sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Governo amplia ações de combate aos efeitos da estiagem

Todos os agricultores familiares beneficiários do seguro Garantia-Safra, na safra 2011-2012, receberão duas parcelas a mais, cada uma no valor de R$ 136. A novidade foi anunciada nessa segunda-feira, 5, pela presidenta Dilma Roussef, durante o programa Café com a Presidenta. Ao todo, 770.642 agricultores serão contemplados.
Os R$ 272 a mais no orçamento dos agricultores fazem parte das ações do governo federal de combate à estiagem que vem sendo tomadas ao longo de 2012.
"A seca é severa e persistente, ela deve continuar em novembro e dezembro, há uma expectativa de reversão desse quadro climático apenas em janeiro e, por isso, o Governo federal e o MDA, de forma especial, está atuando diretamente para apoiar os agricultores familiares pelo menos até esse período (janeiro de 2013)", observa o secretário executivo do MDA, Laudemir Müller.
Pagamento
Os agricultores receberão as duas parcelas a mais após o pagamento das cinco parcelas mensais do Garantia-Safra. Com a medida, o beneficiário receberá, além dos R$ 680 do seguro, o valor de R$ 272 (duas parcelas de R$ 136). O recurso extra vale apenas para quem já é contemplado pelo seguro Garantia-Safra, da safra de 2011-2012, e deverá ser acessado em agências da Caixa Econômica Federal.
Os agricultores devem ficar atentos para não perderem o prazo de recebimento das parcelas extras. A primeira será no mês seguinte à quinta parcela do Garantia-Safra. O agricultor tem até 120 dias para acessar o benefício.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Estiagem no Nordeste deve se prolongar, diz Inpe



Estiagem no Nordeste deve se prolongar, diz Inpe
Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A forte estiagem que castiga o Semiárido nordestino e os vales do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e do Mucuri, no Espírito Santo, tende a se agravar, por causa da instabilidade climática no Oceano Pacífico, que sugere possível manifestação do fenômeno La Niña, com redução das probabilidades de chuva no Nordeste nos próximos três meses

A notícia foi dada pelo climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lincoln Muniz Alves, durante audiência pública hoje (6), na Comissão de Agricultura da Câmara, para discutir as consequências da seca na situação socioeconômica dos 1.315 municípios da região, dos quais 1.275 foram afetados significativamente, de acordo com mapa do Banco do Nordeste (BNB).
O superintendente de Políticas de Desenvolvimento do BNB, José Rubens Dutra Mota, disse que a situação 'é de desolação' em quase todo o Nordeste, onde a produção agrícola caiu 22% em relação ao ano passado e o nível dos reservatórios de água estão abaixo de 38%, além das perdas relevantes de animais. Panorama que, segundo ele, afeta diretamente em torno de 10 milhões de pessoas.
Para aliviar um pouco esses efeitos, Mota disse que o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) criou linha de crédito emergencial no valor de R$ 1,5 bilhão, com foco principalmente nos pequenos produtores rurais. Do total, foram contratados R$ 1,189 bilhão até a semana passada, mas há demanda maior que a verba prevista, com base nas propostas em carteira, principalmente da agricultura familiar.
O representante do Ministério da Integração Nacional, Miguel Ivan Lacerda, da Secretaria de Programas Regionais, disse que 'nunca se construiu tanta cisterna como neste ano no Semiárido nordestino', onde foram instalados 25.852 reservatórios para consumo familiar. Como todos que participaram da audiência, ele reconhece que 'a seca mexe com a vida das pessoas', mas ressaltou que 'a pobreza tem diminuído' em todos os estados do Nordeste.
O secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Guimarães, destacou a necessidade de mais investimentos em logística de abastecimento, ações articuladas nos três níveis de governo, distribuição de sementes e mais investimentos em irrigação para a produção de fruticultura e hortaliças, dentre outros.
Como exemplo de articulação com os estados, Guimarães citou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciou programa com o governo de Pernambuco para a compra de 8.450 ovinos e caprinos de pequenos criadores para abastecer escolas, creches, asilos e outras entidades sociais. A Conab gastou R$ 221 mil até agora na compra dos animais, abate e armazenamento da carne em embalagens a vácuo de 10 quilos. Para o secretário, ao mesmo tempo em que ameniza os efeitos da seca para o pequeno produtor, o programa também oferece uma alternativa de comercialização.
Edição: Fábio Massalli

