Congresso vai reunir especialistas do Brasil e do exterior para discutir a produção de biodiesel no País
Já
estão abertas as inscrições para o VII Congresso da Rede Brasileira de
Tecnologia e Inovação de Biodiesel, que acontece no período de 04 a 07
de novembro em Florianópolis, SC. Em sua sétima edição este ano, o
evento conta pela primeira vez com a coordenação da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e vai reunir cerca
de 1.000 pessoas para discutir ações de empreendedorismo e inovação em
prol de um futuro mais competitivo para o biodiesel no Brasil.
Inscrições e mais informações estão disponíveis aqui.
Segundo o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola, que está à frente da organização, o congresso já se consolidou como um dos principais eventos científicos nessa área no País, mas este ano a ideia é priorizar experiências de sucesso que envolvam ações de empreendedorismo e inovação em prol da cadeia produtiva de biodiesel. Para isso, vai reunir representantes dos setores público e privado, que vão apresentar as principais tecnologias do setor a partir de palestras, mesas redondas, reuniões técnicas, seminários e rodadas de negócios com o setor empresarial.
O evento é uma das ações da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB), que desde 2005, integra e mobiliza os diversos atores dessa cadeia produtiva, na busca de soluções tecnológicas sustentáveis para desafios relacionados à produção desse biocombustível no Brasil, com foco na geração de empregos e desenvolvimento regional.
Nesta sétima edição, a expectativa é impulsionar novas iniciativas com potencial para expandir o uso do biodiesel com qualidade e segurança na matriz nacional de combustíveis. O evento pretende ainda estreitar o diálogo entre governo, academia e setor produtivo de forma a agilizar a adoção das tecnologias geradas pela pesquisa agropecuária no mercado nacional. “O objetivo é beneficiar não apenas a produção do biodiesel em si, como também desenvolver as cadeias produtivas de oleaginosas”, explica Laviola.
Desafios para a produção de biodiesel no Brasil
O Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de biodiesel, mas tem tudo para se tornar o primeiro no ranking, posição ocupada atualmente pelos Estados Unidos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Agroenergia, em 2018, foram produzidos 5,3 bilhões de litros do produto utilizando apenas 60% da capacidade instalada. “Isso significa que o País tinha condições de produzir mais de 8 bilhões de litros no ano passado, o que o tornaria o maior produtor do mundo”, enfatiza.
O Brasil apresenta uma série de vantagens competitivas em relações a outros países no que se refere a biocombustíveis. Primeiro pela posição privilegiada na região tropical, com condições climáticas e ambientais adequadas para atender à produção de oleaginosas em praticamente todas as regiões ao longo de quase todo o ano. Outra vantagem competitiva é a disponibilidade de terras agricultáveis no País para atender tanto à produção de alimentos como de energia renovável.
Mas, com todo esse cenário positivo, Laviola pontua que ainda existem inúmeros desafios para a cadeia produtiva de biodiesel no Brasil, desde a produção de matérias-primas até a indústria. “Por isso, um dos objetivos principais do congresso é reunir expertises dos setores público e privado, inclusive de outros países, de forma a compartilhar experiências e discutir soluções tecnológicas e políticas públicas em prol do crescimento dessa área no País”, complementa.
Por enquanto, não é possível acreditar na substituição total de combustíveis fósseis por biocombustíveis, mas Laviola vislumbra um futuro em que a energia renovável superará a convencional, com os biocombustíveis cada vez mais presentes e com uma contribuição mais efetiva na geração de energia. “Especialmente no Brasil, precisamos aproveitar melhor o potencial natural para atender aos mercados nacional e internacional”, destaca.
Meta da pesquisa: diversificar matérias-primas utilizadas na produção
A Embrapa desenvolve pesquisas com todas as matérias-primas utilizadas na produção de biodiesel. Hoje, a soja corresponde a cerca de 75%, seguida do sebo bovino, com 10 a 17%. Segundo o pesquisador, o objetivo é investir em estudos para aumentar o potencial de uso de outras plantas oleaginosas, como por exemplo, girassol, canola, algodão, palma de óleo (dendê) e macaúba.
Entre as pesquisas em andamento nesse sentido destacam-se: a tropicalização da canola (da região Sul para o Centro-Oeste e Nordeste) e estudos para incentivar o cultivo do dendê, que é de alto rendimento para produção desse biocombustível. “Para se ter uma ideia, a soja, que é a principal matéria-prima do biodiesel, produz em torno de 500 kg de óleo por hectare, enquanto o dendê produz 4.000 kg”, explica o pesquisador.
O objetivo da ciência, no caso dos biocombustíveis, é contribuir para que a economia linear seja cada vez mais circular. Laviola reforça que “a meta é investir na utilização e aproveitamento dos produtos, subprodutos e coprodutos agregando valor a esses diferentes componentes em prol da rentabilidade e agregação de valor à produção”.
Vantagens dos biocombustíveis
A principal vantagem dos biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis é a redução da emissão de gás carbônico na atmosfera, atenuando os efeitos negativos do aquecimento global. Outro benefício relevante, especialmente em grandes centros, é a melhoria na qualidade do ar e da vida das populações.
Vale destacar também as questões relacionadas à inclusão social. “A produção de biodiesel depende do cultivo de plantas oleaginosas, muitas vezes cultivadas por agricultores familiares. A agregação de valor impacta diretamente em aumento de geração de renda”, comenta o pesquisador.
Objetivo é aumentar contribuição do biodiesel à matriz energética do País
Laviola explica ainda que com a previsão de se aumentar gradualmente a mistura de 10 % para 15% de biodiesel no diesel até 2023, espera-se saltar dos 5,3 bilhões de litros produzidos em 2018 para mais de 10 bilhões. “Com isso, passaremos a ter uma contribuição bastante significativa desse biocombustível na matriz energética do Brasil, gerando mais renda, emprego e inclusão social”, prevê.
