19.09.2017.
Mais de 95% do melão exportado pelo Brasil é produzido no RN
Exportações do estado cresceram 200% entre janeiro e agosto, na comparação com o mesmo período de 2016. Ao mesmo tempo, Ceará registrou queda de 95%.
O crescimento das exportações de melão ultrapassaram a barreira dos
200% no Rio Grande do Norte, entre janeiro e agosto, na comparação com o
mesmo período de 2016. Com o resultado e a queda de produção dos
concorrentes diretos, o estado também se tornou responsável por 95,9% de
toda a venda da fruta para o mercado externo.
Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Ao longo do ano passado, o estado já liderava o setor, mas era
responsável por cerca de 50% das exportações das frutas frescas para
fora do país, com US$ 75,3 milhões comercializados. O vizinho Ceará
contava com outros 47% do mercado, com vendas de US$ 70,8 milhões.
Entre janeiro e agosto o RN comercializou US$ 47 milhões. Parece pouco,
diante dos US$ 100 milhões estimados para o ano, mas existe explicação.
De acordo com o empresário Luiz Roberto Barcelos, maior produtor do
país e presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN, a produção
se torna mais intensa a partir de setembro, até janeiro. "Neste período
do ano, apenas o Brasil fornece as frutas para o mercado Europeu, que é o
maior consumidor", revela.
O mercado externo, ainda de acordo com Luiz Roberto Barcelos, consome
50% da produção nacional do melão. Apesar de não ter grandes variações
positivas, ele considera que essa fatia é mais estável, ao contrário do
mercado interno.
Para o empresário, a explicação sobre o aumento da participação
potiguar nesse setor é uma, principalmente: a oferta de água. Após seis
anos de seca, o recurso é cada vez mais raro no Nordeste. O RN não é
excessão. Dos 167 municípios, 153 estão em situação de emergência
decretada. Mas o empresário afirma que o estado ainda tem água em
abundância no sub-solo, no aquífero da Chapada do Apodi.
"Por causa da questão hídrica, as fazendas do Ceará vieram para o Rio
Grande do Norte, que tem disponibilidade de água", explica. A produção
cearense caiu 95% no mesmo entre janeiro e agosto.
O empresário argumenta que a oferta do aquífero é suficiente e garante a
exploração para muitos anos. "O estado é pobre. Um dos que tem maior
desemprego no Brasil. É melhor estar produzindo do que ficar sentado
sobre o aquífero sem fazer nada", comenta.
Com a ampliação do setor no RN, cerca de 25 mil potiguares estão
empregados no setor. Outra vantagem para o estado é o recolhimento de
impostos.
Destino Europa
Os principais destinos do melão brasileiro são os Países Baixos
(Holanda), com 33%, Reino Unido (32%), Espanha (27%) e Itália (2,7%). O
produto também chega aos Emirados Árabes, além de países da América do
Norte e América Latina.
A produção frutífera é escoada principalmente pelos portos de Natal e
do Ceará. Segundo Barcelos, a estrutura portuária ainda é um dos
gargalos do setor. Ao deixaram o estado nos navios, as frutas levam
cerca de 10 dias para chegarem aos destinos europeus.
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