PARA PENSAR:
“Eis um teste para saberes se terminaste a tua missão na Terra: se estás vivo, não a terminaste”
Richard Bach

PARA REFLETIR:
“Somos mais pais do nosso futuro do que filhos do nosso passado”
Miguel de Unamuno

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Notícias do PRODECENTRO

Os pequenos agricultores do Rio Grande do Norte estão sendo orientados a construírem barragens subterrâneas para mitigarem os efeitos da seca em suas propriedades. Desde o dia 1º de novembro de 2012, 1,8 mil empreendimentos rurais do estão recebendo orientações de técnicos do Sebrae no Rio Grande Norte. A iniciativa integra o Projeto de Apoio à Gestão e Convivência com o Semiárido, da instituição.

O gestor do projeto, Valdemar Belchior, explica que, "para a adoção das medidas em caráter de urgência, o Sebrae buscará os apoio de instituições públicas, como o Governo do Estado e prefeituras. Temos que concentrar esforços para amenizar a situação enfrentada pelos agricultores", frisa. As ações serão desenvolvidas até julho de 2013. A meta é promover condições necessárias para a manutenção de, no mínimo, 95% do público alvo em suas propriedades.

Ainda dentro das ações a serem desenvolvidas junto aos agricultores estão a disseminação de técnicas para a utilização racional de água. Uma das alternativas é a Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS) e a criação de parcerias com instituições financeiras que disponibilizam linhas de crédito específicas para a situação emergencial da estiagem.

Responsável pela aplicação de diagnósticos nas propriedades do Alto Oeste Potiguar, o consultor Mário Sérgio Ferreira explica que, além do quadro desfavorável causado pelo fenômeno natural da seca, a falta de informação prejudica diretamente diversos agricultores.

"Na maioria dos casos eles desconhecem completamente e nunca aplicaram técnicas simples, como plantio de palma ou de outras culturas que podem ser utilizados para a manutenção do rebanho durante a seca", avalia.

Linha de crédito emergencial libera R$ 656 milhões, pelo Pronaf, para regiões Norte e Nordeste

