiu para agravar o atraso. A expectativa não confirmada é que o RN tenha perdido até 35% de seu rebanho bovino que nos bons tempos já foi superior a 1 milhão de cabeças.

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Comitê da Seca no Rio Grande do Norte vai prestar contas na 2ª feira

Todos os recursos federais recebidos serão divulgados

Tarcísio Bezerra promete atualizar as informações sobre a seca no Estado. Foto: Divulgação
Tarcísio Bezerra promete atualizar as informações sobre a seca no Estado. Foto: Divulgação
Criado pela governadora Rosalba Ciarlini para debater semanalmente os efeitos da falta de chuvas sobre o campo e zonas urbanas e formas de minimizar a situação, o Comitê da Seca terá nesta segunda-feira (10) uma oportunidade de ouro para se revitalizar perante a opinião pública e os próprios setores envolvidos. É quando será apresentada uma espécie de prestação de contas de todos os recursos federais que entraram e sua destinação, sejam em obras emergenciais ou estruturantes.
Desde que a governadora apresentou um painel das frentes que seriam abertas no combate à seca, no dia 21 de outubro de 2012, toda a questão ligada à aplicação de dinheiro público ficou a cargo do comitê em arrastadas reuniões que não chegavam a lugar algum, o que causou seu esvaziamento e uma enxurrada de críticas de líderes de produtores.
Mas, nesta segunda, no fim da tarde, o secretário da Agricultura, Tarcísio Bezerra, promete atualizar todas as informações, dizer quanto já ingressou no Estado de recursos federais de combate à seca, o que foi usado e em que se deu esse uso.
Sabe-se que existe muito dinheiro preso em Brasília, como os mais de R$ 17 milhões solicitados há mais de um ano junto ao Ministério da Integração para a ativação de mais de 700 poços cavados e abandonados na gestão da ex-governadora Wilma de Faria.
Esta semana, o secretário Tarcísio Bezerra afirmou que açudes, carros-pipa e cisternas já não resolvem mais o problema da falta de água. “A solução é colocar esses poços perfurados em funcionamento o mais rápido possível para abastecer as cisternas e bombear água para adutoras”, explicou.
Aproveitando para fazer uma prestação antecipada antes da reunião do comitê, a governadora repassou os seguintes número da gestão hídrica de sua gestão: 700 quilômetros de adutoras, 2.700 cisternas subterrâneas, além das obras da barragem de Oiticica, em Jucurutu, que já atingiu 15% do cronograma.
Enquanto isso, na região do Seridó, mais quatro cidades passaram a enfrentar dificuldades com o desabastecimento provocado pela seca. Caicó, São Fernando, Jardim de Piranhas e Timbaúba dos Batistas, abastecidas pelo rio Piranhas, estão sem o fornecimento regular de água devido à baixa vazão no manancial. A informação foi confirmada pela Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) ao portal G1/RN.
O rio Piranhas está com o nível abaixo do necessário para fornecer água. Ele é abastecido pelo sistema Curema-Mãe D’água, localizado na Paraíba, que é administrado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), sendo a gestão da água realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Em virtude do longo período de estiagem e da necessidade de controle do volume de água no reservatório, para garantir o abastecimento humano, a ANA vem sistematicamente diminuindo a abertura das comportas do açude Curema.
Cordeiros e cabritos mais pesados com uso do feno de maniçoba
Uma alimentação alternativa com a maniçoba, planta nativa da Caatinga, que vem permitindo o ganho de peso satisfatório aos animais em terminação já foi desenvolvida pelos pesquisadores da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba - Emepa. O  pesquisador Felipe Queiroga Cartaxo, é responsável pelos experimentos realizados na Estação Experimental Benjamim Maranhão, em Campo Santana, município localizado a 180 quilômetros de João Pessoa (PB).
O uso do feno de maniçoba como alimento para cordeiros e cabritos possibilita a redução em seis meses da idade de abate dos animais, segundo o pesquisador Felipe Cartaxo as vantagens desta tecnologia são muitas. “Estudos realizados na Emepa, com dietas completas, ou seja, o feno de maniçoba misturado aos concentrados, reportaram que, para cordeiros terminados em confinamento, houve um ganho de peso diário de 291 gramas e, para os cabritos, de 183 gramas”, destaca.
Segundo o pesquisador da Emepa, com esse ganho, pode ser feito o abate dos animais ao seis meses de idade, com mais de 30 quilos de peso vivo, reduzindo pela metade o tempo de abate, que, normalmente, é de doze meses.
A maniçoba é encontrada nas diversas áreas que compõem o semi-árido nordestino. Tem sabor agradável e boa digestibilidade. Felipe Cartaxo explica que, na sua forma natural, apresenta o ácido cianídrico, que é tóxico e, dependendo da quantidade ingerida, pode até matar os animais. Mas esse ácido é facilmente volatizado, reduzido a gás, quando a planta é triturada e submetida à desidratação. Daí a necessidade da secagem por 48 a 72 horas.
O feno de maniçoba é uma alternativa para o pequeno agricultor alimentar o seu rebanho em época de estiagem. De acordo com a Emepa, a pesquisa mostrou que este  feno pode suprir muito bem as necessidades nutricionais dos cordeiros e cabritos.  
“O feno de maniçoba apresenta boa aceitação pelos animais, no entanto, quando se desejar obter maiores ganhos de peso, é necessário misturá-lo com concentrados energéticos como milho, mandioca e sorgo ou com proteicos como torta, farelo de algodão e farelo de soja”, ressalta Felipe Cartaxo.

