Chega ao mercado uma nova cultivar de batata baroa Nordeste Rural
Agora o Brasil já tem três cultivares de mandioquinha-salsa, como também é conhecida a batata baroa. Todas elas foram desenvolvidas pelos pesquisadores da Embrapa Hortaliças. Agora, as pesquisas desenvolvem primeira cultivar de mandioquinha-salsa para indústria. É a BRS Acarijó 56. As outras duas sementes são a BRS Rúbia 41 e BRS Catarina 64, apresentadas à cadeia produtiva em 2015. Apesar do parentesco, a quarta variedade de mandioquinha-salsa do portfólio é a primeira cultivar desenvolvida para a indústria de processamento.A diferença, no entanto, não é restrita tão somente a essa característica. Embora tenha recebido o mesmo tratamento dispensado à BRS Rúbia 41 e à BRS Catarina 64, no contexto de tratos culturais, a BRS Acarijó 56 apresenta algumas peculiaridades. As mais visíveis dizem respeito às raízes, graúdas e ligeiramente manchadas, características que podem ser limitantes para o mercado tradicional, mas que não prejudicam a industrialização. Outro importante diferencial é relacionado ao seu maior teor de matéria seca, que confere à cultivar melhor qualidade industrial.
Na opinião do pesquisador Nuno Madeira, o “perfil industrial” do conjunto de características da cultivar vem ao encontro da demanda por novos materiais próprios para processamento sob a forma de fritas fatiadas (chips ou palha), desidratada, pré-cozida ou para preparo de sopas e cremes.
“Atualmente, cerca de 5% do volume total de mandioquinha-salsa produzido no País é destinado para a indústria, mas há um potencial para crescimento que pode chegar a 15% do total produzido. A nova cultivar BRS Acarijó 56 pode atender perfeitamente a esse nicho de mercado”, observa Madeira.
O pesquisador também chama a atenção para o elevado potencial produtivo da cultivar, superior a 50 toneladas por hectare, que representa praticamente o dobro da Amarela de Senador Amaral, ainda a mais plantada no Brasil.
“O potencial produtivo da BRS Acarijó 56 é uma grande vantagem para o produtor”, complementa o pesquisador Giovani Olegário, da Estação Experimental de Canoinhas – EECan (SC), para quem as potencialidades também convivem com certas limitações. “A intolerância ao calor é um fator limitante ao cultivo da mandioquinha-salsa em geral e, principalmente no caso dessa nova cultivar, a recomendação é o plantio em regiões de maior altitude, onde predomina o clima mais ameno”, assinala o pesquisador, que coordenou os trabalhos de validação da BRS Acarijó 56 em Santa Catarina e no Paraná.
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