Passa de R$ 1 bilhão o valor contratado pela linha de crédito emergencial criada em maio para atender os atingidos pela seca nas regiões Norte  e Nordeste – para os setores de agricultura, comércio, serviços e indústria. Desse total, o maior volume foi contratado por agricultores familiares, pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O Pronaf é responsável por mais de 65% do valor financiado, com o total de R$ 656,2 milhões em operações contratadas.
“É um volume significativo de recursos que impacta diretamente no custeio pecuário e nas ações estruturantes das propriedades rurais atingidas pela seca. O recurso possibilita aos agricultores familiares investirem nessa fase para que possam se adequar e sentir menos os efeitos da estiagem”, explica o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Valter Biachini.
Na Região Norte, os estados do Acre e Amazonas foram os que mais contrataram operações de financiamento no crédito emergencial como um todo, com cerca de 45 mil contratos no Acre e 52 mil no Amazonas. No Nordeste, Bahia, Ceará e Pernambuco têm o maior volume de contratos, com mais de 29 mil na Bahia e mais de 22 mil nos outros dois estados.
Ibicoara (BA)
O agricultor Damião Rodrigues dos Santos, 49 anos, do município de Ibicoara (BA) acessou a linha de crédito emergencial no dia 5 de junho deste ano, com um contrato de R$ 11.949,30. Ele conta que seu financiamento pelo Mais Alimentos estava em dia, mas ele e a família previam que, em 2013, não poderiam pagar a última parcela do financiamento. "Eu achava que não ia dar conta de pagar por causa da seca que prejudicou a gente, então essa linha de emergência foi muito importante", descreve Damião. "Agora, eu tenho certeza que vou pagar a última parcela, em 2013, e mantenho meu crédito no banco. O crédito é a forma de manter a lavoura da gente", diz o agricultor baiano.
Damião vive com a mulher, de 45 anos, e dois filhos, de 21 e 23 anos. A família produz café, feijão, milho, mandioca, banana e maracujá, em uma área de quatro hectares na Fazenda Aranquã, zona rural, em Ibicoara. A cultura mais atingida pela seca do final de 2011 e início de 2012 foi a do café, que ocupa três hectares de área plantada. As lavouras que deram menos prejuízo foram as de maracujá e banana – frutas que Damião vende para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Em 2008, a família Santos acessou o Mais Alimentos para investir na produção (adubação, colheita, limpeza) e, já em 2010, teve dificuldades para pagar as parcelas devido à seca que afetou a produção. Em 2012, a seca voltou a abalar a produção da família.
Beneficiados Os agricultores familiares enquadrados no Pronaf e afetados pela estiagem na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) contam com a linha de crédito especial desde o dia 8 de maio. A medida atende os municípios onde foi decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública, pelo Ministério da Integração Nacional, a partir de 1º de dezembro de 2011. Atualmente, 1.250 municípios dos dez estados do Nordeste têm operações contratadas – de um total de 1.379 municípios que decretaram situação de emergência.
O crédito vale para os agricultores familiares adimplentes que desejam realizar operações de investimento e pode ser solicitado até o dia 30 de dezembro deste ano. O limite é de R$ 12 mil por agricultor, com prazo de pagamento até dez anos, três anos de carência e taxa de juros de 1% ao ano. O agricultor que pagar suas parcelas de financiamento em dia terá um bônus de desconto de 40% sobre as parcelas.
Para os agricultores enquadrados no Grupo B do Pronaf, cuja renda familiar anual é até R$ 6 mil, o limite de crédito é R$ 2,5 mil, com as mesmas condições

O Governo Federal na luta contra a seca...

 Dilma Rousseff.
A presidente Dilma Rousseff disse hoje (5) que o governo federal vai prorrogar por mais dois meses o pagamento do Bolsa Estiagem em razão da seca prolongada na Região Nordeste e no norte de Minas Gerais. 
Segundo ela, cada família beneficiada pelo programa vai receber mais duas parcelas de R$ 80, totalizando um custeio de R$ 560 e não mais de R$ 400. 
No programa semanal "Café com a Presidente", Dilma destacou que os agricultores cadastrados no Garantia Safra também vão receber ajuda extra do governo federal em razão da estiagem. Serão pagas duas parcelas a mais do benefício, cada uma no valor de R$ 136.
 
Sobre investimentos em obras para tentar solucionar a falta de água na região do Semiárido, Dilma destacou o Eixão das Águas, as barragens do Missi e do Riacho da Serra, no Ceará; a Adutora do Pajeú e a Adutora do Agreste, em Pernambuco; as Vertentes Litorâneas, na Paraíba; a Barragem do Atalaia, no sul do Piauí; o Sistema Adutora Alto Oeste, no Rio Grande do Norte; e o Canal do Sertão Alagoano, em Alagoas.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Termo de Cooperação de sementes da Embrapa para o Brasil Sem Miséria é prorrogado