O conhecimento que transformou a agricultura 

Foto: Jorge Duarte
O conhecimento que transformou a agricultura
“O conhecimento é a pedra que move a agricultura brasileira”. A afirmação é do pesquisador e um dos fundadores da Embrapa Eliseu Alves. Segundo ele, a agricultura sempre foi baseada em conhecimento. A diferença é que, no passado, desde o Império Romano, os agricultores realizavam testes no campo utilizando suas próprias experiências. A partir da década de 40, esse conhecimento começou a ser organizado e institucionalizado. “Os princípios são dos anos de 1850, mas a aplicação é da década de 40 para cá, em larga escala começando nos Estados Unidos e Japão, e na década de 70 aqui no Brasil”, explicou.

De acordo com o cientista, o produtor tem papel fundamental nessa construção, uma vez que são eles que transformam o conhecimento científico em tecnologia. “Quem produz é o agricultor. Ele pega todo conhecimento gerado no mundo e aplica na agricultura, montando seu sistema de produção para produzir o que quiser. Depois ele compra os insumos, financia a produção, obtém a produção e vende.” Todo esse processo, Eliseu ressaltou, é que transformou o Brasil no maior exportador e capaz de abastecer muito bem toda a população. 

Segundo estudo realizado pelo pesquisador, a produção no Brasil ainda é muito concentrada, não diferente do que acontece nos Estados Unidos e Europa. A conclusão é de que apesar de a tecnologia ser o motor do desenvolvimento da agricultura brasileira, ela também concentra muito a produção. “É preciso encontrar caminhos para resolver essa questão. É por isso que o governo está criando uma agência (Anater – Agência de Assistência Técnica e Extensão Rural) para dar uma guarida e chance para que os pequenos sejam capazes de sombrear com os grandes produtores”, comentou.

Eliseu acredita que para manter o avanço e os bons números que a agropecuária gera para a economia brasileira é necessário continuar investindo em conhecimento tanto no setor público federal e estadual quanto no privado. Para ele, o futuro da agricultura está na pesquisa, mas também na macroeconomia estável que o Brasil já vivencia hoje.

