PERSISTE A EVOLUÇÃO DE CONDIÇÕES DE LA NIÑA NO OCEANO PACÍFICO EQUATORAL
O resfriamento das águas na região do Pacífico Equatorial deve continuar pelo menos até o início de 2012. Segundo a maioria dos modelos de previsão climática, este fenômeno deverá entrar em sua fase madura durante o próximo verão, afetando, principalmente, a distribuição espacial das chuvas nos setores norte e sudeste da América do Sul,
que inclui parte da Região Sul do Brasil.
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O escoamento atmosférico no decorrer do mês de setembro contribuiu para a ocorrência de temperaturas máximas acima da média e de baixos valores de umidade relativa do ar na maior parte do Brasil. Os sistemas frontais atuaram sobre a costa leste do Brasil, principalmente durante a primeira quinzena, quando também foi notada a atuação do jato em altos níveis, favorecendo o acentuado aumento das chuvas em várias cidades de Santa Catarina. Na Região Nordeste, as chuvas ocorreram predominantemente abaixo do esperado devido à atuação anômala do sistema de alta pressão do Atlântico Sul, cujo centro mais amplo posicionou-se muito próximo à costa leste do Brasil, inibindo à ocorrência de chuvas. Apenas em Alagoas, os totais mensais excederam os valores esperados para este período do ano.
As temperaturas continuaram declinando na região equatorial do Pacífico e o fenômeno La Niña voltou a se configurar no decorrer de setembro de 2011. Além das anomalias negativas das águas superficiais do Pacífico Equatorial, os ventos a oeste de 150ºW estiveram mais intensos e aumentou a atividade convectiva sobre a região da Indonésia. O escoamento em altos níveis também mostrou sinais em ondas de grande escala que estão associados à manifestação do fenômeno La Niña. No Atlântico Norte, notou-se a diminuição da área de anomalias positivas da temperatura da superfície do mar próximo à costa norte da América do Sul. Sobre grande parte do continente sul-americano, as anomalias positivas de radiação de onda longa refletiram uma predominante condição de estiagem.
A previsão climática de consenso para o trimestre que inicia em novembro de 2011 e termina em janeiro de 2012 (ND/2012) manteve a maior probabilidade (75%) de ocorrência de chuva entre as categorias normal e acima da normal climatológica nos setores central e norte da Região Norte. Acompanhando a tendência de manifestação do fenômeno La Niña, a Região Sul continua com maior probabilidade (75%) de chuvas entre as categorias normal e abaixo da normal climatológica. Para a grande área central do Brasil, que inclui as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e o sul e oeste da Bahia, onde o período mais chuvoso do ano já teve início, a previsão aponta para o padrão climatológico, ou seja, igual probabilidade de chuvas para as três categorias (abaixo, normal e acima da normal climatológica). Condições de excesso de chuva podem ocorrer em áreas isoladas da Região Sudeste e sul da Região Nordeste, em função da atuação de sistemas convectivos locais e possível influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Climatologicamente, as temperaturas ficam mais elevadas durante o trimestre NDJ, quando comparadas às condições de primavera, porém ainda não há previsão de desvios acentuados de temperatura para este próximo verão na maior parte do País. |
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Durante o mês de setembro, nove sistemas frontais conseguiram atuar na costa leste do Brasil, porém encontraram uma região dominada pelo escoamento anticiclônico anômalo, estendendo-se desde a superfície até níveis médios da atmosfera e inibindo a ocorrência de chuvas principalmente durante a segunda quinzena de setembro. Por esta razão, registraram-se baixos valores de umidade relativa do ar em várias localidades, com destaque para Caldas-MG (11%, no dia 03), Goiânia-GO (8%, no dia 04) e Ituiutaba-MG (5%, no dia 12). Apesar da predominância do escoamento anticiclônico, observou-se a atuação mais intensa do jato em altos níveis, em particular entre os dias 06 e 10 de setembro, favorecendo o excesso de chuva em Santa Catarina. Destacaram-se as chuvas acumuladas no período de 07 a 09 e que excederam 200 mm em Campos Novos-SC (244 mm) e Florianópolis (203 mm). As chuvas também ficaram acima da média histórica em Alagoas, em detrimento da maior parte do setor leste do Nordeste, onde choveu bem abaixo do padrão climatológico para este período do ano. Ainda na primeira quinzena, as massas de ar frio que atuaram na retaguarda dos sistemas frontais também contribuíram para declinar as temperaturas máximas e mínimas em quase toda a Região Sul. Em Bom Jesus-RS e São Joaquim-SC, os termômetros registraram valores abaixo de 0ºC, respectivamente iguais a -1,2ºC e -1ºC no dia 01. |