Serviço: o VII Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel acontece no período de 04 a 07 de novembro no Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, em Florianópolis, SC. Inscrições e mais informações estão disponíveis no site do evento.
Segundo o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola, que está à frente da organização, o congresso já se consolidou como um dos principais eventos científicos nessa área no País, mas este ano a ideia é priorizar experiências de sucesso que envolvam ações de empreendedorismo e inovação em prol da cadeia produtiva de biodiesel. Para isso, vai reunir representantes dos setores público e privado, que vão apresentar as principais tecnologias do setor a partir de palestras, mesas redondas, reuniões técnicas, seminários e rodadas de negócios com o setor empresarial.
O evento é uma das ações da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB), que desde 2005, integra e mobiliza os diversos atores dessa cadeia produtiva, na busca de soluções tecnológicas sustentáveis para desafios relacionados à produção desse biocombustível no Brasil, com foco na geração de empregos e desenvolvimento regional.
Nesta sétima edição, a expectativa é impulsionar novas iniciativas com potencial para expandir o uso do biodiesel com qualidade e segurança na matriz nacional de combustíveis. O evento pretende ainda estreitar o diálogo entre governo, academia e setor produtivo de forma a agilizar a adoção das tecnologias geradas pela pesquisa agropecuária no mercado nacional. “O objetivo é beneficiar não apenas a produção do biodiesel em si, como também desenvolver as cadeias produtivas de oleaginosas”, explica Laviola.
Desafios para a produção de biodiesel no Brasil
O Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de biodiesel, mas tem tudo para se tornar o primeiro no ranking, posição ocupada atualmente pelos Estados Unidos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Agroenergia, em 2018, foram produzidos 5,3 bilhões de litros do produto utilizando apenas 60% da capacidade instalada. “Isso significa que o País tinha condições de produzir mais de 8 bilhões de litros no ano passado, o que o tornaria o maior produtor do mundo”, enfatiza.
O Brasil apresenta uma série de vantagens competitivas em relações a outros países no que se refere a biocombustíveis. Primeiro pela posição privilegiada na região tropical, com condições climáticas e ambientais adequadas para atender à produção de oleaginosas em praticamente todas as regiões ao longo de quase todo o ano. Outra vantagem competitiva é a disponibilidade de terras agricultáveis no País para atender tanto à produção de alimentos como de energia renovável.
Mas, com todo esse cenário positivo, Laviola pontua que ainda existem inúmeros desafios para a cadeia produtiva de biodiesel no Brasil, desde a produção de matérias-primas até a indústria. “Por isso, um dos objetivos principais do congresso é reunir expertises dos setores público e privado, inclusive de outros países, de forma a compartilhar experiências e discutir soluções tecnológicas e políticas públicas em prol do crescimento dessa área no País”, complementa.
Por enquanto, não é possível acreditar na substituição total de combustíveis fósseis por biocombustíveis, mas Laviola vislumbra um futuro em que a energia renovável superará a convencional, com os biocombustíveis cada vez mais presentes e com uma contribuição mais efetiva na geração de energia. “Especialmente no Brasil, precisamos aproveitar melhor o potencial natural para atender aos mercados nacional e internacional”, destaca.
Meta da pesquisa: diversificar matérias-primas utilizadas na produção
A Embrapa desenvolve pesquisas com todas as matérias-primas utilizadas na produção de biodiesel. Hoje, a soja corresponde a cerca de 75%, seguida do sebo bovino, com 10 a 17%. Segundo o pesquisador, o objetivo é investir em estudos para aumentar o potencial de uso de outras plantas oleaginosas, como por exemplo, girassol, canola, algodão, palma de óleo (dendê) e macaúba.
Entre as pesquisas em andamento nesse sentido destacam-se: a tropicalização da canola (da região Sul para o Centro-Oeste e Nordeste) e estudos para incentivar o cultivo do dendê, que é de alto rendimento para produção desse biocombustível. “Para se ter uma ideia, a soja, que é a principal matéria-prima do biodiesel, produz em torno de 500 kg de óleo por hectare, enquanto o dendê produz 4.000 kg”, explica o pesquisador.
O objetivo da ciência, no caso dos biocombustíveis, é contribuir para que a economia linear seja cada vez mais circular. Laviola reforça que “a meta é investir na utilização e aproveitamento dos produtos, subprodutos e coprodutos agregando valor a esses diferentes componentes em prol da rentabilidade e agregação de valor à produção”.
Vantagens dos biocombustíveis
A principal vantagem dos biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis é a redução da emissão de gás carbônico na atmosfera, atenuando os efeitos negativos do aquecimento global. Outro benefício relevante, especialmente em grandes centros, é a melhoria na qualidade do ar e da vida das populações.
Vale destacar também as questões relacionadas à inclusão social. “A produção de biodiesel depende do cultivo de plantas oleaginosas, muitas vezes cultivadas por agricultores familiares. A agregação de valor impacta diretamente em aumento de geração de renda”, comenta o pesquisador.
Objetivo é aumentar contribuição do biodiesel à matriz energética do País
Laviola explica ainda que com a previsão de se aumentar gradualmente a mistura de 10 % para 15% de biodiesel no diesel até 2023, espera-se saltar dos 5,3 bilhões de litros produzidos em 2018 para mais de 10 bilhões. “Com isso, passaremos a ter uma contribuição bastante significativa desse biocombustível na matriz energética do Brasil, gerando mais renda, emprego e inclusão social”, prevê.
Serviço: o VII Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel acontece no período de 04 a 07 de novembro no Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, em Florianópolis, SC. Inscrições e mais informações estão disponíveis no site do evento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário