Um mito que deve ficar para trás
ARTIGO
                
            
Mesmo que um estudo 
sério desmonte um mito, muitas vezes a versão sem fundamentos retorna 
algum tempo depois. A mentira costuma ter uma capacidade impressionante 
de disseminação. No caso da produção de frangos, não tem sido diferente.
 É recorrente ouvirmos que a carne da ave contém hormônios para acelerar
 o crescimento.
Ocorre que a própria legislação 
brasileira proíbe a utilização desse tipo de substância. Se algum 
produtor fizer uso de hormônio em qualquer etapa, estará sujeito a 
penalidades. Isso também inviabilizaria a exportação, já que mais de 150
 países que compram frango brasileiro também têm esse veto. As granjas e
 frigoríficos são inspecionadas por técnicos de fora, e o produto é 
testado quando chega ao seu destino.  
Mas vou além da legislação. De acordo 
com pesquisa da Embrapa, o uso de hormônios não ofereceria vantagem 
técnica. Isso porque, se utilizados, seriam decompostos pelo sistema 
digestivo do animal e não gerariam o efeito desejado. Além disso, em 
termos práticos, seria uma grande dificuldade fazer a administração 
individual nas aves. Por fim, há o aspecto econômico: o custo extra 
tornaria mais caro o produto num mercado altamente competitivo.
Em outras palavras, tudo conduz contra a
 utilização de hormônios nos frangos. Porém, o desenvolvimento mais 
rápido da ave tem justificativa: é a combinação de tecnologia, pesquisa,
 genética, alimentação adequada e sistema integrado entre produtores e 
frigoríficos. Simples assim. 
O maior beneficiado disso tudo é o 
consumidor, que tem em sua mesa um produto de qualidade reconhecida. E o
 brasileiro sabe disso, tanto que o consumo chegou a 43 kg per capita 
por ano, três vezes mais do que há duas décadas. Trata-se de um proteína
 com forte componente social: além de ser acessível, representa a 
geração de renda para mais de 10 mil famílias gaúchas. Contra um mito, 
só nos resta apresentar a verdade. 
 
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