Conab garantirá preço mínimo de R$ 95 para o feijão

Serão aplicados R$ 101 milhões na aquisição de 64 mil toneladas de feijão da agricultura empresarial
O governo federal irá adquirir feijão da agricultura empresarial e de produtores familiares ao longo de fevereiro e dos meses subsequentes, de forma a garantir o preço mínimo de R$ 95 a saca de 60 Kg. A ação foi autorizada esta semana pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) enquanto o valor de mercado estiver abaixo do mínimo. Em algumas regiões, a saca chega a ser comercializada a R$ 60.
De acordo com a programação financeira da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), serão aplicados R$ 101 milhões na aquisição de 64 mil toneladas de feijão da agricultura empresarial. A previsão é de compra de 20.500 toneladas do estado de Goiás, 600 toneladas de Minas Gerais, 16 mil toneladas do Paraná, 13,7 mil toneladas de Santa Catarina e 13,6 mil t de São Paulo.
“As regiões e quantidades foram definidas para fins de programação financeira mas, dependendo da necessidade, pode haver remanejamento”, destaca o superintendente de Gestão da Oferta da Conab, Paulo Morceli.
O Ciep também alterou a quantidade de feijão que pode ser vendida por cada produtor. O limite, que antes era de 500 sacas para qualquer região do país, passa a ser de 750 sacas para as regiões Norte, Sudeste e Sul. Para produtores do Centro Oeste, o limite é de 1 mil sacas e para o Nordeste, de 100 sacas. “Ajustamos à realidade da produção de cada região brasileira”, explica Morceli.
Remuneração garantida para os pequenos
Pela primeira vez, a Conab atuará no mercado de forma a assegurar o preço mínimo do feijão para a agricultura familiar. Estão previstos R$ 57 milhões para a compra de 31.600 toneladas do produto em fevereiro. Os estados programados são Goiás (650 toneladas), Minas Gerais (650 t), Paraná (19 mil t), Santa Catarina (6,4 mil) e São Paulo (5 mil). O limite por produtor é de 100 sacas, para qualquer região. Da mesma forma, se houver necessidade de remanejamento de recursos será feito, de modo a atender todos os pedidos.
Para vender feijão para o governo federal, o produtor (grande ou pequeno) deve procurar a Regional de Conab mais próxima, onde receberá indicação de um armazém credenciado para depósito do produto limpo, seco, e nos padrões previstos no Manual de Operações da Companhia (disponível em http://www.conab.gov.br/conabweb/moc.php, título 50). Após depositado o produto, o agricultor deve informar a Companhia para que o feijão seja classificado. Se  estiver dentro dos padrões, é emitida nota fiscal e autorizado o pagamento de R$ 95 por saco de 60 Kg.
A Conab esclarece, ainda, que até o dia 20 de fevereiro estará recebendo propostas para venda de feijão em março, de modo que, como autorizado pelo CIEP, haverá compras enquanto os preços de mercado estiverem abaixo dos preços mínimos.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Agroindústria não acompanha recordes da agropecuária

Rio (AE) - A agroindústria brasileira não tem conseguido acompanhar com o mesmo sucesso os sucessivos recordes de produção obtidos pelos agricultores do País. O setor registrou retração de 0,2% em 2013, o terceiro resultado negativo consecutivo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Produção agrícola é uma coisa, produção de derivados é outra. Apesar do aumento na produção in natura, a fabricação de derivados registra redução”, disse Fernando Abritta, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.
A redução na produção de derivados de soja foi uma das que influenciaram o mau desempenhoA redução na produção de derivados de soja foi uma das que influenciaram o mau desempenho

A última alta na produção da agroindústria nacional foi em 2010. A expansão de 4,7% foi seguida por uma queda de 2,2% em 2011, e recuo de 0,6% em 2012. No mesmo período, a safra brasileira de grãos aumentou de 149,6 milhões de toneladas para 188,2 milhões de toneladas.

Quanto a 2013, o mau resultado foi puxado pela queda de 2,4% no segmento de produtos industriais derivados da agricultura, que têm maior peso. Houve redução na produção de derivados de soja, celulose, suco de laranja e fumo.

Os derivados da soja sofreram com a diminuição nas exportações. “A exportação de soja cresceu, porque a safra foi forte. O Brasil exporta muita soja em grão. Mas o óleo de soja, que tem mais valor agregado, o País não exporta tanto”, explicou Abritta. No caso do fumo, as exportações também caíram em 2013 (-5,2%), enquanto a fabricação do suco de laranja foi afetada por problemas de safra.

Em sentido oposto, os derivados de cana-de-açúcar avançaram 4,4%, impulsionados pela maior safra de cana-de-açúcar e pelo aumento da produção de álcool (16,5%). Também aumentou a produção de derivados de trigo, milho e arroz, todos beneficiados por um aumento na produção agrícola desses itens no ano passado.

O trigo teve elevação de 8,7%, o milho de 4,2%) e o arroz de 1,0%, explicados sobretudo pelo crescimento da safra.

Pecuária
No segmento de derivados da pecuária, a atividade de bovinos e suínos teve queda na produção, possivelmente explicada pelo aumento de preços, que levou os consumidores a substituírem esses alimentos por derivados de aves. “A indústria de derivados da pecuária cresceu em 2013, mas influenciada pela maior produção dos derivados de aves”, justificou o economista do IBGE

Em 2013, houve crescimento ainda na produção de defensivos agrícolas e de máquinas e equipamentos. “Como a safra de grãos foi forte, os agricultores ficaram capitalizados para comprar máquinas e equipamentos. A safra maior também se refletiu no aumento da produção de defensivos.”