Mais de 93 mil agricultores atendidos pelo Plano Brasil Sem Miséria (PBSM) receberão sementes de milho, feijão e hortaliças por meio de um Termo de Cooperação entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O aditivo (que prorroga o Termo de Cooperação) foi publicado nesta quinta-feira (1º), no Diário Oficial da União. O valor do termo aditivo é de R$ 3,7 milhões.
A Embrapa vai colocar à disposição do MDA o total de 494 toneladas de sementes de milho, 381 toneladas de sementes de feijão-caupi e kits com nove sementes de hortaliças para 93.400 agricultores familiares em extrema pobreza. A distribuição de sementes seguirá o calendário de plantio de cada região. Os beneficiados são dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
O total distribuído com os dois termos é de 934 toneladas de sementes de milho e 467 toneladas de sementes de feijão-caupi.
Tecnologias O secretário de Agricultura Familiar do MDA, Valter Bianchini, explica que o acesso a tecnologias como a semente melhorada, é fundamental. “Para isso, estamos em um convênio que deve ser ampliado no próximo ano com a Embrapa, para que essas sementes cheguem aos agricultores", diz o secretário. "Além dessa prorrogação, estamos trabalhando para ampliar nossos recursos e incrementar a utilização de sementes e mudas melhoradas por meio da pesquisa da Embrapa em nossos diferentes biomas", reforça Bianchini.
As sementes distribuídas foram testadas e indicadas pela pesquisa por sua produtividade, resistência a doenças e pragas e adaptação às condições climáticas. Como são de alta qualidade, resultam em maior produtividade do cultivo. Com elas, serão fornecidos material informativo sobre plantio, manejo e colheita das espécies a serem plantadas.
O feijão-caupi é também conhecido como feijão-macassar ou feijão de corda. A maior produção concentra-se no Nordeste, com 84% da área plantada e 68% da produção nacional.

Ezequiel pede urgência na construção de barragens em Fernando Pedroza


O deputado Ezequiel Ferreira-PTB solicitou, com urgência, do Comitê Estadual para Ações emergenciais de combate aos Efeitos da Seca um estudo de viabilidade técnica para a construção de barragens submersas em comunidades rurais do município de Fernando Pedroza, na região Central.
Segundo o parlamentar, a zona rural daquele município está com um sério problema de falta de água e é preciso ser feito um levantamento para identificar as comunidades mais necessitadas. “Esse trabalho deve ser feito em conjunto com a Prefeitura, a Câmara Municipal, as associações rurais e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que vai indicar onde devem ser construídas as barragens com recursos do programa Segunda Água”, afirmou.
Ezequiel reforçou a pressa no atendimento da sua solicitação, frisando que dos 139 municípios do Rio Grande do Norte que estão em situação de seca, 71 deles estão utilizando carros-pipa para abastecimento da população. “O quadro de seca atinge aproximadamente 500 mil pessoas”, concluiu.
O deputado também solicitou da secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social, que Fernando Pedroza seja incluído na relação dos beneficiados com a construção de cisternas nas comunidades rurais.
 fonte do blog de genilza pereira
 
Nota do Blog: Tenho a impressão que o mundo vai mesmo se acabar este ano. Pela primeira vez estou documentando uma autoridade política, reinvindicar alguma coisa ao governo para Fernando Pedroza. A nossa representação política não existe. Esperamos que o novo prefeito eleito José Renato, resgate a credibilidade política do lugar que a bastante tempo vem esquecida.

Agricultores protestam em frente ao BNB

Imagem Interna
Agricultores de diversas comunidades rurais e assentamentos de Mossoró e região se reuniram na terça-feira (30) em frente à agência do Banco do Nordeste para expor o descontentamento em face do tratamento dispensado pelos Governo Federal e Governo Estadual do RN com relação às ações para minimizar os efeitos da seca, as quais não correspondem às necessidades dos agricultores. Enquanto estiveram no local, os agricultores não permitiam a entrada ou saída das pessoas, chamando inclusive a atenção da força policial.



AFONSO BEZERRA terá POSTO para distribuição de Forragem

Imagem Interna
A distribuição de forragens para os agricultores familiares do Rio Grande do Norte, criadores de animais dos tipos bovino, caprino e ovino teve início no dia 26 de outubro. A ação faz parte do conjunto de estratégias de convivência com a estiagem e contemplará 18 municípios do estado, começando por Parelhas.
A partir desta segunda-feira (29), serão beneficiados os produtores de Caicó e Mossoró. Os municípios restantes terão as datas definidas em seguida, com distribuição através dos seguintes postos: Assu, São Paulo do Potengi, Umarizal, Serrinha, Santa Cruz, Currais Novos, Pau dos Ferros, João Câmara, Afonso Bezerra, Caraúbas, Florânia, Frutuoso Gomes, Lajes, Passa e Fica e São Tomé.