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Setembro é considerado um dos meses de maior ocorrência de queimadas, em função da estiagem e das temperaturas elevadas, especialmente nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste, no sul da Amazônia e no oeste do Nordeste. Neste mês, foram detectados 50.000 focos de calor pelo satélite AQUA_M-T. Em comparação com agosto passado, o número de focos aumentou cerca de 120%. Considerando o mesmo período de 2010, manteve-se a tendência do mês anterior, com diminuição do número de focos em aproximadamente 41%, especialmente no Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul) e no sul da Amazônia (Para, Rondônia, Tocantins, Amazonas e Acre). Climatologicamente, houve acentuada diminuição em parte devido às ações mais severas de combate e fiscalização no Mato Grosso e Acre. O longo período de estiagem favoreceu o uso indiscriminado do fogo nos cerrados da Bahia e Minas Gerais, onde foram observados aumentos da ordem de 30% e 20%, respectivamente. No restante da América do Sul, as queimas também foram intensas no Paraguai e Argentina e nas florestas da Venezuela e Colômbia, com aumento variando entre 50% e 100%. Na Bolívia e Peru, persistiu a redução do número de focos de calor.
A previsão de risco de fogo para o trimestre NDJ/2012 indica diminuição das queimas, em função do início do período chuvoso na região central do País. Entretanto, ainda serão observados focos de calor no setor norte da Região Nordeste e no norte do Pará, com tendência de redução no Ceará, Piauí e Tocantins. De acordo com a previsão de ocorrência de chuva acima da média em Roraima, os focos de calor podem ser menos intensos em janeiro, quando se inicia o período climatológico das queimas neste Estado. No restante da América do Sul, a tendência é de diminuição do ritmo das queimadas, que devem ocorrer em menor quantidade no Paraguai, Colômbia, Venezuela, Bolívia e no norte da Argentina, até no final deste trimestre.
Nota: O texto da tendência das queimadas para NDJ/2012 foi atualizado em 25/10/2011. |
Figura 1 - Focos de queimadas detectados em setembro de 2011, pelo satélite AQUA_M-T. |
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As previsões dos totais pluviométricos e da temperatura para o período de novembro de 2011 a janeiro de 2012, são apresentadas na tabela abaixo. A figura abaixo mostra a previsão de consenso em tercis para a pluviometria do trimestre NDJ/2012. |
Região | |
Figura 2 - Previsão probabilística (em tercis) de consenso do total de chuva no período de novembro de 2011 a janeiro de 2012. |
| Chuva - acima da normal nos setores central e norte da Região. Nas demais áreas, a previsão indica comportamento climatológico, com igual probabilidade para as três categorias. Temperatura - em torno da normal climatológica. |
| Chuva - em torno da normal climatológica, com igual probabilidade para as três categorias.
Temperatura - em torno da normal climatológica. |
| Chuva - em torno da normal climatológica, com igual probabilidade para as três categorias.
Temperatura - em torno da normal climatológica. |
| Chuva - em torno da normal climatológica, com igual probabilidade para as três categorias. Temperatura - em torno da normal climatológica. |
| Chuva - abaixo da normal climatológica no Rio Grande do Sul. Nas demais áreas, a previsão de chuvas seguirá o comportamento climatológico, com igual probabilidade para as três categorias. Temperatura - em torno da normal climatológica. |
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