O "Plano de Trabalho para Ações de Socorro, Assistência e Restabelecimento" beneficiará, no prazo de 90 dias, cerca de 3.400 criadores de até 10 cabeças de gado bovino ou de até 35 cabeças de ovinos e caprinos, selecionados com base no cadastro da Conab.

Os recursos para agilizar essa fase do plano é da ordem de R$ 2.599.984,00, procedentes de parceria entre o Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional da Defesa Civil, Governo do Estado (através da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca), Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. A execução das atividades será de responsabilidade da Emater-RN.

Metas - Segundo Ronaldo Cruz, o plano consiste de três metas básicas: aquisição de 7.878 toneladas de forragem, preferencialmente de milho ou sorgo, para alimentação do rebanho dos agricultores familiares nos municípios em situação de emergência, em consequência da estiagem; fornecimento de água potável através de carros-pipa e recuperação de sistemas para o fornecimento de água.

O diretor geral da Emater-RN ressalta que os postos de distribuição de forragem aos agricultores familiares serão coordenados pelos escritórios regionais da instituição.

Distribuição será feita de acordo com o tamanho dor rebanho

Os pequenos produtores cadastrados receberão a forragem da seguinte forma: cinco quilos por dia por cabeça de gado bovino para os que tiverem até 10 animais no seu rebanho ou um quilo por dia por cabeça de caprino e ovino até o limite de 35 cabeças.

Ampliação - A ação, que será iniciada amanhã no Rio Grande do Norte, em breve será ampliada. A governadora Rosalba Ciarlini e o secretário Betinho Rosado reuniram-se na última terça-feira, dia 23, com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, com o objetivo de pedir o reforço na distribuição de forragem para alimentação do rebanho. O pedido foi prontamente atendido e o nível de sua ampliação será estudado.

O secretário Betinho Rosado enfatizou que o número de agricultores familiares poderia ser ampliado. Por isso, determinou que a Emater-RN atendesse, com o programa, os pequenos produtores de todas as regiões do Estado.


Fonte: Jornal de Fato

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Imbuzeiro

A frutificação do imbuzeiro na região semi-árida de Pernambuco
RESUMO





  O imbuzeiro é uma fruteira nativa das caatingas nordestinas de grande importância para as populações rurais e animais silvestres da região. Contudo, sua frutificação ocorre no período de julho a dezembro, normalmente de seca. Neste período o imbuzeiro perde as folhas, entra em dormência vegetativa, inicia a brotação, a floração e no final de novembro já têm frutos maduros. Este trabalho teve como objetivo fazer o acompanhamento da fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região semi-árida de Pernambuco, nas safras de 1999 a 2002. Os resultados obtidos demonstram que a fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região do sertão de Pernambuco ocorre no período mais seco e na ausência de precipitações. As fases fenológicas em cada plantam apresenta diferenças significativas entre si, em cada fase do ciclo reprodutivo.
INTRODUÇÃO






A frutificação do imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) ocorre na região semi-árida do Nordeste, no período de julho a dezembro, normalmente de seca. O imbuzeiro perde as folhas logo após as chuvas, para diminuir a transpiração e entra em estado de dormência vegetativa no começo da estação seca. Nesse período as modificações que ocorrem no clima, na temperatura e na umidade relativa do ar, induzem o imbuzeiro a iniciar sua brotação, floração e frutificação (MENDES,1990).


Informações sobre as épocas de brotação, floração e frutificação do imbuzeiro são encontradas em PIRES (1990). Esse autor mostra períodos diferenciados para o início da brotação, floração e frutificação do imbuzeiro nas regiões onde fizeram as observações.


O objetivo deste trabalho foi fazer o acompanhamento da fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região semi-árida de Pernambuco, nas safras de 1999 a 2002.





MATERIAL E MÉTODOS








Este trabalho foi realizado na região semi-árida de Pernambuco nas safras do imbuzeiro de 1999 a 2002, no Campo Experimental da Caatinga, Embrapa Semi-Árido, com 12 plantas de imbuzeiro escolhidas ao acaso em uma área, localizada a 9° 24" 38" de latitude Sul e 40° 29" 56" de longitude Oeste, a uma altitude de 377 m, com temperatura média anual de 26°C, umidade relativa do ar média anual de 60% e precipitação média anual de 391,5 mm. Antes do início da brotação e floração foram escolhidos ao acaso, em 392 ramos de diferentes partes da copa, para acompanhamento da fenologia de cada planta, desde a emissão do primórdio do botão floral, a abertura da flor e início da frutificação até a maturação plena dos frutos. Em cada ramo foi colocada uma etiqueta onde foi anotada a data de ocorrência de cada fase fenológica. As variáveis analisadas foram: a) período de queda de folhas; b) período de emissão do primórdio do botão floral; c) início da formação do botão floral; d) início da abertura das flores; e) início da frutificação e; f) período em que o fruto alcançou a maturação plena. Os resultados obtidos foram submetidas à análise estatística para determinação das médias, desvios-padrão e coeficiente de variação (SAS,1990).








RESULTADOS E DISCUSSÃO








A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na safra de 1999 teve início com a queda total das folhas em algumas plantas entre os dias 06 de julho a 28 de agosto. A primeira planta a perder todas as folhas foi a de número 4 em 06 de julho de 1999. Em 2001 e 2002, as plantas apresentaram comportamentos fenológicos similares aos anos de 1999 e 2000, embora tenha ocorrido diferença significativa nas ocorrências climáticas nos anos de observação.


Na safra de 1999 o início da brotação ocorreu em 19 de agosto na planta de número 4. Essa mesma tendência ocorreu na safra de 2001 e 2002.


O período médio entre a marcação do botão floral e a abertura das flores foi de 6,41 dias, variando entre cinco e sete dias na safra de 1999 e de 6,58 dias em 2000, com uma variação de cinco a oito dias. A primeira ocorrência de abertura de flor em 1999 foi observada na planta de número 4 no dia 22 de agosto e a última no dia 10 de outubro na planta de número 1. Essa mesma tendência foi observada nas safras de 2000, 2001 e 2002. Este período de floração diferencia-se do ocorrido em outras regiões, relatadas por BARBOSA et al. (1989) e MENDES (1990).


O início da frutificação nos anos analisados ocorreu entre os meses de setembro e outubro. Vale ressaltar que em 2000, 2001 e 2002, as ocorrências pluviométricas no período de frutificação foram muito baixas com exceção em 1999 quando choveu 38,4 mm no mês de setembro. O período médio entre a abertura das flores e o início da frutificação foi de 10,25 dias em 1999, com variação de 9 a 12 dias.


Quanto à maturação dos frutos, o período médio entre o início da frutificação e a maturação plena do fruto em 1999 foi de 125,41 dias, com desvio-padrão de 8,01 e coeficiente de variação de 6,39%. Este período de maturação dos frutos diferencia-se do encontrado por SILVA et al. (1991), que foi de 90 dias. As variações no período de maturação dos frutos confirmam os resultados obtidos por PEDROSA et al. (1989), que colheram frutos maduros em 22 plantas de imbuzeiro nos Estados de Pernambuco e Paraíba, no período de fevereiro a abril.








CONCLUSÕES








A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região do sertão de Pernambuco ocorre no período mais seco e na ausência de precipitações.


As fases fenológicas em cada plantam apresenta diferenças significativas entre si, em cada fase do ciclo reprodutivo.


O período médio entre o início da frutificação e a maturação plena dos frutos é de 125 dias. A planta considerada a mais precoce apresentou frutos maduros aos 117 dias após o início da frutificação.








REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS








BARBOSA, D. C. A.; ALVES. J. L. A.; PRAZERES, S. M. & PAIVA, A. M. A. Dados fenológicos de 10 espécies arbóreas de uma área de caatinga (Alagoinha - PE). Acta Bot. Bras. 3: 109 -17, 1989.


BARBOSA, I. S.; MENDONÇA, R. M. N.; SILVA, H. & SILVA, A. Q. Estudo pomológico de plantas de imbu de diferentes regiões da Paraíba. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 10, Fortaleza, CE, 1989. Anais... Fortaleza, Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1989. p. 506.


EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (Petrolina-PE). Relatório de Pesquisa do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido, CPATSA, 1979-1990. Petrolina, PE, 1993. 175p.


MENDES, B. V. Imbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.): importante fruteira do semi-árido. Mossoró, ESAM, 1990. 66p. (Coleção Mossoroense, Série C - v. 554).


OLIVEIRA, J. G. B.; QUESADO, A. L. C.; NUNES, E. P. & VIANA, F. A. Observações preliminares da fenologia de plantas da caatinga na estação ecológica de Aiuaba, Ceará. Mossoró, ESAM. 1988, 538p. (Coleção Mossoroense, Série B).


PEDROSA, A. C.; GONZAGA NETO, L. LEDERMAN, I. E.; BEZERRA, J. E. F. & DANTAS, A. P. Características físico-químicas de frutos de 22 matrizes de imbuzeiros (Spondias tuberosa Arr. Cam.) provenientes de Pernambuco e da Paraíba. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 10, Fortaleza, CE, 1989. Anais... Fortaleza, Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1989. 506 p.


PIRES, M. G. M. Estudo taxonômico e área de ocorrência de Spondias tuberosa Arr. Cam. (imbuzeiro) no Estado de Pernambuco - Brasil. Recife, UFRPE, 1990. 290 p. (Tese de mestrado).


SAS INSTITUTE. SAS Guide to macro processing: version 6. 2. ed. Cary, NC, SAS Institute Inc., 1990. p. 319.


SILVA, A. Q.; SILVA, H. & OLIVEIRA, B. E. M. Acúmulo de NPK durante crescimento e maturação de frutos de imbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.). Rev. Bras. Frutic., 13: 259-63, 1991.


A seca e a floração do imbuzeiro na caatinga


 Imbuzeiro com flores e frutos
 Aspectos das inflorescências do imbuzeiro
 Flores e frutos do imbuzeiro
Frutos do imbuzeiro

As fotos

Nestas fotografias podemos observar plantas de imbuzeiro com flores e frutos. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE, em outubro de 2012.

Os fatos

Embora a seca tenha afetado todas as plantas da caatinga este ano, visto que houve pouca chuva, o imbuzeiro ainda não alterou sua fenologia e está com bastante flores e frutos. Por outro lado, essa seca pode trazer reduções significativas na safra, pois, as pancadas de chuvas de setembro e outubro contribuem significativamente para a floração e a fecundação dos frutos do imbuzeiro e ainda não ocorreu nenhuma chuva nestes meses na caatinga. Existe uma crença popular que as chuvas de setembro e outubro são as chuvas da flor do imbuzeiro. Em anos de chuvas regulares, o imbuzeiro perde as folhas logo depois do inverno, e assim evita a transpiração e perda de água. Esse processo ocorre num período, médio de 43 dias, que corresponde ao início do verão, ficando as plantas em estado de dormência vegetativa, contudo seus os xilopódios estão cheios de reservas nutritivas o que garante a sobrevivência da planta e sua floração e frutificação. Na primeira quinzena de agosto a setembro, quando ocorrem as primeiras chuvas de verão, modificam-se a temperatura e a umidade relativa do ar, acelerando o metabolismo da planta com o aparecimento das primeiras flores e folhas. Este ano não houve não precipitação na região a mais de 280 dias e a fenologia do imbuzeiro continua aparentemente normal. Todavia, só após a safra de 2012-2013 é que poderemos avaliar mais precisamente os impactos dessa seca na fenologia reprodutiva do imbuzeiro.